Antissemitismo(Significado de
Antissemitismo) (parte 1)
s.m. Repúdio aos semitas, nomeadamente, aos judeus.
Movimento ou ideologia política contrária aos judeus: o antissemitismo, mais conhecido como perseguição aos judeus.
(Etm. ant(i) + semitismo)
Movimento ou ideologia política contrária aos judeus: o antissemitismo, mais conhecido como perseguição aos judeus.
(Etm. ant(i) + semitismo)
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Antissemitismo é o preconceito ou hostilidade
contra judeus baseada emódio contra seu histórico étnico, cultural e/ou religioso. Na sua forma mais extrema, "atribui aos
judeus uma posição excepcional entre todas as outras civilizações, difamando-os
como um grupo inferior e negando que eles sejam parte da(s) nação(ões) em que
residem". A pessoa que defende este ponto de vista é chamada de
"antissemita".
O antissemitismo é manifestado de diversas formas, indo de expressões
individuais de ódio e discriminação contra indivíduos judeus
a violentos ataques organizados (Pogrons), políticas públicas ou ataques militares
contra comunidades judaicas. Entre os casos extremos de perseguição estão
a Primeira
Cruzada de 1096, a expulsão da Inglaterra em 1290, aInquisição
Espanhola, a expulsão
da Espanha em 1492, a expulsão
de Portugal em 1497, diversos pogroms, o Caso Dreyfus e, provavelmente o mais
infame, o Holocausto perpretado pela Alemanha Nazista.
Embora a etimologia possa sugerir que o
antissemitismo é direcionado a todos os povos semitas, o termo foi criado no final do século XIX naAlemanha como uma alternativa estilisticamente
científica para Judenhass("Aversão a judeus"), sendo
utilizada amplamente desde então.
Etimologia e uso
Uso
Apesar do uso do prefixo anti, os termos semita e antissemita não
são diretamente opostos. O antissemitismo refere-se especificamente aopreconceito contra judeus em geral, apesar do fato de
existirem outros falantes de idiomas semitas (isto é, árabes, etíopes ou assírios) e de nem todos os judeus empregarem linguagem
semita. O termo antissemita foi utilizado em algumas ocasiões para expressar o
ódio a outros povos falantes de idiomas semitas, mas tal utilização não é
amplamente aceita. Estudiosos defendem o uso sem hífen do termo antissemitismo para
evitar provável confusão a respeito de o termo referir-se especificamente a
judeus, ou a falantes de idiomas semitas como um todo. Emil Fackenhiem,
por exemplo, apoiou a utilização sem hífen para "repelir a noção de que há
todo um 'Semitismo' ao qual o 'anti-Semitismo se opõe".
Etimologia
Considerando a etimologia da palavra, antissemitismo significaria
aversão aos semitas - segundo a Bíblia, os descendentes de Sem, filho mais velho de Noé - grupo étnico e lingüístico que compreende os hebreus, osassírios, os arameus, os fenícios e os árabes.
Mas, de fato, a palavra Antisemitismus foi cunhada,
em língua
alemã, no século
XIX, numa
altura em que a ciência racial estava na moda na Alemanha, e foi usada pela primeira vez já com o sentido
de aversão aos judeus, pelo jornalista alemão Wilhelm Marr, em 1873, por soar mais "científica" do que Judenhass ("ódio
aos judeus"). Há autores (como Gustavo Perednik) que preferem utilizar o
termo judeofobia, significando "aversão a tudo o que é
judaico". e esse tem sido o uso normal da palavra desde então. Tanto
quanto pode ser confirmado, a palavra foi impressa pela primeira vez em 1880. Nesse ano, Marr publicou "Zwanglose Antisemitische Hefte"
("Livros casuais anti-semitas") e Wilhelm Scherer usou o termo Antisemiten(antissemitas)
no jornal "Neue
Freie Presse" de janeiro daquele ano. A palavra relacionada,
"semitismo", foi cunhada por volta de 1885.
Raízes do antissemitismo
Desenho
antissemita de Charles Lucien Léandre, reproduzindo a teoria
da conspiração
judaica que controla o mundo.
Muitos fatores motivaram e fomentaram o antissemitismo, incluindo fatores
sociais, econômicos, nacionais, políticos, raciais e religiosos, ou combinações
destes fatores.
Religiosas (antijudaísmo), baseadas na pretensa
doutrina da época da Igreja Católica de que os Judeus são
coletivamente e permanentemente responsáveis pela morte de Jesus Cristo (verDeicídio, essa visão surgiu na Idade Média e não é mais
aceitável pela Igreja Católica).
Sócioeconômicas, devido à ação de autoridades locais, governantes, e
alguns funcionários da igreja que fecharam muitas ocupações aos judeus,
permitindo-lhes no entanto as atividades de coletores de impostos e
emprestadores, o que sustenta as acusações de que os Judeus praticam a usura.
Um dos grandes propagadores do antissemitismo no século XX foi o regime nazista alemão. Atualmente, o ódio ao judeu freqüentemente
apoia-se em ideais nazistas, ainda que o pensamento antissemita seja muito mais
antigo.
