sábado, 26 de outubro de 2013

OS EVANGÉLICOS NO BRASIL OU PROTESTANTES





OS PROTESTANTES E LUTERO.
1532: Protestantes ganham liberdade de religião
No dia 23 de julho de 1532, foi assinado o acordo conhecido como Nürnberger Anstand (Paz de Nurembergue). Ele garantia liberdade de religião aos evangélicos que colaborassem na guerra contra os turcos.
Ex-mosteiro de Wittenberg, onde Martinho Lutero residiu a partir de 1524
Após a fixação das teses da Reforma Protestante, em 31 de outubro de 1517, por Martinho Lutero, ainda demorou muito para que a nova religião se impusesse na Alemanha e obtivesse o reconhecimento da Igreja Católica. Em 30 de maio de 1518, Lutero enviou suas teses ao papa Leão 10º, pois estava convicto de que o sumo pontífice iria apoiá-lo.
No dia 3 de janeiro de 1521, Lutero foi oficialmente excomungado da Igreja Católica (Édito de Worms). Numa época em que Estado e Igreja eram fortemente aliados, não tardou para que Lutero e seus seguidores tivessem também os direitos civis cassados, o que acabou acontecendo em 26 de maio daquele mesmo ano.
Lutero exilou-se, secretamente, no Castelo de Wartburg, com o apoio de Frederico, o Sábio, príncipe-eleitor da Saxônia. No exílio, Lutero trabalhou no seu maior legado: em dois meses traduziu a Bíblia para o alemão. Em 1518, o reformador havia conhecido aquele que seria seu braço direito no processo da Reforma: o estudioso alemão Philipp Melanchthon.
Carlos 5º, rei da Espanha e imperador do Sacro Império Romano da Nação Germânica a partir de 1530, ordenou aos teólogos católicos a elaboração de uma refutação da confissão dos evangélicos. Esta refutação foi apresentada à Dieta de Augsburg no dia 3 de agosto. Ela exigia apenas a submissão dos evangélicos à autoridade da Igreja Romana. Mais do que nunca, tornou-se evidente que as diferenças entre as duas Igrejas eram profundas e inconciliáveis.
Ainda em Augsburg, Melanchthon redigiu uma apologia à confissão. Carlos 5º não a aceitou, por achar que os protestantes deveriam capitular. A Dieta lhes concedeu o prazo até 15 de abril de 1531 para voltarem ao seio da igreja romana e exigiu rigoroso cumprimento do Édito de Worms.
Necessidade de aliança militar
Embora desaconselhada por Lutero, foi constituída em fevereiro de 1531 uma poderosa agremiação política dos príncipes luteranos, denominada Liga de Esmalcalde (em referência à cidade na Turíngia, leste alemão). Porém, em vista do perigo representado pelo Exército turco às portas do império, em Viena, o imperador dependia da ajuda militar dos príncipes protestantes.
A liberdade religiosa aos protestantes foi tolerada com a assinatura da Paz de Nurembergue, em 23 de julho de 1532. Essa tolerância seria dada até a realização de um concílio da Igreja. O papa Paulo 3º, no entanto, empenhou-se com todos os meios para evitar que este concílio se realizasse em território germânico. O Concílio de Mântua, convocado por Paulo 3º, em 1537, para "exterminar a peste luterana", como ele próprio se expressou, acabou não acontecendo.
Como os nobres protestantes estavam convictos de que o encontro não seria livre, negaram-se a participar do Concílio de Trento (1545 - 1563), que desencadeou a contra-reforma, no pontificado de Paulo 3º.
Somente a Paz de Augsburg, em 1555, atendeu, de certa forma, aos anseios dos protestantes, pois incluiu a tolerância religiosa nos seguintes termos: os príncipes e cidadãos do império respeitariam a filiação religiosa de cada um e o povo teria a opção de adotar a confissão religiosa do respectivo domínio ou de emigrar a território que tivesse a confissão desejada.
 "NO BRASIL TEMOS MUITAS IGREJAS DE ORIGEM PROTESTANTE; QUE TAMBÉM SÃO CHAMADOS DE EVANGÉLICOS  OS EVANGÉLICOS SÓ ACEITA A AUTORIDADE DA BÍBLIA SAGRADA. NO BRASIL EXISTE MUITAS E MUITAS E IGREJAS COM NOMES E LITURGIAS DIFERENTES UMAS DA OUTRA; MAIS NA SUA MAIORIA SÓ TEM A BÍBLIA SAGRADA COMO REGRA DE FÉ E PRATICA. AQUI A RELIGIÃO CATÓLICA NÃO É EVANGÉLICA E SIM UMA INSTITUIÇÃO COMO NOME DE IGREJA, ONDE SE VIVE E PRATICA A ADORAÇÃO A ÍDOLOS DE, E  OBJETOS NAS MISSAS, CULTUA MARIA, OU MELHOR CULTUAM UMA ESTATUA DIZENDO QUE É MARIA; ESSA senhoras TEM VÁRIOS NOMES, MAIS PARA ENGANAR O POVO ELES (A CÚPULA CATÓLICA) DIZEM QUE É MARIA, MAIS NÃO É; E MESMO SE FOSSE MESMO ASSIM SERIA E É PECADO, PORQUE ADORAÇÃO SOMENTE  A DEUS ATRAVÉS DE JESUS CRISTO; A RELIGIÃO CATÓLICA VIVE UM FALSO CRISTIANISMO, OU SEJA, PAGANISMO COM CAPA DE CRISTIANISMO. O VERDADEIRO CRISTIANISMO: ADORA UM SÓ DEUS (ADONAI) É UM SÓ SENHOR JESUS CRISTO (YESHUA HAMASHIACH; EM COMUNHÃO O RUACH HAKODESH). AMEN. 

MARTINHO LUTERO E IGREJA CATÓLICA





EX-COMUNHÃO?
1521: Excomunhão de Martinho Lutero
Em 3 de janeiro de 1521, o papa Leão 10 excomunga o teólogo alemão Martinho Lutero. É o clímax do conflito entre duas visões da religião cristã que acabará resultando numa das mais importantes cisões do Cristianismo.
Gravura mostra Martinho Lutero traduzindo a Bíblia para o alemão
Em 1514, o padre Martinho Lutero assume, aos 31 anos, a igreja de Wittenberg. Durante seu trabalho, ele constata que muitos dos cidadãos preferem comprar cartas de indulgência a confessar-se com ele. Essas indulgências são vendidas nas feiras livres, e, negociando com o pecado, a Igreja arrecada o capital de que precisa urgentemente. Conta-se que o monge dominicano Johann Tetzel anunciava: "Quando o dinheiro cair na caixinha, o Céu estará recebendo a sua alminha".
O jovem Lutero fica enojado com esse comércio. Ele crê na confissão, e que todos devem poder confiar na graça divina. Em outubro de 1517, envia 95 teses a seus superiores eclesiásticos. Conta a lenda que Lutero pregou as teses com estrondosos golpes de martelo na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. O documento é logo impresso e distribuído entre a gente de Leipzig, Nurembergue e da Basileia.
O rompimento com Roma
Em 1518, Roma abre um processo por heresia contra Lutero. Dois anos mais tarde, o papa Leão 10 ameaça puni-lo caso não revogue suas teses; em dezembro de 1520, o rebelde queima a bula papal em protesto, além de um livro de leis católicas e várias obras de seus opositores.
Agora Martinho Lutero rompera definitiva e irreversivelmente com Roma. Quando Leão 10 fica sabendo do escandaloso espetáculo de incineração, não hesita: em 3 de janeiro de 1521 lança sobre o reformador a maldição da excomunhão. O pregador das indulgências, Tetzel, pede a fogueira para Lutero.
Entretanto, alguns príncipes colocam-se do lado do líder protestante. Eles crêem que através dele será possível limitar o poder de Roma. E convencem o imperador a convidá-lo para ir à corte em Worms.
Em abril de 1521, Lutero põe-se a caminho e, ao contrário do que desejaria a Igreja Católica, é recebido com entusiasmo durante todo o trajeto. Ele prega em Erfurt, Gotha e Eisenach, antes de ser celebrado pelos habitantes de Worms.
Na corte, o imperador insiste em que o teólogo retire as suas críticas, porém este responde: "Através das passagens das Escrituras estou preso às palavras de Deus. Portanto, não voltarei atrás, pois agir contra a consciência não é seguro nem saudável. Que Deus me ajude. Amém".
A guarida em Wartburg
Após deixar Worms, Martinho Lutero está protegido por um salvo-conduto que o resguarda de ser imediatamente preso. Porém, o imperador declara-o fora da lei e, portanto, exposto ao cárcere e à destruição de seus escritos.
Durante a viagem de volta, contudo, a firmeza de caráter do reformador é recompensada: o príncipe-eleitor da Saxônia, Frederico, o Sábio, manda seqüestrá-lo, conferindo-lhe guarida no isolado castelo de Wartburg.
Lá o ex-padre católico começa a traduzir a Bíblia para o alemão. A obra de Lutero não pode mais ser detida. Embora nenhum dos príncipes em Worms saiba disso, começa a Reforma, a Idade Média chega ao fim, desponta a Idade Moderna. E, do protesto do reformador, nasce a Igreja Protestante.
 








