Torá (obs: ao ler este artigo faça suas próprias
conclusõe, minha intenção não é denigrir ou difamar religião essa ou aquela, só
esclarecer, por isso que no final tem umas fontes sobre o islam)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Tora.
Torá | Neviim | Ketuvim
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Bereshit
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Gênesis
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Shemot
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Êxodo
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Vayikrá
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Levítico
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Bamidbar
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Números
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Devarim
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Deuteronômio
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Torá (do hebraico תּוֹרָה, significando instrução, apontamento, lei) é o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh (também chamados de Hamisha Humshei Torah, חמשה חומשי תורה - as cinco partes da Torá) e que constituem o texto central do judaísmo. Contém os relatos sobre a criação do mundo, da origem da humanidade, do pacto de Deus com Abraão e seus filhos, e a libertação dos filhos de Israel do Egito e sua peregrinação de quarenta anos até a terra prometida. Inclui também os mandamentos e leis que segundo o judaismo tradicional, foram dadas a Moisés para que a entregasse e ensinasse ao povo de Israel.
Chamada também de Lei de Moisés (Torat Moshê, תּוֹרַת־מֹשֶׁה), por vezes o
termo "Torá" é usado dentro do judaísmo
rabínico para designar todo o conjunto da tradição
judaica, incluindo a Torá escrita, a Torá oral (ver Talmud) e os ensinamentos rabínicos.
Divisão da Torá
As cinco partes que constituem a Torá são nomeadas
de acordo com a primeira palavra de seu texto, e são assim chamadas:
בראשית, Bereshit - No princípio conhecido pelo
público não-judeu como Gênesis
שמות, Shemot - Os nomes ou Êxodo
ויקרא, Vaicrá - E chamou ou Levítico
במדבר, Bamidbar- No deserto (ermo) ou Números
דברים, Devarim - Palavras ou Deuteronômio
Geralmente suas cópias são feitas à mão, em rolos,
e dentro de certas regras de composição, usadas para fins litúrgicos, são
conhecidas como Sefer Torá, enquanto suas versões impressas, em livros, são
conhecidas como Chumash.
A visão judaica
A tradição judaica mais antiga defende que a Torá
existe desde antes da criação do mundo e foi usada como um plano mestre do
Criador para com o mundo, humanidade e principalmente com o povo judeu. No
entanto, a Torá como conhecemos teria sido entregue por Deus a Moisés, quando o povo de Israel, após sair do cativeiro
no Egito, peregrinou em direção à terra de Canaã. As histórias dos patriarcas, aliados ao conjunto de
leis culturais, sociais, políticas e religiosas serviram para imprimir sobre o
povo um sentido de nação e de separação de outras nações do mundo.
De acordo com a tradição judaica, Moisés é o autor
da Torá, e até mesmo a parte que discorre sobre sua morte (Devarim Deuteronômio 32:50-52) teria sido fruto de uma visão antecipada
dada por Deus.
Outras visões
Hoje a maior parte dos estudiosos do Criticismo Superior concordam que Moisés não é o autor do texto que
possuímos, mas sim que se trate de uma compilação posterior, enquanto os
estudiosos do Criticismo
Inferior acreditam que o texto foi escrito pelo
próprio Moisés, incluindo as partes que falam sobre sua morte. O cristianismo baseado na tradução grega Septuaginta também conhece a Torá como Pentateuco, que constitui os cinco primeiros livros da Bíblia cristã.
Outros estudiosos, de fora do judaismo tradicional,
defendem que, ainda que a essência da Torá tenha sido trazida por Moisés, a
compilação do texto final foi executada por outras pessoas. Este problema surge
devido ao fato de existirem leis e fatos repetidos, narração de fatos que não poderiam
ter sido escritos na época em que foram escritos e incoerência entre os
eventos, que mostra a Torá como sendo fruto de fusões e adaptações de diversas
fontes de tradição. A Torá seria o resultado de uma evolução gradual da
religião israelita.
A primeira tentativa de sistematizar o estudo do
desenvolvimento da Torá surgiu com o teólogo e médico francês Jan
Astruc. Ele é o pioneiro no desenvolvimento da teoria que
a Torá é constituída por três fontes básicas, denominadas jeovista, eloísta e
código sacerdotal, e mais outras fontes além destas três. Deve-se enfatizar
que, quando se fala destas fontes, não se refere a autores isolados, mas sim a
escolas literárias.
Um estudo sobre a história do antigo povo de Israel mostra que, apesar de tudo, não havia uma unidade
de doutrina e desconhecia-se uma lei escrita até os dias de Josias. As fontes jeovista e eloísta teriam sua forma
plenamente desenvolvida no período dos reinos divididos entre Judá e Israel (onde surgiria também a versão conhecida
como Pentateuco
Samaritano). O livro de Deuteronômio só viria a surgir no
reinado de Josias (621 a.C.). A Torá como conhecemos viria a ser terminada nos
tempos de Esdras, onde as diversas versões seriam finalmente fundidas.
Vemos então o início de práticas que eram desconhecidas da maioria dos antigos
israelitas, e que só seriam aceitas como mandamentos na época do Segundo Templo como a Brit milá,Pessach e Sucót por exemplo.
Conteúdo
Em Bereshit é narrada a criação do mundo e do homem sob o ponto
de vista judaico, e segue linearmente até o pacto de Deus com Abraão. São apresentados os motivos dos sofrimentos do mundo, a
constante corrupção do gênero humano e a aliança que Deus faz com Abraão e seus
filhos, justificados pela sua fé monoteísta, em um mundo que se torna mais
idólatra e violento. Nos é apresentada a genealogia dos povos do Oriente Médio, e as histórias dos descendentes de Abraão, até o exílio
de Jacó e de seus doze filhos no Egito.
Em Shemot mostram-se os fatos ocorridos neste exílio, quando
os israelitas tornam-se escravos na terra do Egito, e Deus se manifesta a um israelita-egípcio, Moisés, e o utiliza como líder para libertação dos israelitas,
que pretendem tomar Canaã como a terra prometida aos seus ancestrais. Após
eventos miraculosos, os israelitas fogem para o deserto, e recebem a Torá dada
por Deus. Aqui são narrados os primeiros mandamentos para Israel enquanto povo
(antes a Bíblia menciona que eram seguidos mandamentos tribais), e
mostra as primeiras revoltas do povo israelita contra a liderança de Moisés e
as condições da peregrinação.
Em Vaicrá são apresentados os aspectos mais básicos do
oferecimento das korbanot, das regras de cashrut e a sistematização do ministério sacerdotal.
Em Bamidbar continuam-se as narrações da saga dos israelitas no
deserto, as revoltas do povo no deserto e a condenação de Deus à peregrinação
de quarenta anos no deserto.
Em Devarim estão compilados os últimos discursos de Moisés
antes de sua morte e da entrada na Terra de Israel.
Novo Testamento
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Novo Testamento (do grego: Διαθήκη Καινὴ, Kaine Diatheke) é o nome dado à coleção
de livros que compõe a segunda parte da Bíblia cristã, cujo conteúdo foi escrito após a morte
de Jesus Cristo e é dirigido explicitamente aos cristãos, embora dentro da religião cristã tanto o Antigo Testamento (a primeira parte) quanto o Novo Testamento são
considerados, em conjunto, Escrituras
Sagradas.1
Os livros que compõe essa segunda parte da Bíblia
foram escritos a medida que o cristianismo era difundido no mundo antigo, refletindo e
servindo como fonte para a teologia cristã. Essa coleção de 27 livros influenciou não apenas
a religião, a política e a filosofia, mas também deixou sua marca permanente na literatura, na arte e na música.2
O Novo Testamento é constituído por uma coletânea
de trabalhos escritos em momentos diferentes e por vários autores. Em praticamente todas as tradições cristãs da
atualidade, o Novo Testamento é composto de 27 livros. Os textos originais
foram escritos por seus respectivos autores a partir do ano 42 d.C.3 , em grego koiné4 , a língua franca da parte oriental do Império Romano, onde também foram compostos. A maioria dos livros que
compõe o Novo Testamento parece ter sido escrito por volta da segunda metade doséculo I.5
Fazem parte dessa coleção de textos as 13 cartas
do apóstolo Paulo (maior parte da obra, escritas provavelmente entre
os anos 50 e 68 d.C.6 ), os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João (narrativas da vida, ensino e morte de Jesus
Cristo, conhecidos como os Quatro Evangelhos), Atos
dos Apóstolos(narrativa do ministério dos Apóstolos e da
história da Igreja
primitiva) além de algumas epístolas
católicasmenores escrito por vários autores e que tem com
conteúdo instruções, resoluções de conflito e outras orientações para a igreja
cristã primitiva. Por fim, o Apocalipse do apóstolo João.
