Sobrenomes
judaico-portugueses usados por judeus da Inquisição
Como se sabe, apenas sobrenome não indica que uma pessoa tenha
ascendência judaica. Mas isso não é de se espantar em relação aos judeus
portugueses, pois o mesmo acontece com sobrenomes alemães ou poloneses, por
exemplo. O que realmente torna o sobrenome relevante, como judaico, é a pratica
de tradições judaicas mantidas pela familia, principalmente entre os mais
idosos, como avós e bisavós. Entretanto, com a presença de tradições, o
sobrenome torna-se importante para a busca de um passado judaico
"perdido" (Para conferir uma lista dessas tradições acesse o artigo.
Segue abaixo uma lista de sobrenomes frequentemente adotados pelos judeus na
conversão forçada à religião católica, quando tornavam-se
"cristãos-novos".
Abreu, Abrunhosa, Affonseca, Affonso, Aguiar, Ayres, Alam, Alhertú,
Albuquerque, AlÍaro, Almeida, Alonso, Alvade, Alvarado, Alvarenga, Alvares,
Aivarez, Anelos, Alveres, Alves, Aivim, Alvorada, Alvres, Amado, Amaral,
Andrada, Andrade, Anta, Antônio, Antunes, Arailjo, Araújo, Arrahaça, Arroyo,
Arroja, Aspalhão, Assumpção, Athayde, Avila, Avis, Azeda, Azeitado, Azeredo,
Azevedo.
Bacelar, Balão, Baihoa,
Balíeyro, Balteiro, Bandes, Baptista, Barata, Barbalha, Barhosa, Barhoza,
Bareda, Barrajas, Barreira, Barreta, Barreto, Barros, Bastos, Bautista,
Batista, Beirão, Belinque, Belmonte, Bello, Bentes, Bernal, Bernardes, Bezerra,
Bicudo, Bispo, Bivar, Bocarro, Boned, Bonsucesso, Borges, Borralho, Botelho,
Bragança, Brandão, Bravo, Brites, Brito, Brum, Bueno, Bulhão..
Cahaço, Cahral, Cahreíra,
Cáceres, Caetano, Calassa, Caldas, Caldeira, Caldeyrão, Callado, Camacho,
Câmara, Camejo, Caminha, Campo, Campos, Candeas, Capote, Cárceres, Cardoso,
Cardozo, Carlos, Carneiro, Carrança, Carnide, Carreira, Carrilho, Carrollo,
Carvalho, Casado, Casqueiro, Cásseres, Castanheda, Castanho, Castelo, Castelo
Branco, Castelhano, Castilho, Castro, Cazado, Cazales, Ceya, Cespedes, Chacla,
Chacon, Chaves, Chito, Cid, Cobilhos, Coché, Coelho, Collaço, Contreíras,
Cordeiro, Corgenaga, Coronel, Corrêa, Cortei., Comjo, Costa, Coutinho, Couto, Covilhã,
Crasto, Cruz, Cunha.
Damas, Daniel, Datto,
Delgado, Devei, Diamante, Dias, Diniz, Dionísio, Dique, Déria, Dona, Dourado,
Drago, Duarte, Duraes.
Eliate, Escobar, Espadilha,
Espinhoza, Espinoza, Esteves, Évora. Faísca, Falcão, Faria, Farinha, Faro,
Farto, Fatexa, Febos, Feijão, Feijó, Fernandes, Ferrão, Ferraz, Ferreira,
Ferro, Fialho, Fidalgo, Figueira, Figueiredo, Figueiró, Figueiroa, Flores,
Fogaça, Fonseca, Fontes, Forro, Fraga, Fragozo, França, Frances, Francisco,
Franco, Freire, Freitas, Froes, Frois, Furtado.
Gabriel, Gago, Galante,
Galego, Galeno, Gallo, Galvão, Gama, Gamboa, Gançoso, Ganso, Garcia, Gasto,
Gavilão, Gil, Godirtho, Godins,Goes, Gomes, Gonçalves, Gouvea, Gracia, Gradis,
Gramacho, Guadalupe, Guedes, Gueybara, Gueyros, Guerra, Guerreiro, Gusniao,
Guterres.
Henriques, Homem.
Idanha, Lscol, Isidro.
Jordâo, Jorge, Jnbim, Julião.