NAS IGREJAS EVANGELICAS TEM AINDA MUITO ANTISSEMITISMO

Antissemitismo(Significado de Antissemitismo

s.m. Repúdio aos semitas, nomeadamente, aos judeus.
Movimento ou ideologia política contrária aos judeus: o antissemitismo, mais conhecido como perseguição aos judeus.
(Etm. ant(i) + semitismo)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Antissemitismo é o preconceito ou hostilidade contra judeus baseada emódio contra seu histórico étnicocultural e/ou religioso. Na sua forma mais extrema, "atribui aos judeus uma posição excepcional entre todas as outras civilizações, difamando-os como um grupo inferior e negando que eles sejam parte da(s) nação(ões) em que residem". A pessoa que defende este ponto de vista é chamada de "antissemita".
O antissemitismo é manifestado de diversas formas, indo de expressões individuais de ódio e discriminação contra indivíduos judeus a violentos ataques organizados (Pogrons), políticas públicas ou ataques militares contra comunidades judaicas. Entre os casos extremos de perseguição estão a Primeira Cruzada de 1096, a expulsão da Inglaterra em 1290, aInquisição Espanhola, a expulsão da Espanha em 1492, a expulsão de Portugal em 1497, diversos pogroms, o Caso Dreyfus e, provavelmente o mais infame, o Holocausto perpretado pela Alemanha Nazista.
Embora a etimologia possa sugerir que o antissemitismo é direcionado a todos os povos semitas, o termo foi criado no final do século XIX naAlemanha como uma alternativa estilisticamente científica para Judenhass("Aversão a judeus"), sendo utilizada amplamente desde então.
Etimologia e uso
Uso
Apesar do uso do prefixo anti, os termos semita e antissemita não são diretamente opostos. O antissemitismo refere-se especificamente aopreconceito contra judeus em geral, apesar do fato de existirem outros falantes de idiomas semitas (isto é, árabesetíopes ou assírios) e de nem todos os judeus empregarem linguagem semita. O termo antissemita foi utilizado em algumas ocasiões para expressar o ódio a outros povos falantes de idiomas semitas, mas tal utilização não é amplamente aceita. Estudiosos defendem o uso sem hífen do termo antissemitismo para evitar provável confusão a respeito de o termo referir-se especificamente a judeus, ou a falantes de idiomas semitas como um todo. Emil Fackenhiem, por exemplo, apoiou a utilização sem hífen para "repelir a noção de que há todo um 'Semitismo' ao qual o 'anti-Semitismo se opõe".
Etimologia
Considerando a etimologia da palavra, antissemitismo significaria aversão aos semitas - segundo a Bíblia, os descendentes de Sem, filho mais velho de Noé - grupo étnico e lingüístico que compreende os hebreus, osassírios, os arameus, os fenícios e os árabes.
Mas, de fato, a palavra Antisemitismus foi cunhada, em língua alemã, no século XIX, numa altura em que a ciência racial estava na moda na Alemanha, e foi usada pela primeira vez já com o sentido de aversão aos judeus, pelo jornalista alemão Wilhelm Marr, em 1873, por soar mais "científica" do que Judenhass ("ódio aos judeus"). Há autores (como Gustavo Perednik) que preferem utilizar o termo judeofobia, significando "aversão a tudo o que é judaico". e esse tem sido o uso normal da palavra desde então. Tanto quanto pode ser confirmado, a palavra foi impressa pela primeira vez em 1880. Nesse ano, Marr publicou "Zwanglose Antisemitische Hefte" ("Livros casuais anti-semitas") e Wilhelm Scherer usou o termo Antisemiten(antissemitas) no jornal "Neue Freie Presse" de janeiro daquele ano. A palavra relacionada, "semitismo", foi cunhada por volta de 1885.
Raízes do antissemitismo
Desenho antissemita de Charles Lucien Léandre, reproduzindo a teoria da conspiração judaica que controla o mundo.
Muitos fatores motivaram e fomentaram o antissemitismo, incluindo fatores sociais, econômicos, nacionais, políticos, raciais e religiosos, ou combinações destes fatores.
Na Idade Média, as principais raízes do ódio contra judeus foram:
Religiosas (antijudaísmo), baseadas na pretensa doutrina da época da Igreja Católica de que os Judeus são coletivamente e permanentemente responsáveis pela morte de Jesus Cristo (verDeicídio, essa visão surgiu na Idade Média e não é mais aceitável pela Igreja Católica).
Sócioeconômicas, devido à ação de autoridades locais, governantes, e alguns funcionários da igreja que fecharam muitas ocupações aos judeus, permitindo-lhes no entanto as atividades de coletores de impostos e emprestadores, o que sustenta as acusações de que os Judeus praticam a usura.
Políticas, pela prática colonialista aplicada no Oriente-Médio após a Segunda Guerra Mundial.
Um dos grandes propagadores do antissemitismo no século XX foi o regime nazista alemão. Atualmente, o ódio ao judeu freqüentemente apoia-se em ideais nazistas, ainda que o pensamento antissemita seja muito mais antigo.
O antissemitismo contemporâneo
O antissemitismo nunca foi tão forte quanto nos dias de hoje e por outro lado nunca foi tão escondido. Hoje o mundo passa por uma conscientização coletiva sobre todos os tipos de preconceito existentes e o espaço para o antissemitismo ficou escasso e vergonhosos para quem o usa. Por isso, alem de suas formas clássicas, ele se apresenta em nossos tempos de duas novas formas. O Retroativo e o Descaracterizado.
Retroativo - Forma de usar o próprio antissemitismo para atacar o povo judeu, acusando-o de criar ou usar o antissemitismo para causar mal aos outros, criando assim um ambiente propicio para desenvolver o ódio aos judeus sem culpa.
Exemplo: Negacionismo(Acusar os judeus de criar sua própria perseguição no holocausto ou em outros eventos, com o propósito de dominar o mundo).
Descaracterizado - Acusar algo ou alguém que referencia-se a maioria do povo judeu.
Exemplo: Anti-sionismo(Acusar o estado judeu com falsas acusações de usar dos mesmos meios sofridos na história contro outros povos para desvalidar todo o antissemitismo anterior).