Nem todos esses livros foram aceitos imediatamente
pela Igreja. Alguma dessas cartas foram contestadas na antiguidade (antilegomena), como Apocalipse
de João e algumas Epístolas Católicas menores (II Pedro, Judas, Tiago, II e III João).7 Entretanto, gradualmente eles se juntaram a coleção
já existente que era aceita pelos Cristãos, formando o cânone
do Novo Testamento. Outros livros,
como o Pastor
de Hermas, a epístola
de Policarpo, as de
Inácio e as de Clemente (I e II Clemente), circularam na coleção antiga de livros que era aceita
por algumas comunidades cristãs. Porém, esses livros foram excluídos do Novo
Testamento pela Igreja primitiva.8
Curiosamente, apesar do Cânone
do Antigo Testamento não ser
aceito uniformemente dentro do cristianismo (católicos, protestantes , ortodoxos gregos,eslavos e armênios divergentes quanto aos livros incluídos no Antigo
Testamento), os 27 que formam o Cânon do Novo Testamento foram aceitos quase
que universalmente dentro do cristianismo, pelo menos desde o século III. As exceções são o Novo Testamento da Igreja
Ortodoxa da Etiópia, por exemplo, que
considera autêntico o Pastor de Hermas (séc. II) e a Peshitta, Bíblia da Igreja
Ortodoxa Síria, utilizada por
muitas Igrejas da Síria, que não inclui o Apocalipse de João na lista de
livros inspirados.
Livros do Novo Testamento
Livros do
|
Evangelhos
|
Mateus · Marcos · Lucas · João
|
Atos
|
Atos
dos Apóstolos
|
Epístolas
|
Romanos
|
Apocalipse
|
Apocalipse de João
|
Manuscrito
bíblico
|
Os 27 livros do Novo Testamento foram escritos em
diversos lugares e por autores diferentes que classificaram seus Escritos como
inspirados, ao lado dos Escritos do Antigo Testamento. Entretanto,ao contrário
do Antigo
Testamento, o Novo foi produzido em um curto espaço de tempo,
durante menos de um século.10 Esses livros eram respeitados, colecionados e
circulavam na igreja primitiva como Escrituras
Sagradas. O fato desses livros terem sido lidos, citados,
colecionados, e passados de mão em mão dentro das igreja do início do
cristianismo, assegura que a Igreja Primitiva tinham eles como proféticos ou divinamente inspirados desde o começo.11 . A divisão do Novo Testamento em seções e versículos é atribuída a Amônio
de Alexandria12 , do século III, e à Eutálio
de Alexandria13 , no século V d.C., que continuou o trabalho de
Amônio.
Evangelhos
Cânone
do Novo Testamento
A palavra Evangelho significa "Boas
Novas". Eles referem-se ao nascimento do Messias prometido. Cada um dos quatro evangelhos do Novo
Testamento narra a história da vida e da morte de Jesus de Nazaré. Esses evangelhos são composições anônimas que levam o
nome dos seus autores no título. Assim, no século II esses livros eram denominados
na seguinte fórmula: "O Evangelho de..." ou "O
Evangelho segundo..." (Em grego: τὸ εὐαγγέλιον κατὰ ...) + nome
do evangelista que foi o autor do evangelho. Todos os quatro
evangelhos foram reunidos logo após o Evangelho de João ter sido escrito. A
coleção de quatro livros era conhecida como "O Evangelho" no começo
do segundo século. Assim, o cristianismo
primitivo sempre aceitou esses evangelhos porque
conheciam seus autores. Os evangelhos de Mateus, Marcos e João parecem ter sido
escritos como biografias, seguindo o modelo da antiguidade, enquanto Lucas e Atos
parece ter sido composto como uma monografia histórica em dois volumes. São eles:
Evangelho
de Mateus - atribuído ao apóstolo Mateus. Este evangelho começa com a genealogia
de Jesus e a história do seu
nascimento. Termina com o comissionamento dos discípulos por Jesus depois de ressuscitado. O principal
objetivo do evangelho de Mateus é mostrar para os judeus que Jesus era o Messias. Apesar dos vários debates
sobre sua datação, ele provavelmente foi escrito depois da morte de Jesus (31
d.C.) entre os anos 50-65 d.C. Era considerado o manifesto da Igreja
de Jerusalém e, por conseguinte, o documento fundamental
do início da fé cristã. Evangelho
de Marcos - atribuído a Marcos, o Evangelista. Marcos não era um dos doze apóstolos de
Jesus, mas foi um dos ajudantes de Paulo e depois de Pedro. Segundo os pais da igreja, o evangelho de Marcos foi escrito com base no ensino do
apóstolo Pedro, depois de uma palestra feita em Roma para os pagãos por volta do ano 65 d.C. Este evangelho começa
com a pregação de João Batista e o batismo de Jesus. Alguns manuscritos antigos não trazem os versículos
9-20 do último capítulo. outros manuscritos apresentam finais diferentes.
Evangelho
de Lucas - atribuído a Lucas, que também não foi um dos doze apóstolos, mas é
mencionado no Novo Testamento como companheiro do apóstolo Paulo (II Timóteo 4:11) e médico (Colossenses 4:14). O autor não foi testemunha ocular das coisas que
registrou, mas fez uma minuciosa investigação com essas pessoas que
presenciaram os fatos contidos nesse evangelho (Lucas 1:1-4). Ele é dirigido para alguém chamado Teófilo, que até hoje é desconhecido. Este evangelho começa com
histórias paralelas do nascimento e da infância de João Batista e Jesus e termina com as aparições de Jesus
ressuscitado e sua ascensão
ao céu. Seu objetivos era contar a história de Cristo a
partir dessas testemunhas oculares. Foi escrito provavelmente no ano 63 d.C.
Evangelho
de João - atribuído ao apóstolo João,
filho de Zebedeu. Este evangelho
começa com um prólogo filosófico e termina com as aparições de Jesus
ressuscitado. Foi escrito no final do século I e tinha como objetivo
complementar de diversas maneiras o registro que tinha sido fornecido sobre a
história de Jesus pelos outros três evangelistas. Os três primeiros evangelhos
listados acima são classificados como os Evangelhos
sinópticos. Isso porque eles contêm relatos semelhantes da
vida e ensino de Jesus. Esses três evangelhos possuem várias dependências
literárias. Há várias possíveis explicações para sua formação: Há quem afirme
que o evangelho mais antigo seria o de Marcos, cuja data de escrita costuma ser
calculada entre os anos 55 e 65 d.C. e pode ter servido de fonte sobre a vida
de Jesus para Mateus e Lucas. Outra corrente de estudiosos mais liberais afirma
que eles foram escritos com base em uma Fonte “Q” (de quelle, que significa
"fonte" em língua alemã) que é desconhecida até os dias de hoje; Ou então com
base no Evangelho
segundo os Hebreus (65-100 d.C.), que sobreviveu apenas em fragmentos
encontrados nas citações feitas por vários pais da igreja primitiva. Uma
terceira explicação para a dependência literária dos evangelhos sinóticos
afirma que o evangelho de Mateus foi escrito primeiro. Depois, Lucas utilizaria
o evangelho de Mateus e o Evangelho segundo os Hebreus, além de outros
evangelhos que circulavam na época. Por fim, o evangelho de Marcos seria fruto
de uma palestra que Pedro deu com base nos evangelhos de Mateus e de Lucas.
Já o Evangelho de João é estruturado de forma
diferente dos evangelhos sinóticos e inclui histórias de vários milagres e palavras de Jesus que não são encontradas nos
outros três evangelhos.
Esses quatro evangelhos foram unanimemente aceitos
como parte do Cânon Sagrado do Novo Testamento. Porém, eles foram apenas alguns
entre os muitos outros evangelhos cristãos. A existência de tais textos é
mencionada no início do Evangelho de Lucas (Lc 1:1-4). Outros evangelhos, como
os chamados "evangelhos judaico-cristãos" ou o Evangelho
de Tomé, oferecem uma ajuda precisa para entender o
contexto do cristianismo primitivo. Além disso, esses outros evangelhos que não
foram incluídos no Cânon Sagrado podem fornecer alguma ajuda na reconstrução
do Jesus histórico.
História
Atos
dos Apóstolos
Atos
dos Apóstolos - É a continuação do Evangelho de Lucas (At 1.1
e 2) e conta a história de como a mensagem cristã foi anunciada em Jerusalém,Samaria e as demais regiões do Império Romano (At 1.8). Nesse livro, destacam-se duas
pessoas: Paulo e Pedro. Pedro dirige o trabalho cristão em Jerusalém, Samaria
(At 1.12 – 8.25), Lida, Jope e Cesareia
Palestina (At 9.32-11.18). Esse livro também trata
da conversão
do apóstolo Paulo (At 9) e de
suas viagens missionárias pelo Império Romano (At 13-28). Examinando o estilo, a fraseologia e outras evidências internas, a maioria dos
estudiosos atribui a Lucas a autoria desse evangelho. Ele foi escrito
provavelmente antes da morte do apostolo Paulo por Nero, por volta de 67-68d.C. Isso porque
esse livro não cita a morte de Paulo, fato que seria muito relevante para a
história cristã antiga.