Lafaia, Lago, Laguna, Lmy,
Lara, Lassa, Leal, Leão, Ledcsma, Leitão, Leite, Lemos, Lima, Liz, Lobo, Lodesma,
Lopes, Loução, Loureiro, Lourenço, Louzada , Louzano, Lucena, Luíz, Lima,
Luzarte.
Macedo, Machado, Machuca,
Madeira, Madureira, Magalhães, Maia, Maioral, Maj, Maldonado,
Malheiro, Manem, Manganês, Manhanas, Manoel, Manzona, Marçal, Marques, Martins,
Mascarenhas, Mattos, Matoso, Medalha, Meddros, Medina, Melão, Mello, Mendanha,
Mendes, Mendonça, Menezes, Mesquita, Mezas, Miffio, Miles, Miranda, Moeda,
Mogadouro, Mogo, Molina, Mot,forte, Monguinho, Moniz, Monsanto, Montearroyo,
Monteiro, Montes, Montezinhos, Moraes, Morales, Morão, Morato, Moreas, Moreira,
Moreno, Motta, Moura, Mouzinho, Munhoz.
Nabo, Nagera, Navarro, Negrão, Neves,
Nicolao, Nobre, Nogueira, Noronha, Novaes, Mines.
Oliva, Olivares, Oliveira, Oróbio.
Pacham, Pachão, Paixão,
Pacheco, Paes, Paiva, Palancho, Palhano. Pantoja, Pardo, Paredes, Parra,
Páscoa, Passos, Paz, Pedrozo, Pegado,Peinado, Penalvo, Penha, Penso, Penteado,
Peralta, Perdigão, Pereira,Peres, Pessoa, Pestana, Picanço, Pilar,
Pimentel, Pina, Pineda, Pinhâo,Pinheiro, Pinto, Pires, Pisco, Pissarro, Piteyra,
Pizarro, Ponheiro, Ponte, Porto, Pouzado, Prado, Preto, Proença.
Quadros, Quaresma, Queiroz,
Quental.
Rabelo, Rabocha, Raphael,
Ramalho, Ramires, Ramos, Rangel, Raposo, Rasquete, Rehello, Rego, Reis,
Rezende, Ribeiro, Rios, Robles, Rocha, Rodrigues,
Roldão, Romão, Romeiro, Rosário, Rosa, Rosas, Rosado, Ruivo, Ruiz.
Sá, Saldanha, Salvador,Samora,
Sampaio, Samuda, Sanches, Sandoval, Santarém, Santiago, Santos, Saraiva,
Sarilho, Saro, Sarzedas, Seixas, Sena, Semedo, Sequeira, Seralvo, Serpa ,
Serqueira, Serra, Serrano, Serrão, Sorveira, Silva, Silveira, Simão, Simões,
Siqueira, Soares, Sodenha, Sodré, Soeyro, Sola, Solis, Sondo, Soutto-Mayor,
Souza.
Tagarro, Tareu, Tavares,
Taveira, Teixeira, Telles, Thomás, Toloza, Torres, Torrones, Tola, Tourinho, Tovar,
Trigillos, Trigueiros, Trindade.
Uchfla
Valladolid, Valle, Valença,
Valente, Vareja, Vargas, Vasconcellos, Vasques, Vaz Veiga, Velasco, Vellez,
Velho, Veloso, Vergueiro, Vianna, Vicente,Viegas,Vieira,Vigo,
Vilhalva,Vilhegas, Villena, Villa, Villalão, Villa-Lobos, Villanova, Villar,
Villa-Real, Villella, Vizeu.
Xavier, Ximenes.
Zuriaga.
http://www.anussim.com.br/marranismo/sobrenomes-judaico-portugueses.php
Costumes dos Anussim
nas tradições familiares
Do século XVI ao século XVIII, judeus
portugueses foram forçados se converter ao Catolicismo. Eram levados até pias
batismais a força, muitas vezes até mesmo puxados pelas barbas. Esses judeus
eram chamados de “cristãos-novos”. Muitos desses judeus continuaram praticando
Judaísmo escondidos, apesar de na rua parecerem cristãos católicos. Esses, que
continuaram mantendo costumes judaicos, receberam o nome de “marranos” (palavra
que significa “porco”). Com o passar do tempo e com a militância do “Santo Ofício”,
mesmo sob ameaças de tortura em porões de Igrejas e até mesmo de morte na
fogueira, eles preservaram suas tradições de uma forma adaptada, mas que ainda
assim servia para identificá-los como judeus.
