NAZISMO
O papel da ideologia da superioridade racial no Nazismo (parte 2)
Selo com a estampa de Hitler
Selo que engrandece o trabalhador nazista
Hitler e a obra Mein
Kampf
De acordo com o livro Mein Kampf ("Minha
Luta"); Hitler desenvolveu as suas teorias políticas pela observação
cuidadosa das políticas do Império
Austro-Húngaro. Ele nasceu como cidadão do Império e acreditava que a sua diversidade étnica e linguística o enfraquecera. Também via a democraciacomo uma força desestabilizadora, porque
colocava o poder nas mãos das minorias étnicas, que tinham incentivo para
enfraquecer e desestabilizar mais o Império, diferentemente da ditadura, que
colocava o poder nas mãos de indivíduos restritos e intelectualmente
favoráveis.
O nazismo defende que uma nação é a máxima criação de uma raça.
Consequentemente, as grandes nações (literalmente, nações grandes) seriam a
criação de grandes raças. A teoria diz que as grandes nações alcançam tal nível
devido seu poderio militar e intelectual e que estes, por sua vez, se originam em
culturas racionais e civilizadas, que, por sua vez ainda, são criadas por raças
com boa saúde natural e traços agressivos, inteligentes e corajosos.
As nações mais fracas seriam então aquelas criadas por raças impuras,
isto é, que não apresentam a totalidade de indivíduos de origem única.
De acordo com os nazistas, um erro óbvio deste tipo é permitir ou
encorajar múltiplas línguas dentro de uma nação. Esta crença é o
motivo pelo qual os nazistas alemães estavam tão preocupados com a unificação
dos territóriosdos povos de língua alemã.
Nações incapazes de defender as suas fronteiras, diziam, seriam a criação de raças fracas
ou escravas. Defendiam eles que as raças
escravas eram menos dignas de existir do que as raças-mestras. Em particular,
se uma raça-mestra necessitar de um Espaço vital (Lebensraum) para
viver, teria ela o direito de tomar o território das raças fracas para si.
Trata-se de uma teoria originalmente concebida pelo geógrafo
alemão Friedrich
Ratzel, que propôs umaAntropogeografia, como um ramo da geografia
humana, como o espaço de vida dos grupamento humanos. Ao sistematizar os
conhecimentos políticos aplicados pela geografia, Ratzel contribuiu
decisivamente para o surgimento da geografia política, que no início do século
XX foi acrescida do termo geopolítica (este cunhado por Rudolf Kjellèn).
Friedrich Ratzel visitou a América
do Norte no início de 1873 e se impressionou com a doutrina do Destino Manifesto nos EUA. Ratzel
simpatizava com os resultados do "Destino Manifesto", mas ele nunca
usou o termo. Em vez disso, ele contou com a Tese da Fronteira de Frederick
Jackson Turner. Ratzel promoveu colônias ultramarinas para a Alemanha, na Ásia e
África, mas não uma expansão em terras eslavas. Depois alguns alemães
reinterpretaram Ratzel para defender o direito do raça alemã de expandir na
Europa, essa noção foi mais tarde incorporada na ideologia nazista. Harriet
Wanklyn argumenta que que os políticos distorceram a teoria de Ratzel para
objetivos políticos.
Raças sem pátria eram, portanto,
consideradas "raças parasíticas". Quanto mais ricos fossem os membros da
"raça parasítica" mais virulento seria o parasitismo. Uma raça-mestra
podia, portanto, de acordo com a doutrina nazista, endireitar-se facilmente
pela eliminação das "raças parasíticas" da sua pátria.
Foi esta a justificativa teórica para a opressão e eliminação dos judeus, ciganos, eslavos e homossexuais, um dever que muitos nazis
consideravam repugnante, tendo eles como prioridade a consolidação do estado
ariano.
As religiões que reconhecessem e
ensinassem estas "verdades" eram as religiões "verdadeiras"
ou "mestras" porque criavam liderança por evitarem as "mentiras
reconfortantes". As que pregassem o amor e a tolerância, "em contradição com os fatos", eram chamadas religiões
"escravas" ou "falsas".
Os homens que aceitassem estas "verdades" eram chamados
"líderes naturais"; os que as rejeitassem eram chamados
"escravos naturais". Dizia-se dos escravos, especialmente dos
inteligentes, que embaraçavam os mestres pela promoção de falsas doutrinas
religiosas e políticas.
Apropriações filosóficos de Nietzsche pelo Nazismo
Se bem que a raça fosse um fator crucial na visão do mundo dos nazistas,
as raízes ideológicas do nazismo iam um pouco
mais fundo. Os nazistas procuraram legitimação em obras anteriores, particularmente
numa leitura, por muitos considerada discutível, da tradição romântica do século XIX, em especial do pensamento de Friedrich
Nietzsche sobre o desenvolvimento do homem em direcção ao Übermensch.
