quinta-feira, 31 de outubro de 2013

CONHEÇA 7 PAPAS NADA santos

Conheça 7 papas nada santos
Por Natasha Romanzoti em 21.09.2010 as 23:35
Embora, para os cristãos, só Jesus tenha sido perfeito na Terra, e apesar de ninguém esperar que os papas sejam absolutos santos, algumas histórias envolvendo amantes, crimes e festas no Vaticano parecem profanas demais para ser verdade. Confira sete escândalos de papas corruptos que deixaram suas marcas de maneiras não muito agradáveis:
7) PAPA CLEMENTE VII (1523-1534)
Apesar de ser indiferente à Reforma Protestante (um movimento de reforma na Europa, no qual várias denominações se separaram da Igreja Católica), o papa Clemente VII ficou mais conhecido por outro motivo: estava sempre disposto a mudar seu ponto de vista político para coincidir com o de quem tinha mais poder e riqueza no determinado momento. Ele trafegou entre alianças com a França, a Espanha e a Alemanha, embora tenha se inclinado para as forças políticas francesas antes de sua morte em 1534 (ele faleceu “misteriosamente” depois de comer um cogumelo venenoso). Como resultado de sua fidelidade oscilante, seus críticos, como Carlos V, o compararam a um pastor que tinha fugido do seu rebanho para retornar como um lobo.
6) PAPA LEÃO X (1513-1521)
O Papa Leão X era estritamente contra a Reforma Protestante, movimento inspirado pelo argumento de Martinho Lutero contra os métodos inescrupulosos da igreja para arrecadar fundos baseados no medo das pessoas de não ir para o paraíso. O Papa Leão X não só permitia, como incentivava os fiéis a pagarem por seus pecados – literalmente. O líder religioso colocava preços nos pecados dos outros e obrigava-os a dar-lhe dinheiro em troca de sua absolvição. E sim, ameaçava os fiéis de que suas almas não seriam capazes de entrar no céu, se eles não pagassem por pecados como crimes de assassinato, incesto e roubo.
5) PAPA JÚLIO II (1503-1513)
Apesar do juramento do clero de celibato sagrado, Júlio alegadamente tinha várias amantes e, pelo menos, uma filha ilegítima (algumas fontes indicam que ele tinha duas outras filhas, que morreram durante a infância). Em 1511, o conselho fez acusações de atos sexuais indecentes contra ele, alegando que ele era “um vergonhoso sodomita coberto de úlceras”. Embora fosse um fã de artes e esculturas antigas, Júlio também teria forçado Michelangelo a concluir a Capela Sistina antes do tempo que o artista pediu. Segundo registros, Michelangelo nunca chegou a terminar o túmulo do papa Júlio, após ele ter morrido.
4) PAPA ALEXANDRE VI (1492-1503)
É, não somente o papa Júlio II era um “suposto” clérigo celibatário. Alexandre VI também teve várias amantes, incluindo Giulia Farnese (conhecida como Júlia, a Bela), e teve numerosos filhos ilegítimos com a antiga amante Vannozza dei Cattani (que era casada na época). Seus caminhos hedonistas eram tão descarados que, mesmo com o crime e a violência tomando as ruas de Roma, o papa ocupou-se com comédias, banquetes pródigos e bailes – todos pagos com fundos da igreja católica. Sua vida de playboy não para por aí: surgiram até mesmo boatos de que o papa organizava orgias.
3) PAPA BENTO IX (1032-1048)
Tal papa foi tamanha calamidade que outros religiosos não pouparam críticas severas à figura. Bento IX ganhou poder e riqueza em uma idade precoce, aos 20 anos, como resultado de laços de sua família com a igreja. Ele herdou o título de papa por ser sobrinho do papa João XIX. Ele rapidamente desenvolveu uma imagem de “cruel e imoral”. O Papa Victor III escreveu que Bento IX cometia “estupros, assassinatos e outros atos indescritíveis. Sua vida como papa foi tão vil, tão má, tão execrável, que eu estremeço só de pensar nisso”. São Pedro Damião tinha coisas similares a dizer de Bento IX, descrevendo-o como “banquete de imoralidade” e “um demônio do inferno sob o disfarce de um padre”, que organizava orgias patrocinadas pela igreja e participava regularmente de bestialidades. Em seu último ato de corrupção como papa, Bento IX decidiu que queria se casar, e vendeu seu título para seu padrinho por 680 kg de ouro.