O antissemitismo contemporâneo
O antissemitismo nunca foi tão forte quanto nos dias de hoje e por outro
lado nunca foi tão escondido. Hoje o mundo passa por uma conscientização
coletiva sobre todos os tipos de preconceito existentes e o espaço para o
antissemitismo ficou escasso e vergonhosos para quem o usa. Por isso, alem de
suas formas clássicas, ele se apresenta em nossos tempos de duas novas formas.
O Retroativo e o Descaracterizado.
Retroativo - Forma de usar o
próprio antissemitismo para atacar o povo judeu, acusando-o de criar ou usar o
antissemitismo para causar mal aos outros, criando assim um ambiente propicio
para desenvolver o ódio aos judeus sem culpa.
Exemplo: Negacionismo(Acusar os judeus de criar sua própria
perseguição no holocausto ou em outros eventos, com o propósito de dominar o
mundo).
Descaracterizado - Acusar algo ou alguém
que referencia-se a maioria do povo judeu.
Exemplo: Anti-sionismo(Acusar o estado judeu com falsas
acusações de usar dos mesmos meios sofridos na história contro outros povos para
desvalidar todo o antissemitismo anterior).
Filmografia
No documentário Defamation (em português, Difamação), o cineasta judeu israelense Yoav
Shamir apresenta uma visão crítica acerca do antissemitismo, que tem
servido como bandeira para certos grupos oriundos das comunidades judaicas dos Estados Unidos, frequentemente aliados aos
interesses da extrema
direita israelense. Para desfrutar de certos poderes e privilégios ou para
justificar ações do Estado de Israel contra a população palestina, esses grupos precisariam
manter vivo o antissemitismo, seja como um perigo real, seja como ameaça
imaginária. Segundo o documentário, muitos judeus, religiosos ou não, não
concordam com a manipulação do sofrimento de seus antepassados em benefício
desses grupos de influência.
Antijudaísmo
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Antijudaísmo é uma oposição ou hostilidade ao judaísmo e seus praticantes. Ele é distinto
do anti-semitismo por ser baseado no
repúdio, religioso ou de outro motivo, a práticas ou crenças da religião
judaica, e não em supostos fatores raciais.
Antijudaísmo no Império Romano pré-cristão
No Império Romano , a religião era uma parte integrante do governo
civil. Os imperadores proclamaram-se como deuses na Terra , e exigiam ser assim
venerados. Isso criava dificuldades, não apenas para os judeus, mas também para
os seguidores de Mithras, Sabazius, e os primeiros cristãos, que eram proibidos
por suas crenças de venerar deuses de outras.
A Crise sob Calígula (37-41) é tida como a
"primeira ruptura aberta entre Roma e os judeus", apesar de os
problemas já serem evidentes durante o Censo de Quirino em 6 e sob Sejano
(antes de 31).
Após a Guerra Judaico-Romana (66-135), Adriano mudou o nome da província da Judéia para
Síria Palaestina, e Jerusalém para Aelia Capitolina, na tentativa de apagar os
laços históricos dos judeus com a região. Além disso, após 70, os judeus só
eram autorizados a praticar a sua religião se pagassem o Fiscus Judaicus (imposto
judaico), e depois de 135 foram impedidos de entrar em Jerusalém, exceto no dia
do Tisha B'Av.
Flávio Clemente, hoje tido como mártir
cristão, foi condenado à morte por "viver uma vida judaica", no ano
de 95, o que pode ter sido relacionado com a administração do imposto judaico
sob Domiciano.
O Império Romano adotou o cristianismo como religião do Estado com oÉdito
de Tessalónica em 27 de Fevereiro de 380.
História do antijudaísmo cristão
Cristianismo primitivo e os judaizantes
O cristianismo iniciou a sua existência no século 1 como uma seita
dentro do judaísmo, o chamados cristianismo judaico. Era visto como tal pelos
primeiros cristãos, assim como pelos judeus em geral. A administração romana
provavelmente também não teria visto qualquer distinção. É discutido entre os
historiadores se o governo romano distinguia ou não entre cristãos e judeus
antes que Nerva realizasse sua modificação do imposto
judaico em 96. A partir de então, os judeus praticantes pagavam o imposto, mas
os cristãos não.
O principal ponto de divergência entre a comunidade cristã primitiva e
suas raízes judaicas era a crença cristã de que Jesus era o tão esperado
Messias. Outro ponto de divergência foi o questionamento por parte da
comunidade cristã da aplicabilidade contínua da Lei de Moisés (a Torá), embora
o decreto
apostólico da era apostólica do cristianismo parece
fazer paralelo com as Leis de Noé do judaísmo. As duas questões vieram a ser
ligadas a uma discussão teológica dentro da comunidade cristã, sobre se a vinda
do Messias poderia anular algumas ou todas as leis bíblicas anteriores.