Filmografia
No documentário Defamation (em portuguêsDifamação), o cineasta judeu israelense Yoav Shamir apresenta uma visão crítica acerca do antissemitismo, que tem servido como bandeira para certos grupos oriundos das comunidades judaicas dos Estados Unidos, frequentemente aliados aos interesses da extrema direita israelense. Para desfrutar de certos poderes e privilégios ou para justificar ações do Estado de Israel contra a população palestina, esses grupos precisariam manter vivo o antissemitismo, seja como um perigo real, seja como ameaça imaginária. Segundo o documentário, muitos judeus, religiosos ou não, não concordam com a manipulação do sofrimento de seus antepassados em benefício desses grupos de influência. 
Antijudaísmo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Antijudaísmo é uma oposição ou hostilidade ao judaísmo e seus praticantes. Ele é distinto do anti-semitismo por ser baseado no repúdio, religioso ou de outro motivo, a práticas ou crenças da religião judaica, e não em supostos fatores raciais.
Antijudaísmo no Império Romano pré-cristão
No Império Romano , a religião era uma parte integrante do governo civil. Os imperadores proclamaram-se como deuses na Terra , e exigiam ser assim venerados. Isso criava dificuldades, não apenas para os judeus, mas também para os seguidores de Mithras, Sabazius, e os primeiros cristãos, que eram proibidos por suas crenças de venerar deuses de outras.
Crise sob Calígula (37-41) é tida como a "primeira ruptura aberta entre Roma e os judeus", apesar de os problemas já serem evidentes durante o Censo de Quirino em 6 e sob Sejano (antes de 31).
Após a Guerra Judaico-Romana (66-135), Adriano mudou o nome da província da Judéia para Síria Palaestina, e Jerusalém para Aelia Capitolina, na tentativa de apagar os laços históricos dos judeus com a região. Além disso, após 70, os judeus só eram autorizados a praticar a sua religião se pagassem o Fiscus Judaicus (imposto judaico), e depois de 135 foram impedidos de entrar em Jerusalém, exceto no dia do Tisha B'Av.
Flávio Clemente, hoje tido como mártir cristão, foi condenado à morte por "viver uma vida judaica", no ano de 95, o que pode ter sido relacionado com a administração do imposto judaico sob Domiciano.
O Império Romano adotou o cristianismo como religião do Estado com oÉdito de Tessalónica em 27 de Fevereiro de 380.
História do antijudaísmo cristão
Cristianismo primitivo e os judaizantes
O cristianismo iniciou a sua existência no século 1 como uma seita dentro do judaísmo, o chamados cristianismo judaico. Era visto como tal pelos primeiros cristãos, assim como pelos judeus em geral. A administração romana provavelmente também não teria visto qualquer distinção. É discutido entre os historiadores se o governo romano distinguia ou não entre cristãos e judeus antes que Nerva realizasse sua modificação do imposto judaico em 96. A partir de então, os judeus praticantes pagavam o imposto, mas os cristãos não.
O principal ponto de divergência entre a comunidade cristã primitiva e suas raízes judaicas era a crença cristã de que Jesus era o tão esperado Messias. Outro ponto de divergência foi o questionamento por parte da comunidade cristã da aplicabilidade contínua da Lei de Moisés (a Torá), embora o decreto apostólico da era apostólica do cristianismo parece fazer paralelo com as Leis de Noé do judaísmo. As duas questões vieram a ser ligadas a uma discussão teológica dentro da comunidade cristã, sobre se a vinda do Messias poderia anular algumas ou todas as leis bíblicas anteriores.
Após a aceitação de Jesus como o messias, a controvérsia quanto à circuncisão foi provavelmente o segundo problema no qual o argumento teológico foi feito em termos de anti-judaísmo; aqueles que defendiam que as leis bíblicas continuavam a ser aplicáveis eram chamados de "judaizantes" ou "fariseus" (por exemplo, em Atos 15:05). Os ensinamentos de Paulo de Tarso, cujas cartas compreendem grande parte do Novo Testamento, podem ser vistos como um esforço contra a judaização. No entanto, Tiago, o Justo, que após a morte de Jesus foi amplamente reconhecido como o líder da cristãos de Jerusalém, adorou no Segundo Templo em Jerusalém até sua morte em 62, 30 anos após a morte de Jesus.
A destruição do Segundo Templo, no ano de 70, levaria os cristãos a "duvidar da eficácia da lei antiga"; no entanto, Marcião de Sinope, que defendia rejeitar a totalidade da influência judaica sobre a fé cristã, seria excomungado pela Igreja de Roma em 144.
Polêmica antijudaica
Obras antijudaicas deste período incluem De Adversus Iudeaos por TertulianoOctavius por Marcus Minucius FelixDe Catholicae Ecclesiae Unitate por Cipriano de Cartago, e Instructiones Adversus Gentium Deos porLactâncio. A hipótese tradicional sustenta que o antijudaísmo destes primeiros pais da Igreja foi herdado da tradição cristã da exegese bíblica, embora uma segunda hipótese sustenta que o antijudaísmo dos primeiros cristãos foi herdado do mundo pagão.
Taylor observou que o antijudaísmo cristão teológico "emerge a partir de esforços da Igreja para resolver as contradições inerentes a sua apropriação simultânea e rejeição de diferentes elementos da tradição judaica".
Os estudiosos modernos acreditam que o judaísmo pode ter sido uma religião missionária nos primeiros séculos da era cristã, portanto, a concorrência pelas lealdades religiosas dos gentios alimentou o antijudaísmo. O debate e o diálogo mudaram de polêmica para ataques verbais e escritos amargos entre os dois grupos. A Tarfon (falecido em 135) é atribuída uma declaração sobre se pergaminhos poderiam ser deixados para queimar em um incêndio no sábado. Uma discutível interpretação identifica esses livros como o Evangelho: "Os Evangelhos devem queimar, pois o paganismo não é tão perigoso para a fé judaica como judeus cristãos". A anônima "Carta a Diogneto" foi a primeira obra apologética cristã da Igreja para lidar com o judaísmo. Justino, falecido em 165 dC, escreveu o Diálogo com Trifão, um debate polêmico afirmando a messianidade de Jesus, fazendo uso do Antigo Testamento em contraste com contra-argumentos de uma versão fictícia do rabino Trifão. "Durante séculos, os defensores de Cristo e os inimigos dos judeus não empregaram qualquer outro método" além destas obras apologéticas.
Embora o imperador Adriano tenha sido um "inimigo da sinagoga", o reinado de Antonino Pio começou um período de benevolência romana para a fé judaica. Enquanto isso, a hostilidade ao cristianismo continuou a se cristalizar: após Décio, o império estava em guerra com esta crença. Uma relação desigual de poder entre judeus e cristãos, no contexto do mundo greco-romano, "gerou sentimentos antijudaicos entre os primeiros cristãos." Sentimentos de ódio mútuo surgiram, em parte devido à legalidade do judaísmo no Império Romano; em Antioquia, onde a rivalidade era mais amarga, foram mais provavelmente os judeus que exigiram a execução dePolicarpo de Esmirna.
De Constantino até o século 8
Quando Constantino e Licínio emitiram o Édito de Milão, a influência do judaísmo estava desaparecendo na terra de Israel em favor do cristianismo, mas se ampliando fora do Império Romano, na Babilônia. Até o século III as heresias judaizantes estavam quase extintas no cristianismo. O Concílio de Niceia proibiu a celebração da Páscoa entre os cristãos.
Após derrotar Licínio, em 323 dC, Constantino mostrou clara preferência política pelos cristãos. Ele reprimiu o proselitismo judaico, e proibiu os judeus de circuncidar seus escravos. Os judeus foram impedidos de entrar em Jerusalém, exceto no Tisha B'Av (dia do aniversário da destruição do Segundo Templo) e somente depois de pagar um imposto especial (provavelmente o Fiscus Judaicus) em prata. Ele também promulgou uma lei que condenava à morte na fogueira os judeus que perseguiram seus apóstatas por apedrejamento. O cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano (ver cristandade ). "Mal se armou, [a Igreja] esqueceu seus mais elementares princípios e dirigiu seu braço secular contra os seus inimigos".
A partir de meados do século 5, o uso da apologética cessou com Cirilo de Alexandria. Esta forma de antijudaísmo tinha se provado fútil e muitas vezes servira para fortalecer a fé judaica. Com o cristianismo ascendente no Império, "os Padres, bispos, e sacerdotes que tinham de lutar contra os judeus trataram-nos muito mal". Hosius na Espanha; Papa Silvestre I; Eusébio de Cesaréia; os chamaram de uma seita perversa, perigosa e criminosa." Embora Gregório de Nissa meramente acusa os judeus como infiéis, outros professores são mais veementes. Santo Agostinho rotulou os talmudistas de falsificadores; Santo Ambrósio reciclou um antigo ataque anti-cristão e acusou os judeus de desprezar o direito romano. São Gerônimo Jerónimo de Strídonafirmava que os judeus eram possuídos por um espírito impuro. São Cirilo de Jerusalém afirmou que os patriarcas judeus, ou Nasi, eram uma raça inferior.
Todos estes ataques teológicos se combinaram nos seis sermões de São João Crisóstomo em Antioquia. Crisóstomo, um arcebispo de Constantinopla, era muito negativo no seu tratamento do judaísmo, embora muito mais hiperbólica de expressão. Enquanto o diálogo de Justino é um tratado filosófico, as homilias contra os judeus de São Crisóstomo são um conjunto mais informal e retoricamente forte de sermões. Realizados enquanto Crisóstomo ainda era um sacerdote em Antioquia, suas homilias faziam uma crítica mordaz da vida civil e religiosa judaica, advertindo os cristãos a evitar qualquer contato com o judaísmo ou o sinagoga, e manter distância dos festivais da religião rival.
"Há legiões de teólogos, historiadores e escritores que escrevem sobre os judeus o mesmo que Crisóstomo: Epifânio, Diodoro de Tarso, Teodoro de Mopsuéstia, Teodoreto de Chipre, Cosmas Indicopleustes, Atanásio, o Sinaíta entre os gregos; Hilário de Poitiers, Prudêncio, Paulus Orósio, Sulpício Severo, Gennadius, Venâncio Fortunato, Isidoro de Sevilha, entre os latinos ".
Do século IV a VII, enquanto os bispos se opunham ao judaísmo na escrita, o Império promulgou uma série de leis civis contra os judeus, por exemplo proibindo-os de exercer cargo público, e um imposto curial opressivo. Leis foram promulgadas contra a observância de sua crença; Justiniano chegou ao ponto de aprovar uma lei contra as orações diárias dos judeus. Tanto os cristãos e os judeus estavam envolvidos em turbas violentas nos últimos dias do Império.
O padrão em que os judeus eram relativamente livre em reinos pagãos até a conversão cristã do regente, como visto com Constantino, se repetiria nas terras além do Império Romano, agora em colapso. Sigismundo da Borgonha promulgou leis contra os judeus depois de chegar ao trono após sua conversão em 514; o mesmo ocorreu com Recaredo I, rei dos visigodos, em 589, o que teria efeito duradouro quando codificada porRecesvinto no Código Visigótico de Direito. Este código inspirou os judeus a colaborar com Tárique, muçulmano, em sua derrubada de Rodrigo, e sob os mouros, os judeus recuperaram suas liberdades religiosas.
Comparação com o anti-semitismo