2) PAPA JOÃO XII (955-964)
Alcançando o título de Papa aos 18 anos, João XII foi rapidamente considerado preguiçoso e infantil. Acusações mais severas partiram de seus críticos que eram sacerdotes e autoridades religiosas. Líderes da igreja disseram que ele invocava demônios, assassinava e mutilava vários homens, incendiava casas, e participava de jogos de azar. Também afirmaram que ele “transformou o palácio papal em um bordel”, cometendo adultério com muitas mulheres, além de duas viúvas, sua própria sobrinha e a namorada de seu pai. Seu reinado como papa terminou nos seus 20 e poucos anos, quando ele morreu de um derrame, enquanto estava supostamente na cama com uma mulher casada.
1) PAPA ESTEVÃO VI (896-897)
Essa talvez a seja a história mais macabra dessa lista. Provavelmente o mais desequilibrado de todos, o papa Estevão VI queria de todo jeito se vingar de seu predecessor, o papa Formoso, por achar que tinha sido injustiçado por ele. Porém, seu inimigo já estava morto. Estevão então ordenou que o cadáver de nove meses fosse exumado, vestido com vestes sagradas papais e apoiado em um trono para ser julgado por seus crimes. Um diácono respondeu em nome do falecido. Estevão se enfureceu e jorrou acusações no defunto, por achar que ele recebeu injustamente o título de papa. O cadáver perdeu o julgamento, e Estevão declarou que ele foi um papa vazio. Ele, então, cortou seus três dedos usados para dar bênçãos e ordenou que o corpo fosse retirado de suas vestes e despejado em um cemitério para estrangeiros. Logo após esse episódio, um terremoto atingiu Roma, destruindo a basílica papal. O cadáver foi desenterrado mais uma vez, e atirado em um rio. Algumas pessoas compassivas o “pescaram” e deram a Formoso um enterro mais adequado. No entanto, o julgamento macabro voltou a assombrar Estevão, pois os danos do terremoto foram tomados como um sinal de Deus. Tumultos e multidões que apoiavam Formoso prenderam Estevão em um calabouço, onde mais tarde ele foi encontrado estrangulado até a morte. [LifesLittleMysteries]


O PAPA INIMIGO DE MARTINHO LUTERO


Papa Leão X (Leão X
217º papa)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Papa Leão X (Nascido Giovanni di Lorenzo de' Medici; 11 de dezembro de 1475 – 1 de dezembro de 1521) foi papa de 1513até sua morte. Ele foi o último não-sacerdote a ser eleito Papa. Ele é conhecido principalmente por ser o papa do inicio daReforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero por suas 95 teses e por ter sido o último papa a ter visto a Europa Ocidentaltotalmente católica. Ele nasceu com o nome de Giovanni di Lorenzo de Medici. Ele era o segundo filho de Clarice Orsini eLorenzo de Medici, o governante mais famoso da República de Florença. Seu primo, Giulio di Giuliano de Medici, viria a sucedê-lo como Papa Clemente VII (1523-34).
Vida inicial
Desde idade Giovanni e sua família demonstraram interesse por uma carreira eclesiástica. Seu pai pressionou oPapa Inocêncio VIII, que foi obrigado à nomeá-lo cardeal-diácono de Santa Maria em Domnica em março de 1489, quando tinha apenas sete anos, embora ele não tenha sido autorizado a usar as insígnias e demais deliberações do colégio dos cardeais até três anos depois.1 Giovanni recebeu uma cuidadosa educação na corte de Lorenzo, foi colega de humanistas como Angelo PolizianoPico della MirandolaMarsilio Ficino e Bernardo Dovizio Bibbiena. De 1489-1491, estudou teologia e Direito Canônico em Pisa sob instrução de Filippo Decio.