Após a aceitação de Jesus como o messias, a controvérsia quanto à
circuncisão foi provavelmente o segundo problema no qual o argumento teológico
foi feito em termos de anti-judaísmo; aqueles que defendiam que as leis
bíblicas continuavam a ser aplicáveis eram chamados de "judaizantes"
ou "fariseus" (por exemplo, em Atos 15:05). Os ensinamentos de Paulo de Tarso, cujas cartas compreendem
grande parte do Novo Testamento, podem ser vistos como um esforço contra a
judaização. No entanto, Tiago, o Justo, que após a morte de Jesus
foi amplamente reconhecido como o líder da cristãos de Jerusalém, adorou no
Segundo Templo em Jerusalém até sua morte em 62, 30 anos após a morte de Jesus.
A destruição do Segundo Templo, no ano de 70, levaria os cristãos a
"duvidar da eficácia da lei antiga"; no entanto, Marcião
de Sinope, que defendia rejeitar a totalidade da influência judaica sobre a fé
cristã, seria excomungado pela Igreja de Roma em 144.
Polêmica
antijudaica
Obras antijudaicas deste período incluem De Adversus Iudeaos por Tertuliano, Octavius por Marcus Minucius
Felix, De Catholicae Ecclesiae Unitate por Cipriano
de Cartago, e Instructiones Adversus Gentium Deos porLactâncio. A hipótese tradicional sustenta que o
antijudaísmo destes primeiros pais da Igreja foi herdado da tradição cristã
da exegese bíblica, embora uma segunda hipótese sustenta
que o antijudaísmo dos primeiros cristãos foi herdado do mundo pagão.
Taylor observou que o antijudaísmo cristão teológico "emerge a
partir de esforços da Igreja para resolver as contradições inerentes a sua
apropriação simultânea e rejeição de diferentes elementos da tradição
judaica".
Os estudiosos modernos acreditam que o judaísmo pode ter sido uma
religião missionária nos primeiros séculos da era cristã, portanto, a
concorrência pelas lealdades religiosas dos gentios alimentou o antijudaísmo. O
debate e o diálogo mudaram de polêmica para ataques verbais e escritos amargos
entre os dois grupos. A Tarfon (falecido em 135) é atribuída uma declaração
sobre se pergaminhos poderiam ser deixados para queimar em um incêndio no
sábado. Uma discutível interpretação identifica esses livros como o Evangelho:
"Os Evangelhos devem queimar, pois o paganismo não é tão perigoso para a
fé judaica como judeus cristãos". A anônima "Carta a Diogneto"
foi a primeira obra apologética cristã da Igreja para lidar com o judaísmo. Justino, falecido em 165 dC, escreveu o Diálogo
com Trifão, um debate polêmico afirmando a messianidade de Jesus, fazendo
uso do Antigo Testamento em contraste com contra-argumentos de uma versão
fictícia do rabino Trifão. "Durante séculos, os defensores de Cristo e os
inimigos dos judeus não empregaram qualquer outro método" além destas
obras apologéticas.
Embora o imperador Adriano tenha sido um "inimigo da
sinagoga", o reinado de Antonino Pio começou um período de
benevolência romana para a fé judaica. Enquanto isso, a hostilidade ao
cristianismo continuou a se cristalizar: após Décio, o império estava em guerra com esta crença.
Uma relação desigual de poder entre judeus e cristãos, no contexto do mundo
greco-romano, "gerou sentimentos antijudaicos entre os primeiros
cristãos." Sentimentos de ódio mútuo surgiram, em parte devido à
legalidade do judaísmo no Império Romano; em Antioquia, onde a rivalidade era
mais amarga, foram mais provavelmente os judeus que exigiram a execução dePolicarpo
de Esmirna.
De
Constantino até o século 8
Quando Constantino e Licínio emitiram o Édito
de Milão, a influência do judaísmo estava desaparecendo na terra de Israel em
favor do cristianismo, mas se ampliando fora do Império Romano, na Babilônia.
Até o século III as heresias judaizantes estavam quase extintas no
cristianismo. O Concílio
de Niceia proibiu a celebração da Páscoa entre os cristãos.
Após derrotar Licínio, em 323 dC, Constantino mostrou clara preferência
política pelos cristãos. Ele reprimiu o proselitismo judaico, e proibiu os
judeus de circuncidar seus escravos. Os judeus foram impedidos de entrar em
Jerusalém, exceto no Tisha B'Av (dia do aniversário da destruição do Segundo
Templo) e somente depois de pagar um imposto especial (provavelmente o Fiscus
Judaicus) em prata. Ele também promulgou uma lei que condenava à morte na
fogueira os judeus que perseguiram seus apóstatas por apedrejamento. O cristianismo
se tornou a religião oficial do Império Romano (ver cristandade ). "Mal se
armou, [a Igreja] esqueceu seus mais elementares princípios e dirigiu seu braço
secular contra os seus inimigos".