Epístolas Paulinas
Epístolas
paulinas
As epístolas
paulinas (ou Corpus Paulinum em latim) são cartas escritas pelo apóstolo Paulo. Essas epístolas tratam de pontos teológicos importantes
para o desenvolvimento da doutrina cristã no cristianismo
primitivo. Geralmente, essas epístolas foram escritas tanto
para indivíduos, quanto para as primeiras comunidades cristãs.
Romanos
I Coríntios
II Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
I
Tessalonicenses
II
Tessalonicenses
I Timóteo
II Timóteo
Tito
Filémon
Hebreus
Epístola
aos Hebreus
Hebreus - Sua autoria é incerta. A ciência moderna rejeita
ter sido escrita por Paulo. Até mesmo na antiguidade sua autoria foi debatida. Orígenesescreveu:
“Os homens
dos tempos antigos afirmaram que Paulo foi o autor, mas quem escreveu essa
Epístola apenas
Deus sabe.”
|
O que se sabe é que ela foi escrita na segunda
geração de cristãos (Hb 2.1-4) e após um intervalo considerável de
tempo depois da conversão do destinatário (Hb 5.12). Assim, o livro de Hebreus
parece ter sido escrito no final do ano 60 d.C.
Epístolas Católicas (ou epístolas universais)
Epístolas
católicas
Compreende as epístolas escritas para a igreja em
geral. O termo "católico" [grego: καθολική, katholike, que significa
"universal"] é usado para descrever essas cartas já nos manuscritos
mais antigos onde essas cartas estão presentes. As cartas também são conhecidas
como Epístolas
Gerais.
Epístola
de Tiago - escrito por Tiago,
irmão de Jesus;
Primeira
Epístola de Pedro - escrita
por Pedro;
Segunda
Epístola de Pedro - escrita
por Pedro;
Primeira
Epístola de João - escrita
por João;
Segunda
Epístola de João - escrita
por João;
Terceira
Epístola de João - escrita
por João;
Epístola
de Judas - escrita por Judas,
irmão de Jesus.
Profecia
Apocalipse
de São João e Sete
igrejas do Apocalipse
Apocalipse - Último livro do Novo Testamento, o Apocalipse de
João foi escrito pelo Apóstolo João,
filho de Zebedeu. Alguns sustentam
a posição de que seu autor foi outro João, da cidade de Patmos. Mas a evidência interna aponta o autor do Evangelho de
João e das três epístolas Joaninas como seu autor. O livro começa com cartas
para sete igrejas das província da Ásia. Depois toma a forma de um apocalipse, gênero literário
popular tanto no judaísmo quanto no cristianismo antigo.
Ordem dos livros
A ordem em que os livros do Novo Testamento estão
ordenados difere entre algumas tradições eclesiásticas. A Bíblia protestante, por exemplo, segue o ordem da organização encontrada na
Bíblia da Igreja
Católica Romana. Entretanto, a
ordem do Cânon de Lutero é diferente. Fora da Europa Ocidental, onde se encontra a maioria católica e protestante, a
Bíblia está organizada em ordens diferentes: o Novo Testamento da Bíblia
eslava, siríaca e etíope não seguem a mesma ordem que das Bíblias ocidentais.
Extensão do Novo Testamento
Os livros que entraram no Cânon Sagrado do Novo Testamento não foram às únicas obras da literatura cristã
escrito nos primeiros séculos de nossa era. O processo de canonização dos livros dessa parte das Escrituras começou cedo, com textos sendo explicitamente
rejeitados já no tempo dos discípulos. Essa decisão não eram necessariamente baseada em
avaliações da ideias religiosas ou da teologia da obra em questão, e sim em uma série de fatores (ver: Cânon
do Novo Testamento).
Pseudepígrafos
Pseudepigrafia
Os livros que foram rejeitados pela igreja
primitiva são chamados de pseudepígrafos. Eram livros considerados espúrios e heréticos pela igreja cristã dos século II e III, época em
que surgiram esses textos. Nenhum pai da igreja, Cânon, ou Concílio declarou que qualquer um dos pseudepígrafos seria
canônico. Eusébio, assim com a maioria dos pais da igreja, chamou esses
livros de "totalmente absurdos e ímpios".
Os livros pseudepígrafos foram escritos por
comunidades gnósticas, docéticas e ascéticas. Os gnósticos eram uma seita filosófica que ensinava que
amatéria é má, além de negarem a encarnação
de Cristo. Já os docetas ensinavam a divindade de Jesus, mas
negavam sua humanidade; diziam que Ele só tinha a aparência de ser humano. Os ascéticos ensinavam que Cristo tinha uma única
natureza, que era um fusão entre o divino e o humano.
Esses livros contém certa curiosidade sobre os
fatos não relatados nos livros canônicos, como a infância
de Jesus, por exemplo. Segundo Norman Geisler, existem cerca de 280 obras dessa natureza. Para os
cristãos, o único valor que esses livros têm são históricos, pois revelam a
crença e o contexto de seus autores.
Apócrifos
Apócrifos
do Novo Testamento
Os livros apócrifos do Novo Testamento
diferencia-se dos pseudepígrafos por gozarem de grande estima por pelo menos um
dos pais da igreja. Entretanto, os apócrifos, na maior parte, não foram aceitos
pela igreja cristã primitiva nem pelos pais primitivos e ortodoxos da igreja.
Por isso, não foram considerados canônicos.
Alexander Souter define bem a autoridade desses
livros ao afirmar que eles tiveram uma "canonicidade temporal e local".
Ou seja, os apócrifos haviam sido aceitos por um número limitado de cristãos, durante um tempo limitado, sem contudo ter recebido um
reconhecimento amplo ou permanente. Norman Geisler fornece três razões do por quê esses livros são
importantes e faziam parte das bibliotecas devocionais e homiléticas da igreja primitiva:
Revelam os ensinos da Igreja do século II;
Fornecem documentação da aceitação dos 27 livros do
NT;
Fornece informações históricas a respeito da igreja
primitiva.
Idioma: Judeus e gentios utilizavam os mesmos idiomas para se comunicarem
em Jerusalém na época de Jesus: aramaico, grego koiné, e até certo ponto, os dialetos coloquiais que constam
no Talmude. É provável que todos os livros que formaram o Novo Testamento
foram escritos em grego koiné, o dialeto vernáculo que na época era falado
nas províncias romanas do Mediterrâneo
Oriental. Estes livros foram posteriormente traduzidas para
outros idiomas, principalmente, o latim, o sírio e o copta. Entretanto, alguns alegam que o Evangelho
de Mateus foi escrito em hebraico com base na seguinte
declaração de Papias, citada no livro História
Eclesiástica, de Eusébio:
“
|
Mateus
compôs as declarações (ta logia) em um estilo hebraico (hebraidi
dialekto), e cada um registrou como foi capaz.
|
”
|
Alguns interpretam que essa declaração mostra que o
evangelho de Mateus foi escrito em hebraico. Entretanto, uma leitura cuidadosa
demonstra que Papias afirma que o evangelho foi escrito "em um estilo
hebraico", e não "na língua hebraica". Estudiosos
como J. Kurzinger e David Alan Brackapoiam essa
interpretação. O Comentário Bíblico Moody também defende esse posicionamento ao afirmar que:
“
|
Muitos
explicaram a declaração de Papias, dizendo que se referia a uma forma
original do aramaico do qual se traduziu o nosso evangelho grego. Mas o nosso
texto grego não tem as marcas de uma tradução, e a ausência de qualquer traço
de um original aramaico lança pesadas duvidas sobre tal hipótese. Goodspeed
argumenta detalhadamente que seria contrario à prática grega dar uma tradução
grega o nome do autor do original aramaico, pois os gregos apenas se
preocupavam com aquele que passava a obra para o grego. Como exemplos (ele
cita o evangelho de Pedro) e o Velho Testamento grego, que foi denominado
Septuaginta (os setenta) segundo seus tradutores, não segundo seus autores
Hebreus.
|
”
|
Por isso, os estudos modernos sugerem que o
Evangelho de Mateus foi composto em grego e não seria diretamente dependente de
nenhuma traduçãoem uma língua semítica, embora a citação de textos do Antigo Testamento demonstra que o autor desse Evangelho sabia
hebraico.