No seu livro de 1939, Alemanha:Jekyll
& Hyde, Sebastian
Haffner chama ao Nazismo de "uma primeira (autónoma e nova)
forma de Niilismo radical, que nega simultaneamente todos os
valores, sejam eles valores capitalistas e burgueses ou sejam eles
proletários". É bem verdade que este ponto de vista acaba por
desconsiderar o projecto de crescimento industrial e de manutenção da ordem
social estabelecida, como se percebe na Alemanha sob poder nazista, e um
repúdio seletivo a elementos da "cultura burguesa tipicamente
inglesa", e não apenas burguesa (visto o repúdio aos judeus, parte visível
da burguesia na época).
Teoria econômica
O nazismo também defendia uma forte intervenção do Estado na economia
para manter o capitalismo e evitar uma crise mais profunda que permitisse a
ascensão dos comunistas como havia acontecido na Rússia em 1917 e quase
aconteceu na Alemanha em 1918. Desta forma, o nazismo pode ser considerado uma
ideologia contrária ao livre mercado e ao liberalismo econômico. É relevante ressaltar que
após a Primeira
Guerra Mundial, mas especialmente após a Crise de 1929 a maior parte dos novos
movimentos políticos assumiram um discurso antiliberal, tanto no plano político
como no econômico, e isto inclui desde grupos conservadores, passando por
grupos moderados e defensores da democracia e da intervenção do Estado na
Economia como keynesianos e social-democratas, até movimentosrevolucionários anticapitalistas socialistas ou comunistas.
Alguns economistas reconhecem que tanto a Alemanha de Hitler, como os
Estados Unidos e a Inglaterra, só se recuperaram economicamente da Crise de 1929 quando implementaram
políticas fortemente intervencionistas, associadas a uma acelerada
militarização da sociedade e da economia. Esta militarização da economia se
traduziu no direcionamento de vários setores da indústria para atender as
enormes encomendas militares, além do fim do desemprego pelo recrutamento de
soldados.
Socialismo e
nazismo
A generalidade da esquerda rejeita que o nazismo tenha sido de fato
socialista, apontando para a existência, ainda antes da tomada do poder por
Hitler, de uma resistência comunista e socialista ao nazismo, para o carácter
internacionalista do socialismo, totalmente oposto à teoria e prática nazista,
e a manutenção, pelos nazistas, de toda a estrutura capitalista da economia
alemã, limitada apenas pelas condicionantes de umaeconomia
de guerra e pela abordagem àquilo a que os nazistas chamavam a questão
judia. Porém esta questão é controversa, com alguns autores a referirem-se ao
nazismo como uma forma de socialismo, apontando para a designação do partido, para
alguma da retórica nazista e para a estatização da sociedade. Ludwig von Misesargumenta, por exemplo:
"O governo diz a estes supostos empreendedores o que e como produzir, a
quais preços e de quem comprar, a quais preços e a quem vender … A autoridade,
não os consumidores, direciona a produção … todos os cidadãos não são nada mais
que funcionários públicos. Isto é socialismo com a aparência externa de
capitalismo". O próprio Hitler chegou a afirmar, em um de seus discursos,
que o nacional-socialismo era socialista não na forma tradicional de
socialismo, mas sim interpretando o socialismo como "exaltação do social".
O Anticapitalismo
Nazista
Os nazistas acreditam que o capitalismo causava danos às Nações pelo
contrôle das finanças internacionais, o domínio econômico das grandes empresas
e da influência do judeus. Cartazes de propaganda nazista nos bairros de classe
populares exaltavam o anticapitalismo. Em uma delas estava
escrito: Manter um sistema industrial podre não tem nada a ver com
nacionalismo. Eu posso amar a Alemanha e odiar o capitalismo.
Hitler expressava, tanto em público como em privado, um profundo
desprezo para o capitalismo, acusando-o de tomar reféns as Nações para
beneficiar os interesses de uma classe rentista de "parasitas
cosmopolitas". Ele era contra a economia
de mercado e a busca desenfreada do lucro, e queria uma economia que
respeitasse o interesse público. Ele não confiava no capitalismo por causa de
sua natureza egoísta, e ele preferiu umaeconomia
planificada sujeito aos interesses do povo. Hitler declarou em 1934, em
um quadro do partido que "o sistema econômico contemporâneo fora a criação
pelos judeus".
Hitler confidenciou um dia para Benito Mussolini que "o capitalismo
tem [tinha] passado o seu tempo". Hitler também acreditava que
a classe empresarial "não queria outra coisa que não sejam lucros e a
Patria não significava nada para eles". Hitler considerava
Napoleão como um modelo para o seu comportamento anti-conservador,
anti-capitalista e anti-burgues.