A partir de meados do século 5, o uso da apologética cessou com Cirilo
de Alexandria. Esta forma de antijudaísmo tinha se provado fútil e muitas vezes
servira para fortalecer a fé judaica. Com o cristianismo ascendente no Império,
"os Padres, bispos, e sacerdotes que tinham de lutar contra os judeus
trataram-nos muito mal". Hosius na Espanha; Papa Silvestre I; Eusébio de
Cesaréia; os chamaram de uma seita perversa, perigosa e criminosa." Embora
Gregório de Nissa meramente acusa os judeus como infiéis, outros professores
são mais veementes. Santo Agostinho rotulou os talmudistas de falsificadores;
Santo Ambrósio reciclou um antigo ataque anti-cristão e acusou os judeus de
desprezar o direito romano. São Gerônimo Jerónimo de Strídonafirmava que os judeus eram
possuídos por um espírito impuro. São
Cirilo de Jerusalém afirmou que os patriarcas judeus, ou Nasi, eram uma raça inferior.
Todos estes ataques teológicos se combinaram nos seis sermões de São
João Crisóstomo em Antioquia. Crisóstomo, um arcebispo de Constantinopla, era
muito negativo no seu tratamento do judaísmo, embora muito mais hiperbólica de
expressão. Enquanto o diálogo de Justino é um tratado filosófico, as homilias
contra os judeus de São Crisóstomo são um conjunto mais informal e
retoricamente forte de sermões. Realizados enquanto Crisóstomo ainda era um
sacerdote em Antioquia, suas homilias faziam uma crítica mordaz da vida civil e
religiosa judaica, advertindo os cristãos a evitar qualquer contato com o
judaísmo ou o sinagoga, e manter distância dos festivais da religião rival.
"Há legiões de teólogos, historiadores e escritores que escrevem
sobre os judeus o mesmo que Crisóstomo: Epifânio, Diodoro de Tarso, Teodoro de
Mopsuéstia, Teodoreto de Chipre, Cosmas Indicopleustes, Atanásio, o Sinaíta
entre os gregos; Hilário de Poitiers, Prudêncio, Paulus Orósio, Sulpício
Severo, Gennadius, Venâncio Fortunato, Isidoro de Sevilha, entre os latinos
".
Do século IV a VII, enquanto os bispos se opunham ao judaísmo na
escrita, o Império promulgou uma série de leis civis contra os judeus, por exemplo
proibindo-os de exercer cargo público, e um imposto curial opressivo. Leis
foram promulgadas contra a observância de sua crença; Justiniano chegou ao
ponto de aprovar uma lei contra as orações diárias dos judeus. Tanto os
cristãos e os judeus estavam envolvidos em turbas violentas nos últimos dias do
Império.
O padrão em que os judeus eram relativamente livre em reinos pagãos até
a conversão cristã do regente, como visto com Constantino, se repetiria nas
terras além do Império Romano, agora em colapso. Sigismundo
da Borgonha promulgou leis contra os judeus depois de chegar ao trono após sua
conversão em 514; o mesmo ocorreu com Recaredo I, rei dos visigodos, em 589, o que teria efeito
duradouro quando codificada porRecesvinto no Código Visigótico de Direito. Este
código inspirou os judeus a colaborar com Tárique, muçulmano, em sua derrubada de Rodrigo, e sob os mouros, os judeus recuperaram suas
liberdades religiosas.
Comparação com o anti-semitismo
No livro In Toward a Definition of Antisemitism, o
historiador Gavin I. Langmuir estabeleceu uma
diferenciação entre o antijudaísmo medieval, em que o judeu era detestado pelos
cristãos por seguir um sistema de crenças concorrente, do anti-semitismo
medieval, em que o judeu era visto como uma criatura irreal e demoníaca, um
monstro criado por rumores.
No século VI, no Reino
Visigótico de Toledo, as injustas coacções e imprudências que foram praticadas contra a
comunidade judaica hispânica para forçá-los a abraçar a fé cristã levou à criação de um "problema
judaico", que muito perturbou a vida desse reino.
icídio
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Deicídio significa literalmente "matar Deus" (do Latim Deus,
"Deus" + -cida, "matar") e geralmente refere-se
àexecução de Jesus pela crucificação.
Dimensões históricas e teológicas
A questão de quem é o responsável pela execução de Jesus possui ambos
componentes históricos e teológicos. As fontes primárias para informações
históricas e teológicas incluem a importância evangélica dos eventos que levaram a morte de Jesus.
A questão teológica é compreendida nas escrituras do Novo Testamento tais como asEpístolas
paulinas. As pesquisas históricas, entretanto, são auxiliadas ainda por outras
fontes da antiguidade que explicam o envolvimento político e cultural na vida
de Jesus. Embora os romanos supostamente tivessem o controle da Palestina na
época da Judéia, era a elite judaica que decidia quando as rebeliões
provinciais começavam, e temendo sua própria vida, Poncio Pilatos foi obrigado
a lavar as mãos diante da ânsia popular judaica por destruir o suposto herege
Jesus, que havia dito algo pecaminoso para o Judaísmo; que ele próprio era o
Messias, e portanto para a Aristocracia Religiosa Judaica isto era uma
inaceitável heresia, tal como se fosse mesmo verdade acabaria perdendo espaço e
poder para o suposto profeta. Resultado: Para que os interesses da elite da
Judéia fossem preservados em detrimento de um bode expiatório oriundo do povo
comum, Jesus foi assassinado e assim tanto o Império quanto o Judaísmo saíram
ganhando à curto prazo, porém à longo prazo, o cristianismo martircista iria
endeusar o profeta, destruir Roma e perseguir os judeus de modo "a se
vingar" do ocorrido.