No livro In Toward a Definition of Antisemitism, o historiador Gavin I. Langmuir estabeleceu uma diferenciação entre o antijudaísmo medieval, em que o judeu era detestado pelos cristãos por seguir um sistema de crenças concorrente, do anti-semitismo medieval, em que o judeu era visto como uma criatura irreal e demoníaca, um monstro criado por rumores.
No século VI, no Reino Visigótico de Toledo, as injustas coacções e imprudências que foram praticadas contra a comunidade judaica hispânica para forçá-los a abraçar a fé cristã levou à criação de um "problema judaico", que muito perturbou a vida desse reino.
icídio
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Deicídio significa literalmente "matar Deus" (do Latim Deus, "Deus" + -cida, "matar") e geralmente refere-se àexecução de Jesus pela crucificação.
Dimensões históricas e teológicas
A questão de quem é o responsável pela execução de Jesus possui ambos componentes históricos e teológicos. As fontes primárias para informações históricas e teológicas incluem a importância evangélica dos eventos que levaram a morte de Jesus. A questão teológica é compreendida nas escrituras do Novo Testamento tais como asEpístolas paulinas. As pesquisas históricas, entretanto, são auxiliadas ainda por outras fontes da antiguidade que explicam o envolvimento político e cultural na vida de Jesus. Embora os romanos supostamente tivessem o controle da Palestina na época da Judéia, era a elite judaica que decidia quando as rebeliões provinciais começavam, e temendo sua própria vida, Poncio Pilatos foi obrigado a lavar as mãos diante da ânsia popular judaica por destruir o suposto herege Jesus, que havia dito algo pecaminoso para o Judaísmo; que ele próprio era o Messias, e portanto para a Aristocracia Religiosa Judaica isto era uma inaceitável heresia, tal como se fosse mesmo verdade acabaria perdendo espaço e poder para o suposto profeta. Resultado: Para que os interesses da elite da Judéia fossem preservados em detrimento de um bode expiatório oriundo do povo comum, Jesus foi assassinado e assim tanto o Império quanto o Judaísmo saíram ganhando à curto prazo, porém à longo prazo, o cristianismo martircista iria endeusar o profeta, destruir Roma e perseguir os judeus de modo "a se vingar" do ocorrido.
Análises históricas sobre a morte de Jesus geralmente atribuem a responsabilidade tanto a:
1.   liderança Romana na Palestina
2.   liderança dos Hebreus na Palestina
Análises teológicas [Igreja Católica] de quem é responsável pela morte de Jesus apontam:
1.   Toda a humanidade através de sua pecaminosidade;
2.   Deus, por beneficiar as pessoas em geral;
3.   Deus, pelo benefício dos Eleitos em particular.
4.   Diabo, foi a primeira profecia registrada na Bíblia Gênesis 3:15.
Nazismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
nazismo, conhecido oficialmente na Alemanha como nacional-socialismo (em alemãoNationalsozialismus), é aideologia praticada pelo Partido Nazista da Alemanha, formulada por Adolf Hitler, e adotada pelo governo da Alemanha de 1933 a 1945, e esse período ficou conhecido como Alemanha Nazista ou Terceiro Reich.
No Brasil, como em vários outros países, a apologia ao nazismo é capitulada em lei como crime inafiançável.
O nazismo é frequentemente considerado por estudiosos como uma derivação do fascismo. Mesmo incorporando elementos tanto da direita política quanto da esquerda política, o nazismo é considerado de extrema direita. Os nazistas foram um dos vários grupos históricos que utilizaram o termo nacional-socialismo para descrever a si mesmos, e na década de 1920, tornaram-se o maior grupo da Alemanha.
Os ideais do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) são expressos no seu "Programa de 25 pontos", proclamado em 1920.
Entre os elementos-chave do nazismo, há o anti-parlamentarismo, o pangermanismo, o racismo, o coletivismo, a eugenia, oantissemitismo, o anticomunismo, o totalitarismo e a oposição aoliberalismo econômico e político.
Na década de 1930, o nazismo não era um movimento monolítico, mas sim uma combinação de várias ideologias e filosofias centradas principalmente no nacionalismo, no anticomunismo e no tradicionalismo. Alguns grupos, como strasserismo, faziam inicialmente parte do movimento nazista. Uma de suas motivações foi a insatisfação com o Tratado de Versalhes, que era entendido como uma conspiração judaica-comunista para humilhar a Alemanha no final da Primeira Guerra Mundial. Os males da Alemanha pós-guerra foram críticos para a formação da ideologia e suas críticas àRepública de Weimar pós-guerra. O Partido Nazista chegou ao poder na Alemanha em 1933.
Em resposta à instabilidade criada pela Grande Depressão, os nazistas procuraram um terceiro jeito de gerenciar a economia do seu país, sem que tenha ideais comunistas ou capitalistas. O governo nazista efetivamente acabou em 7 de maio de 1945, no Dia V-E, quando os nazistas incondicionalmente renderam-se às potências Aliadas, que tomaram a administração da Alemanha até que o país formasse o seu próprio governo democrático.
Etimologia
O nome do Partido Nazista era "National Sozialistische Deutsche Arbeiterpartei" (N.S.D.A.P.) ou em português,Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Apesar de o nome "socialista" ser utilizado, entretanto, sob o nosso atual entendimento de socialismo, o nazismo é radicalmente antissocialista ou anticomunista. O termo "National Sozialistische", que em alemão dá origem a "Nazismo" era utilizado como forma de se contrapor ao termo comunismo, ou socialismo internacional no sentido utilizado pelo marxismo. O nazismo pode ser considerado uma forma extrema de fascismo, muitas vezes chamado de nazifascismo. Os vários tipos de fascismos se identificam como antissocialistas.
 Hitler dizia que o termo "socialista" era uma palavra de origem alemã, correspondente a um modelo ideal de terras semicoletivas, semiprivadas que existia entre os antigos povos germânicos do 1º Reich, e afirmava queKarl Marx, um judeu, havia "roubado" esta palavra para sua teoria subversiva, o comunismo. Foi justamente para diferenciar a sua proposta de novo modelo de sociedade do socialismo primitivo, que Marx criou o termo comunismo (enquanto estágio pós-socialista). Hitler defendia o retorno ao "socialismo" germânico do 1º Reich. Assim, na Alemanha, havia uma disputa retórica e linguístico-formal entre nazistas e comunistas em torno do uso e do significado do termo "socialismo" na língua alemã.
Quando questionado o porquê de usar a palavra socialismo como parte do nome de seu partido, Adolf Hitler disse: "Por que eu iria forçar essas criaturas a se submeterem a uma disciplina rígida, da qual não conseguem escapar? Eles podem ter tantas terras ou usinas quanto querem, o importante é que o estado, por intermédio do partido, decida quanto às ações e atitudes, pouco importando, assim, que sejam proprietários ou operários. Compreendem, agora, que tudo isso não significa mais nada? Nosso socialismo tem uma forma de agir mais profunda. Não modifica a ordem das coisas, não faz senão mudar as relações dos homens com o estado (...) Que significado têm a partir de agora as expressões 'propriedade' e 'renda'? Por que teremos a necessidade de socializar os bancos e as usinas? Nós socializamos os homens!"
Definição
O sistema totalitário com um partido único e com um único líder foi definitivamente implantado no verão de 1934, quando Hitler, através de expurgos sangrentos dentro do partido e das organizações militares do partido, as SA, conseguiu o apoio total do exército e se nomeou, após a morte do presidente Hindenburg, chefe do Estado, chanceler, líder do partido e da nação, ditador único da Alemanha. O Nazismo consistia assim em um movimento que defendia a superioridade da raça ariana e a doutrina do "espaço vital" nacional necessário aos alemães. O racismo, no Nazismo alcança um patamar nunca alcançado na história, torna-se uma Política de Estado para eliminar outros povos considerados biologicamente inferiores. Isto porque Hitler julga que só a raça ariana é "depositária do progresso da civilização" e, portanto, como um povo de senhores, tem de conquistar e submeter as raças inferiores.
História
Adolf Hitler chegou ao poder enquanto líder de um partido político, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, ou NSDAP). Os termos Nazi ou Nazistasão acrônimos do nome do partido (vem de National Sozialist). A Alemanha deste período é também conhecida como "Alemanha Nazista" ("Alemanha Nazi" PE) e os partidários do nazismo eram (e são) chamados nazistas (nazis PE). O nazismo foi proibido na Alemanha moderna, muito embora pequenos grupos de simpatizantes, chamados neonazistas (neonazis PE), continuem a existir na Alemanha e noutros países. Alguns revisionistas históricos disseminam propaganda que nega ou minimiza o Holocausto.
Derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial e consequências
Nas palavras de Karl Dietrich Bracher, o Nazismo: como Hitler, foi o produto da Primeira Guerra Mundial, porém, recebeu sua forma e sua força daqueles problemas básicos da história alemã moderna que caracterizaram a difícil caminhada do movimento democrático.
 Em 1917 a Alemanha havia derrotado a Rússia, que se retira da guerra em meio à Revolução Bolchevique. Entretanto, o povo alemão também estava insatisfeito com a guerra que já durava tempo demais e havia consumido vidas demais.
Em 1918 tem início na Alemanha uma série de rebeliões populares, de trabalhadores e soldados, que, inspirados na Revolução Russa de 1917, pretendiam derrubar o governo e acabar com a guerra. Os movimentos mais fortes eram justamente os socialistas, organizados pelo grupo chamado de Spartakista ou Liga Spartacus, liderados por Rosa Luxemburgo que havia convivido com Lenin quando este morou na Alemanha. Quase simultaneamente, estouravam rebeliões de camponeses famintos no sul da Alemanha e na região da Bavária. Os comunistas quase tomaram o poder em janeiro de 1919. Entretanto durante todo o período 1917-1919 a ameaça da insurreição era constante e a elite temia que uma revolução popular pudesse acontecer a qualquer momento.
Apesar da guerra no front ocidental estar tecnicamente empatada, a entrada dos Estados Unidos a favor da Inglaterra e da França em 1917, começava a mudar a guerra contra a Alemanha. A elite alemã toma uma decisão desesperada: aceita um acordo de paz desfavorável para não correr o risco de ver uma revolução comunista na Alemanha.
Na década de 1920 os nazistas se levantam como novo bastião contra os socialistas e se utilizam do discurso anticomunista para conseguir doações dos banqueiros e industriais alemães para suas campanhas eleitorais. O Partido Nazista tinha assim dois grandes desafios político-ideológicos: explicar a derrota de um povo teoricamente superior e ao mesmo tempo conseguir um encontrar um culpado que não fossem os banqueiros alemães que agora financiavam as campanhas eleitorais do partido Nazista. Hitler construiu a solução na obra "Minha Luta", que refinou posteriormente em outros escritos do Partido Nazi. A solução era simples: Hitler argumentou que a Alemanha havia sido derrotada por uma grande conspiração internacional de judeus. Hitler criou uma maléfica e terrível conspiração de judeus de diferentes países (banqueiros judeus na Inglaterra e na França, associados com judeus comunistas na Rússia), que se uniram para derrotar a Alemanha. Hitler conseguiu com uma só teoria, explicar a derrota na Primeira Guerra Mundial.