Todavia, ainda constam na mesma História
Eclesiástica, a afirmação do próprio Eusébio e outras citações de
importantes patriarcas da Igreja que confirmam que o Evangelho de Mateus foi
escrito originalmente em hebraico:
“
|
...de
todos os discípulos, Mateus e João são os únicos que nos deixaram comentários
escritos e, mesmo eles, foram forçados a isso. Mateus tendo primeiro
proclamado o evangelho em hebraico, quando estava para ir também às outras
nações, colocou-o por escrito em sua língua natal e assim, por meio de seus
escritos, supriu a necessidade de sua presença entre eles." (Eusébio de Cesareia)
|
”
|
“
|
Segundo
aprendi com a tradição a respeito dos quatro evangelhos, que são os únicos
inquestionáveis em toda Igreja de Deus em todo o mundo. O primeiro é escrito
de acordo com Mateus, o mesmo que fora publicano, mas depois apóstolo de
Jesus Cristo, o qual, tendo-o publicado para os convertidos judeus o escreveu
em hebraico" (Orígenes)
|
”
|
“
|
Mateus, de
fato, produziu seu evangelho escrito entre os hebreus no dialeto
deles..." (Irineu de Lyon)
|
”
|
Outros ainda afirmam que a Epístola
aos Hebreus foi escrita em hebraico, sendo traduzida
depois para o grego por Lucas. Essa possibilidade também não é sustentada pelos
estudiosos modernos, que argumentam que a qualidade literária de Hebreus sugere
que foi composta diretamente em grego, ao invés de ter sido traduzidos.
Outra questão importante também é notar que muitos
livros do Novo Testamento, especialmente os evangelhos de Marcos e João, foram escritos em um grego relativamente
"pobre". Eles estão distantes do refinado grego clássico encontrado nas composições feitas pela classe alta,
elite governamental, efilósofos conceituados da época.
Uma minoria de estudiosos considera que a versão
aramaica do Novo Testamento seria a original e acredita que o grego é apenas
uma tradução. Este ponto de vista é conhecido como Primazia Aramaica.
Etimologia do termo Novo Testamento
O uso do termo Novo Testamento para
descrever a coleção de textos que fazem parte da Bíblia, originou-se do latim Novum Testamentum, que alguns acreditam ser
uma tradução do grego Διαθήκη Καινή , e era usado com o significado de
"último desejo ou testamento", conforme a tradução latina indica. O significado do termo aponta para um
arranjo feito por um grupo que pode ser aceito ou rejeitado por outro grupo,
embora esse não o possa alterar; e ele, quando aceito, une esses dois grupos de
acordo com os termos ali contidos.
Esta frase grega encontra-se no próprio texto do
Novo Testamento, onde é traduzido como "nova aliança". Aliança
significa acordo ou contrato que envolve as duas partes que firmam algo. A
frase também aparece mais cedo na Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento). Em Jeremias31:31, a Septuaginta usou essa frase grega para traduzir
o original hebraico ברית חדשה (b e chadashah RIT). O termo hebraico é também traduzido
geralmente como nova aliança.
E se no século II Tertuliano utiliza pela primeira vez na Grande Igreja os termos de Novum Testamentum (Novo
Testamento) e Vetus Testamentum(Antigo Testamento) para designar
uma coleção particular de livros que alguns acreditavam que incorporavam uma
nova aliança, a realidade é que o termo Novo Testamento foi
inventado por Marcião que propunha com o marcionismo dois deuses distintos, um no Antigo Testamento e
outro no Novo Testamento, pelo que foi denunciada pelos Pais da Igreja e excomungado 32 .
Por exemplo, em Contra Marcion, livro 3 e capítulo 14 (escrito no III século, em 208 d.C.), Tertuliano escreveu que "Isso pode
ser entendido como o Verbo Divino, que é duplamente ligado com os dois
testamentos da Lei e do Evangelho". No livro 4 do capítulo 6,
complementou: "Pois é certo que todo o objetivo a que ele (Marcião) tem trabalhado arduamente, mesmo na elaboração de suas
Antíteses ... é para que ele possa estabelecer uma diversidade entre o Antigo e
o Novo Testamento, de modo que o seu próprio Cristo possa ser separado do
Criador, como pertencentes a este deus rival e como estrangeiro da Lei e dos
Profetas".
Lactâncio (sec. III e IV) , autor cristão que escreveu em
latim a obra Divino Instituto no início de século IV, relata
no livro 4 e capítulo 20 o seguinte:
“
|
Mas toda a
Escritura é dividida em dois Testamentos: o que precedeu o advento e da
paixão de Cristo, isto é, a Lei e os Profetas, é chamado de Velho Testamento.
Mas as coisas que foram escritas após a Sua ressurreição são nomeadas Novo
Testamento. Os judeus fazem uso do Velho Testamento e nós do Novo. Mas os
dois não são discordantes porque o Novo é o cumprimento do Velho, e em ambos
há o mesmo testador: Cristo, que, depois de ter sofrido a morte por nós,
fez-nos herdeiros do Seu reino eterno (...). Como o profeta
Jeremias testemunha
quando fala coisas como: "Eis que dias vêm, diz o Senhor, que eu vou fazer um
novo testamento para a casa de Israel e para a casa de Judá, não segundo a aliança que fiz
com seus pais, no dia em que os tomei pela mão para tirá-los da terra do
Egito, porque não continuou no meu testamento, e eu a desconsiderei, diz o
Senhor" Jeremias 31:31-32] (...). Por
Ele ter dito iria fazer um novo testamento para a casa de Judá, o Antigo
Testamento, que foi dada por Moisés, não era perfeito. Mas sim o
que era para ser dada por Cristo estaria completo.
|
”
|
A tradução da Vulgata do século V utiliza o termo testamentum em II Coríntios 3:6 e 14:
6 Que também nos fez caber ministros do novo
testamento, não na letra, mas no espírito. Pois a letra mata, mas o espírito
vivifica. (Douay-Rheims)
14 Mas os seus sentidos foram obscurecidos.
Pois, até o dia de hoje, o véu escuro da leitura do Antigo Testamento, não foi
tirado (pois em Cristo é anulada). (Douay-Rheims)
No entanto, a mais moderna tradução em Português da Bíblia, a Nova
Versão Internacional, traduz esses
versos do grego koiné da seguinte forma:
6 Ele nos capacitou para sermos ministros
de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o
Espírito vivifica.
14 Na verdade a mente deles se fechou, pois
até hoje o mesmo véu permanece quando é lida a antiga aliança. Não foi
retitado, porque é somente em Cristo que ele é removido.
Assim, é comum usar qualquer um desses dois termos
em Português para traduzir: ou testamento ou aliança, mesmo que eles não
sejam sinônimos.
Formação do Cânon do Novo Testamento
Cânon
bíblico
A folha de P46, um das primeiras coleções do século
III das epístolas paulinas.
O cânon bíblico é o conjunto de livros que os cristãos consideram como divinamente inspirados, formando assim a Bíblia cristã. Embora a Igreja Primitiva usasse o Antigo Testamento de acordo com o cânon daSeptuaginta (LXX), ao escrever os seus textos os apóstolos não pretendiam criar um conjunto definido de novas
Escrituras, mesmo com o reconhecimento deles de que seus escritos eram
divinamente inspirados.
O processo de canonização do Novo Testamento foi complexo e demorado.
Caracterizou-se por umacoletânea de livros que a tradição apostólica considerou
autoritária no culto e no ensino, e em consonância com o Antigo Testamento,
além de serem relevantes para as situações históricas em que viviam. Contrário
à crença popular, o cânon do Novo Testamento não foi sumariamente decidido em
reuniões do Conselho da igreja, mas sim desenvolvido ao longo de muitos
séculos.
Os escritos dos apóstolos circulavam entre as
primeiras comunidades cristãs. As epístolas
de Pauloestavam circulando já reunidas no final do primeiro século d.C.. Justino Mártir, no segundo século, menciona as memórias dos apóstolos, que os
cristãos chamam de evangelhos e que eram considerados em pé de igualdade com o
Antigo Testamento. Um cânone contendo os quatro evangelhos (os Tetramorph) já
estava circulando na igreja no tempo de Ireneu em 160 d.C.. No início do século III, Orígenes
de Alexandria talvez já tenha usado os mesmos 27 livros que
compõe o Novo Testamento moderno, mas ainda havia disputas sobre a canonicidade
do livro de Hebreus, de Tiago, de II Pedro, de II e III
João e do Apocalipse. Essas obras cuja autenticidade era questionada são
chamadas Antilegomena. Em contraste, os escritos que foram aceitos
universalmente pela igreja desde meados do século II e que compõe hoje a maior
parte do Novo Testamento são denominadas homologoumena. O fragmento de Muratori mostra que em 200 d.C. já existia um conjunto de escritos cristãos
semelhante ao Novo Testamento atual.