Em seu Mein
Kampf, Hitler mostra o seu compromisso com o mercantilismo, ele acreditava que os
recursos económicos ligados a um território tinham que ser requisitado pela
força. Ele acreditava na aplicação do conceito de espaço vital para trazer estes
territórios valioso para a economia alemã. Ele pensava que a única maneira de
manter a segurança econômica era ter controle direto sobre recursos, em vez de
depender de comércio internacional. Ele afirmou que a guerra era a única
maneira para ganhar esses recursos e o única modo de derrotar o sistema
econômico capitalista em declínio. Um número de nazistas tinham profundas
convicções socialistas e anti-capitalistas, em, particular, Ernst Röhm, o líder da Sturmabteilung (SA). Röhm alegou que os
nazistas chegaram ao poder constituíndo uma revolução nacional, mas ele
declarou enfaticamente que uma "segunda revolução socialista" era necessária para a ideologia nazista
fosse completada. Outra nazista de alta patente, o ministro da Propaganda Joseph Goebbels, afirmou categoricamente o
caráter socialista do nazismo, ao escrever em seu diário que se ele tinha que
escolher entre obolchevismo e o capitalismo,
"seria melhor para nós para ir para baixo com o bolchevismo do que viver
na escravidão eterna do capitalismo.
A política
econômica
A teoria
econômica nazista preocupou-se com os assuntos domésticos imediatos e, em
separado, com as concepções ideológicas da economia internacional.
A política econômica doméstica concentrou-se em três objetivos
principais:
eliminação do desemprego
eliminação da hiperinflação
Todos estes objetivos pretendiam contrariar aquilo que era visto como os
defeitos da República
de Weimar e para solidificar o apoio doméstico ao partido. Nisto, os
nazistas foram bastante bem sucedidos. Entre 1933 e1936 o PIB alemão cresceu a uma
taxa média anual de 9,5%, e a taxa de crescimento da indústria foi de 17,2%.
Alguns economistas defendem que a expansão da economia alemã nesse período não
foi resultado da ação do partido nazista, mas sim uma consequência das
políticas econômicas dos últimos anos da República de Weimar que começaram então
a ter efeito. Tal ponto de vista é contestado visto que pouquíssimo se fez para
a manutenção da economia, chegando Hugenberg a afirmar que a política ao seu
alcance era uma política que não pretende lutar contra a miséria, mas aprender
a conviver lado-a-lado com ela.
Vale ainda ressaltar que não existem dúvidas se a economia realmente
cresceu ou se só se recuperou dadepressão, visto que apesar de os salários na Alemanha nazista de 1939 serem um pouco
menores do que os salários na Alemanha de 1929, a inflação controlada
proporcionou um aumento incrível no valor da moeda, o que significa que um
marco de 1929 valia muito menos do que um marco de 1939.
Esta expansão empurrou a economia alemã para fora de uma profunda depressão e para o pleno emprego
em menos de quatro anos. O consumo público durante o mesmo período aumentou
18,7%, enquanto que o consumo privado aumentou 3,6% anualmente. No entanto, e
uma vez que a produção era mais consumidora do queprodutora (a
elaboração de projetos de trabalho, a expansão da máquina de guerra, a
iniciação do recrutamento para tirar homens em idade produtiva do mercado
de trabalho), as pressões inflacionárias reapareceram, se bem que não chegassem a
um nível comparável ao da República de Weimar. Estas pressões econômicas,
combinadas com a máquina de guerra azeitada durante a expansão (e as
concomitantes pressões para o seu uso), levou alguns comentadores à conclusão
de que bastavam essas razões para tornar uma guerra europeia inevitável. Dito
de outra forma, sem uma nova guerra europeia, que suportasse esta política
econômica consumista e inflacionária, o programa econômico doméstico nazista
era insustentável. Isto não significa que as considerações políticas
não tivessem tido maior peso no desencadear da Segunda Guerra Mundial.
Significa apenas que a economia foi e continua a ser um dos principais fatores
de motivação para que qualquersociedade vá para a guerra.
O partido nazista acreditava que uma cabala da banca internacional tinha estado por
trás da depressão global dos anos 1930. O controle desta cabala foi identificado com
os judeus, o que forneceu outra ligação à sua motivação ideológica para o holocausto. De uma maneira geral, a existência de grandes
organizações internacionais da banca e de banca mercantil era bem conhecida ao
tempo. Muitas dessas instituições bancárias eram capazes de exercer pressões
sobre os estados-nações através da extensão ou da retenção de créditos. Esta influência não se limita aos pequenos
estados que precederam a criação do Império
Alemão enquanto estado-nação na década de 1870, mas surge nas histórias de
todas as potências europeias desde 1500. Na realidade, algumas corporações trans-nacionais do período entre
1500 e 1800 (a Companhia Holandesa das Índias Orientais é um bom exemplo) foram
criadas especificamente para entrar em guerras no lugar dos governos e não o
inverso.
Usando mais nomenclatura moderna, ainda que fazê-lo possa ser algo
discutível, é possível dizer que o partido nazista estava contra o poder das
corporações trans-nacionais, que considerava excessivo em relação ao dos
estados-nação. Embora por motivos por vezes opostos, esta posição
anticorporativa é partilhada por muitas forças políticas desde a esquerda e
centro-esquerda, até a extrema-direita.