Em 23 de março de 1492, com apenas 16 anos, foi formalmente admitido no Colégio dos cardeais e assumiu a sua residência em Roma. A morte de Lorenzo no ano seguinte em 8 de abril, fez Giovanni mudar-se para Florença. Ele participou do conclave de 1492 que se seguiu à morte de Inocêncio VIII, e se opôs terminantemente à eleição do cardeal Rodrigo Borgia, que foi eleito como o Papa Alexandre VI. Posteriormente ele morou com seu irmão mais velho, Piero di Lorenzo de Médici em Florença, durante a agitação provocada porGirolamo Savonarola e a invasão do Carlos VIII de França, permanecendo lá até a revolta dos florentinos e a expulsão dos Medici, em novembro de 1494. Enquanto Piero encontrou refúgio em Veneza e Urbino, Giovanni viajou para Alemanha, Holanda e França.
Em maio de 1500, retornou a Roma, onde foi recebido com cordialidade por Alexandre VI, e onde viveu por vários anos estudando arte e literatura. Em1503 ele apoiou Júlio II como papa, e no mesmo ano após a morte de Piero de Medici, Giovanni tornou-se líder de sua família. Em 1 de outubro de 1511, foi nomeado legado papal de Bologna e da Romagna, e quando a república florentina declarou-se a favor dos pisanos cismáticos, Júlio II mandou-o contra sua cidade natal como líder do exército papal. Esta e outras tentativas para recuperar o controle político de Florença foram frustradas, até que uma revolução pacífica permitiu o retorno dos Medici. O irmão mais novo de Giovanni, Giuliano foi colocado na liderança da república, mas Giovanni tinha grande influência no governo.
Vida como Papa
Giovanni foi eleito Papa em 9 de março de 1513, o primeiro a ser eleito na Capela Sistina, com apenas 37 anos, no que foi proclamado dois dias depois. Em 15 de março foi ordenado sacerdote e em 17 de março, ele foi consagrado bispo de Roma pelo cardeal Raffaele Riario, bispo de Ostia e Velletri, e decano do Sacro Colégio dos Cardeais. Ele foi coroado em 19 de março pelo Cardeal Alessandro Farnese, Protodiácono de S. Eustachio.2
Quinto Concílio de Latrão
Durante dois ou três anos de intrigas políticas e guerra incessante, o Quinto Concílio Latrão pode realizar muito pouco. O objetivo principal do concilio era a reforma da disciplina e moral da igreja, que só poderia ser obtida adequadamente com consenso dos reinos cristãos, e tanto Leão e o concílio, não conseguiram obter esse acordo.
Suas conquistas mais importantes foram o registro na sua décima primeira sessão (9 de dezembro de 1516), com a confirmação da concordata entre Leão X e Francisco I, que estava destinada a regular as relações entre a Igreja francesa e a Santa Sé. Leão fechou o concilio em 16 de março de 1517. Ele conseguiu encerrar o cisma pisano.
Guerra de Urbino
O ano que marcou o encerramento do Concílio de Latrão também foi marcado pela guerra de Leão contra o Duque de Urbino Francisco Maria I Della Rovere. Leão tinha intenção de que seu irmão Giuliano e, seu sobrinho Lorenzo, tivessem uma brilhante carreira secular. Ele havia chamado os patrícios romanos, que ele havia colocado no encargo deFlorença, para criar um reino no centro da Itália, formado por Parma,PiacenzaFerrara e Urbino.
A morte de Giuliano em março de 1516, no entanto, transferiu o favoritismo do papa para Lorenzo. A guerra durou de fevereiro a setembro 1517 e terminou com a expulsão do Duque e a vitória de Lorenzo.
Planos para uma Cruzada
sultão Selim I conseguiu diversos avanços territoriais e começava a ameaçar invadir a Europa ocidental. Consequentemente, Leão sentiu a necessidade de paralisar o avanço do Império Otomano e elaborou planos para uma cruzada. Uma trégua devia ser proclamada em toda acristandade, ficando o Papa como o árbitro de disputas, o Sacro Imperador Romano-Germânico e o Rei de França a liderar o exército e InglaterraEspanha e Portugal deviam fornecer a frota; e as forças combinadas deveriam ser dirigidas contra Constantinopla. A diplomacia papal para manter a paz falhou, e por conseguinte os planos para uma cruzada, e grande parte do dinheiro arrecadado foi gasto noutros fins.
Em 1519 a Hungria concluiu uma trégua de três anos com Selim I, mas o próximo sultão, Solimão, o Magnífico, recomeçou a guerra em Junho de 1521 e a 28 de Agosto capturou a cidadela de Belgrade. O Papa demonstrou-se muito assustado, e enviou cerca de 30.000 ducados para ajudar os cristãos húngaros.