Em sua carta de Páscoa de 367 d.C., Atanásio, bispo de
Alexandria escreveu a primeira lista com os 27 livros que
viriam a formar o Novo Testamento canônico. O Sínodo de Hipona em 393 d.C. aprovou o Novo Testamento tal como conhecemos hoje, juntamente com os livros da Septuaginta, uma decisão que foi repetida pelo Conselho
de Cartago em 397 d.C. e em 419 d.C.. Esses conselhos foram liderados por Santo Agostinho, que considerava o cânone como algo já fechado. Da mesma
forma, o Papa Dâmaso I comissionou Jerônimo
de Estridão a fim de organizar a edição Latina da Vulgata em383 d.C., o que foi fundamental para a fixação do cânon do Ocidente. Em 405 d.C., o Papa
Inocêncio I mandou uma lista dos livros sagrados para
Exuperius, um bispo gaulês.
Entretanto, como lembra F. F. Bruce, os livros do Novo Testamento não se tornaram
escritos revestidos de autoridade para a igreja porque foram formalmente
incluídos em uma lista canônica; pelo contrário, a igreja incluiu-os no canôn
porque já os considerava divinamente inspirados, reconhecendo neles o valor
inato e a autoridade apostólica direta ou indireta. Assim, por volta
do século IV, já havia uma unanimidade no Ocidentesobre o cânon do Novo Testamento; O Oriente, com poucas exceções, havia entrado em concordância
sobre a questão do canôn por volta do século V. A única resistência estava relacionada ao livro do
Apocalipse. Não obstante, um articulação dogmática completa do cânon não foi
feita até 1546 no Concílio
de Trento para o Catolicismo
Romano; e em 1563 nos Trinta
e Nove Artigos da Igreja da Inglaterra; Em 1647 na Confissão
de Fé de Westminster para ocalvinismo; E finalmente em 1672 no Sínodo
de Jerusalém para ortodoxia grega.
Autoria
Por ser uma
coleção de livros, o Novo Testamento foi escrito por vários autores. A visão
tradicional é que esses livros foram escritos ou por apóstolos, como Mateus, João, Pedro e Paulo; ou por discípulos que trabalharam sob a direção desses
apóstolos, como Marcos e Lucas. Todos esses escritores dos livros do Novo Testamento
eram judeus, com exceção de Lucas. Três deles, Mateus, João e Pedro,
faziam parte do grupo dos apóstolos de Jesus. Outros autores do Novo Testamento, como Marcos, Judas e
Tiago foram ativos na igreja primitiva. Os três também já tinham contato com o
grupo de apóstolos mesmo antes da morte de Jesus. Lucas e Paulo, embora não
tenham sido testemunhas oculares da vida de Cristo, eram bem conhecidos
daqueles que o foram. Nada se sabe sobre o autor de Hebreus.
Epístolas Paulinas
Epístolas
paulinas
Treze das epístolas foram escritas pelo apóstolo
Paulo. Alguns estudiosos aceitam apenas sete como autênticas. Entre essas
cartas estão incluídasRomanos, I e II Coríntios, Gálatas, Filipenses, I Tessalonicenses e Filémon. Os outros livros do novo testamento, para os estudiosos
liberais, foram escritos por pessoas que estavam próximas do apóstolo Paulo.
Entretanto, boa parte dos estudiosos concordam que
as 13 epístolas que levam a autoria de Paulo, foram escritas ou ditadas por
ele. F F Bruce afirma que "já se foi o tempo em que se
ousava negar a autenticidade e a autoria desses documentos". Algumas
dessas epístolas paulinas mostram claramente que foram ditadas por Paulo e
escritas por um escriba: o livro de Romanos foi escrito por Tércio (Romanos 16:22) e o livro de I Coríntios parece ter sido escrita
por Sóstenes (I Corintíos 1:1).
Das treze epístolas que levam o nome de Paulo, três
foram escritas no fim de sua prisão em Roma. I e II Timóteo e a carta de Tito são conhecida como epístolas pastorais. As
outras dez são conhecidas como epístolas de viagem, porque foram escritas nas
viagens missionárias do apóstolo Paulo.
Hebreus
Epístola
aos Hebreus
A Epístola
aos Hebreus constitui o maior problema de autoria do Novo
Testamento. Na verdade, a questão sobre a autoria de Hebreus é antiga,
remontando ao século III.
O escritor eclesiástico Caio não considerava Hebreus como sendo escrita
por Paulo. Orígenes afirmava que
Eusébio declarou que Clemente
de Alexandria afirmava que essa epístola foi escrita por
Paulo em hebraico, e traduzida para o grego por Lucas. Já Tertuliano atribuia a autoria a Barnabé; e Apolo foi uma sugestão de Martinho Lutero.
Entretanto, a única certeza que se tem é que o
autor não era discípulo imediato de Cristo (Hebreus 2:3). Era judeu, uma vez que empregava a primeira pessoa do plural para
se referir ao seu público judaico. Era amigo de Timóteo e pertencia ao círculo paulino (Hebreus 13:23). Além disso, era muito versado no Antigo Testamento, fazendo uso da versão grega da Septuaginta (LXX).
Evangelhos
Fonte Q
Os evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas),
tem uma inter-relação única. Eles descrevem muitos dos mesmos acontecimentos e
atribuem a Jesus palavras semelhantes ou iguais. A visão dominante entre os
estudiosos para explicar essa inter-relação é a hipótese das duas fontes. Esta
hipótese propõe que Mateus e Lucas estruturaram seus evangelhos de forma
significativa sobre o Evangelho de São Marcos; e outra fonte que continha os
ditos de Jesus, conhecida como "Q" (derivado de quelle,
palavra alemã para "fonte"). A natureza e até mesmo a
existência de uma fonte escrita contendo esse material partilhado por Mateus e
Lucas e designada como Q tem sido questionada por alguns estudiosos, alguns dos
quais propuseram a hipótese de variantes a fim de nuançar ou mesmo acabar com
a fonte Q.
Os estudiosos que reconhecem a existência de Q
argumentam que este era um documento único de escrita, enquanto alguns sugerem
que o "Q" foi realmente um número de documentos ou tradições orais. Se fosse uma fonte documental, não há informações sobre
o seu autor ou autores, e é praticamente impossível obter essa informação a
partir dos recursos atualmente disponíveis.
Data da composição
Embora não se tenha nenhum dos documentos
originais, mas tão somente manuscritos dos séculos posteriores, de modo geral
acredita-se que os livros do Novo Testamento teriam sido escritos no século I da era comum. As datas exatas de escrita dos livros
propostas por pesquisadores possuem variações. Alguns consideram que o Novo
Testamento praticamente completo (com exceção de Apocalipse) já estava escrito
antes do ano 70, com alguns livros tendo sido escritos apenas alguns
anos após os eventos que narram. De outro lado estão pesquisadores que
consideram que todos os livros do Novo Testamento foram escritos bem depois dos
acontecimentos relativos à morte de Jesus.
Apesar do Evangelho de Mateus figurar como o
primeiro livro do Novo Testamento bíblico, é de maneira geral aceito entre
pesquisadores que este não foi o primeiro a ser escrito, nem entre os
evangelhos e quanto às demais obras. Isto porque o Evangelho mais antigo teria
sido o de Marcos, cuja data de escrita costuma ser calculada entre os
anos 55 e 65 da era comum e pode ter servido de fonte para Lucas e Mateus
ampliarem as informações sobre a vida de Jesus na terra, embora contenha 31
versículos a mais relativos a outros milagres não relatados pelos demais evangelistas.
Todavia, supõe-se que os livros mais antigos teriam
sido as epístolas de Tiago e de Paulo aos gálatas, cuja época teria sido, aproximadamente, em torno do
ano 49 da era comum, antes do Concílio
de Jerusalém.
Já os últimos livros a serem escritos têm a sua
autoria atribuída ao apóstolo João e seriam o seu Evangelho, as três epístolas
e o Apocalipse. Este, por volta do ano 95 da era
comum, em Patmos, no período da perseguição do imperador Domiciano.
Importante observar que o período que pode ter sido
o de maior produção dos escritos do Novo Testamento corresponderia à década de
60 do século I, talvez como uma iniciativa de preservar as informações sobre as
origens do cristianismo na época das perseguições de Nero, quando a maioria dos apóstolos foram martirizados, entre os quais Pedro e Paulo.
Por outro lado, as epístolas de Paulo foram muito
utilizadas pelo apóstolo para fins de comunicação com as comunidades cristãs e
com os pregadores durante os tempos de suas viagens missionárias e na época de
Nero. Algumas cartas, como a epístola aos gálatas teriam sido bem antes da primeira
perseguição aos cristãos do Império Romano. Outras teriam sido após os últimos
relatos que constam no livro de Atos.