Em 1500, o Brasil é descoberto e desde
a chegada de Cabral e começam a vir ao Brasil judeus, que logo ja eram
milhares, que foram forçados a conversão no Cristianismo. Um a cada quatro com
“nome português”, era judeu. Grande parte do “povo brasileiro” de hoje descende
destes judeus portugueses e é possível encontrar milhares de descendentes
diretos ou indiretos deles.
Em 1997, o Professor Eduardo Mayone
Dias, professor emérito da Universidade da Califórnia (UCLA), sugeriu uma lista
de perguntas e de costumes que podem indicar uma possível origem judaica de uma
família. A lista obviamente é incompleta, pois não abrange todos os costumes
possíveis. Na verdade ainda há muito o que se acrescentar, embora boa parte dos
principais costumes estejam listados. São apresentadas aqui práticas
possivelmente já esquecidas pelas tradições familiares no decorrer dos tempos.
Se você possui um sobrenome "português" (principalmente dos que
constam em nossa lista de ", compare tais práticas com as tradições de sua
família, se possível com a ajuda dos familiares mais antigos que possuir (pais,
tios, avós, bisavós e outros familiares mais antigos) e verifique sua
possível ascendência judaica.
Família
- Alguém, pai, avô, ou outro parente, já falou algo sobre a família
ser de judeus?
- Alguém da família fala/falava alguma língua desconhecida? Parecia
com o espanhol? Era totalmente desconhecida?
- Algum parente evita ou evitava igrejas católicas? As Igrejas, mesmo
católicas, que os familiares frequentavam não tinham imagens? As Igrejas
tinham divisão, com local para os homens e local para as mulheres ficarem?
Qual a relação dos familiares com a igreja católica e com os membros do
clero? (uma relação de aversão, ironia, chacota, raiva, desprezo pode
indicar origem judaica).
- Alguém da família participava de reuniões secretas, ou de encontros
onde só homens ou só os pais podiam ir? Ou de algum grupo de oração
secreto?
- Os nomes bíblicos são/eram comuns entre os familiares?
- Era comum o casamento consangüíneo? Tataravós, bisavós, avós, pais
ou familiares casaram entre primos e/ou tio com sobrinha.
Ritos de Nascimento e Infância
- Colocar a cabeça de um galo em cima da porta do quarto onde o
nascimento iria acontecer.
- Depois do nascimento, a mãe não deveria descobrir-se ou mudar de
roupas durante 30 ou 40 dias. Ela deveria permanecer em repouso em sua
cama, e afastada do contato com outras pessoas, pois segundo a Lei, a
mulher fica impura durante vários dias após um parto (Levítico 12).
Parecida com esta prática é a de afastar-se do contato com o esposo no
período menstrual, em que também é considerada impura (Levítico 15.
19-33).
- Ainda durante esses trinta dias, a mulher só comia frango, de
manhã, de tarde e de noite. Dava “sustância”, força para a recuperação.
- Lançar uma moeda prateada na primeira água de banho do bebê.
- Dizer uma oração oito dias depois de nascimento na qual o nome do
bebê é citado. Realizar a circuncisão ou mesmo batizar o menino ao oitavo
dia de nascido.
- Acender alguma vela ou lamparina no quarto onde o parto ia
acontecer, porque o menino não podia ficar no escuro até ser batizado (ou
circuncidado).
- Logo após o batismo, raspar o óleo da crisma e colocar sal na boca
da criança.
Ritos Matrimoniais
- Os noivos e seus padrinhos e madrinhas deveriam jejuar no dia do
casamento.
- Na cerimônia, as mãos dos noivos eram envoltas por um pano branco,
enquanto fazia-se uma oração.
- Da cerimônia seguia-se uma refeição leve: vinho, ervas, mel, sal e
pão sem fermento.
- Noivo e noiva comiam e tomavam do mesmo prato e copo.
Refeições
- A prática de jejuns era comum.
- Era proibido comer carne com sangue. Às vezes também se retiravam
os nervos, com uma faca especial para tal.
- O sangue caído ao chão no abate do animal era coberto com terra ou
mesmo propositalmente derramado todo ao chão e depois coberto com terra.
- A faca usada no abate de animais era testada na unha.
- Ovos com mancha de sangue eram jogados fora.
- Não se comia carne de porco, pois é considerada impura.
- Não era permitido cozinhar carne e leite juntos. Ás vezes
esperava-se um tempo entre a ingestão do leite e da carne.