Cismas e heresias
Leão foi perturbado por todo o seu pontificado por heresias e cismas, especialmente a Rebelião desencadeada por Martinho Lutero.
O cisma protestante
Em resposta a preocupações sobre a má conduta de alguns funcionários da igreja, em 1517 Martinho Lutero postou suas noventa e cinco teses na porta da igreja em Wittenberg. Leão não conseguiu compreender totalmente a importância do movimento, e em fevereiro de 1518 dirigiu-se ao vigário-geral dos Agostinianos para controlar os seus monges.
Em 30 de Maio, Lutero enviou uma explicação de suas teses ao papa, em 7 de agosto, ele foi intimado a comparecer em Roma. Um acordo foi efetuado, no entanto, segundo o qual a petição foi cancelada, e Lutero foi para Augsburgem outubro de 1518 para explicar-se ao legado papal, Cardeal Caetano, mas nem os argumentos do cardeal, nem a bula papal de 9 de Novembro fez Lutero retrair-se. Um ano de negociações infrutíferas se seguiram, durante os quais a controvérsia espalhou-se por todos os Estados alemães.
A bula papal adicional Exsurge Domine de 15 de junho de 1520 condenou quarenta e uma proposições extraídas dos ensinos de Lutero, e foi levado para a Alemanha por Eck, na sua qualidade de núncio apostólico. Leão formalmente excomungou Lutero pela bula de 3 de janeiro de 1521.
Foi também sob o pontificado de Leão que o movimento protestante foi criado na Escandinávia. O papa tinha em 1516, enviado o núncio papal Arcimboldi para a Dinamarca. O Rei Christian II, que desejava consolidar seu poder, expulsou Arcimboldi em 1520 e convocou teólogos luteranos para Copenhague. Christian aprovou um plano pelo qual uma igreja estatal devia ser estabelecida na Dinamarca, todos os apelos para a Santa Sé deviam ser abolidos, e o rei devia possuir a jurisdição final em causas eclesiásticas. Leão enviou um novo núncio para Copenhague (1521), Francesco Minorite de Potentia, que resolveu parcialmente o problema.
Papel nas Guerras Italianas e anos finais
Leão apoiou o rei Luís XII de França e ratificou uma aliança com Veneza, fazendo um esforço para recuperar o Ducado de Milão, após tentativas infrutíferas para manter a paz, se juntou a Liga dos Mechlin em 5 de abril de 1513 com o imperador Maximiliano IFernando II de Aragão e Henrique VIII de Inglaterra. Os franceses e os venezianos tiveram sucesso primeiramente, mas foram derrotados em junho, na Batalha de Novara. Os venezianos continuaram a luta até outubro. Em 9 de Dezembro, foi ratificada a paz com Luís XII.
Uma nova crise ocorreu entre o Papa e o novo rei da França, Francisco I, que desejava recuperar Milão e o Reino de Nápoles. Leão então formou uma nova liga com o imperador e o rei da Espanha, e obteve apoio inglês. Francisco invadiu a Itália em agosto e em 14 de Setembro ganhou a Batalha de Marignano. Em outubro, Leão retirou as suas tropas de Parma e Piacenza, concentrando-as na defesa de Roma e Florença.
A morte do imperador Maximiliano em 1519 afetou seriamente a situação. Leão vacilava em apoiar os candidatos para a sua sucessão, inicialmente ele favoreceu Francisco I. Ele finalmente aceitou Carlos V da Espanha como o sucessor inevitável, e a eleição de Carlos (28 de junho de 1519) ocasionou a deserção de Leão de sua aliança francesa.