É importante fazer notar que a concepção nazista da economia internacional era
muito limitada. A principal motivação do partido era incorporar no Reich
recursos que anteriormente não faziam parte dele, pela força e não através
do comércio. Isto fez da teoria económica
internacional um fator de suporte da ideologia política em vez de uma trave mestra da plataforma
política, como acontece na maioria dos partidos
políticos modernos.
Do ponto de vista econômico, o nazismo e o fascismo estão relacionados. O nazismo pode ser
encarado como um subconjunto do fascismo - todos os nazistas são fascistas mas
nem todos os fascistas são nazistas. O nazismo partilha muitas características
econômicas com o fascismo, com o controle governamental da finança e do investimento (através da atribuição
de créditos), da indústria e da agricultura, ao mesmo tempo que o poder corporativo e
sistemas baseados no mercado para criar os preços se mantinham. Citando Benito Mussolini: "O fascismo devia ser
chamado corporativismo, porque é uma fusão do Estado
e do poder corporativo."
Em vez de ser o estado a requerer bens das empresas industriais e a
colocar nelas as matérias-primas necessárias à produção (como em sistemas socialistas/comunistas),
o estado pagava por esses bens. Isto permitia que o preço desempenhasse um
papel essencial no fornecimento de informação sobre a escassez dos materiais,
ou nas principais necessidades em tecnologia e mão-de-obra (incluindo a educação de
mão-de-obra qualificada) para a produção de bens. Além disso, o papel que os sindicatos deviam desempenhar nas relações de
trabalho nas empresas era outro ponto de contacto entre fascismo e nazismo.
Tanto o partido nazista alemão como o partido
fascista italiano tiveram inícios ligados ao sindicalismo, e encaravam o controle
estatal como forma de eliminar o conflito nas relações laborais.
Nazismo e romantismo
De acordo com Bertrand Russell, o nazismo provém de uma
tradição diferente quer do capitalismo liberal quer docomunismo. E por isso, para entender os valores do
nazismo, é necessário explorar esta ligação, sem trivializar o movimento tal
como ele era no seu auge, nos anos 1930, e o descartar como pouco mais que racismo.
Muitos historiadores dizem que o elemento anti-semítico, que também
existe nos movimentos-irmãos do nazismo, os fascismos de Itália e Espanha (mesmo que em formas e medidas
diferentes), foi adaptado por Hitler para obter popularidade para o seu
movimento. O preconceito anti-semita era muito comum no mundo ocidental. Por
isso, diz-se que a aceitação das massas dependia do anti-semitismo e da
exaltação do orgulho alemão, ferido com a derrota na Primeira
Guerra Mundial.
Mas há quem diga (por exemplo o filólogo Victor Klemperer) que as origens e os valores
do nazismo provém da tradição irracionalista do movimento romântico do início do século XIX.
O historiador e escritor Joachim Fest vai além, mostrando que
o anti-semitismo é fruto não de doutrinas atuais, mas sim de tempos remotos. De
fato, traços anti-semíticos são observados desde o Império Romano.
Efeitos
Na condição
de escravos do nazismo, Judeus e outros perseguidos
políticos no campo
de concentração de Wobbelin foram libertados pelos Aliados
Estas teorias foram utilizadas para justificar uma agenda política totalitária de ódio racial e de supressão da dissidência com o uso de todos os meios do estado.
Como outros regimes fascistas, o regime nazista punha ênfase noanticomunismo e no princípio
do líder (Führerprinzip). Este é um princípio-chave na
ideologia fascista, segundo o qual se considera o líder como a corporização do
movimento e da nação. Ao contrário de outras ideologias fascistas, o nazismo
era virulentamente racista. Algumas das manifestações do
racismo nazista foram:
Nacionalismo
étnico, incluindo a noção dos alemães como o Herrenvolk("raça-mestra")
e o Übermensch ("super-homem");
Uma crença na necessidade de purificar a "raça alemã" através
daeugenia, que culminou na eutanásia não-voluntária de pessoas diminuídas.
O anticlericalismo faz parte da ideologia
nazista, o que é mais um ponto de divergência com outros fascismos.
Efeitos secundários
Talvez o efeito intelectual mais importante do nazismo tenha sido o
descrédito, durante pelo menos duasgerações, das tentativas de utilizar a sociobiologia para explicar ou
influenciar assuntos sociais.
Pessoas e história
O nazista mais importante foi Adolf Hitler, que governou a Alemanha Nazi entre 30 de Janeiro de 1933 até ao seusuicídio a 30 de Abril de 1945, levou o Reich alemão à Segunda
Guerra Mundial. Com Hitler, o nacionalismo étnico e o racismo juntaram-se numa
ideologia militarista.