Manuscritos do Novo Testamento
Fragmento do Papiro P52 ou Rylands Library Papyrus, que contém cinco
versículos doEvangelho
de João(18.31-33,37,38). Ele é datado entre 117-138 d.C.
Como outras literaturas da antiguidade , o texto do
Novo Testamento era (antes do advento da imprensa) preservado e transmitido em manuscritos. De acordo com a última contagem, existem cerca de
5.700 manuscritos gregos do Novo Testamento. Além disso, existem mais de
nove mil manuscritos em outras línguas (siríaco, copta, latim, árabe). Alguns desses manuscritos são Bíblia completas, outros
são livros ou páginas, e somente alguns são apenas fragmentos.
O Novo Testamento foi escrito em letras de
imprensa, conhecidas pelo nome de Unciais (ou maiúsculas). A partir do século VI esse estilo
caiu em desuso, sendo gradualmente substituído pelos manuscritos chamados minúsculos. Esses predominaram no período que vai do século IX ao
XV.
O Rylands Library Papyrus ou Papiro P52 é geralmente aceito como o mais antigo registro
sobrevivente de um livro que viria a ser o Novo Testamento. É datado em algum
momento entre 117 d.C. e 138 d.C.. A parte frontal desse papiro contém os
linhas do Evangelho
de João 18:31-33. No verso, estão registrados os
versos 37 e 38. Os manuscritos do Novo Testamento são divididos em três
categorias: papiros, unciais e minúsculos. O que os diferencia são suas características
diferenciadas.
Papiros
Papiros
de Bodmer e Papiro
Chester Beatty
Esses manuscritos datam do século II e III. Eles
foram escritos quando o cristianismo ainda era ilegal e as cópias do Novo
Testamento eram feitas no material mais barato possível. Atualmente, existem
cerca de 26 manuscritos do Novo Testamento em papiro.
Como esses textos surgiram apenas uma geração
depois dos autógrafos originais, eles são valiosíssimos para a montagem
do texto original através da critica textual do Novo Testamento. O fragmento
P52, por exemplo, faz parte dessa categoria.
Outros documentos valiosos são o P45, P46 e o P47, conhecidos como Papiros
Chester Beatty (250),
consistem de três códices que abrangem a maior parte do Novo Testamento.
P45 – são trinta folhas de um códice de papiro
que contém os evangelhos e Atos;
P46 – traz a maior parte das cartas de Paulo,
bem como Hebreus, faltando, porém, algumas partes de Romanos, I Tessalonicenses
e e todas II Tessalonicenses;
P47 – Contem partes do Apocalispe.
A mais importante descoberta de papiros do Novo
Testamento são os Papiros Bodmer (175-225). Eles compreendem o P66, o P72 e oP75.
P66 (200 d.C.) - contém algumas porções do
evangelho de João;
P72 (séc. III) – É a mais antiga cópia de
Judas e de I e II Pedro que se conhece; contém vários livros, alguns canônicos
e outros apócrifos;
P75 (175-225 d.C.) – contém Lucas e João em
unciais cuidadosamente impressos, com toda clareza. É a mais antiga cópia de
Lucas que se tem noticia.
Autoridade
Todas as igrejas cristãs aceitam o Novo Testamento como parte de suas Escrituras Sagradas. Entretanto, os vários ramos do cristianismo diferem em sua compreensão da natureza, extensão e
relevância da Autoridade do Novo Testamento.
Geralmente, o papel que uma vertente cristão tem do
Novo Testamento como Autoridade depende muito do conceito de inspiração, que esta relacionado com o papel de Deus na formação do Cânon Bíblico. Assim, quanto maior o papel de Deus na doutrina da
inspiração, mais se aceita a doutrina dainerrância
bíblica e/ou da Bíblia como regra de fé e prática.
As condições para definir esses termos são
difíceis, visto que muitas pessoas as usam indiferentemente ou com significados
muito diferentes. Aqui, utilizaremos os termos da seguinte forma:
Infalibilidade diz respeito à legitimidade absoluta da Bíblia em
questões de doutrina.
Inerrância diz respeito à legitimidade absoluta da Bíblia em
afirmações de fatos científicos e históricos. Em outras palavras, a Bíblia não
possui erro de natureza nenhuma.
Fonte Ética diz respeito à legitimidade da Bíblia em questões
de moral, fé e prática.
Todos esses conceitos dependem de seu correto
significado para pressupor de que o texto da Bíblia foi interpretado de maneira
certa. Assim, partindo de um dos pressupostos acima, tem-se um panorama
da Hermenêutica do texto que leva em consideração a intenção do
autor que escreveu, quer seja literal, histórica, alegórica, simbólica ou
poética. A doutrina da inerrância, por exemplo, é entendida de várias formas,
de acordo com o peso dado pelo intérprete.
Catolicismo e Ortodoxia Oriental
Tanto para a Igreja Católica quanto para Igreja
Ortodoxa Oriental, existem dois
tipos de revelações: a Bíblia e a Tradição. Ambos são interpretados pelos ensinamentos da igreja.
Na terminologia católica, o ofício de ensinar é
chamado de Magistério (do latim magistra). Na terminologia
Ortodoxa a autêntica interpretação da Escritura e da Tradição é limitada
ao Direito
Canônico dos concílios
ecumênicos. Ambas as fontes de revelação são consideradas
necessárias para a boa compreensão dos princípios da fé. A visão da Igreja
Católica está claramente expressa em seu Catecismo (1992):
§ 83: Como resultado, a igreja, para quem a
transmissão e interpretação de Apocalipse foi confiada, não deriva a sua
certeza sobre todas as verdades das Sagradas Escrituras sozinha. Tanto a Escritura quanto a Tradição devem
ser aceitas e honradas com igual sentimento de devoção e reverência.
§ 107: Os livros inspirados ensinam a verdade.
Desde que tudo o que os autores inspirados afirmam deve ser considerado como
afirmado pelo Espírito Santo, temos de reconhecer que os livros da Escritura
firmemente, fielmente e sem erro de ensinar a verdade que Deus, por causa da
nossa salvação, quis ver confidenciou a Sagrada Escritura.
Protestantismo
Os protestantes defendem a doutrina do sola scriptura, cujo significado em latim é "somente a
Bíblia". Eles acreditam que a regra de fé, prática e a interpretações
devem levar em consideração exclusivamente os ensinamentos das Escrituras. A
tradição não é fonte de autoridade para o protestantismo.
Como a autoridade
das denominações protestantes derivam exclusivamente da Bíblia, suas doutrinas
estão sempre abertas a reavaliações. Essa abertura à revisões doutrinárias deu base
para as tradições protestantes liberais reavaliarem as doutrinas da Escritura
em que a Reforma foi
fundada. Os membros dessa tradição chegam a questionar se a Bíblia é infalível
em questões doutrinarias, se é inerrante em outras declarações factuais e históricos e se Ela tem
autoridade divina única. As adaptações feitas pelos protestantes modernos a sua
doutrina das Escritura varia muito de denominação para denominação.
Protestantes e Evangélicos Fundamentalistas
Alguns evangélicos americanos conservadores
acreditam que as Escrituras tem sua origem da união entre o Divino e o humano:
humanos em sua composição; e divino em sua fonte que é Deus. Os evangélicos acreditam que o Espírito Santo guiou os escritores da Bíblia de tal forma que eles
não escreveram nada contrário à verdade. Os cristãos
fundamentalistas também
aceitam a autoridade da Bíblia para questões morais, éticas e científicas.
Para os evangélicos fundamentalistas isso se aplica
especialmente a questões como ordenação de mulheres, aborto, evolução e homossexualidade. No entanto, embora a maioria dos protestantes se
posicionem contra essas questões, um número cada vez maior do protestantismo
está cada vez mais dispostos a considerar que as opiniões dos autores bíblicos
são culturalmente condicionado. Essa ala do protestantismo argumenta que há
espaço para mudanças juntamente com as normas culturais e os avanços
científicos.
A maioria dos cristãos fundamentalistas e dos
evangélicos professam a crença na inerrância
da Bíblia, ou seja, que os autógrafos originais das Escrituras Sagradas não possuem qualquer tipo de erro.
Já os protestantes mais liberais evitam
interpretações da Bíblia que contradiz diretamente as afirmações científicas
que são geralmente aceites de fato. Eles não imputam erro aos autores bíblicos,
mas entendem que as pessoas que escreveram a Bíblia tinham em mente
determinadas intenções literárias que poderiam dar credibilidade para o
progresso humano no conhecimento do mundo ao mesmo tempo em que aceitavam a
inspiração divina das Escrituras.