A maior parte dos judeus que tinha condições econômicas suficientes, deixou a Alemanha quando Hitler tomou o poder em 1933-1934, logo são inciadas as primeiras perseguições generalizadas de judeus. Entretanto, a maior parte deles se sentiam mais alemães do que judeus e acreditavam que podiam convencer o restante da Alemanha disso. E a perseguição começou aos poucos, em 1933-1934, com a caça aos "judeus comunistas", acusados de provocar o incêndio no Reichstag. Isto permitiu à Hitler eliminar o principal partido de oposição (oPartido Comunista Alemão), prender e mandar matar os líderes sindicais e impor sua ditadura. Na sequência a "depuração" da sociedade alemã (como os nazistas denominavam este processo de limpeza étnica), continuou com a prisão dos judeus nos campos de trabalho forçado.
Somando-se os judeus residentes na Alemanha, mais os que residiam nos países que foram ocupados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial (Polônia, Tchecoslováquia, Áustria), mais ciganos, homossexuais e um número incontável de presos políticos, comunistas, anarquistas e sindicalistas em geral, foram mortos entre 5 e 6 milhões de pessoas, apenas nos Campos de Concentração.
O Programa de 25 pontos do NSDAP
O "Programa de 25 pontos", oficialmente "Programa de 25 pontos do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães" (em alemãoDas 25-Punkte-Programm der Nationalsozialistischen Deutschen Arbeiterpartei) é o nome dado ao programa político do Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP), tal como foi proclamado em 24 de fevereiro de 1920, em Munique, por Adolf Hitler. O programa foi aprovado por uma audiência de 2.000 pessoas (segundo a descrição de Hitler em Mein Kampf) na [[[Hofbräuhaus am Platzl|Hofbräuhaus]], uma das maiores cervejarias da cidade.
Em 8 de agosto do mesmo ano, o DAP passou a se chamar Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mantendo o mesmo programa, cujo conteúdo é o seguinte: "Nós pedimos a constituição de uma Grande Alemanha, que reúna todos os alemães, baseados no direito à auto-determinação dos povos.
1.   Pedimos igualdade de direitos para o Povo Alemão em relação às outras nações e a revogação doTratado de Versalhes e do Tratado de Saint Germain.
2.   Pedimos terras e colônias para nutrir o nosso povo e reabsorver a nossa população.
3.   Só os cidadãos gozam de direitos cívicos. Para ser cidadão, é necessário ser de sangue alemão. A confissão religiosa pouco importa. Nenhum judeu, porém, pode ser cidadão.
4.   Os não cidadãos só podem viver na Alemanha como hóspedes, e terão de submeter-se à legislação sobre os estrangeiros.
5.   O direito de fixar a orientação e as leis do Estado é reservado unicamente aos cidadãos. Por isso pedimos que todas as funções públicas, seja qual for a sua natureza, não possam ser exercidas senão por cidadãos. Nós combatemos a prática parlamentar, origem da corrupção, de atribuição de lugares por relações de Partido sem importar o caráter ou a capacidade.
6.   Pedimos que o Estado se comprometa a proporcionar meios de vida a todos os cidadãos. Se o país não puder alimentar toda a população, os não cidadãos devem ser expulsos do Reich.
7.   É necessário impedir novas imigrações de não-alemães. Pedimos que todos os não-alemães estabelecidos no Reich depois de 2 de Agosto de 1914, sejam imediatamente obrigados a deixar o Reich.
8.   Todos os cidadãos têm os mesmos direitos e os mesmos deveres.
9.   O primeiro dever do cidadão é trabalhar, física ou intelectualmente. A atividade do indivíduo não deve prejudicar os interesses do coletivo, mas integrar-se dentro desta e para bem de todos. É por isso que pedimos:
10. A supressão do rendimento dos ociosos e dos que levam uma vida fácil, a supressão da escravidão dojuro.
11. Considerando os enormes sacrifícios de vidas e de dinheiro que qualquer guerra exige do povo, o enriquecimento pessoal com a guerra deve ser estigmatizado como um crime contra o povo. Pedimos por isso o confisco de todos os lucros de guerra, sem exceção.
12. Pedimos a nacionalização de todas as empresas que atualmente pertencem a trusts.
13. Pedimos uma participação nos lucros das grandes empresas.
14. Pedimos um aumento substancial das pensões de reforma.
15. Pedimos a criação e proteção de uma classe média sã, a entrega imediata das grandes lojas à administração comunal e o seu aluguer aos pequenos comerciantes a baixo preço. Deve ser dado prioridade aos pequenos comerciantes e industriais nos fornecimentos ao Estado, aos Länder ou aos municípios.
16. Pedimos uma reforma agrária adaptada às nossas necessidades nacionais, a promulgação de uma lei que permite a expropriação, sem indemnização, de terrenos para fins de utilidade pública – a supressão de impostos sobre os terrenos e a extinção da especulação fundiária.
17. Pedimos uma luta sem tréguas contra todos os que, pelas suas atividades, prejudicam o interesse nacional. Criminosos de direito comum, traficantes, agiotas, etc., devem ser punidos com a pena de morte, sem consideração de credo religioso ou raça.
18. Pedimos que o Direito romano seja substituído por um direito público alemão, pois o primeiro é servidor de uma concepção materialista do mundo.
19. A extensão da nossa infra-estrutura escolar deve permitir a todos os Alemães bem dotados e trabalhadores o acesso a uma educação superior, e através dela os lugares de direção. Os programas de todos os estabelecimentos de ensino devem ser adaptados às necessidades da vida prática. O espírito nacional deve ser incutido na escola a partir da idade da razão. Pedimos que o Estado suporte os encargos da instituição superior dos filhos excepcionalmente dotados de pais pobres, qualquer que seja a sua profissão ou classe social
20. O Estado deve preocupar-se por melhorar a saúde pública mediante a proteção da mãe e dos filhos, a introdução de meios idôneos para desenvolver as aptidões físicas pela obrigação legal de praticardesporto e ginástica, e mediante um apoio poderoso a todas as associações que tenham por objetivo a educação física da juventude.
21. Pedimos a supressão do exército de mercenários e a criação de um exército nacional.
22. Pedimos a luta pela lei contra a mentira política consciente e a sua propagação por meio da Imprensa. Para que se torne possível a criação de uma imprensa alemã, pedimos que:
1.  Todos os diretores e colaboradores de jornais em língua alemã sejam cidadãos alemães.
2.  A difusão dos jornais não-alemães seja submetida a autorização expressa. Estes jornais não podem ser impressos em língua alemã.
3.  Seja proibida por lei qualquer participação financeira ou de qualquer influência de não-alemães em jornais alemães. Pedimos que qualquer infração estas medidas seja sancionada com o encerramento das empresas de impressão culpadas, bem como pela expulsão imediata para fora do Reich os não-alemães responsáveis. Os jornais que forem contra o interesse público devem ser proibidos. Pedimos que se combata peã lei um ensino literário e artístico gerador da desagregação da nossa vida nacional; e o encerramento das organizações que contrariem as medidas anteriores.
23. Pedimos a liberdade no seio do Estado para todas as confissões religiosas, na medida em que não ponham em perigo a existência do Estado ou não ofendam o sentimento moral da raça germânica. O Partido, como tal, defende o ponto de vista de um cristianismo positivo, sem todavia se ligar a uma confissão precisa. Combate o espírito judaico-materialista no interior e no exterior e está convencido de que a restauração duradoura do nosso povo não pode conseguir-se senão partindo do interior e com base no princípio: o interesse geral sobrepõe-se ao interesse particular.
24. Para levar tudo isso a bom termo, pedimos a criação de um poder central forte, a autoridade absoluta do gabinete político sobre a totalidade do Reich e as suas organizações, a criação de câmaras profissionais e de organismos municipais encarregados da realização dos diferentes Länder, de leis e bases promulgadas pelo Reich.
Os dirigentes do Partido prometem envidar todos os seus esforços para a realização dos pontos antes enumerados, sacrificando, se for preciso, a sua própria vida.
A essência do Nazismo: totalitarismo e racismo
A essência do fascismo e do nazismo está no totalitarismo, especificamente na noção de controle totalitário, ou seja, na ideia de que o Estado, e em última instância o chefe-de-Estado (no caso da Alemanha o Führer), deveria controlar tudo e todos. Para isso a homogeneização da sociedade é fundamental. As formas de controle social em regimes totalitários geralmente envolvem o uso e exacerbação do medo a um grau extremo. Todos passam a vigiar a todos e todos se sentem vigiados e intimidados. Cada indivíduo passa a ser "os olhos e ouvidos" doFührer no processo de construção de uma sociedade totalitária.21 Neste processo de homogeneização totalitária, os inúmeros festivais, atividades cívicas, com mobilização das massas nas ruas foram determinantes. 
Para controlar tudo e todos, o nazismo instigava e exacerbava ao extremo o nacionalista, geralmente associado às rivalidades com outros países suposta ou realmente ameaçadores. A ideia de um inimigo externo extremamente poderoso é funcional unir a sociedade contra o "inimigo comum". O medo de um inimigo externo é funcional para aglutinar socialmente povos que até pouco tempo não se identificavam enquanto uma só nação, como foram os casos de países unificados apenas no século XIX (Alemanha e Itália). Como Freud havia demonstrado, a necessidade da criação artificial da identidade em grupos sociais pode levar à homogeneização forçada destes, e a existência de membros diferentes no grupo é desestabilizadora, o que leva o grupo a tentar eliminá-lo.. Tão relevante é esta explicação para entender o fenômeno do fascismo e do nazismo, que as obras de Freud estiveram entre as primeiras a serem queimadas nas famosas queimas de livros organizadas pelo Partido Nazista em 1933 e 1934.
Entretanto, era necessário algo mais, além do medo de um inimigo externo, para conseguir atingir o ultra-nacionalismo e o totalitarismo. Era funcional criar inimigos internos, sorrateiros, subterrâneos, conspiratórios. Nofascismo, o papel de 'inimigo sorrateiro' é destinado ao comunismo e aos comunistas como um todo. Já o nazismo acrescenta ao rol de inimigos - em que já estava incluído o comunismo - algumas minorias étnico-religiosas: os judeus, em um primeiro momento, e depois os ciganos e os povos eslavos (já durante a Segunda Guerra Mundial). A partir disto é que se torna central o segundo pilar do nazismo - a ideologia da superioridade racial ariana.
O papel da ideologia da superioridade racial no Nazismo (parte 2)