Leão demonstrou-se ansioso para unir Ferrara, Parma e Piacenza para os Estados da Igreja. Uma tentativa final de 1519 para anexar Ferrara falhou, e o Papa reconheceu a necessidade de ajuda externa. Em maio de 1521 um tratado de aliança foi assinado em Roma entre ele e o imperador. Milão e Genova seriam tomadas da França e reanexadas ao Império Romano-Germânico, e Parma e Piacenza seriam anexadas aos Estados da Igreja após a expulsão dos franceses. A despesa de alistar 10.000 suíços foi distribuída equitativamente entre o papa e o imperador. Carlos tomou Florença e colocou-a sob proteção da família Médici. Leão concordou em coroá-lo imperador em Nápoles, para ajudar em uma guerra contra Veneza. Estava previsto que a Inglaterra e os suíços poderiam participar. Henrique VIII anunciou sua adesão, em agosto. Francisco I já tinha começado a guerra contra Carlos em Navarra. E, na Itália, também, os franceses fizeram o primeiro movimento hostil em 23 de junho de 1521. Leão pediu que Francisco cedesse Parma e Piacenza. Em nvembro 1521 as tropas papais capturariam as províncias, assim como Milão do franceses.
Durante seu pontificado Leão reformou drasticamente o Colégio dos Cardeais, combatendo a corrupção e fazendo uma mudança radical na instituição. Em 3 de julho de 1517, ele publicou os nomes dos trinta e um novos cardeais, um número quase sem precedentes na história do papado. As indicações eram de homens notáveis como Lorenzo Campeggio, Giambattista Pallavicini, Adriano de UtrechtTomás Caetano, Cristoforo Numai e Egídio Canísio.
Tendo ficado doente de malária, Leão X morreu repentinamente em 1 de Dezembro de 1521, sem nem mesmo a extrema unção pudesse ser administrada nele, mas as suspeitas contemporânea de veneno eram infundadas. Ele foi enterrado na Igreja de Santa Maria sopra Minerva.
Controvérsias e falsas acusações
Anteriormente foram escritos muitos fatos conflitantes e difamatórios sobre a personalidade e as realizações de Leão X, uma vez que pontificou durante a criação do protestantismo. Estudos mais recentes têm questionado a veracidade histórica de várias dessas alegações. Um relatório do embaixador veneziano Marino Giorgi de março 1517, indica algumas de suas características predominantes3 :
O papa é um bem-humorado e extremamente livre, homem de coração, que evita todas as situações difíceis e, acima de tudo quer a paz (...), ele ama de aprendizagem; o direito canônico e literatura, possui um conhecimento notável, ele é, aliás, um músico excelente.
Vários historiadores têm sugerido que Leão seria homossexual, esses setores sustentam sua posição citando cartas de Francesco Guicciardini, que aludem à ativas relações homossexuais por parte de Leão - alegando que o Conde Ludovico Rangone e Galeotto Malatesta seriam seus amantes. Outros setores difamatórios, por sua vez, afirmam que ele morreu na cama, envolvido em um ato sexual com uma jovem. Quando ele se tornou papa, é frequentemente citado que Leão X disse ao seu irmão Giuliano: "Desde que Deus nos deu o papado, vamos desfrutá-lo", mesmo que nessa época seu irmão não estivesse em Roma. Alguns setores chegaram a sustentar que o papa seria ateu, embora não haja qualquer prova que indique isto4 . No entanto, tais frases e eventos atribuídos à Leão X, ilustram a falta de seriedade relacionada ao Papa.
Cesare Falconi defendeu que Leão seria apaixonado pelo nobre veneziano Marcantonio Flaminio. Von Pastor argumentou, no entanto, contra a credibilidade desses depoimentos, e rejeitou as acusações de imoralidade, como polêmicas antipapais. Por exemplo, Gucciardini não era residente na corte papal durante o pontificado de Leão e sendo seu inimigo, desejava difamá-lo. Outros contemporâneos de Leão que conviveram com ele, como Mateus Herculano elogiaram sua castidade. Strathern argumenta que Leão não era sexualmente ativo como papa5 6 7 8 9 10
Legado
Condenação da escravidão e defesa do abolicionismo
Leão X, seguindo os documentos precedentes de seus antecessores Pio II e Eugênio IV, emitiu documentos para os reinos de Portugal e da Espanha contra o tráfico negreiro, e mandando restituir à liberdade os escravos.11
Instituições de caridade
Leão X foi também pródigo em caridade: asilos, hospitais, conventos, soldados feridos, peregrinos, estudantes pobres, exilados, aleijados, doentes e outras pessoas foram auxiliadas, sendo que mais de 6.000 ducados foram anualmente distribuídas em esmolas.1
Papel na educação
Leão escreveu uma constituição em 5 de novembro de 1513 reformando a universidade romana, que tinha sido negligenciada por Júlio II. Ele restaurou todas as suas faculdades, concedeu salários maiores para os professores, e convocou professores de outras localidades como Pádua ou Bolonha para lecionar na universidade, em 1514 esta faculdade possuía oitenta e oito professores.