Para os que acreditam na inerrância da Bíblia,
a Declaração
de Chicago sobre a Inerrância Bíblica (1978) formalizou as visões evangélicas sobre esta questão. Em
resumo, essa declaração afirma que a Bíblia é:
“
|
total e
verbalmente dada por Deus, sem erro ou falha em tudo o que ensina, quer
naquilo que afirma a respeito de Deus que atuou na criação, quer seja sobre
os acontecimentos da história mundial e sobre a sua própria origem literária
dada pela Inspiração do Espirito Santo, que em seu testemunho nos concedeu a
graça salvadora de Deus na vida individual.
|
Antigo Testamento
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Tanakh.
O Antigo Testamento, também conhecido
como Escrituras Hebraicas, tem 46 livros e constitui a primeira grande
parte da Bíblia cristã, e a totalidade da Bíblia hebraica. Foram compostos em hebraicoou aramaico.
Chama-se também Tanakh, acrônimo lembrando as grandes divisões dos escritos sagrados
da Bíblia hebraica que são os Livros da Lei (ou Torá), os livros dos profetas (ou Nevi'im), e os chamados escritos (Ketuvim). Entretanto, a tradição cristã divide o antigo testamento em outras partes, e
reordena os livros dividindo-os em categorias; Lei, história, poesia (ou livros de sabedoria) e Profecias.
Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu
relacionamento com Deus. Estes registros tinham grande significado e importância
em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas e muitas vezes e passados de geração
em geração.
Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram
reunidos em coleções conhecidas por a Lei, os Profetas e os Escritos. Esses
três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados
antes do Concílio
de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 D.C.
A Lei compreende os primeiros cinco livros, tais
como na Bíblia cristã. Já os Profetas incluem: Isaías,Jeremias, Ezequiel,
os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1
e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. Os escritos reúnem o grande livro
de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares
de Salomão, Rute,Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1
e 2 Crônicas.
Os livros do Antigo Testamento foram escritos em
longos pergaminhos confeccionados em pele de cabrae copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente,
cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora a Lei
ocupasse espaço maior era escrito em dois grandes pergaminhos.
O aramaico foi a língua original de algumas partes dos livros
de Daniel e de Esdras. Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías
é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o Século II A.C. e por isso, se assemelha muito ao pergaminho
utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima
ao Mar Morto.
Novo Testamento (do grego: Διαθήκη Καινὴ, Kaine Diatheke) é o nome dado à coleção
de livros que compõe a segunda parte da Bíblia cristã, cujo conteúdo foi escrito após a morte de Jesus Cristo e é dirigido explicitamente aos cristãos, embora dentro da religião cristã tanto o Antigo
Testamento (a primeira parte) quanto o Novo Testamento são considerados,
em conjunto, Escrituras
Sagradas.
Os livros que compõe essa segunda parte da Bíblia
foram escritos a medida que o cristianismo era difundido no mundo antigo, refletindo e
servindo como fonte para a teologia cristã. Essa coleção de 27 livros influenciou não apenas
a religião, a política e a filosofia, mas também deixou sua marca permanente na literatura, na arte e na música.
O Novo Testamento é constituído por uma coletânea
de trabalhos escritos em momentos diferentes e por vários autores. Em praticamente todas as tradições cristãs da
atualidade, o Novo Testamento é composto de 27 livros. Os textos originais
foram escritos por seus respectivos autores a partir do ano 42 d.C., em grego koiné , a língua franca da parte oriental do Império Romano, onde também foram compostos. A maioria dos livros que
compõe o Novo Testamento parece ter sido escrito por volta da segunda metade
do século I.
Fazem parte dessa coleção de textos as 13 cartas
do apóstolo Paulo (maior parte da obra, escritas provavelmente entre
os anos 50 e 68 d.C.), osevangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João (narrativas da vida, ensino e morte de Jesus
Cristo, conhecidos como os Quatro Evangelhos), Atos
dos Apóstolos (narrativa do ministério dos Apóstolos e da
história da Igreja
primitiva) além de algumas epístolas
católicas menores escrito por vários autores e que tem
com conteúdo instruções, resoluções de conflito e outras orientações para a
igreja cristã primitiva. Por fim, o Apocalipse do apóstolo João.
Nem todos esses livros foram aceitos imediatamente
pela Igreja. Alguma dessas cartas foram contestadas na antiguidade (antilegomena), comoApocalipse
de João e algumas Epístolas Católicas menores (II Pedro, Judas, Tiago, II e III João). Entretanto, gradualmente eles se juntaram a
coleção já existente que era aceita pelos Cristãos, formando o cânone
do Novo Testamento. Outros livros,
como o Pastor
de Hermas, a epístola
de Policarpo, as de
Inácio e as de Clemente (I e II Clemente), circularam na coleção antiga de livros que era aceita
por algumas comunidades cristãs. Porém, esses livros foram excluídos do Novo
Testamento pela Igreja primitiva.
Curiosamente, apesar do Cânone
do Antigo Testamento não ser
aceito uniformemente dentro do cristianismo (católicos, protestantes , ortodoxos gregos,eslavos e armênios divergentes quanto aos livros incluídos no Antigo
Testamento), os 27 que formam o Cânon do Novo Testamento foram aceitos quase
que universalmente dentro do cristianismo, pelo menos desde o século III. As exceções são o Novo Testamento da Igreja
Ortodoxa da Etiópia, por exemplo, que
considera autêntico o Pastor de Hermas (séc. II) e a Peshitta, Bíblia da Igreja
Ortodoxa Síria, utilizada por
muitas Igrejas da Síria, que não inclui o Apocalipse de João na lista de
livros inspirados.
Versão hebraica
Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu
relacionamento com Deus. Estes registros tinham grande significado e importância
em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas e muitas vezes e passados de
geração em geração.
Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram
reunidos em coleções conhecidas por a Lei, os Profetas e os Escritos. Esses
três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados
antes do Concílio
de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 D.C.
A Lei compreende os primeiros cinco livros, tais
como na Bíblia cristã. Já os Profetas incluem: Isaías, Jeremias, Ezequiel,
os Doze Profetas Menores,Josué, Juízes, 1
e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. Os escritos reúnem o grande livro
de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares
de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1
e 2 Crônicas.
Os livros do Antigo Testamento foram escritos em
longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas.
Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora
a Lei ocupasse espaço maior era escrito em dois grandes pergaminhos.
O aramaico foi a língua original de algumas partes dos livros
de Daniel e de Esdras. Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías
é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o Século II A.C. e por isso, se assemelha muito ao pergaminho
utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima
ao Mar Morto.
Composições
Diferentes tradições cristãs possuem um diferente
cânone para o Antigo Testamento. A Igreja
Católica Romana utilizou , a
partir do século I, comocanônica a versão chamada Septuaginta, que foi uma tradução dos escritos hebraicos para o grego, feita antes mesmo do fechamento do cânone hebraico na
tradição judaica. Assim, a Septuaginta inclui material que não foi incluído na
Bíblia Hebraica, de fontes diferentes e divergentes, inclusive material
original já escrito em grego. Os defensores da reforma
protestante excluíram do cânone todos os livros ou fragmentos
que não correspondiam ao texto hebraico massorético, e como resposta a isso o Concílio
de Trento em 1546 determinou que os livros de Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico,Baruc, 1°
Macabeus e 2° Macabeus, os capítulos 13 e 14 e os versículos 24 a 90 do capítulo 3 de Daniel, os capítulos 11 a
16 de Ester (todos existentes em língua grega) deveriam ser
tratados como canônicos, ao passo que os textos conhecidos como oração
de Manassés e os livros de 3 e 4 Esdras não mais o
seriam. A Igreja
Católica Ortodoxa acabou por
decidir pela inclusão de Tobias, Judite, Sirácida e Sabedoria.
Em outras tradições cristãs existe mais material
adicional, como por exemplo na Bíblia
Etíope e na Bíblia
Copta. A tradição reformada optou por seguir o cânone
estabelecido pela tradição judaica, porém mantendo a diferente ordem dos
livros.
Temática
O Antigo
Testamento trata basicamente das relações entre Deus e o povo Israelita. Existem vários nexos temáticos
entre os livros de acordo com suas divisões (seja a cristã ou a hebraica).
Única entre essas tradições é a primeira divisão, a Torá ou Pentateuco, que trata da história sagrada do povo de Israel, a
partir da criação do mundo até a ocupação da Terra, passando pela legislação litúrgica e religiosa.
Tradicionalmente, a Torá ou Lei é atribuída aMoisés e, depois de sua morte, terminada por Josué; porém, muitos autores defendem que a formação da Torá
foi um processo longo passando por diversos grupos de autores até sua adoção
uniforme pós-exílica.
Transmissão do texto
Quanto ao texto transmitido, não chegou até nós
nenhum rolo original de qualquer material bíblico. Atualmente os documentos
mais antigos que ainda exitem são oriundos do século II A.C, tais como o
chamado Papíro
Nash, encontrado em 1902, no Egito, que contêm o decálogo e o texto da confissão de fé hebraica Shma
Israel (Deuteronômio 6:4), e os manuscritos
do Mar Morto encontrados em Qumran que incluem diversos fragmentos de textos de
praticamente todos os livros da Bíblia Hebraica com a exceção de Ester.