Depois da guerra, muitos nazis de primeiro plano foram condenados por
crimes de guerra e contra a humanidade no Julgamento
de Nuremberg.
O símbolo nazista é a suástica orientada no sentido dos ponteiros
do relógio, sendo desenhada em um plano
5x5.
Nazismo e religião
Estado deplorável de Judeus e outros contrários ao nazismo, no final da
guerra. Campo
de concentração de Buchenwald
As relações iniciais entre o nazismo e o cristianismo podem ser descritas como
complexas e controversas. Nas igrejas protestantes a revolução nazista foi no
início acolhida com "benévola simpatia".Tendo o nazismo procurado
identificar-se com o patriotismo alemão, algumas personalidades protestantes,
como o Dr. Martin
Niemöller, votaram inicialmente a favor dos nacionais socialistas. Em julho
de 1933, os representantes das igrejas
protestantes alemães escreveram uma constituição para a criação de umaIgreja do Reich, criada a partir da fusão das
28 igrejas
luteranas e reformistas alemães, que englobavam em torno de 48 milhões de adeptos, e era
considerada a "igreja oficial" do regime.
Desde o início, foi diferente a atitude dos católicos, alarmados pelo
conteúdo racista dos livros "Minha Luta" de Adolf Hitler e
"O Mito do Século XX" de Alfred Rosenberg. Nesses livros, os
arianos surgem como os elementos superiores da humanidade, defendendo-se a
pureza racial ariana como a primeira necessidade dos alemães. Contrapunham os
católicos que a destruição de barreiras entre judeus e gentílicos pertence à
própria essência do Evangelho e que o racismo não tem cabimento na igreja
cristã. Quando Hitler aceitou uma Concordata com o Vaticano, houve alguns católicos que
ainda hesitaram. Os três inimigos mortais da Alemanha, tal como os nazistas
afirmavam na sua propaganda interna, eram porém claramente identificados:
marxismo, judaísmo, e cristianismo. A "incompatibilidade fundamental do
nacional-socialismo com a religião cristã era manifesta",passando todos os
cristãos, tanto protestantes como católicos, ao ataque sistemático ao nazismo.
Apesar disso, as relações do Partido Nazista com a Igreja
Católica tem sido apresentada por alguns autores[carece de fontes] como controversa.
Argumentam não saber se Hitler se considerava, ou não, cristão, e que a
hierarquia da Igreja, representada pelo Papa Pio XI, se teria mantido basicamente silenciosa. A
existência de um Ministério de Assuntos da Igreja, instituído em 1935 e liderado por Hanns
Kerrl, teria sido quase ignorada por ideólogos como Alfred Rosenberg e por outros decisores
políticos.
Hitler e os outros líderes nazistas procuraram utilizar o simbolismo e a emoção cristã para propaganda junto do
público alemão, esmagadoramente cristão. Enquanto que autores
não-cristãos puseram ênfase na utilização externa da doutrina cristã, sem dar importância ao que poderia
ter sido a mitologia interna do partido, os
cristãos, baseando-se nos livros dos chefes nazis, e nos folhetos de propaganda
que estes lançavam contra o cristianismo, tipificaram Hitler como ateu ou ocultista — ou mesmo um satanista.
Declarações públicas e oficiais produzidas por autoridades católicas
sobre o nazismo, existem pelo menos desde o ano de 1930, bem antes da chegada
de Hitler ao poder, quando o Ordinário de Mogúncia, em nome do seu bispo,
declarou: "O que acabamos de dizer (sobre o nazismo), responde às três
perguntas que nos foram postas: a) Pode um católico ser membro do partido
hitleriano? b) Está um sacerdote católico autorizado a consentir que os adeptos
desse partido tomem parte em cerimónias eclesiásticas, incluindo funerais? c)
Pode um católico fiel aos princípios do partido ser abrangido pelos
sacramentos? Devemos responder "Não" a tais perguntas" O
Papa Pio XI sabia do que se passava na Alemanha e escreveu vários documentos
condenando o nazismo, com destaque para a encíclica de condenação do Nazismo
- Mit brennender sorge ("Com viva preocupação").
Muitos padres e líderes católicos
opuseram-se com todo o vigor ao nazismo, dizendo que ele era incompatível com a
moral e a fé cristã. Tal como aconteceu com muitos opositores políticos, muitos
destes padres foram condenados aos campos
de concentração pela sua oposição. O próprio Dr. Martin
Niemöller, que a princípio lhes dera apoio, foi enviado para Dachau. O ano de
1938 ficou assinalado pela anexação da Áustria, imediatamente seguida pelo
assalto aos bens e à influência da Igreja; os cardeais Innitzer e Faulhaber, bem como o arcebispo Grober
e o bispo Sproll foram vítimas de violências organizadas pelas "kochende Volksseele".
No mesmo ano de 1938, o neo-paganismo romântico gerado pela acção dos
responsáveis e órgãos nazis, vai entrar abertamente em ruptura com as igrejas
cristãs, protestantes e católica.