Análises históricas sobre a morte de Jesus geralmente atribuem a
responsabilidade tanto a:
1. liderança Romana na Palestina
2. liderança dos Hebreus na
Palestina
Análises teológicas [Igreja Católica] de quem é responsável pela morte
de Jesus apontam:
1. Toda a humanidade através de
sua pecaminosidade;
2. Deus, por beneficiar as
pessoas em geral;
4. Diabo, foi a primeira profecia
registrada na Bíblia Gênesis 3:15.
Nazismo
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O nazismo, conhecido oficialmente na Alemanha como nacional-socialismo (em alemão: Nationalsozialismus), é aideologia praticada pelo Partido Nazista da Alemanha, formulada por Adolf Hitler, e adotada pelo governo
da Alemanha de 1933 a 1945, e esse período ficou
conhecido como Alemanha
Nazista ou Terceiro Reich.
No Brasil, como em vários outros países, a apologia
ao nazismo é capitulada em lei como crime inafiançável.
O nazismo é frequentemente considerado por estudiosos como uma derivação
do fascismo. Mesmo incorporando elementos tanto da direita
política quanto da esquerda
política, o nazismo é considerado de extrema direita. Os nazistas foram um
dos vários grupos históricos que utilizaram o termo nacional-socialismo para
descrever a si mesmos, e na década de 1920, tornaram-se o maior grupo da
Alemanha.
Os ideais do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) são
expressos no seu "Programa de 25 pontos", proclamado em 1920.
Entre os elementos-chave do nazismo, há o anti-parlamentarismo, o pangermanismo, o racismo, o coletivismo, a eugenia, oantissemitismo, o anticomunismo, o totalitarismo e a oposição aoliberalismo
econômico e político.
Na década
de 1930, o nazismo não era um movimento monolítico, mas sim uma combinação de
várias ideologias e filosofias centradas
principalmente no nacionalismo, no anticomunismo e no tradicionalismo. Alguns grupos, como strasserismo, faziam inicialmente parte do
movimento nazista. Uma de suas motivações foi a insatisfação com o Tratado
de Versalhes, que era entendido como uma conspiração judaica-comunista para humilhar a Alemanha no final da Primeira
Guerra Mundial. Os males da Alemanha pós-guerra foram críticos para a formação da
ideologia e suas críticas àRepública
de Weimar pós-guerra. O Partido Nazista chegou ao poder na Alemanha em 1933.
Em resposta à instabilidade criada pela Grande
Depressão, os nazistas procuraram um terceiro jeito de gerenciar a economia do
seu país, sem que tenha ideais comunistas ou capitalistas. O governo nazista
efetivamente acabou em 7 de maio de 1945, no Dia V-E, quando os nazistas
incondicionalmente renderam-se às potências Aliadas, que tomaram a administração
da Alemanha até que o país formasse o seu próprio governo democrático.
Etimologia
O nome do Partido Nazista era "National Sozialistische
Deutsche Arbeiterpartei" (N.S.D.A.P.) ou em português,Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Apesar de o nome
"socialista" ser utilizado, entretanto, sob o nosso atual
entendimento de socialismo, o nazismo é radicalmente antissocialista ou
anticomunista. O termo "National Sozialistische", que em alemão dá
origem a "Nazismo" era utilizado como forma de se contrapor ao
termo comunismo, ou socialismo
internacional no sentido utilizado pelo marxismo. O nazismo pode ser considerado uma forma
extrema de fascismo, muitas vezes chamado de nazifascismo. Os
vários tipos de fascismos se identificam como antissocialistas.
Hitler dizia que o termo "socialista"
era uma palavra de origem alemã, correspondente a um modelo ideal de terras
semicoletivas, semiprivadas que existia entre os antigos povos germânicos do 1º
Reich, e afirmava queKarl
Marx, um judeu, havia "roubado" esta palavra para sua teoria
subversiva, o comunismo. Foi justamente para
diferenciar a sua proposta de novo modelo de sociedade do socialismo primitivo,
que Marx criou o termo comunismo (enquanto estágio pós-socialista). Hitler
defendia o retorno ao "socialismo" germânico do 1º Reich. Assim, na Alemanha, havia uma disputa retórica
e linguístico-formal entre nazistas e comunistas em torno do uso e do
significado do termo "socialismo" na língua alemã.
Quando questionado o porquê de usar a palavra socialismo como
parte do nome de seu partido, Adolf Hitler disse: "Por que eu iria forçar
essas criaturas a se submeterem a uma disciplina rígida, da qual não conseguem
escapar? Eles podem ter tantas terras ou usinas quanto querem, o importante é
que o estado, por intermédio do partido, decida quanto às ações e atitudes,
pouco importando, assim, que sejam proprietários ou operários. Compreendem,
agora, que tudo isso não significa mais nada? Nosso socialismo tem uma forma de
agir mais profunda. Não modifica a ordem das coisas, não faz senão mudar as
relações dos homens com o estado (...) Que significado têm a partir de agora as
expressões 'propriedade' e 'renda'? Por que teremos a necessidade de socializar
os bancos e as usinas? Nós socializamos os homens!"