- Comia-se apenas comida preparada pela mãe ou pela avó materna.
- Um menino jejuava durante 24 horas antes de completar 7 anos.
- Costumava-se beijar qualquer pedaço de pão que cai no chão.
- Era proibido comer carne de animal de sangue quente que não tivesse
sido sangrado. Havia certas restrições quanto aos tipos de peixe
comestíveis: os peixes “de couro” (sem escamas) não serviam para consumo,
e às vezes só os peixes do mar podiam ser ingeridos. Moluscos e mariscos
também eram proibidos.
Costumes
- Acender velas nas sextas-feiras à noite.
- Celebrar a Páscoa, e jejuar durante a Semana Santa. As datas da
Páscoa Cristã e da Páscoa judaica frequentemente coincidem.
- Limpar a casa nas sextas-feiras durante o dia.
- Era proibido fazer qualquer coisa na sexta-feira à noite (até mesmo
lavagem de cabelo).
- Realizar alguma reunião familiar nas sextas-feiras à noite.
- Aos sábados, velas eram acesas diante do oratório e deveriam
queimar até o fim do dia.
- Evitar trabalhar aos sábados. Sábado era o dia do banho bem tomado
e de vestir roupas novas.
- Dizeres comuns: “O Sábado é o dia da glória”, ou “Deus te crie”
(HayimTovim), para quando alguém espirrava.
- Comemorações diferentes das católicas, como o “Dia Puro”
(YomKippur) ou algum feriado de Primavera. Era costume de alguns acender
no Natal oito velas.
- Quando acontecia algo ruim, rasgavam-se as vestes.
- Um costume ainda muito comum hoje em dia era varrer o chão longe da
porta, ou varrer a casa de fora pra dentro, com a crença de que se o
contrário fosse feito as visitas não voltariam mais. Na verdade esta
prática está ligada ao respeito pela Mezuzah (caixa com texto bíblico),
que era pendurada nos portais de entrada, e passar o lixo por ela seria um
sacrilégio.
- Pedir a benção para os pais na hora da saída e da chegada em casa.
Normalmente ao abençoar um filho, neto ou sobrinho, costumava-se fazer com
a mão sobre a cabeça.
- Como o dia judaico começa na noite do dia anterior, o início de um
dia era marcado pelo despontar da primeira estrela no céu. Então o sábado
começava com o surgir a primeira estrela no céu na sexta-feira. Se uma
pessoa demonstrasse alguma reação publicamente com relação a tal estrela,
ela seria alvo de suspeitas. Um adulto consegue conter-se, mas uma criança
não. Então ensinava-se às crianças a lenda de que apontar estrelas fazia
crescer verrugas nos dedos.
- Tradição de seguir as fases da lua (Salmo 104.19), correlacionando
com o ciclo agrícola.
- Deixar restos de grãos nas lavouras para os pobres.
- Tradição de não jogar alimentos fora e aproveitar tudo.
- Prática de usura (empréstimos com juros), tanto em dinheiro como
objetos e coisas. Atração pelo comércio e por pedras preciosas (ex: ouro e
prata). Destaque pelo excesso de trabalho, ganância e inteligência.
- Mantinham-se unidos e transmitiam as tradições familiares aos
filhos. Os filhos eram educados e recebiam educação religiosa (costume
antigo, com fim de despistar inquisidores). Em geral eram religiosos, com
fé, mas sem santos e imagens.
- Antes de beber, jogar um pouco de bebida para o santo (tradição com
origem no vinho derramado para Elias no ritual de Pêssach, a Páscoa
Judaica).
·
O uso de barba cerrada sempre foi um costume judaico.
- Uso de expressões como “Que massada” (uma fortaleza judaica que foi
destruida), ou “pagar a siza” (sizá é imposto em hebraico) ou “fazer
mezuras” (reverência à mezuzah). Ainda expressões como “a carapuça
serviu”, que é referência aos chapéus usados por judeus na Idade Média
para diferenciar dos não judeus.
- Lavar as mãos antes de refeições, seja por pureza ou higiene.
- Uso de objetos como Estrela de Davi (estrela de 6 pontas), usada em
paredes e em jóias, algumas vezes era vista como amuleto.
Ritos Fúnebres
- Cobrir todos os espelhos da casa.
- Toda a água da casa do defunto era jogada fora.
- Cortar as unhas do defunto como também alguns fios de cabelo e
envolver tudo em um pedaço de papel ou pano.