Leão chamou Janus Lascaris a Roma para dar aulas de grego, e comprou uma prensa tipográfica de grego em1515, imprimindo os primeiros livros nessa língua na Itália. Leão também favoreceu a população judaica dos Estados da Igreja. Ele fez Rafael cuidar das antiguidades clássicas de Roma e seus arredores. Os latinistasPietro Bembo e Jacopo Sadoleto foram secretários do papa, assim como o famoso poeta Bernardo Accolti.
Outros poetas, foram Marco Girolamo VidaGian Giorgio Trissino e escritores como Matteo Bandello.
Papel nas artes e na arquitetura
Leão possuía grande interesse em arte e literatura, patrocinando-a em larga escala, como patrono das artes, Leão X possui um lugar de destaque entre os papas. Ele tornou Roma o centro da cultura. Embora ainda um cardeal, ele restaurou a igreja de Santa Maria e, como papa teve San Giovanni dei Fiorentini, sbre a Via Giulia construída. Também patrocinou os projetos de Jasopo Sansovino e da Basílica de São Pedro do Vaticano sobRafael Sanzio e Agostino Chigi.
Na cultura moderna
Uma vez que Leão X viveu durante a criação das primeiras linhas de pensamento protestante, e as condenou e refutou através da bula Exsurge Domine, esse documento; primeiro a condenar formalmente o protestantismo, se tornou, para alguns católicos tradicionalistas, um ícone e um símbolo da defesa da fé católica, o que pode ser observado por exemplo, pelo fato de um site brasileiro de apologética receber seu nome12 , bem como pelo decreto constar no Denzinger13 , um compêndio que reúne os principais expoentes doutrinais da Igreja.
Brasão
Descrição: Escudo eclesiástico de jalde com cinco arruelas de goles postas: 2,2 e 1; acompanhadas em chefe de uma arruela maior de blau carregado com três flores de lis de jalde postas: 2 e 1. O escudo está assente em tarja branca. O conjunto pousado sobre duas chaves decussadas, a primeira de jalde e a segunda de jalde, atadas por um cordão de goles, com seus pingentes. Timbre: a tiara papal de argente, com três coroas de jalde. Quando são postos suportes, estes são dois anjos de carnação, sustentando cada um, na mão livre, uma cruz trevolada tripla, de jalde.
Interpretação: O escudo obedece às regras heráldicas para os eclesiásticos. Nele estão representadas as armas familiares do pontífice, os Medici, que estarão também presentes nos brasões dos papas: Clemente VIIPio IV e Leão XI. O campo de jalde (ouro) simboliza: nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio. As arruelas são círculos de esmalte que para alguns autores representam a sorte, por imitarem a face de um dado; para outros representam um plano de corte de um tronco de árvore e ainda a matéria prima que pode ser comercializada e transformada em moeda. As arruelas de goles (vermelho), também ditas “guses”, representam, por seu esmalte, valor, empreendimento, ousadia e ainda o fogo da caridade inflamada no coração doSoberano Pontífice pelo Divino Espírito Santo, que o inspira diretamente do governo supremo da Igreja, bem como valor e o socorro aos necessitados, que o Vigário de Cristo deve dispensar a todos os homens. A arruela de blau (azul), também dita “heurte”, carregada de três flores-de-lis, são o símbolo da Casa Real da França, á qual se ligou a Casa de Médici. Os elementos externos do brasão expressam a jurisdição suprema do papa. As duas chaves "decussadas", uma de jalde (ouro) e a outra de argente (prata) são símbolos do poder espiritual e do poder temporal. E são uma referência do poder máximo do papa como sucessor de Pedro conforme o episódio evangélico conhecido como Confessio Petri. Por conseguinte, as chaves são o símbolo típico do poder dado por Cristo a São Pedro e aos seus sucessores. A tiara papal, usada como timbre, recorda, por sua simbologia, os três poderes papais: de Ordem, Jurisdição e Magistério, e sua unidade na mesma pessoa.