Selo com a estampa de Hitler

Selo que engrandece o trabalhador nazista
Hitler e a obra Mein Kampf
De acordo com o livro Mein Kampf ("Minha Luta"); Hitler desenvolveu as suas teorias políticas pela observação cuidadosa das políticas do Império Austro-Húngaro. Ele nasceu como cidadão do Império e acreditava que a sua diversidade étnica e linguística o enfraquecera. Também via a democraciacomo uma força desestabilizadora, porque colocava o poder nas mãos das minorias étnicas, que tinham incentivo para enfraquecer e desestabilizar mais o Império, diferentemente da ditadura, que colocava o poder nas mãos de indivíduos restritos e intelectualmente favoráveis.
O nazismo defende que uma nação é a máxima criação de uma raça. Consequentemente, as grandes nações (literalmente, nações grandes) seriam a criação de grandes raças. A teoria diz que as grandes nações alcançam tal nível devido seu poderio militar e intelectual e que estes, por sua vez, se originam em culturas racionais e civilizadas, que, por sua vez ainda, são criadas por raças com boa saúde natural e traços agressivos, inteligentes e corajosos.
As nações mais fracas seriam então aquelas criadas por raças impuras, isto é, que não apresentam a totalidade de indivíduos de origem única.
De acordo com os nazistas, um erro óbvio deste tipo é permitir ou encorajar múltiplas línguas dentro de uma nação. Esta crença é o motivo pelo qual os nazistas alemães estavam tão preocupados com a unificação dos territóriosdos povos de língua alemã.
Nações incapazes de defender as suas fronteiras, diziam, seriam a criação de raças fracas ou escravas. Defendiam eles que as raças escravas eram menos dignas de existir do que as raças-mestras. Em particular, se uma raça-mestra necessitar de um Espaço vital (Lebensraum) para viver, teria ela o direito de tomar o território das raças fracas para si.
Trata-se de uma teoria originalmente concebida pelo geógrafo alemão Friedrich Ratzel, que propôs umaAntropogeografia, como um ramo da geografia humana, como o espaço de vida dos grupamento humanos. Ao sistematizar os conhecimentos políticos aplicados pela geografia, Ratzel contribuiu decisivamente para o surgimento da geografia política, que no início do século XX foi acrescida do termo geopolítica (este cunhado por Rudolf Kjellèn).
Friedrich Ratzel visitou a América do Norte no início de 1873 e se impressionou com a doutrina do Destino Manifesto nos EUA. Ratzel simpatizava com os resultados do "Destino Manifesto", mas ele nunca usou o termo. Em vez disso, ele contou com a Tese da Fronteira de Frederick Jackson Turner. Ratzel promoveu colônias ultramarinas para a Alemanha, na Ásia e África, mas não uma expansão em terras eslavas. Depois alguns alemães reinterpretaram Ratzel para defender o direito do raça alemã de expandir na Europa, essa noção foi mais tarde incorporada na ideologia nazista. Harriet Wanklyn argumenta que que os políticos distorceram a teoria de Ratzel para objetivos políticos.
Raças sem pátria eram, portanto, consideradas "raças parasíticas". Quanto mais ricos fossem os membros da "raça parasítica" mais virulento seria o parasitismo. Uma raça-mestra podia, portanto, de acordo com a doutrina nazista, endireitar-se facilmente pela eliminação das "raças parasíticas" da sua pátria.
Foi esta a justificativa teórica para a opressão e eliminação dos judeusciganoseslavos e homossexuais, um dever que muitos nazis consideravam repugnante, tendo eles como prioridade a consolidação do estado ariano.
As religiões que reconhecessem e ensinassem estas "verdades" eram as religiões "verdadeiras" ou "mestras" porque criavam liderança por evitarem as "mentiras reconfortantes". As que pregassem o amor e a tolerância, "em contradição com os fatos", eram chamadas religiões "escravas" ou "falsas".
Os homens que aceitassem estas "verdades" eram chamados "líderes naturais"; os que as rejeitassem eram chamados "escravos naturais". Dizia-se dos escravos, especialmente dos inteligentes, que embaraçavam os mestres pela promoção de falsas doutrinas religiosas e políticas.
Apropriações filosóficos de Nietzsche pelo Nazismo
Se bem que a raça fosse um fator crucial na visão do mundo dos nazistas, as raízes ideológicas do nazismo iam um pouco mais fundo. Os nazistas procuraram legitimação em obras anteriores, particularmente numa leitura, por muitos considerada discutível, da tradição romântica do século XIX, em especial do pensamento de Friedrich Nietzsche sobre o desenvolvimento do homem em direcção ao Übermensch.
No seu livro de 1939, Alemanha:Jekyll & HydeSebastian Haffner chama ao Nazismo de "uma primeira (autónoma e nova) forma de Niilismo radical, que nega simultaneamente todos os valores, sejam eles valores capitalistas e burgueses ou sejam eles proletários". É bem verdade que este ponto de vista acaba por desconsiderar o projecto de crescimento industrial e de manutenção da ordem social estabelecida, como se percebe na Alemanha sob poder nazista, e um repúdio seletivo a elementos da "cultura burguesa tipicamente inglesa", e não apenas burguesa (visto o repúdio aos judeus, parte visível da burguesia na época).
Teoria econômica
O nazismo também defendia uma forte intervenção do Estado na economia para manter o capitalismo e evitar uma crise mais profunda que permitisse a ascensão dos comunistas como havia acontecido na Rússia em 1917 e quase aconteceu na Alemanha em 1918. Desta forma, o nazismo pode ser considerado uma ideologia contrária ao livre mercado e ao liberalismo econômico. É relevante ressaltar que após a Primeira Guerra Mundial, mas especialmente após a Crise de 1929 a maior parte dos novos movimentos políticos assumiram um discurso antiliberal, tanto no plano político como no econômico, e isto inclui desde grupos conservadores, passando por grupos moderados e defensores da democracia e da intervenção do Estado na Economia como keynesianos e social-democratas, até movimentosrevolucionários anticapitalistas socialistas ou comunistas.
Alguns economistas reconhecem que tanto a Alemanha de Hitler, como os Estados Unidos e a Inglaterra, só se recuperaram economicamente da Crise de 1929 quando implementaram políticas fortemente intervencionistas, associadas a uma acelerada militarização da sociedade e da economia. Esta militarização da economia se traduziu no direcionamento de vários setores da indústria para atender as enormes encomendas militares, além do fim do desemprego pelo recrutamento de soldados.
Socialismo e nazismo
A generalidade da esquerda rejeita que o nazismo tenha sido de fato socialista, apontando para a existência, ainda antes da tomada do poder por Hitler, de uma resistência comunista e socialista ao nazismo, para o carácter internacionalista do socialismo, totalmente oposto à teoria e prática nazista, e a manutenção, pelos nazistas, de toda a estrutura capitalista da economia alemã, limitada apenas pelas condicionantes de umaeconomia de guerra e pela abordagem àquilo a que os nazistas chamavam a questão judia. Porém esta questão é controversa, com alguns autores a referirem-se ao nazismo como uma forma de socialismo, apontando para a designação do partido, para alguma da retórica nazista e para a estatização da sociedadeLudwig von Misesargumenta, por exemplo: "O governo diz a estes supostos empreendedores o que e como produzir, a quais preços e de quem comprar, a quais preços e a quem vender … A autoridade, não os consumidores, direciona a produção … todos os cidadãos não são nada mais que funcionários públicos. Isto é socialismo com a aparência externa de capitalismo". O próprio Hitler chegou a afirmar, em um de seus discursos, que o nacional-socialismo era socialista não na forma tradicional de socialismo, mas sim interpretando o socialismo como "exaltação do social".
O Anticapitalismo Nazista
Os nazistas acreditam que o capitalismo causava danos às Nações pelo contrôle das finanças internacionais, o domínio econômico das grandes empresas e da influência do judeus. Cartazes de propaganda nazista nos bairros de classe populares exaltavam o anticapitalismo. Em uma delas estava escrito: Manter um sistema industrial podre não tem nada a ver com nacionalismo. Eu posso amar a Alemanha e odiar o capitalismo.
Hitler expressava, tanto em público como em privado, um profundo desprezo para o capitalismo, acusando-o de tomar reféns as Nações para beneficiar os interesses de uma classe rentista de "parasitas cosmopolitas". Ele era contra a economia de mercado e a busca desenfreada do lucro, e queria uma economia que respeitasse o interesse público. Ele não confiava no capitalismo por causa de sua natureza egoísta, e ele preferiu umaeconomia planificada sujeito aos interesses do povo. Hitler declarou em 1934, em um quadro do partido que "o sistema econômico contemporâneo fora a criação pelos judeus".
Hitler confidenciou um dia para Benito Mussolini que "o capitalismo tem [tinha] passado o seu tempo". Hitler também acreditava que a classe empresarial "não queria outra coisa que não sejam lucros e a Patria não significava nada para eles". Hitler considerava Napoleão como um modelo para o seu comportamento anti-conservador, anti-capitalista e anti-burgues.
Em seu Mein Kampf, Hitler mostra o seu compromisso com o mercantilismo, ele acreditava que os recursos económicos ligados a um território tinham que ser requisitado pela força. Ele acreditava na aplicação do conceito de espaço vital para trazer estes territórios valioso para a economia alemã. Ele pensava que a única maneira de manter a segurança econômica era ter controle direto sobre recursos, em vez de depender de comércio internacional. Ele afirmou que a guerra era a única maneira para ganhar esses recursos e o única modo de derrotar o sistema econômico capitalista em declínio. Um número de nazistas tinham profundas convicções socialistas e anti-capitalistas, em, particular, Ernst Röhm, o líder da Sturmabteilung (SA). Röhm alegou que os nazistas chegaram ao poder constituíndo uma revolução nacional, mas ele declarou enfaticamente que uma "segunda revolução socialista" era necessária para a ideologia nazista fosse completada. Outra nazista de alta patente, o ministro da Propaganda Joseph Goebbels, afirmou categoricamente o caráter socialista do nazismo, ao escrever em seu diário que se ele tinha que escolher entre obolchevismo e o capitalismo, "seria melhor para nós para ir para baixo com o bolchevismo do que viver na escravidão eterna do capitalismo.
A política econômica
teoria econômica nazista preocupou-se com os assuntos domésticos imediatos e, em separado, com as concepções ideológicas da economia internacional.
A política econômica doméstica concentrou-se em três objetivos principais:
eliminação do desemprego
eliminação da hiperinflação
expansão da produção de bens de consumo para melhorar o nível de vida das classes média e baixa
Todos estes objetivos pretendiam contrariar aquilo que era visto como os defeitos da República de Weimar e para solidificar o apoio doméstico ao partido. Nisto, os nazistas foram bastante bem sucedidos. Entre 1933 e1936 o PIB alemão cresceu a uma taxa média anual de 9,5%, e a taxa de crescimento da indústria foi de 17,2%. Alguns economistas defendem que a expansão da economia alemã nesse período não foi resultado da ação do partido nazista, mas sim uma consequência das políticas econômicas dos últimos anos da República de Weimar que começaram então a ter efeito. Tal ponto de vista é contestado visto que pouquíssimo se fez para a manutenção da economia, chegando Hugenberg a afirmar que a política ao seu alcance era uma política que não pretende lutar contra a miséria, mas aprender a conviver lado-a-lado com ela.
Vale ainda ressaltar que não existem dúvidas se a economia realmente cresceu ou se só se recuperou dadepressão, visto que apesar de os salários na Alemanha nazista de 1939 serem um pouco menores do que os salários na Alemanha de 1929, a inflação controlada proporcionou um aumento incrível no valor da moeda, o que significa que um marco de 1929 valia muito menos do que um marco de 1939.
Esta expansão empurrou a economia alemã para fora de uma profunda depressão e para o pleno emprego em menos de quatro anos. O consumo público durante o mesmo período aumentou 18,7%, enquanto que o consumo privado aumentou 3,6% anualmente. No entanto, e uma vez que a produção era mais consumidora do queprodutora (a elaboração de projetos de trabalho, a expansão da máquina de guerra, a iniciação do recrutamento para tirar homens em idade produtiva do mercado de trabalho), as pressões inflacionárias reapareceram, se bem que não chegassem a um nível comparável ao da República de Weimar. Estas pressões econômicas, combinadas com a máquina de guerra azeitada durante a expansão (e as concomitantes pressões para o seu uso), levou alguns comentadores à conclusão de que bastavam essas razões para tornar uma guerra europeia inevitável. Dito de outra forma, sem uma nova guerra europeia, que suportasse esta política econômica consumista e inflacionária, o programa econômico doméstico nazista era insustentável. Isto não significa que as considerações políticas não tivessem tido maior peso no desencadear da Segunda Guerra Mundial. Significa apenas que a economia foi e continua a ser um dos principais fatores de motivação para que qualquersociedade vá para a guerra.
O partido nazista acreditava que uma cabala da banca internacional tinha estado por trás da depressão global dos anos 1930. O controle desta cabala foi identificado com os judeus, o que forneceu outra ligação à sua motivação ideológica para o holocausto. De uma maneira geral, a existência de grandes organizações internacionais da banca e de banca mercantil era bem conhecida ao tempo. Muitas dessas instituições bancárias eram capazes de exercer pressões sobre os estados-nações através da extensão ou da retenção de créditos. Esta influência não se limita aos pequenos estados que precederam a criação do Império Alemão enquanto estado-nação na década de 1870, mas surge nas histórias de todas as potências europeias desde 1500. Na realidade, algumas corporações trans-nacionais do período entre 1500 e 1800 (a Companhia Holandesa das Índias Orientais é um bom exemplo) foram criadas especificamente para entrar em guerras no lugar dos governos e não o inverso.
Usando mais nomenclatura moderna, ainda que fazê-lo possa ser algo discutível, é possível dizer que o partido nazista estava contra o poder das corporações trans-nacionais, que considerava excessivo em relação ao dos estados-nação. Embora por motivos por vezes opostos, esta posição anticorporativa é partilhada por muitas forças políticas desde a esquerda e centro-esquerda, até a extrema-direita.
É importante fazer notar que a concepção nazista da economia internacional era muito limitada. A principal motivação do partido era incorporar no Reich recursos que anteriormente não faziam parte dele, pela força e não através do comércio. Isto fez da teoria económica internacional um fator de suporte da ideologia política em vez de uma trave mestra da plataforma política, como acontece na maioria dos partidos políticos modernos.
Do ponto de vista econômico, o nazismo e o fascismo estão relacionados. O nazismo pode ser encarado como um subconjunto do fascismo - todos os nazistas são fascistas mas nem todos os fascistas são nazistas. O nazismo partilha muitas características econômicas com o fascismo, com o controle governamental da finança e do investimento (através da atribuição de créditos), da indústria e da agricultura, ao mesmo tempo que o poder corporativo e sistemas baseados no mercado para criar os preços se mantinham. Citando Benito Mussolini: "O fascismo devia ser chamado corporativismo, porque é uma fusão do Estado e do poder corporativo."
Em vez de ser o estado a requerer bens das empresas industriais e a colocar nelas as matérias-primas necessárias à produção (como em sistemas socialistas/comunistas), o estado pagava por esses bens. Isto permitia que o preço desempenhasse um papel essencial no fornecimento de informação sobre a escassez dos materiais, ou nas principais necessidades em tecnologia e mão-de-obra (incluindo a educação de mão-de-obra qualificada) para a produção de bens. Além disso, o papel que os sindicatos deviam desempenhar nas relações de trabalho nas empresas era outro ponto de contacto entre fascismo e nazismo. Tanto o partido nazista alemão como o partido fascista italiano tiveram inícios ligados ao sindicalismo, e encaravam o controle estatal como forma de eliminar o conflito nas relações laborais.
Nazismo e romantismo
De acordo com Bertrand Russell, o nazismo provém de uma tradição diferente quer do capitalismo liberal quer docomunismo. E por isso, para entender os valores do nazismo, é necessário explorar esta ligação, sem trivializar o movimento tal como ele era no seu auge, nos anos 1930, e o descartar como pouco mais que racismo.
Muitos historiadores dizem que o elemento anti-semítico, que também existe nos movimentos-irmãos do nazismo, os fascismos de Itália e Espanha (mesmo que em formas e medidas diferentes), foi adaptado por Hitler para obter popularidade para o seu movimento. O preconceito anti-semita era muito comum no mundo ocidental. Por isso, diz-se que a aceitação das massas dependia do anti-semitismo e da exaltação do orgulho alemão, ferido com a derrota na Primeira Guerra Mundial.
Mas há quem diga (por exemplo o filólogo Victor Klemperer) que as origens e os valores do nazismo provém da tradição irracionalista do movimento romântico do início do século XIX.
O historiador e escritor Joachim Fest vai além, mostrando que o anti-semitismo é fruto não de doutrinas atuais, mas sim de tempos remotos. De fato, traços anti-semíticos são observados desde o Império Romano.
Efeitos