- Lavar o corpo de um morto. Normalmente com água trazida da fonte em
um recipiente novo, que nunca tenha sido usado, e vestir o corpo em roupas
brancas, as mortalhas.
- O corpo era velado durante um dia, e então uma procissão levava-o à
igreja e de lá ao cemitério.
- Jogar um punhado de terra sobre o caixão, quando esse era descido à
sepultura.
- A casa então era lavada.
- Durante uma semana manter-se-ia o quarto do finado iluminado.
- A casa da família enlutada fechada ao máximo, durante uma semana,
com incenso queimando pelos cômodos. Quase ninguém entrava ou saía durante
esse período.
- Os homens não se barbeavam durante trinta dias.
- Manter o lugar do defunto à mesa, encher o prato dele ou dela e dar
a comida a um mendigo.
- Não comer carne durante uma semana depois de uma morte na família.
- Jejuar no terceiro e oitavo dia e uma vez a cada três meses durante
um ano.
- Colocar comida perto da cama do falecido.
- Fazer a cama do falecido com linho fresco e queimar uma luz perto
dela durante um ano.
- As parentes mulheres deveriam cobrir suas cabeças e esconder as
faces com uma manta.
- Ir para o quarto do defunto por oito dias e dizer: "Que Deus
te dê uma boa noite. Você foi uma vez como nós, nós seremos como
você".
- Passar uma moeda de ouro ou prata em cima da boca do defunto, e
então dá-la a um mendigo. Passar um pedaço de pão em cima dos olhos do
defunto e dá-lo a um mendigo.
- Dar esmolas em toda esquina antes da procissão funerária chegar ao
cemitério.
- Ter várias luzes iluminando em véspera de Dia Puro, em memória do
defunto.
- Em algumas cidades havia o chamado “abafador”, que deveria ajudar
alguém gravemente doente a ir embora antes que um médico viesse examiná-lo
e descobrisse que o enfermo é judeu. O abafador, a portas fechadas,
sufocava o doente, proferindo calmamente a frase “Vamos, meu filho, Nosso
Senhor está esperando!”. Feito o trabalho, o corpo era recomposto e o
abafador saía para dar a notícia aos parentes: “ele se foi como um
passarinho...”.
- Jurar pelo descanso de um morto querido ou pela alma da mãe ou do
pai.
OBS: ESSA PUBLICAÇÃO É COMO A MELHOR DAS INTENÇÕES,
PARA DEIXAR TODOS INFORMADOS SOBRE O POVO JUDEUS. JRS.
Cronologia Histórica da
Comunidade Judaica Ibero-Brasileira
Entre os Séculos XII e XIII - Época de maior esplendor judaico na península ibérica, na
Espanha.
1147- D. Afonso Henrique, na tomada de Santarém dos Mouros, encontrara
ali proeminente colônia judaica, com autonomia em Portugal, numerosos durante
toda a Idade Média.
Início do Século XIII - Tribunais do Santo Ofício da Inquisição, na Espanha
1383- Representantes da Aristocracia Burguesa, os chamados
"homens bons", apresentam reivindicações à Rainha de Portugal, dentre
elas uma que exigia a retirada dos judeus dos oficiais públicos. O "Mestre
de Avis" (futuro D. João I) defende os judeus da "Gente Miúda"
(um grupo do povo com motivos revolucionários).
Meados do Século XIV - Desencadeia na Espanha, perseguições aos judeus pelo baixo
clero.
1391- Meados do sec. XV- Um Clérigo fanático declara um
"Progon" em Sevilha, milhares de judeus morrem e são forçados a se
converterem ao catolicismo na Espanha.
1449- É posto em vigor a primeira lei de "limpeza de
sangue", os judeus são proibidos de ter acesso a inúmeros cargos públicos,
honras e profissões na Espanha.
1449- O corregedor de Lisboa manda açoitar publicamente certos
cristãos, que tinham insultado judeus na rua.
1478- Para combater o "marranismo" os Reis Católicos obtêm
do Papa, uma bula instituindo a "Inquisição em Castela", na Espanha.
1487- O primeiro livro impresso em Portugal foi a Torá (Pentateuco) em
caracteres hebraicos.
1480-1492- Período de grande perseguição, nestes anos cresceu um estado de
miséria por toda comunidade judaica na Espanha.