Nazismo e
Paganismo
Foi por intermédio do nazismo que se deu no século XX a mais importante
manifestação do paganismo. Uma denuncia da componente pagã do nazismo surgiu
nos Estados
Unidos, em 1934, logo após a vitória eleitoral e a subida ao poder de Adolf
Hitler, como o livro "Nazismo: um assalto à civilização". Nesse
livro se chamava a atenção para algo que se considerava inquietante: no dia 30
de Julho de 1933 mais de cem mil nazistas tinham-se reunido em Eisenach para
declarar querer tornar "a origem germânica a realidade divina",
restaurando Odin,Baldur, Freia, e os outros deuses teutónicos nos altares da
Alemanha - Wotan deveria estar no lugar
de Deus, Siegfried no lugar de Cristo.
Durante o ano de 1936, os líderes nazis começam a abandonar a
"cristandade alemã" ou o que também se designava por "cristianismo
positivo". É então que Goebbels apresenta o Nazismo como se fosse uma
religião a ser respeitada - havia uma nova fé alemã a defender. Enquanto von
Schirach tentava imbuir na Juventude Hitleriana a admiração pelas antigas
tribos pagãs, o Movimento da Fé Germânica (Deutsche Glaubensbewegung,
DGB) fazia o grosso da propaganda. O DGB tinha como profeta Jakob
Wilhelm Hauer(1881-1962), professor de Teologia em Tübingen, que pregava a ideia
de uma fé ariana dos alemães. No livroDeutsche Gottschau, Hauer defendia
que a história da Alemanha era mais do que mera sequência de factos, havendo na
sua base uma Divindade que encarnava o espírito da raça ariana.
A Páscoa de 1936 já foi preparada na Alemanha como se um grande festival
pagão se tratasse. As livrarias encheram-se de literatura pagã, e a bandeira
azul com o disco solar dourado do "Movimento da Fé Germânica" (DGB)
chegou às mais recônditas zonas rurais. Uma grande manifestação foi organizada
em Burg Hunxe, na Renânia. Em 1937, o Papa Pio XI publica uma Carta Encíclica de condenação
do Nazismo - Mit brennender sorge ("Com viva
preocupação"), onde diz: Damos graças, veneráveis irmãos, a
vós, aos vossos sacerdotes e a todos os fieis que, defendendo os direitos da
Divina Majestade contra um provocador neopaganismo, apoiado, desgraçadamente
com frequência, por personalidades influentes, haveis cumprido e cumpris o
vosso dever de cristãos.
No Congresso de Nuremberg, em 1937, revivia entre os nazistas o
paganismo ancestral do povo ariano, surgindo um místico laicismo como um dos
tópicos centrais em discussão: para que a Alemanha voltasse à sua antiga fé,
não bastava a separação da Igreja e do Estado; as Igrejas cristãs teriam que
ser destruídas, e o Estado transformado numa nova Igreja; impunha-se uma nova
religião Nacional.
O ano de 1938 veio a revelar-se como
um dos pontos altos de manifestação dessa nova religião pagã. No festival nórdico do Solestício de Verão, Julius Streicher, director do Strümer e
amigo pessoal de Hitler, perante uma enorme multidão
de alemães reunidos em Hesselberg (montanha a qual o
Fuhrer declarou sagrada), ao lado de uma grande fogueira simbólica, disse:
"Se olharmos para as chamas deste fogo sagrado e nelas lançarmos os nossos pecados, poderemos baixar desta montanha com as nossas almas limpas. Não precisamos nem depadres nem de pastores".
Este neo-paganismo romântico, gerado pela ação dos responsáveis e órgãos nazistas, com destaque
para, além de Goebbels, Heinrich Himmler e Reinhard Heydrich, entrava então já em clara
ruptura com as igrejas cristãs,protestantes e católica. Em 1938, depois das perseguições aos judeus
que vinham desde a subida ao poder de Hitler, a perseguição aos cristãos
passava então também a ser sistemática.
Mais tarde, ao estudar o fenómeno totalitário, o filósofo Herbert Marcuse identifica na ideologia
do nazismo várias camadas sobrepostas, considerando precisamente o paganismo, a
par do misticismo, racismo ebiologismo, uma das componentes
essenciais da sua "camada mitológica". A perspectiva de Marcuse
foi partilhada pela "Escola
de Frankfurt", especialmente por Max Horkheimer e Erich Fromm. Segundo Paul Tillich, no paganismo do nazismo
estava o elemento essencial que explicava o seu anti-semitismo, no enfoque
colocado nos "laços de sangue arianos". Para Emmanuel Levinas, o Nazismo apresentava uma
forma de religiosidade pagã que se opunha a toda uma civilização
monoteísta.