REFORMA PROTESTANTE




Questionamento do poder papal dividiu a Igreja e mudou a História

31 de outubro, comemoramos a Reforma Protestante

No dia 31 de outubro de 1517, véspera do Dia de Todos os Santos, o monge agostiniano Martinho Lutero aproveitou a grande procura das pessoas pelas missas comemorativas e divulgou sua proposta de reforma da Igreja Católica.
Questionamento do poder papal dividiu a Igreja e mudou a HistóriaQuestionamento do poder papal dividiu a Igreja e mudou a História
Ele literalmente pregou nas portas da Igreja do Castelo, em Wittenberg sua 95 teses, questionando as práticas do papado, sua doutrina e a venda de indulgências.   Como a igreja ficava na rua principal de Wittenberg, suas portas funcionava como uma espécie de quadro de avisos públicos.
Com esse gesto de questionar publicamente o papa, Lutero deu início a uma batalha teológica que posteriormente se tornaria uma guerra religiosa que dividiria países e mudaria para sempre a história.  
O principal argumento de Lutero era o ensinamento das Escrituras que “o justo viverá pela fé”. Estabeleceu então a doutrina da “justificação pela fé”, ou seja, a justificação do pecador diante de Deus não vem pelo esforço pessoal, mas trata-se de algo recebido por todos que creram na obra de Cristo na cruz.
Como o nome indica, a Reforma desejava mudar a Igreja, não dividi-la. Contudo, os argumentos de Lutero e seus aliados atingia o centro do poder: o Vaticano.  Entre suas críticas, Lutero negava a infabilidade papal, sua autoridade para tirar almas do Purgatório, negava que o pontífice possuía as chaves do céu. Queria ainda que fosse abandonado o culto aos ídolos (santos).
Escreveu muitos tratados teológico, que foram impressos e distribuídos ao povo nos meses seguintes, acabaram se espalhando por toda a Europa. Ao mesmo tempo traduzia a Bíblia para a língua falada pelo povo, para que todos pudessem entender a mensagem divina, que só foi impressa em setembro de 1522.
Foi chamado ao Vaticano para se retratar perante o Papa. Ameaçado de morte, entrou abertamente em conflito com a Igreja Católica. Em 1520, referiu-se pela primeira vez ao Papa como “anticristo”. Ele e seus aliados foram excomungados pelo papa Leão X, através da bula papal Decet romanum pontificem, em  janeiro de 1521.  Alegava-se que ele incorria em “heresia notória”.
A maioria das igrejas evangélicas do Brasil não gosta de ser chamada de Protestante ou Reformada, termos comuns em outras partes do mundo. Com exceção das igrejas luteranas e de outras denominações mais tradicionais, o dia 31 de outubro sequer é lembrado ou mencionado.  Por outro lado, a festa do Halloween, também comemorada no dia 31 de outubro tem crescido em influência no país a cada ano.
Dentro de quatro anos, ocorrerão as comemorações dos 500 anos da Reforma Protestante. Na semana passada, representantes da Federação Luterana Mundial procuraram o papa Francisco e ouviram que “Católicos e luteranos podem pedir perdão pelo mal que causaram uns aos outros e pelas culpas cometidas diante de Deus, e invocar o dom da unidade. As dificuldades não faltam e não faltarão e serão necessários, paciência, diálogo, e compreensão recíproca”. Também foi publicado recentemente um texto da Comissão luterano-católica para a unidade, chamado “Do conflito à comunhão. A interpretação luterano-católica da Reforma em 2017”.    
Essas são as 95 teses que deram origem à Reforma:
1. Ao dizer: “Fazei penitência”, etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.
2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).
3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.
4. Por consequência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.
5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.
6. O papa não tem o poder de perdoar culpa a não ser declarando ou confirmando que ela foi perdoada por Deus; ou, certamente, perdoados os casos que lhe são reservados. Se ele deixasse de observar essas limitações, a culpa permaneceria.
7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.
8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.
9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.
10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.
11. Essa cizânia de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.
12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.
13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.
14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais quanto menor for o amor.
15. Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.
16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semidesespero e a segurança.
17. Parece necessário, para as almas no purgatório, que o horror devesse diminuir à medida que o amor crescesse.
18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontrem fora do estado de mérito ou de crescimento no amor.