1491-1492 - Os Reis Católicos
ordenam a expulsão dos judeus da Espanha; muitos vão para Portugal e para o
Norte da África
1492- Desaparecimento dos judeus mosaicos e judeus marranos na
Espanha.
1495-1496- D. Manuel por casar com a filha dos "Reis Católicos"
(Rainha Isabel) comprometeu-se em expulsar os judeus que viviam em seu reino.
1495- Os judeus recém chegados à Portugal pela expulsão espanhola se
tornavam escravos, mas D. Manuel
deu-lhes liberdade quando subiu ao trono.
1496 - O Rei D. Manuel declara
a expulsão dos judeus que não aceitassem ser batizados; nada muito ofensivo,
era apenas uma estratégia política (cumprimento de seu compromisso com os reis
católicos).
1496-1497 - Crianças judias menores
de 14 anos foram obrigadas a se batizarem e foram adotadas por famílias cristãs
(católicas).
1497 - (04 de Maio). Saiu uma
lei que proibia que se fizessem indagações sobre crenças dos novos convertidos.
1499 - (21 e 22 de Abril).
Proibição da imigração de cristãos-novos de Portugal por D. Manuel.
1500 - O Brasil é descoberto
pela Esquadra de Pedro Álvares Cabral, abrindo-se, assim, um "Mar
Vermelho" para os judeus portugueses que corriam risco de vida.
1503 - O judeu Fernando de
Noronha lidera um grupo de judeus portugueses e apresenta a D. Manuel a
primeira proposta de colonização do território brasileiro.
1506 - Milhares de judeus foram
assassinados e queimados barbaramente pelo Progon de Lisboa.
1507 - (01 de Março). Lei que
abolia qualquer discriminação aos cristãos-novos, permitindo-lhes os mesmos
direitos dos cristãos-velhos.
1515 - (26 de Agosto). D.
Manuel pede ao Papa uma inquisição segundo o modelo de castelhana.
1516 - D. Manuel distribui
ferramentas aos que mudassem para o Brasil. Ele queria implantar engenhos de
cana nesta terra "recém descoberta". Milhares de judeus aproveitam
esta oportunidade.
1524 - D. João III confirma as
leis de D. Manuel contra a discriminação.
1524 - (Junho). Assassínio de
Firme Fé. (12 de dezembro). Lei em confirmação da de Março de 1507,
sobre os direitos iguais dos conversos.
1525 - Instrução a D. Martinho
de Portugal, para pedir ao Papa a Inquisição.
1531 - Dita para Braz Neto, com
o mesmo fim. (17 de Dezembro). Frei Diogo da Silva nomeado primeiro Inquisidor.
1531 - Martin Afonso de Souza,
discípulo do judeu Pedro Nunes Português, foi mandado pelo Rei D. João III para
a primeira expedição sistemática colonizadora.
1531 - Terremoto em Portugal.
Os frades de Santarém diziam ser um castigo de D-us pela tolerância quanto à
permanência dos judeus no seu seio.
1532 - (14 de Junho). Proibição
por 03 anos de saírem do Reino os cristãos-novos.
1533 - Martin Afonso de Souza
funda o primeiro engenho de açúcar no Brasil.
1534-1560 - Período de crise no
monopólio português.
1535 - (14 de Junho). A mesma
proibição de 1532 é renovada por outros três anos. (12 de Outubro). Paulo III
concede perdão geral aos culpados de judaísmo.
1536 - (Janeiro). Tentativa de
morte de Duarte da Paz. (23 de Maio). Bula de Paulo III que institui a Inquisição
em Portugal. São isentos por dez anos de confiscação os bens dos réus
condenados. (22 de Outubro). Publica-se em Évora o estabelecimento da
Inquisição. 1540 - (20 de Setembro). Primeiro auto da fé em Lisboa.
1544 - (22 de Setembro). Paulo
III manda suspender a execução das sentenças do Santo Ofício.
1546 - (08 de Agosto).
Prorroga-se por mais um ano a isenção dos confiscos.
1547 - (15 de Junho). Renova-se
por mais três anos a proibição de saírem do Reino os cristãos-novos. (11 de
Maio). Segundo perdão geral. (16 de Julho). Bula de Paulo III restabelecendo a
Inquisição. Suspende-se por mais dez anos a pena de confisco.
1558 - Prolonga-se por mais
outros dez anos a concessão acima.
1560 - Inaugura-se a Inquisição
em Goa.