Vítimas
religiosas
Chama-se a atenção também para o facto de as Testemunhas
de Jeová terem sido vítimas por opção. "A guerra nazista contra os judeus
visava à sua aniquilação e os deixou com poucas opções para escapar",
explicou o Dr. Abraham J. Peck, Diretor Executivo do Museu do Holocausto
de Houston,Texas, EUA. "A perseguição nazista contra as
Testemunhas de Jeová visava a erradicação da religião. Por conseguinte, as Testemunhas de Jeová
recebiam dos nazistas a oferta de liberdade, caso renunciassem à sua fé. A maioria das Testemunhas preferiu sofrer e enfrentar a morte junto
com as outras vítimas do nazismo a apoiar a ideologia nazista de ódio e violência." Como
judeu polonês, o Dr. Ben Abraham, agora Vice-presidente daAssociação Mundial dos Sobreviventes do Nazismo, passou cinco anos e meio em
campos de concentração onde conheceu pessoalmente várias Testemunhas de Jeová.
Ele disse: "A diferença entre as Testemunhas e todos os outros
prisioneiros é que, se renunciassem à sua fé e se comprometessem a denunciar os
outros que praticavam a mesma crença, seriam soltas na hora. Mas preferiam
permanecer presas a renunciar à fé."
Nazismo e fascismo
O termo "nazismo" é frequentemente - mas incorretamente -
usado como sinônimo de "fascismo". Ao passo que o nazismo incorporou
elementos estilísticos do fascismo, as semelhanças principais entre os dois
foram a ditadura, o irredentismo territorial e a teoria
econômica básica. Por exemplo, Benito Mussolini, o fundador do fascismo, não
adaptou o anti-semitismo até se ter aliado a Hitler, enquanto que o nazismo foi
explicitamente racista desde o início. O ditador espanhol Francisco Franco, frequentemente chamado
fascista, poderá talvez ser descrito como um monárquico católico reacionário
que adotou pouco do fascismo para além do estilo.
Para o fim do século XX, surgiram movimentos neonazistas em vários países, incluindo os Estados Unidos e várias nações
europeias. O neonazismo inclui qualquer grupo ou organização
que exibe uma ligação ideológica com o nazismo. É frequentemente associado à
subcultura juvenil skinhead, apesar de nem todos membros
desta cultura estarem ligados à ideologia nazista. Alguns partidos políticos da
orla do espectro como, nos EUA, oPartido Verde Nacional Socialista Libertário (LNSGP, ou Libertarian
National Socialist Green Party), adotaram ideias nazistas.
Motivos da ascensão do nacional-socialismo
Uma questão importante sobre o nacional-socialismo tem a ver com os
fatores que promoveram a sua ascensão, não só na Alemanha mas também noutros
países europeus e do continente americano (podiam encontrar-se movimentos
nacionais-socialistas na Suécia, Grã-Bretanha, Itália, Espanha, Checoslováquia, Estados Unidos,Argentina e Chile nos anos 1920 e 30).
Estes fatores podem ter tido a ver com:
A influência das comunidades de língua alemã;
As dificuldades das classes trabalhadores e a crise econômica.
O termo "nazista" na cultura popular
As atrocidades cometidas pelo regime nazista e a sua ideologia extremista tornaram o nazismo tão digno de nota na
linguagem popular como na história. O termo "nazista" (no português
do Brasil) ou "nazi" (no português europeu), é frequentemente
utilizado para descrever grupos de pessoas que tentam impor soluções
impopulares ou extremistas à população em geral, ou que cometem crimes e outros tipos de violações sobre terceiros
sem mostrar remorso. Israel é um alvo comum e
extremamente controverso do termo "nazista", quando aplicado ao modo
que os judeus tratam os palestinianos.
Alguns dos usos do termo que se vêem na cultura popular são extremamente
ofensivos. Frases como "nazista dosoftware livre" ou "feminazi" são dois exemplos de
usos particularmente objetáveis. Mesmo muitos dos que mais fortemente se opõem
ao movimento do Software Livre não gostam do que encaram como a trivialização
dos nazistas.
O termo, usado tão frequentemente que inspirou a "lei de Godwin" que diz que "com o
prolongamento de uma discussão online, a probabilidade de surgir uma comparação
envolvendo os nazistas ou Hitler aproxima-se de um". Talvez esteja a
acontecer o mesmo que com outras palavras ofensivas e a comunidade esteja a
reclamar o termo.
Antissemitismo
mancha imagem do reformador Martinho Lutero
Nos
preparativos para os 500 anos da Reforma, a Igreja Evangélica da Alemanha se vê
confrontada com as declarações contra os judeus feitas pelo reformador Martinho
Lutero. E opta por não esconder esse lado sombrio.
Tolerância é o tema central
da Igreja Evangélica da Alemanha (EKD, na sigla em alemão) ao longo deste ano e
um dos principais temas a serem abordados pela igreja até 2017, quando se
celebram os 500 anos da Reforma Protestante.