19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza disso.
20. Portanto, por remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.
21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.
22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.
23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.
24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.
25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.
26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.
27. Pregam doutrina mundana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].
28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, pode aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
29. E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas, como na história contada a respeito de São Severino e São Pascoal?
30. Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão.
31. Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo.
32. Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.
33. Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Ele.
34. Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.
35. Os que ensinam que a contrição não é necessária para obter redenção ou indulgência, estão pregando doutrinas incompatíveis com o cristão.
36. Qualquer cristão que está verdadeiramente contrito tem remissão plena tanto da pena como da culpa, que são suas dívidas, mesmo sem uma carta de indulgência.
37. Qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, participa de todos os benefícios de Cristo e da Igreja, que são dons de Deus, mesmo sem carta de indulgência.
38. Contudo, o perdão distribuído pelo papa não deve ser desprezado, pois – como disse – é uma declaração da remissão divina.
39. Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar simultaneamente perante o povo a liberalidade de indulgências e a verdadeira contrição.
40. A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, ou pelo menos dá ocasião para tanto.
41. Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor.
42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.
43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.
44. Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena.
45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.
46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência.
47. Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação.
48. Deve ensinar-se aos cristãos que, ao conceder perdões, o papa tem mais desejo (assim como tem mais necessidade) de oração devota em seu favor do que do dinheiro que se está pronto a pagar.
49. Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas.
50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto – como é seu dever – a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extorquem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.
52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.
53. São inimigos de Cristo e do Papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.
54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.
55. A atitude do Papa necessariamente é: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.
56. Os tesouros da Igreja, a partir dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.
57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.
58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.
59. S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.
60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem estes tesouros.
61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos especiais, o poder do papa por si só é suficiente.
62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63. Mas este tesouro é certamente o mais odiado, pois faz com que os primeiros sejam os últimos.
64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é certamente o mais benquisto, pois faz dos últimos os primeiros.
65. Portanto, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.
66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.
67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tais, na medida em que dão boa renda.
68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade da cruz.
69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas.
70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbidos pelo papa.
71. Seja excomungado e amaldiçoado quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.
72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências.
73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências,
74. muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram fraudar a santa caridade e verdade.
75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes a ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.
76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados venais no que se refere à sua culpa.
77. A afirmação de que nem mesmo São Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o Papa.
78. Dizemos contra isto que qualquer papa, mesmo São Pedro, tem maiores graças que essas, a saber, o Evangelho, as virtudes, as graças da administração (ou da cura), etc., como está escrito em I Coríntios XII.
79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insigneamente erguida, eqüivale à cruz de Cristo.
80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes sermões sejam difundidos entre o povo.
81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil nem para os homens doutos defender a dignidade do papa contra calúnias ou questões, sem dúvida argutas, dos leigos.
82. Por exemplo: Por que o papa não esvazia o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas – o que seria a mais justa de todas as causas, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica – que é uma causa tão insignificante?
83. Do mesmo modo: Por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?
84. Do mesmo modo: Que nova piedade de Deus e do papa é essa que, por causa do dinheiro, permite ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, mas não a redime por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta por amor gratuito?
85. Do mesmo modo: Por que os cânones penitenciais – de fato e por desuso já há muito revogados e mortos – ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?
86. Do mesmo modo: Por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos ricos mais crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?
87. Do mesmo modo: O que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à plena remissão e participação?
88. Do mesmo modo: Que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações cem vezes ao dia a qualquer dos fiéis?
89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências, outrora já concedidas, se são igualmente eficazes?
90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e fazer os cristãos infelizes.
91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.
92. Portanto, fora com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo “Paz, paz!” sem que haja paz!
93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo “Cruz! Cruz!” sem que haja cruz!
94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno.
95. E que confiem entrar no céu antes passando por muitas tribulações do que por meio da confiança da paz.{É TRISTE SABER QUE A IGREJA LUTERANA NOS DIAS DE HOJE ANDA DE MÃOS DADAS COM A IGREJA CATÓLICA ROMANA E ABRAÇA AS ORDEM DO VATICANO; CONCLUSÃO: A IGREJA LUTERANA VIVEM EM COMUNHÃO COM O PAPISMO} *J.R.S.