Definição
O sistema totalitário com um partido único e com um único líder foi
definitivamente implantado no verão de 1934, quando Hitler, através de expurgos
sangrentos dentro do partido e das organizações militares do partido, as SA,
conseguiu o apoio total do exército e se nomeou, após a morte do presidente
Hindenburg, chefe do Estado, chanceler, líder do partido e da nação, ditador
único da Alemanha. O Nazismo consistia assim em um movimento que defendia a
superioridade da raça ariana e a doutrina do "espaço vital" nacional
necessário aos alemães. O racismo, no Nazismo alcança um patamar nunca
alcançado na história, torna-se uma Política de Estado para eliminar outros
povos considerados biologicamente inferiores. Isto porque Hitler julga que só a
raça ariana é "depositária do progresso da civilização" e, portanto,
como um povo de senhores, tem de conquistar e submeter as raças inferiores.
História
Adolf Hitler chegou ao poder enquanto
líder de um partido político, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische
Deutsche Arbeiterpartei, ou NSDAP). Os termos Nazi ou Nazistasão acrônimos do nome do partido (vem de National Sozialist).
A Alemanha deste período é também conhecida como "Alemanha Nazista" ("Alemanha
Nazi" PE) e os partidários do nazismo
eram (e são) chamados nazistas (nazis PE). O nazismo foi proibido na
Alemanha moderna, muito embora pequenos grupos de simpatizantes, chamados neonazistas (neonazis PE), continuem a existir na
Alemanha e noutros países. Alguns revisionistas
históricos disseminam propaganda que nega ou minimiza o Holocausto.
Derrota da
Alemanha na Primeira Guerra Mundial e consequências
Nas palavras de Karl Dietrich Bracher, o Nazismo: como
Hitler, foi o produto da Primeira Guerra Mundial, porém, recebeu sua forma e
sua força daqueles problemas básicos da história alemã moderna que
caracterizaram a difícil caminhada do movimento democrático.
Em 1917 a Alemanha havia derrotado a Rússia, que se retira da guerra em meio à Revolução
Bolchevique. Entretanto, o povo alemão também estava insatisfeito com a guerra que
já durava tempo demais e havia consumido vidas demais.
Em 1918 tem início na Alemanha uma série de rebeliões populares, de
trabalhadores e soldados, que, inspirados na Revolução
Russa de 1917, pretendiam derrubar o
governo e acabar com a guerra. Os movimentos mais fortes eram justamente os
socialistas, organizados pelo grupo chamado de Spartakista ou Liga Spartacus, liderados por Rosa Luxemburgo que havia convivido
com Lenin quando este morou na Alemanha. Quase
simultaneamente, estouravam rebeliões de camponeses famintos no sul da Alemanha
e na região da Bavária. Os comunistas quase tomaram o poder em janeiro de 1919.
Entretanto durante todo o período 1917-1919 a ameaça da insurreição era
constante e a elite temia que uma revolução popular pudesse acontecer a
qualquer momento.
Apesar da guerra no front ocidental estar tecnicamente
empatada, a entrada dos Estados Unidos a favor da Inglaterra e da França em
1917, começava a mudar a guerra contra a Alemanha. A elite alemã toma uma
decisão desesperada: aceita um acordo de paz desfavorável para não correr o
risco de ver uma revolução comunista na Alemanha.
Na década
de 1920 os nazistas se levantam como novo bastião contra os socialistas e
se utilizam do discurso anticomunista para conseguir doações dos banqueiros e
industriais alemães para suas campanhas eleitorais. O Partido Nazista tinha
assim dois grandes desafios político-ideológicos: explicar a derrota de um povo
teoricamente superior e ao mesmo tempo conseguir um encontrar um culpado que
não fossem os banqueiros alemães que agora financiavam as campanhas eleitorais
do partido Nazista. Hitler construiu a solução na obra "Minha Luta", que refinou posteriormente em outros
escritos do Partido Nazi. A solução era simples: Hitler argumentou que a
Alemanha havia sido derrotada por uma grande conspiração internacional de judeus.
Hitler criou uma maléfica e terrível conspiração de judeus de diferentes países
(banqueiros judeus na Inglaterra e na França, associados com judeus comunistas
na Rússia), que se uniram para derrotar a Alemanha. Hitler conseguiu com uma só
teoria, explicar a derrota na Primeira Guerra Mundial.
A maior parte dos judeus que tinha condições econômicas suficientes,
deixou a Alemanha quando Hitler tomou o poder em 1933-1934, logo são inciadas
as primeiras perseguições generalizadas de judeus. Entretanto, a maior parte
deles se sentiam mais alemães do que judeus e acreditavam que podiam convencer
o restante da Alemanha disso. E a perseguição começou aos poucos, em 1933-1934,
com a caça aos "judeus comunistas", acusados de provocar o incêndio
no Reichstag. Isto permitiu à Hitler
eliminar o principal partido de oposição (oPartido Comunista Alemão), prender e mandar matar os
líderes sindicais e impor sua ditadura. Na sequência a "depuração" da
sociedade alemã (como os nazistas denominavam este processo de limpeza étnica), continuou com a prisão dos
judeus nos campos de trabalho forçado.