Mas, apesar dessa
ênfase, o iniciador da Reforma, o alemão Martinho Lutero, demonstrou forte
oposição à religião judaica, especialmente alguns anos antes de sua morte, em
1546.
Naquela época, Lutero
chegou a pedir que ateassem fogo às sinagogas e escolas judaicas, além de
afirmar que os judeus deveriam ter as casas destruídas, assim como os bens e
livros religiosos apreendidos.
A teóloga Margot
Kässmann, ex-presidente do Conselho da EKD, foi a mais recente especialista a
apontar a contradição entre as raízes históricas e o posicionamento atual da
Igreja Evangélica, cujo marco inicial são as 95 teses que – diz a lenda –
Lutero afixou na parede da Igreja do Castelo de Wittenberg em 1517. Nos
escritos, ele propunha uma reforma no catolicismo romano.
Kässmann escreveu um
artigo no jornal alemão Frankfurter
Allgemeine Zeitung, no qual disse que, com idade mais avançada, Lutero foi
"um exemplo assustador do cristianismo antijudaico". A teóloga ainda
enfatizou que a comemoração do aniversário da Reforma deve citar as suas
conquistas sem ignorar esse lado sombrio.
Decepcionado com os
judeus
O reformista não foi
sempre contra a religião judaica. De acordo com o historiador holandês Herman
Johan Selderhuis, Lutero esperava que os judeus se convertessem ao cristianismo
– o que não aconteceu. Para Selderhuis, a decepção foi um dos motivos para que
Lutero começasse a hostilizar os judeus.
Mas ele não era o
único a pregar o antijudaísmo. Também outros teólogos reformadores, bem como
representantes da Igreja Católica e humanistas famosos, como Erasmo de Roterdã,
ofendiam a religião judaica. Em entrevista à DW, Selderhuis afirma que Erasmo
de Roterdã elogiava a França porque lá havia poucos judeus.
A convocação de
Lutero para incendiar as sinagogas não surtiu efeito no século 16. Em 1938, no
entanto, os nazistas adotaram a parte dos escritos de Lutero que era hostil aos
judeus. Postas em perspectiva, as palavras do reformista ajudavam a justificar
o que ficou conhecido como "Noite dos Cristais" (ou Reichskristallnacht)
– quando inúmeras sinagogas foram incendiadas.
O historiador
adverte, porém, que Lutero não pode ser visto como um dos responsáveis pelo
assassinato de milhões de judeus durante o Holocausto. "É claro que, na
década de 30, foi muito fácil usar o que Lutero disse e escreveu como
propaganda antissemita", comenta Selderhuis, que é protestante. Ele
explica que é importante distinguir entre o antijudaismo de fundo religioso de
Lutero e a ideologia racista antissemita. "O antissemitismo é sobre ser
contra o judeu como pessoa, contra a sua origem e a sua existência como
judeu."
As declarações de
Lutero voltavam-se contra a fé dos judeus. "Ele é contra a religião
judaica e a recusa dos judeus de se aproximar de Cristo", aponta
Selderhuis. De acordo com ele, nas palavras de Lutero não há nada que mencione
a ideia de eliminar um povo inteiro.
Também Kässmann
salienta que Lutero não poderia prever que suas palavras seriam usadas pelos
nazistas, séculos depois.
Polêmica ainda viva
Até hoje, as
declarações de Lutero sobre os judeus provocam reações diversas. O artigo de
Kässmann, embaixadora das celebrações dos 500 anos da Reforma Protestante
marcadas para 2017, foi muito comentado no site do jornal Frankfurter
Allgemeine Zeitung.
Alguns minimizam a
polêmica ou defendem Lutero, situando as colocações do reformador no contexto
social do século 16. Outros dizem não compreender como a EKD pode ter um
inimigo dos judeus como pilar. Um leitor escreveu que uma pessoa como Lutero
não serve como fundador de uma igreja cristã que propaga o amor ao próximo.
Também Kässmann vê
duas linhas nas críticas ao seu artigo. "De um lado, há aqueles que
defendem que o caráter evangelista, o protestantismo de Lutero deve ser posto
em primeiro plano", explica.
Mas outros se mostram
decepcionados com a faceta sombria de Lutero. Ele seria não apenas um inimigo
dos judeus, mas também dos turcos. Os xingamentos de Lutero contra a Igreja
Católica dificultariam os avanços no ecumenismo. Os seguidores dessa posição
defendem que a Igreja Evangélica se distancie de Lutero e dê o menor destaque
possível às suas ideias sobre os judeus.
Para a ex-presidente
do Conselho da EKD, o mais difícil é encontrar uma maneira de deixar claro que
não se trata de celebrar um jubileu exclusivamente alemão e de Lutero, mas de
um jubileu internacional e ecumênico da Reforma.
A teóloga ainda
enfatiza que é sempre melhor reconhecer os erros do passado. E que, hoje, a
Igreja Evangélica prega que um ataque aos judeus é também
ataque aos protestantes.
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