1567 - (30 de Junho). Alvará
que proíbe saírem do Reino, por mar ou por terra, os cristãos-novos.
1573 - (02 de Junho). Renova-se
a proibição.
1577 - (21 de Maio). Anula-se a
mesma. (05 de Junho). A coroa concede, por dez anos, a isenção dos confiscos, a
troco de um serviço de 225 mil cruzados.
1577 - Término do domínio
espanhol sobre Portugal. Muitos judeus vieram para o Brasil direto da Península
Ibérica. Alguns destes foram para a América do Norte, Holanda e América
Espanhola.
1579 - (19 de Dezembro). São
restabelecidos os confiscos.
1580 - (18 de Janeiro).
Revoga-se a permissão de livre saída do Reino.
1587 - (26 de Janeiro). Lei que
confirma a antecedente, e todas as anteriores de sentido igual.
1591 - Primeira visitação do
Santo Ofício ao Brasil.
1591 - O Santo Ofício continha
um documento que denunciava práticas judaicas e ritos judaicos.
1591-1618 - Os judeus se espalharam
por todo o Brasil, principalmente para o Sul.
1601 - (04 de Abril). Licença
para a saída do Reino e promessa de nunca mais se renovar a proibição. Serviço
de 170 mil cruzados.
1605 - (16 de janeiro). Perdão
geral. Donativo de 1.700.000 cruzados.
1610 - (13 de Março). Retira-se
a concessão de saída de 1601.
1618 - Segunda visitação do
Santo Ofício ao Brasil.
1624 - Primeira condenação de
25 judeus cristãos-novos pela Inquisição de Lisboa.
1626 - Visitação a Angola.
1627 - (19 de Setembro). Édito
de graça.
1629 - (23 de Maio). Junta dos
prelados em Tomar. Primeira reunião. (17 de Novembro). A livre saída do Reino
definitivamente restabelecida.
1630 - (15 de Janeiro).
Sacrilégio de Santa Engrácia.
1631 - Projetos de expulsões e
outros contra apóstatas.
1637-1644 - Tempos áureos para os
judeus no governo holandês de Maurício de Nassau. Neste período, funda-se a 1ª
Sinagoga "Zur Israel", em Pernambuco, quando vem da Holanda o 1º
rabino de descendência portuguesa Isaac Aboab da Fonseca.
1649 - (06 de Fevereiro).
Alvará que isenta da confiscação a fazenda dos cristãos-novos. Contrato com a
Companhia do Brasil.
1654 - Portugal retoma o
domínio de Pernambuco, expulsando os judeus.
1654 - O 1º Judeu cristão-novo
Antônio Félix de Miranda, dossiê 5002, é deportado para Portugal, condenado e
queimado em Lisboa.
1657 - (02 de Fevereiro).
Alvará que revoga o antecedente.
1671 - (11 de Maio). Roubo da
matriz de Odivelas. (22 de Julho). Decreto de expulsão dos apóstatas
penitenciados.
1674 - (03 de Outubro).
Clemente X priva do exercício os Inquisidores.
1678 - (24 de Dezembro).
Inocêncio XI suspende o funcionamento das Inquisições.
1681 - (22 de Agosto). O Santo Ofício
é restabelecido como anteriormente era.
1682 - (18 de Janeiro). Auto da
fé em Coimbra, o primeiro depois da interdição.
1683 - (09 de Setembro). Lei de
expulsão dos heréticos penitenciados.
1765 - (27 de Outubro). Último
auto da fé público; último em que sai um judaizante.
1768 - (05 de Outubro). Lei
pombalina (Marquês de Pombal) contra os chamados Puritanos.
1773 - (25 de Maio). É abolida
a distinção de cristãos-velhos e cristãos-novos.
1774 - (01 de Setembro). Último
regimento do Santo Ofício.
1770-1824 - Período de liberalização
progressiva, queda da imigração judaica e gradual assimilação dos judeus.
1824-1855 - Fase da assimilação
profunda, subsequente à cessação completa da imigração judaica homogênea e à
igualização total entre judeus e cristãos perante a lei.
1855-1900 - Período pré-imigratório
moderno, caracterizado pelas primeiras levas de imigrantes judeus, oriundos,
sucessivamente, da África do Norte, da Europa Ocidental, do Oriente Próximo e
mesmo da Europa Oriental, precursores das correntes caudalosas que, nas
primeiras décadas do século XX, viriam gerara e moldar a atual coletividade
israelita do país.
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