Na condição de escravos do nazismo, Judeus e outros perseguidos políticos no campo de concentração de Wobbelin foram libertados pelos Aliados
Estas teorias foram utilizadas para justificar uma agenda política totalitária de ódio racial e de supressão da dissidência com o uso de todos os meios do estado.
Como outros regimes fascistas, o regime nazista punha ênfase noanticomunismo e no princípio do líder (Führerprinzip). Este é um princípio-chave na ideologia fascista, segundo o qual se considera o líder como a corporização do movimento e da nação. Ao contrário de outras ideologias fascistas, o nazismo era virulentamente racista. Algumas das manifestações do racismo nazista foram:
Anti-semitismo, que culminou no Holocausto;
Nacionalismo étnico, incluindo a noção dos alemães como o Herrenvolk("raça-mestra") e o Übermensch ("super-homem");
Uma crença na necessidade de purificar a "raça alemã" através daeugenia, que culminou na eutanásia não-voluntária de pessoas diminuídas.
anticlericalismo faz parte da ideologia nazista, o que é mais um ponto de divergência com outros fascismos.
Efeitos secundários
Talvez o efeito intelectual mais importante do nazismo tenha sido o descrédito, durante pelo menos duasgerações, das tentativas de utilizar a sociobiologia para explicar ou influenciar assuntos sociais.
Pessoas e história
O nazista mais importante foi Adolf Hitler, que governou a Alemanha Nazi entre 30 de Janeiro de 1933 até ao seusuicídio a 30 de Abril de 1945, levou o Reich alemão à Segunda Guerra Mundial. Com Hitler, o nacionalismo étnico e o racismo juntaram-se numa ideologia militarista.
Depois da guerra, muitos nazis de primeiro plano foram condenados por crimes de guerra e contra a humanidade no Julgamento de Nuremberg.
O símbolo nazista é a suástica orientada no sentido dos ponteiros do relógio, sendo desenhada em um plano 5x5.
Nazismo e religião

Estado deplorável de Judeus e outros contrários ao nazismo, no final da guerra. Campo de concentração de Buchenwald
As relações iniciais entre o nazismo e o cristianismo podem ser descritas como complexas e controversas. Nas igrejas protestantes a revolução nazista foi no início acolhida com "benévola simpatia".Tendo o nazismo procurado identificar-se com o patriotismo alemão, algumas personalidades protestantes, como o Dr. Martin Niemöller, votaram inicialmente a favor dos nacionais socialistas. Em julho de 1933, os representantes das igrejas protestantes alemães escreveram uma constituição para a criação de umaIgreja do Reich, criada a partir da fusão das 28 igrejas luteranas e reformistas alemães, que englobavam em torno de 48 milhões de adeptos, e era considerada a "igreja oficial" do regime.
Desde o início, foi diferente a atitude dos católicos, alarmados pelo conteúdo racista dos livros "Minha Luta" de Adolf Hitler e "O Mito do Século XX" de Alfred Rosenberg. Nesses livros, os arianos surgem como os elementos superiores da humanidade, defendendo-se a pureza racial ariana como a primeira necessidade dos alemães. Contrapunham os católicos que a destruição de barreiras entre judeus e gentílicos pertence à própria essência do Evangelho e que o racismo não tem cabimento na igreja cristã. Quando Hitler aceitou uma Concordata com o Vaticano, houve alguns católicos que ainda hesitaram. Os três inimigos mortais da Alemanha, tal como os nazistas afirmavam na sua propaganda interna, eram porém claramente identificados: marxismo, judaísmo, e cristianismo. A "incompatibilidade fundamental do nacional-socialismo com a religião cristã era manifesta",passando todos os cristãos, tanto protestantes como católicos, ao ataque sistemático ao nazismo.
Apesar disso, as relações do Partido Nazista com a Igreja Católica tem sido apresentada por alguns autores[carece de fontes] como controversa. Argumentam não saber se Hitler se considerava, ou não, cristão, e que a hierarquia da Igreja, representada pelo Papa Pio XI, se teria mantido basicamente silenciosa. A existência de um Ministério de Assuntos da Igreja, instituído em 1935 e liderado por Hanns Kerrl, teria sido quase ignorada por ideólogos como Alfred Rosenberg e por outros decisores políticos.
Hitler e os outros líderes nazistas procuraram utilizar o simbolismo e a emoção cristã para propaganda junto do público alemão, esmagadoramente cristão. Enquanto que autores não-cristãos puseram ênfase na utilização externa da doutrina cristã, sem dar importância ao que poderia ter sido a mitologia interna do partido, os cristãos, baseando-se nos livros dos chefes nazis, e nos folhetos de propaganda que estes lançavam contra o cristianismo, tipificaram Hitler como ateu ou ocultista — ou mesmo um satanista.
Declarações públicas e oficiais produzidas por autoridades católicas sobre o nazismo, existem pelo menos desde o ano de 1930, bem antes da chegada de Hitler ao poder, quando o Ordinário de Mogúncia, em nome do seu bispo, declarou: "O que acabamos de dizer (sobre o nazismo), responde às três perguntas que nos foram postas: a) Pode um católico ser membro do partido hitleriano? b) Está um sacerdote católico autorizado a consentir que os adeptos desse partido tomem parte em cerimónias eclesiásticas, incluindo funerais? c) Pode um católico fiel aos princípios do partido ser abrangido pelos sacramentos? Devemos responder "Não" a tais perguntas" O Papa Pio XI sabia do que se passava na Alemanha e escreveu vários documentos condenando o nazismo, com destaque para a encíclica de condenação do Nazismo - Mit brennender sorge ("Com viva preocupação"). Muitos padres e líderes católicos opuseram-se com todo o vigor ao nazismo, dizendo que ele era incompatível com a moral e a fé cristã. Tal como aconteceu com muitos opositores políticos, muitos destes padres foram condenados aos campos de concentração pela sua oposição. O próprio Dr. Martin Niemöller, que a princípio lhes dera apoio, foi enviado para Dachau. O ano de 1938 ficou assinalado pela anexação da Áustria, imediatamente seguida pelo assalto aos bens e à influência da Igreja; os cardeais Innitzer e Faulhaber, bem como o arcebispo Grober e o bispo Sproll foram vítimas de violências organizadas pelas "kochende Volksseele".
No mesmo ano de 1938, o neo-paganismo romântico gerado pela acção dos responsáveis e órgãos nazis, vai entrar abertamente em ruptura com as igrejas cristãs, protestantes e católica.
Nazismo e Paganismo
Foi por intermédio do nazismo que se deu no século XX a mais importante manifestação do paganismo. Uma denuncia da componente pagã do nazismo surgiu nos Estados Unidos, em 1934, logo após a vitória eleitoral e a subida ao poder de Adolf Hitler, como o livro "Nazismo: um assalto à civilização". Nesse livro se chamava a atenção para algo que se considerava inquietante: no dia 30 de Julho de 1933 mais de cem mil nazistas tinham-se reunido em Eisenach para declarar querer tornar "a origem germânica a realidade divina", restaurando Odin,BaldurFreia, e os outros deuses teutónicos nos altares da Alemanha - Wotan deveria estar no lugar de Deus, Siegfried no lugar de Cristo.
Durante o ano de 1936, os líderes nazis começam a abandonar a "cristandade alemã" ou o que também se designava por "cristianismo positivo". É então que Goebbels apresenta o Nazismo como se fosse uma religião a ser respeitada - havia uma nova fé alemã a defender. Enquanto von Schirach tentava imbuir na Juventude Hitleriana a admiração pelas antigas tribos pagãs, o Movimento da Fé Germânica (Deutsche Glaubensbewegung, DGB) fazia o grosso da propaganda. O DGB tinha como profeta Jakob Wilhelm Hauer(1881-1962), professor de Teologia em Tübingen, que pregava a ideia de uma fé ariana dos alemães. No livroDeutsche Gottschau, Hauer defendia que a história da Alemanha era mais do que mera sequência de factos, havendo na sua base uma Divindade que encarnava o espírito da raça ariana.
A Páscoa de 1936 já foi preparada na Alemanha como se um grande festival pagão se tratasse. As livrarias encheram-se de literatura pagã, e a bandeira azul com o disco solar dourado do "Movimento da Fé Germânica" (DGB) chegou às mais recônditas zonas rurais. Uma grande manifestação foi organizada em Burg Hunxe, na Renânia. Em 1937, o Papa Pio XI publica uma Carta Encíclica de condenação do Nazismo - Mit brennender sorge ("Com viva preocupação"), onde diz: Damos graças, veneráveis irmãos, a vós, aos vossos sacerdotes e a todos os fieis que, defendendo os direitos da Divina Majestade contra um provocador neopaganismo, apoiado, desgraçadamente com frequência, por personalidades influentes, haveis cumprido e cumpris o vosso dever de cristãos.
No Congresso de Nuremberg, em 1937, revivia entre os nazistas o paganismo ancestral do povo ariano, surgindo um místico laicismo como um dos tópicos centrais em discussão: para que a Alemanha voltasse à sua antiga fé, não bastava a separação da Igreja e do Estado; as Igrejas cristãs teriam que ser destruídas, e o Estado transformado numa nova Igreja; impunha-se uma nova religião Nacional. 
O ano de 1938 veio a revelar-se como um dos pontos altos de manifestação dessa nova religião pagã. No festival nórdico do Solestício de VerãoJulius Streicher, director do Strümer e amigo pessoal de Hitler, perante uma enorme multidão de alemães reunidos em Hesselberg (montanha a qual o Fuhrer declarou sagrada), ao lado de uma grande fogueira simbólica, disse: "Se olharmos para as chamas deste fogo sagrado e nelas lançarmos os nossos pecados, poderemos baixar desta montanha com as nossas almas limpas. Não precisamos nem depadres nem de pastores".
Este neo-paganismo romântico, gerado pela ação dos responsáveis e órgãos nazistas, com destaque para, além de Goebbels, Heinrich Himmler e Reinhard Heydrich, entrava então já em clara ruptura com as igrejas cristãs,protestantes e católica. Em 1938, depois das perseguições aos judeus que vinham desde a subida ao poder de Hitler, a perseguição aos cristãos passava então também a ser sistemática.
Mais tarde, ao estudar o fenómeno totalitário, o filósofo Herbert Marcuse identifica na ideologia do nazismo várias camadas sobrepostas, considerando precisamente o paganismo, a par do misticismoracismo ebiologismo, uma das componentes essenciais da sua "camada mitológica". A perspectiva de Marcuse foi partilhada pela "Escola de Frankfurt", especialmente por Max Horkheimer e Erich Fromm. Segundo Paul Tillich, no paganismo do nazismo estava o elemento essencial que explicava o seu anti-semitismo, no enfoque colocado nos "laços de sangue arianos". Para Emmanuel Levinas, o Nazismo apresentava uma forma de religiosidade pagã que se opunha a toda uma civilização monoteísta. 
Vítimas religiosas

