Conheça 7 papas nada santos
Por Natasha Romanzoti em 21.09.2010 as
23:35
Embora, para os cristãos, só Jesus tenha sido perfeito na
Terra, e apesar de ninguém esperar que os papas sejam absolutos santos, algumas
histórias envolvendo amantes, crimes e festas no Vaticano parecem profanas
demais para ser verdade. Confira sete escândalos de papas corruptos que
deixaram suas marcas de maneiras não muito agradáveis:
7) PAPA CLEMENTE VII (1523-1534)
Apesar de ser indiferente à Reforma Protestante (um
movimento de reforma na Europa, no qual várias denominações se separaram da
Igreja Católica), o papa Clemente VII ficou mais conhecido por outro motivo:
estava sempre disposto a mudar seu ponto de vista político para coincidir com o
de quem tinha mais poder e riqueza no determinado momento. Ele trafegou entre
alianças com a França, a Espanha e a Alemanha, embora tenha se inclinado para
as forças políticas francesas antes de sua morte em 1534 (ele faleceu
“misteriosamente” depois de comer um cogumelo venenoso). Como resultado de sua
fidelidade oscilante, seus críticos, como Carlos V, o compararam a um pastor
que tinha fugido do seu rebanho para retornar como um lobo.
6) PAPA LEÃO X (1513-1521)
O Papa Leão X era estritamente contra a Reforma Protestante,
movimento inspirado pelo argumento de Martinho Lutero contra os métodos
inescrupulosos da igreja para arrecadar fundos baseados no medo das pessoas de
não ir para o paraíso. O Papa Leão X não só permitia, como incentivava os fiéis
a pagarem por seus pecados – literalmente. O líder religioso colocava preços
nos pecados dos outros e obrigava-os a dar-lhe dinheiro em troca de sua
absolvição. E sim, ameaçava os fiéis de que suas almas não seriam capazes de
entrar no céu, se eles não pagassem por pecados como crimes de assassinato,
incesto e roubo.
5) PAPA JÚLIO II (1503-1513)
Apesar do juramento do clero de celibato sagrado, Júlio
alegadamente tinha várias amantes e, pelo menos, uma filha ilegítima (algumas
fontes indicam que ele tinha duas outras filhas, que morreram durante a
infância). Em 1511, o conselho fez acusações de atos sexuais indecentes contra
ele, alegando que ele era “um vergonhoso sodomita coberto de úlceras”. Embora
fosse um fã de artes e esculturas antigas, Júlio também teria forçado
Michelangelo a concluir a Capela Sistina antes do tempo que o artista pediu.
Segundo registros, Michelangelo nunca chegou a terminar o túmulo do papa Júlio,
após ele ter morrido.
4) PAPA ALEXANDRE VI (1492-1503)
É, não somente o papa Júlio II era um “suposto” clérigo
celibatário. Alexandre VI também teve várias amantes, incluindo Giulia Farnese
(conhecida como Júlia, a Bela), e teve numerosos filhos ilegítimos com a antiga
amante Vannozza dei Cattani (que era casada na época). Seus caminhos hedonistas
eram tão descarados que, mesmo com o crime e a violência tomando as ruas de
Roma, o papa ocupou-se com comédias, banquetes pródigos e bailes – todos pagos
com fundos da igreja católica. Sua vida de playboy não para por aí: surgiram
até mesmo boatos de que o papa organizava orgias.
3) PAPA BENTO IX (1032-1048)
Tal papa foi tamanha calamidade que outros religiosos não
pouparam críticas severas à figura. Bento IX ganhou poder e riqueza em uma
idade precoce, aos 20 anos, como resultado de laços de sua família com a
igreja. Ele herdou o título de papa por ser sobrinho do papa João XIX. Ele
rapidamente desenvolveu uma imagem de “cruel e imoral”. O Papa Victor III
escreveu que Bento IX cometia “estupros, assassinatos e outros atos
indescritíveis. Sua vida como papa foi tão vil, tão má, tão execrável, que eu
estremeço só de pensar nisso”. São Pedro Damião tinha coisas similares a dizer
de Bento IX, descrevendo-o como “banquete de imoralidade” e “um demônio do inferno
sob o disfarce de um padre”, que organizava orgias patrocinadas pela igreja e
participava regularmente de bestialidades. Em seu último ato de corrupção como
papa, Bento IX decidiu que queria se casar, e vendeu seu título para seu
padrinho por 680 kg de ouro.
2) PAPA JOÃO XII (955-964)
Alcançando o título de Papa aos 18 anos, João XII foi
rapidamente considerado preguiçoso e infantil. Acusações mais severas partiram
de seus críticos que eram sacerdotes e autoridades religiosas. Líderes da
igreja disseram que ele invocava demônios, assassinava e mutilava vários
homens, incendiava casas, e participava de jogos de azar. Também afirmaram que
ele “transformou o palácio papal em um bordel”, cometendo adultério com muitas
mulheres, além de duas viúvas, sua própria sobrinha e a namorada de seu pai.
Seu reinado como papa terminou nos seus 20 e poucos anos, quando ele morreu de
um derrame, enquanto estava supostamente na cama com uma mulher casada.
1) PAPA ESTEVÃO VI (896-897)
Essa talvez a seja a história mais macabra dessa lista.
Provavelmente o mais desequilibrado de todos, o papa Estevão VI queria de todo
jeito se vingar de seu predecessor, o papa Formoso, por achar que tinha sido
injustiçado por ele. Porém, seu inimigo já estava morto. Estevão então ordenou
que o cadáver de nove meses fosse exumado, vestido com vestes sagradas papais e
apoiado em um trono para ser julgado por seus crimes. Um diácono respondeu em
nome do falecido. Estevão se enfureceu e jorrou acusações no defunto, por achar
que ele recebeu injustamente o título de papa. O cadáver perdeu o julgamento, e
Estevão declarou que ele foi um papa vazio. Ele, então, cortou seus três dedos
usados para dar bênçãos e ordenou que o corpo fosse retirado de suas vestes e
despejado em um cemitério para estrangeiros. Logo após esse episódio, um
terremoto atingiu Roma, destruindo a basílica papal. O cadáver foi desenterrado
mais uma vez, e atirado em um rio. Algumas pessoas compassivas o “pescaram” e
deram a Formoso um enterro mais adequado. No entanto, o julgamento macabro
voltou a assombrar Estevão, pois os danos do terremoto foram tomados como um
sinal de Deus. Tumultos e multidões que apoiavam Formoso prenderam Estevão em
um calabouço, onde mais tarde ele foi encontrado estrangulado até a morte. [LifesLittleMysteries]
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