A partir de 100 d.C. a tradição fariseu-rabínica passou a dominar
no judaísmo e desenvolveu-se um método de auxílio na
transmissão do texto, inclusive a correta vocalização. Os estudiosos que
trabalharam para manter a originalidade do texto, especialmente com o declínio
do hebraico como língua falada, eram chamados de massoretas e terminaram por elaborar um texto que passou a
ganhar autoridade oficial entre os séculos VII e X, chamado de texto
masorético. Oriundos dessa tradição existem dois manuscritos
importantes que baseiam as edições críticas do texto atual: O Codex
Leningradensis e oCodex Aleppo.
A subdivisão do texto em capítulos e versículos não vem do texto original. A primeira divisão
existente foi a divisão do texto da Torá (Pentateuco) em 54parashot que são leituras semanais para o ano litúrgico
judaico. A divisão por capítulos foi introduzida pelos cristãos com o objetivo
prático de auxiliar a referência a textos. Uma das atuais divisões em capítulos
foi realizada por Stephan Langton por volta de 1200 d.C. e foi adotada primeiramente num manuscrito
hebraico no século XIV. A divisão em versículos foi resultado de um processo
que só chegou ao final no século XVI. Por isso a tradição reformada, que rompeu com a
tradição católica romana antes desse período, possui diferenças na contagem de
capítulos e versículos.
Interpretação
De acordo
com Mark Twain, o Antigo Testamento mostra Deus como sendo injusto, mesquinho, cruel e vingativo,
punindo crianças inocentes pelos erros de seus pais; punindo pessoas
pelos pecados de seus governantes, descontando sua vingança
em ovelhas e bezerros inofensivos, como punição por ofensas
insignificantes cometidas por seus proprietários.
Livros
Observação: Livros em itálico são deuterocanônicos
Alcorão
Alcorão ou Corão (em árabe: القرآن, transl. al-Qur é a palavra literal de Deus (Alá) revelada ao profeta Maomé (Muhammad) ao longo de um período de vinte e
três anos. A palavra Alcorão deriva do verbo árabe que significa declamar ou recitar; Alcorão é
portanto uma "recitação" ou algo que deve ser recitado.
Os muçulmanos podem-se referir ao Alcorão usando um
título que denota respeito, como Al-Karim ("o Nobre")
ouAl-Azim ("o Magnífico").
É um dos livros mais lidos e publicados no mundo. É prática
generalizada nas sociedades muçulmanas que o Alcorão não seja vendido, mas sim
dado.
Designação em português
Há duas variantes para o nome do livro usadas
comumente: "Corão" e "Alcorão". Por vezes se afirma que,
como oprefixo "al-" designa o artigo definido no árabe, o seu uso seria desnecessário. No entanto, nas
muitas palavras portuguesas de origem árabe com "al-" na sua origem,
como "almanaque" ou "açúcar", a partícula não foi suprimida, e ainda menos em
nomes próprios como "Almada" ou "Algarve". José
Pedro Machado nota que a palavra Alcorãosurge
em documentos portugueses do século XIII , ao contrário da forma Corão,
recentemente importada. O Dicionário Houaiss, que alude ao argumento da "desnecessidade" de
"al-" por corresponder ao artigo árabe, confirma o surgimento de
"Alcorão" no século XIII e o seu uso constante nos séculos seguintes. O
Houaiss afirma que "Corão" é importação francesa no final do século XIX, desde logo criticada pelos puristas. O próprio termo
francês terá surgido apenas no século XVII. O site português Ciberdúvidas
da Língua Portuguesa considera
aceitável apenas a forma "Alcorão", invocando Rebelo
Gonçalves e Rodrigo de Sá Nogueira. Já o site brasileiro Sua Língua,
editado pelo Prof. Cláudio Moreno, não condena o vocábulo "Corão", mas defende a
preferência por "Alcorão".
Estrutura do Alcorão
Alcorão está organizado em 114 capítulos,
denominados suras, divididas em livros, seções, partes e versículos.
Considera-se que 92 capítulos foram revelados ao profeta Maomé em Meca, e 22 em Medina. Os capítulos estão dispostos aproximadamente de acordo
com o seu tamanho e não de acordo com a ordem cronológica da revelação.
Cada sura pode por sua vez ser subdividida em
versículos (ayat). O número de versículos é de 6536 ou 6600, conforme a
forma de os contar.
A sura maior é a segunda, com 286 versículos; as
suras menores possuem apenas três versículos.
Os capítulos são tradicionalmente identificados
mais pelos nomes do que pelos números. Estes receberam nomes de palavras
distintivas ou de palavras que surgem no inicío do texto, como por
exemplo A Vaca, A Abelha, O Figo ou A
Aurora. Contudo, não se deve pensar que o conteúdo da sura esteja de alguma
forma relacionado com o título do capítulo.
Nomes das Suras
Abertura; A vaca; A tribo de Omran; As mulheres; A mesa
servida; O gado; As alturas; Os espólios; O arrependimento; Jonas; Hud; José; O
trovão; Abraão; Al-Hijr; As abelhas; A viagem noturna; a gruta; Maria; Taha; Os
profetas; A peregrinação; Os crentes; a luz; O discernimento; Os poetas; As
formigas; As narrativas; A aranha; Os bizantinos; Lukman; A prostração; Os
coligados; Sabá; O criador; Ia. Sin; As fileiras; Sad; Os grupos; O
perdoador; ; Os versículos detalhados; a consulta; Os ornamentos; A
fumaça; a ajoelhada; As dunas; Muhamad; Vitória; Os aposentos; Kaf; Os
furacões; O monte; A estrela; a lua; o clemente; O dia inelutável; O ferro; a
discussão; O reagrupamento; A mulher testada; as fileiras; Sexta-feira; Os
hipócritas; O logro mútuo; O divórcio; As proibições; O reino; A pena; O
inelutável; As escadas; Noé; Os djins; O encontro; O emantado; A ressurreição;
O homem; Os emissários; A notícia; Os arrebatadores; Ele franziu as
sobrancelhas; O obscurecimento; a terra fendida; Os defraudadores; Fenda no
céu; As constelações; O visitante da noite; O altíssimo; O que tudo envolve; A
aurora; a cidade; O sol; A noite; A manhã; O alívio; O figo; O coágulo; Kadr; A
prova; O terremoto; Os corcéis; a calamidade; A rivalidade; A tarde; O
difamador; O elefante; Koraich: A caridade; a abuindância; Os descrentes; O socorro;
A corda de esparto; A sinceridade; A alvorada; Os homens:
Divisão para leitura e recitação
Tendo como objectivo a recitação o Alcorão, pode
também ser dividido em partes de igual tamanho (7, 30 ou 60), que tem como
objectivo a leitura conforme as possibilidades de cada pessoa (leitura em 7, 30
ou 60 dias). A divisão do Alcorão em 60 dias é a mais habitual, sendo utilizada
no ensino. Cada divisão em sete partes recebe o nome de manzil e
em trinta o nome de jus. As fracções são também divididas em meios, quartos e
oitavos.
Manzil
|
Jus
|
Início
|
Manzil
|
Jus
|
Início
|
||
Sura
|
versículo
|
Sura
|
versículo
|
||||
1
|
1
|
I
|
1
|
4
|
15
|
XVII
|
1
|
2
|
II
|
142
|
16
|
XVIII
|
75
|
||
3
|
II
|
253
|
17
|
XXI
|
1
|
||
4
|
III
|
92
|
18
|
XXIII
|
1
|
||
5
|
IV
|
24
|
19
|
XXV
|
21
|
||
6
|
IV
|
148
|
5
|
XXVII
|
26
|
||
2
|
V
|
1
|
20
|
XXVII
|
56
|
||
7
|
V
|
82
|
21
|
XXIX
|
45
|
||
8
|
VI
|
111
|
22
|
XXXIII
|
31
|
||
9
|
VII
|
88
|
6
|
XXXV
|
1
|
||
10
|
VIII
|
41
|
23
|
XXXVI
|
22
|
||
11
|
IX
|
93
|
24
|
XXXIX
|
32
|
||
3
|
11
|
X
|
1
|
25
|
XLI
|
47
|
|
12
|
XI
|
6
|
26
|
XLVI
|
1
|
||
13
|
XII
|
53
|
7
|
L
|
1
|
||
14
|
XV
|
1
|
27
|
LI
|
31
|
||
28
|
LVIII
|
1
|
|||||
29
|
LXVII
|
1
|
|||||
30
|
LXXVIII
|
1
|