Corpos de prisioneiros dos nazistas encontrados pelas tropas americanas em Weimar,Alemanha
Chama-se a atenção também para o facto de as Testemunhas de Jeová terem sido vítimas por opção. "A guerra nazista contra os judeus visava à sua aniquilação e os deixou com poucas opções para escapar", explicou o Dr. Abraham J. Peck, Diretor Executivo do Museu do Holocausto de Houston,Texas, EUA. "A perseguição nazista contra as Testemunhas de Jeová visava a erradicação da religião. Por conseguinte, as Testemunhas de Jeová recebiam dos nazistas a oferta de liberdade, caso renunciassem à sua . A maioria das Testemunhas preferiu sofrer e enfrentar a morte junto com as outras vítimas do nazismo a apoiar a ideologia nazista de ódio e violência." Como judeu polonês, o Dr. Ben Abraham, agora Vice-presidente daAssociação Mundial dos Sobreviventes do Nazismo, passou cinco anos e meio em campos de concentração onde conheceu pessoalmente várias Testemunhas de Jeová. Ele disse: "A diferença entre as Testemunhas e todos os outros prisioneiros é que, se renunciassem à sua fé e se comprometessem a denunciar os outros que praticavam a mesma crença, seriam soltas na hora. Mas preferiam permanecer presas a renunciar à fé."
Nazismo e fascismo
O termo "nazismo" é frequentemente - mas incorretamente - usado como sinônimo de "fascismo". Ao passo que o nazismo incorporou elementos estilísticos do fascismo, as semelhanças principais entre os dois foram a ditadura, o irredentismo territorial e a teoria econômica básica. Por exemplo, Benito Mussolini, o fundador do fascismo, não adaptou o anti-semitismo até se ter aliado a Hitler, enquanto que o nazismo foi explicitamente racista desde o início. O ditador espanhol Francisco Franco, frequentemente chamado fascista, poderá talvez ser descrito como um monárquico católico reacionário que adotou pouco do fascismo para além do estilo.
Para o fim do século XX, surgiram movimentos neonazistas em vários países, incluindo os Estados Unidos e várias nações europeias. O neonazismo inclui qualquer grupo ou organização que exibe uma ligação ideológica com o nazismo. É frequentemente associado à subcultura juvenil skinhead, apesar de nem todos membros desta cultura estarem ligados à ideologia nazista. Alguns partidos políticos da orla do espectro como, nos EUA, oPartido Verde Nacional Socialista Libertário (LNSGP, ou Libertarian National Socialist Green Party), adotaram ideias nazistas.
Motivos da ascensão do nacional-socialismo
Uma questão importante sobre o nacional-socialismo tem a ver com os fatores que promoveram a sua ascensão, não só na Alemanha mas também noutros países europeus e do continente americano (podiam encontrar-se movimentos nacionais-socialistas na SuéciaGrã-BretanhaItáliaEspanhaChecoslováquiaEstados Unidos,Argentina e Chile nos anos 1920 e 30).
Estes fatores podem ter tido a ver com:
A devastação económica em toda a Europa depois da Primeira Guerra Mundial;
A falta de orientação em muitas pessoas depois da queda da monarquia em muitos países europeus;
A fama de envolvimento judaico em aproveitamentos ilegítimos com a Primeira Guerra Mundial;
A rejeição do comunismo;
A influência das comunidades de língua alemã;
As dificuldades das classes trabalhadores e a crise econômica.
O termo "nazista" na cultura popular
As atrocidades cometidas pelo regime nazista e a sua ideologia extremista tornaram o nazismo tão digno de nota na linguagem popular como na história. O termo "nazista" (no português do Brasil) ou "nazi" (no português europeu), é frequentemente utilizado para descrever grupos de pessoas que tentam impor soluções impopulares ou extremistas à população em geral, ou que cometem crimes e outros tipos de violações sobre terceiros sem mostrar remorso. Israel é um alvo comum e extremamente controverso do termo "nazista", quando aplicado ao modo que os judeus tratam os palestinianos.
Alguns dos usos do termo que se vêem na cultura popular são extremamente ofensivos. Frases como "nazista dosoftware livre" ou "feminazi" são dois exemplos de usos particularmente objetáveis. Mesmo muitos dos que mais fortemente se opõem ao movimento do Software Livre não gostam do que encaram como a trivialização dos nazistas.
O termo, usado tão frequentemente que inspirou a "lei de Godwin" que diz que "com o prolongamento de uma discussão online, a probabilidade de surgir uma comparação envolvendo os nazistas ou Hitler aproxima-se de um". Talvez esteja a acontecer o mesmo que com outras palavras ofensivas e a comunidade esteja a reclamar o termo.

Antissemitismo mancha imagem do reformador Martinho Lutero

Nos preparativos para os 500 anos da Reforma, a Igreja Evangélica da Alemanha se vê confrontada com as declarações contra os judeus feitas pelo reformador Martinho Lutero. E opta por não esconder esse lado sombrio.
Tolerância é o tema central da Igreja Evangélica da Alemanha (EKD, na sigla em alemão) ao longo deste ano e um dos principais temas a serem abordados pela igreja até 2017, quando se celebram os 500 anos da Reforma Protestante.
Mas, apesar dessa ênfase, o iniciador da Reforma, o alemão Martinho Lutero, demonstrou forte oposição à religião judaica, especialmente alguns anos antes de sua morte, em 1546.
Naquela época, Lutero chegou a pedir que ateassem fogo às sinagogas e escolas judaicas, além de afirmar que os judeus deveriam ter as casas destruídas, assim como os bens e livros religiosos apreendidos.
A teóloga Margot Kässmann, ex-presidente do Conselho da EKD, foi a mais recente especialista a apontar a contradição entre as raízes históricas e o posicionamento atual da Igreja Evangélica, cujo marco inicial são as 95 teses que – diz a lenda – Lutero afixou na parede da Igreja do Castelo de Wittenberg em 1517. Nos escritos, ele propunha uma reforma no catolicismo romano.
Kässmann escreveu um artigo no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, no qual disse que, com idade mais avançada, Lutero foi "um exemplo assustador do cristianismo antijudaico". A teóloga ainda enfatizou que a comemoração do aniversário da Reforma deve citar as suas conquistas sem ignorar esse lado sombrio.
Decepcionado com os judeus
Kässmann apontou contradição em artigo para um jornal
O reformista não foi sempre contra a religião judaica. De acordo com o historiador holandês Herman Johan Selderhuis, Lutero esperava que os judeus se convertessem ao cristianismo – o que não aconteceu. Para Selderhuis, a decepção foi um dos motivos para que Lutero começasse a hostilizar os judeus.
Mas ele não era o único a pregar o antijudaísmo. Também outros teólogos reformadores, bem como representantes da Igreja Católica e humanistas famosos, como Erasmo de Roterdã, ofendiam a religião judaica. Em entrevista à DW, Selderhuis afirma que Erasmo de Roterdã elogiava a França porque lá havia poucos judeus.
A convocação de Lutero para incendiar as sinagogas não surtiu efeito no século 16. Em 1938, no entanto, os nazistas adotaram a parte dos escritos de Lutero que era hostil aos judeus. Postas em perspectiva, as palavras do reformista ajudavam a justificar o que ficou conhecido como "Noite dos Cristais" (ou Reichskristallnacht) – quando inúmeras sinagogas foram incendiadas.
O historiador adverte, porém, que Lutero não pode ser visto como um dos responsáveis pelo assassinato de milhões de judeus durante o Holocausto. "É claro que, na década de 30, foi muito fácil usar o que Lutero disse e escreveu como propaganda antissemita", comenta Selderhuis, que é protestante. Ele explica que é importante distinguir entre o antijudaismo de fundo religioso de Lutero e a ideologia racista antissemita. "O antissemitismo é sobre ser contra o judeu como pessoa, contra a sua origem e a sua existência como judeu."
As declarações de Lutero voltavam-se contra a fé dos judeus. "Ele é contra a religião judaica e a recusa dos judeus de se aproximar de Cristo", aponta Selderhuis. De acordo com ele, nas palavras de Lutero não há nada que mencione a ideia de eliminar um povo inteiro.
Também Kässmann salienta que Lutero não poderia prever que suas palavras seriam usadas pelos nazistas, séculos depois.
"Sobre os judeus e suas mentiras": capa do livro de Lutero (1543)
Polêmica ainda viva
Até hoje, as declarações de Lutero sobre os judeus provocam reações diversas. O artigo de Kässmann, embaixadora das celebrações dos 500 anos da Reforma Protestante marcadas para 2017, foi muito comentado no site do jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.
Alguns minimizam a polêmica ou defendem Lutero, situando as colocações do reformador no contexto social do século 16. Outros dizem não compreender como a EKD pode ter um inimigo dos judeus como pilar. Um leitor escreveu que uma pessoa como Lutero não serve como fundador de uma igreja cristã que propaga o amor ao próximo.
Também Kässmann vê duas linhas nas críticas ao seu artigo. "De um lado, há aqueles que defendem que o caráter evangelista, o protestantismo de Lutero deve ser posto em primeiro plano", explica.
Mas outros se mostram decepcionados com a faceta sombria de Lutero. Ele seria não apenas um inimigo dos judeus, mas também dos turcos. Os xingamentos de Lutero contra a Igreja Católica dificultariam os avanços no ecumenismo. Os seguidores dessa posição defendem que a Igreja Evangélica se distancie de Lutero e dê o menor destaque possível às suas ideias sobre os judeus.
Para a ex-presidente do Conselho da EKD, o mais difícil é encontrar uma maneira de deixar claro que não se trata de celebrar um jubileu exclusivamente alemão e de Lutero, mas de um jubileu internacional e ecumênico da Reforma.
A teóloga ainda enfatiza que é sempre melhor reconhecer os erros do passado. E que, hoje, a Igreja Evangélica prega que um ataque aos judeus é também um ataque aos protestantes.

DW.DE