Somando-se os judeus residentes na Alemanha, mais os que residiam nos
países que foram ocupados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial
(Polônia, Tchecoslováquia, Áustria), mais ciganos, homossexuais e um número
incontável de presos políticos, comunistas, anarquistas e sindicalistas em
geral, foram mortos entre 5 e 6 milhões de pessoas, apenas nos Campos de
Concentração.
O Programa
de 25 pontos do NSDAP
O "Programa de 25 pontos", oficialmente "Programa de 25
pontos do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães" (em alemão: Das 25-Punkte-Programm der
Nationalsozialistischen Deutschen Arbeiterpartei) é o nome dado ao programa
político do Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP), tal como foi
proclamado em 24 de fevereiro de 1920, em Munique, por Adolf Hitler. O programa foi aprovado por
uma audiência de 2.000 pessoas (segundo a descrição de Hitler em Mein Kampf) na [[[Hofbräuhaus am Platzl|Hofbräuhaus]], uma das
maiores cervejarias da cidade.
Em 8 de
agosto do mesmo ano, o DAP passou a se chamar Partido Nacional Socialista
dos Trabalhadores Alemães, mantendo o mesmo programa, cujo conteúdo é o
seguinte: "Nós pedimos a constituição de uma Grande Alemanha, que reúna
todos os alemães, baseados no direito à auto-determinação dos povos.
1. Pedimos igualdade de direitos
para o Povo Alemão em relação às outras nações e a revogação doTratado
de Versalhes e do Tratado
de Saint Germain.
2. Pedimos terras e colônias para
nutrir o nosso povo e reabsorver a nossa população.
3. Só os cidadãos gozam de
direitos cívicos. Para ser cidadão, é necessário ser de sangue alemão. A confissão
religiosa pouco importa. Nenhum judeu, porém, pode ser cidadão.
4. Os não cidadãos só podem viver
na Alemanha como hóspedes, e terão de submeter-se à legislação sobre os
estrangeiros.
5. O direito de fixar a
orientação e as leis do Estado é reservado unicamente aos cidadãos. Por isso
pedimos que todas as funções públicas, seja qual for a sua natureza, não possam
ser exercidas senão por cidadãos. Nós combatemos a prática parlamentar, origem
da corrupção, de atribuição de lugares por
relações de Partido sem importar o caráter ou a capacidade.
6. Pedimos que o Estado se
comprometa a proporcionar meios de vida a todos os cidadãos. Se o país não
puder alimentar toda a população, os não cidadãos devem ser expulsos do Reich.
7. É necessário impedir novas
imigrações de não-alemães. Pedimos que todos os não-alemães estabelecidos no
Reich depois de 2 de
Agosto de 1914, sejam imediatamente
obrigados a deixar o Reich.
8. Todos os cidadãos têm os
mesmos direitos e os mesmos deveres.
9. O primeiro dever do cidadão é
trabalhar, física ou intelectualmente. A atividade do indivíduo não deve
prejudicar os interesses do coletivo, mas integrar-se dentro desta e para bem
de todos. É por isso que pedimos:
10. A supressão do rendimento dos
ociosos e dos que levam uma vida fácil, a supressão da escravidão dojuro.
11. Considerando os enormes
sacrifícios de vidas e de dinheiro que qualquer guerra exige do povo, o enriquecimento pessoal
com a guerra deve ser estigmatizado como um crime contra o povo. Pedimos por isso o confisco
de todos os lucros de guerra, sem exceção.
12. Pedimos a nacionalização de
todas as empresas que atualmente pertencem a trusts.
14. Pedimos um aumento substancial
das pensões de reforma.
15. Pedimos a criação e proteção
de uma classe média sã, a entrega imediata das grandes lojas à administração
comunal e o seu aluguer aos pequenos comerciantes a baixo preço. Deve ser dado
prioridade aos pequenos comerciantes e industriais nos fornecimentos ao Estado,
aos Länder ou aos municípios.
16. Pedimos uma reforma agrária
adaptada às nossas necessidades nacionais, a promulgação de uma lei que permite
a expropriação, sem indemnização, de terrenos para fins de utilidade pública –
a supressão de impostos sobre os terrenos e a extinção da especulação
fundiária.
17. Pedimos uma luta sem tréguas
contra todos os que, pelas suas atividades, prejudicam o interesse nacional.
Criminosos de direito comum, traficantes, agiotas, etc., devem ser punidos com
a pena de
morte, sem consideração de credo religioso ou raça.
18. Pedimos que o Direito romano seja substituído por um
direito público alemão, pois o primeiro é servidor de uma concepção
materialista do mundo.
19. A extensão da nossa
infra-estrutura escolar deve permitir a todos os Alemães bem dotados e
trabalhadores o acesso a uma educação
superior, e através dela os lugares de direção. Os programas de todos os
estabelecimentos de ensino devem ser adaptados às necessidades da vida prática.
O espírito nacional deve ser incutido na escola a partir da idade da razão. Pedimos que o
Estado suporte os encargos da instituição superior dos filhos excepcionalmente
dotados de pais pobres, qualquer que seja a sua profissão ou classe social
20. O Estado deve preocupar-se por
melhorar a saúde pública mediante a proteção da mãe e dos filhos, a introdução
de meios idôneos para desenvolver as aptidões físicas pela obrigação legal de
praticardesporto e ginástica, e mediante um apoio poderoso a todas as
associações que tenham por objetivo a educação física da juventude.
22. Pedimos a luta pela lei contra a mentira política consciente e a sua propagação por meio
da Imprensa. Para que se torne possível a criação de uma
imprensa alemã, pedimos que:
1. Todos os diretores e
colaboradores de jornais em língua alemã sejam cidadãos alemães.
2. A difusão dos jornais não-alemães
seja submetida a autorização expressa. Estes jornais não podem ser impressos
em língua
alemã.
3. Seja proibida por lei qualquer
participação financeira ou de qualquer influência de não-alemães em jornais
alemães. Pedimos que qualquer infração estas medidas seja sancionada com o
encerramento das empresas de impressão culpadas, bem como pela expulsão
imediata para fora do Reich os não-alemães responsáveis. Os jornais que forem
contra o interesse público devem ser proibidos. Pedimos que se combata peã lei
um ensino literário e artístico gerador da desagregação da nossa vida nacional;
e o encerramento das organizações que contrariem as medidas anteriores.
23. Pedimos a liberdade no seio do
Estado para todas as confissões religiosas, na medida em que não ponham em
perigo a existência do Estado ou não ofendam o sentimento moral da raça
germânica. O Partido, como tal, defende o ponto de vista de um cristianismo
positivo, sem todavia se ligar a uma confissão precisa. Combate o espírito
judaico-materialista no interior e no exterior e está convencido de que a
restauração duradoura do nosso povo não pode conseguir-se senão partindo do
interior e com base no princípio: o interesse geral sobrepõe-se ao interesse
particular.
24. Para levar tudo isso a bom
termo, pedimos a criação de um poder central forte, a autoridade absoluta do
gabinete político sobre a totalidade do Reich e as suas organizações, a criação de
câmaras profissionais e de organismos municipais encarregados da realização dos
diferentes Länder, de leis e bases promulgadas pelo Reich.
Os dirigentes do Partido prometem envidar todos os seus esforços para a
realização dos pontos antes enumerados, sacrificando, se for preciso, a sua
própria vida.
A essência do Nazismo: totalitarismo e racismo
A essência do fascismo e do nazismo está no totalitarismo, especificamente na
noção de controle totalitário, ou seja, na ideia de que o Estado, e em última
instância o chefe-de-Estado (no caso da Alemanha o Führer), deveria controlar
tudo e todos. Para isso a homogeneização da sociedade é fundamental. As formas
de controle social em regimes totalitários geralmente envolvem o uso e
exacerbação do medo a um grau extremo. Todos
passam a vigiar a todos e todos se sentem vigiados e intimidados. Cada
indivíduo passa a ser "os olhos e ouvidos" doFührer no processo de construção de uma
sociedade totalitária.21 Neste processo de homogeneização
totalitária, os inúmeros festivais, atividades cívicas, com mobilização das
massas nas ruas foram determinantes.
Para controlar tudo e todos, o nazismo instigava e exacerbava ao extremo
o nacionalista, geralmente associado às
rivalidades com outros países suposta ou realmente ameaçadores. A ideia de um
inimigo externo extremamente poderoso é funcional unir a sociedade contra o
"inimigo comum". O medo de um inimigo externo é funcional
para aglutinar socialmente povos que até pouco tempo não se identificavam
enquanto uma só nação, como foram os casos de países unificados apenas no
século XIX (Alemanha e Itália). Como Freud havia demonstrado, a necessidade da
criação artificial da identidade em grupos sociais pode levar à homogeneização
forçada destes, e a existência de membros diferentes no grupo é
desestabilizadora, o que leva o grupo a tentar eliminá-lo.. Tão relevante é
esta explicação para entender o fenômeno do fascismo e do nazismo, que as obras de Freud estiveram entre as primeiras a serem
queimadas nas famosas queimas de livros organizadas pelo Partido Nazista em
1933 e 1934.
Entretanto, era necessário algo mais, além do medo de um inimigo
externo, para conseguir atingir o ultra-nacionalismo e o totalitarismo. Era funcional criar inimigos
internos, sorrateiros, subterrâneos, conspiratórios. Nofascismo, o papel de 'inimigo sorrateiro' é destinado
ao comunismo e aos comunistas como um todo. Já o nazismo acrescenta ao
rol de inimigos - em que já estava incluído o comunismo - algumas minorias
étnico-religiosas: os judeus, em um primeiro momento, e
depois os ciganos e os povos eslavos (já durante a Segunda
Guerra Mundial). A partir disto é que se torna central o segundo pilar do nazismo -
a ideologia da superioridade racial ariana.
(continua na parte 2)
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