terça-feira, 19 de novembro de 2013

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA 2












O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA (PARTE2)
DISCRIMINAÇÃO: RACISMO NO BRASIL
preconceito racial no Brasil é o que alguns autores chamam de preconceito “de marca”, ou seja, que recai sobre o fenótipo do indivíduo (tipo de cabelo, traços e cor da pele). Ele não recai diretamente sobre a ancestralidade, pois no Brasil as classificações raciais se baseiam mais na aparência física da pessoa do que na ancestralidade. É um racismo que aparece como expressão de foro íntimo, mais apropriado ao recesso do lar. A escravidão foi abolida, houve a universalização das leis, mas o padrão tradicional de acomodação racial não foi alterado, mas apenas camuflado. Apesar da tão falada “miscigenação brasileira”, um sistema enraizado de hierarquização social com base em critérios como classe social, educação formal, origem familiar e na raça continuaram. Se após a Segunda Guerra Mundial o darwinismo racial foi perdendo força e o conceito biológico de raça foi se desmontando, o “preconceito de cor” fazia as vezes da raça.
Os anos 70 representaram a chegada de todo um movimento de contestação dos valores vigentes no Brasil, por meio de política oficial e, sobretudo, alternativa, na literatura e música. Nessa época surgiu o Movimento Negro Unificado (MN) que, ao lado de outras organizações paralelas, passaram a discutir as formas tradicionais de poder. A existência de movimentos negros no Brasil, porém, é mais antiga: data de 1931 a criação da Frente Negra Brasileira e do seu jornal, e periódicos dedicados ao tema já circulavam no Brasil.
racismo no Brasil está nas diferenças no acesso à educação e ao lazer, na distribuição desigual de rendas, marcas da discriminação que fugiam à alçada oficial, mas que eram evidentes no cotidiano. A desconstrução do mito da democracia racial circunscreveu o tema racial a uma questão de classe e abandonou a cultural. O tema racial parecia subsumido à luta entre classes e seu problema não seria resolvido por meio do enfrentamento de suas especificidades. Os estudos mais recentes, todavia, demonstraram que o preconceito de cor não estava exclusivamente atrelado a uma questão econômica e social, mas que continuava como um divisor da sociedade.
O racismo brasileiro é de foro íntimo, presente na intimidade, mas camuflado quando toma a esfera pública. Ele se reflete nas relações pessoais mais íntimas, num modelo antigo de hierarquização social e de oportunidades desiguais entre os cidadãos. Reflete-se em práticas reiteradas, como o "elevador social", reservado ao moradores do prédio e o "elevador de serviços", reservado aos serviçais, majoritariamente negros. Na situação econômica se aflora, assim como na relação com a justiça, sendo que os réus negros têm 80% de chance a mais de serem incriminados que os brancos. O Brasil vive uma dicotomia, ao exaltar a miscigenação racial e cultural mas de, ao mesmo tempo, perceber-se um país extremamente desigual.
Indicadores socioeconômicos
Catadores de lixo no Recife. Mais de 70% dos brasileiros que vivem na miséria são negros ou pardos.
Um relatório da UFRJ divulgado em 2011 aponta que tem crescido a parcela de negros e pardos no total de desempregados. De acordo com o relatório, em 2006, 54,1% do total de desocupados eram negros e pardos (23,9% de homens e 30,8% de mulheres). Pouco mais de 10 anos antes, ou seja, em 1995, os negros e pardos correspondiam a 48,6% desse total (25,3% de homens e 23,3% de mulheres).
Em relação aos que estão empregados, as diferenças entre as raças também são claramente perceptíveis: em 2006, o rendimento médio mensal real dos homens brancos equivalia a R$ 1.164,00, valor 56,3% superior à remuneração obtida pelas mulheres brancas (R$ 744,71), 98,5% superior à conseguida pelos homens negros e pardos (R$ 586,26) e 200% à obtida pelas mulheres negras e pardas. Um levantamento do MDS divulgado em 2011 estima que, na parcela extremamente pobre da população, 50,5% são mulheres e 70,8% declararam ser pretas ou pardas.
Censo 2010 apurou que, dos 16 milhões de brasileiros vivendo em extrema pobreza (ou com até R$ 70 mensais), 4,2 milhões são brancos e 11,5 milhões são pardos ou pretos. Diferenças sociais baseada na origem étnica
Os indicadores sociais revelam que no Brasil os trabalhadores brancos recebem o dobro dos trabalhadores negros e pardos. 
Histórico da desigualdade
No período colonial: A desigualdade social entre brancos e negros e mulatos no Brasil remonta aos tempos coloniais. Embora nos primeiros dois séculos de colonização a maioria da população de origem africana no Brasil fosse escrava, no século XVIII houve um incrível crescimento das alforrias e negros e mulatos livres chegaram a formar a maioria da população em algumas capitanias. Porém, as leis e decretos vindos da Coroa Portuguesa e as práticas sociais impediram enormemente o progresso econômico dessa população. Os libertos de ascendência africana eram discriminados por leis que, frequentemente, deixavam de distingui-los dos escravos. Essas leis eram mais evidentes com relação a porte de armas e no uso de certas vestimentas. Pessoas de origem africana eram proibidas de ocupar cargos públicos, uma vez que era necessário comprovar a "pureza de sangue" para se candidatar.
O negro e o mulato livres tinham três possibilidades de ganhar a vida. A primeira era obter a independência financeira a qualquer custo tirando proveito de qualquer oportunidade comercial que surgisse. A segunda era deixar-se absorver no sistema escravocrata como feitor e trabalhador assalariado. A última era desistir de enfrentar os desafios e as desvantagens de ser um indivíduo de cor e entregar-se à vagabundagem. Muitos ex-escravos tinham imensa dificuldade em se integrar ao mundo dos livres. No cativeiro, tudo que se exigia de um escravo era sua força física. A instituição escravocrata minava a sua iniciativa, a capacidade de tomar decisões, a oportunidade de demonstrar liderança e a capacidade de autocontrole. Apenas os indivíduos mais determinados e resolutos conseguiam ultrapassar essas barreiras psicológicas. Portanto, os negros e mulatos nascidos livres tinham mais oportunidades que aqueles nascidos escravos e alforriados depois. E, por fim, os mulatos de pele mais clara, mesmo os nascidos no cativeiro, tinham mais chances de ser assimilados no "mundo branco" do que os negros de pele mais escura, mesmo os nascidos livres. Assim, enfrentar a sociedade livre mostrou-se uma tarefa complicada para a crescente população de negros e mulatos livres no período colonial. Socialmente marginalizados, desprovidos de recursos financeiros, muitos viviam em situação mais precária do que os escravos. A Coroa Portuguesa e as autoridades municipais brasileiras nada fizeram para resgatar essa população da marginalidade. Não havia nenhuma política de recuperação social ou ajuda financeira. As únicas organizações do Brasil colonial que tinham alguma preocupação com os indivíduos de origem africana foram as irmandades leigas. A Santa Casa de Misericórdia, única fonte institucionalizada de assistência social de todo o império marítimo português, costumava oferecer dotes para mulheres negras e mulatas em idade de se casar, cuidava dos doentes de graça e ajudava pessoas a aprender algum ofício. Em consequência, as irmandades do Brasil colonial ajudavam, até certo ponto, a aliviar os problemas decorrentes da total ausência do Estado e da Igreja na recuperação social dos negros e mulatos livres na sociedade colonial brasileira.
No Brasil independente: O Estado brasileiro independente não mudou a sua política em relação à população negra e mulata. A medida que mais e mais pessoas de origem africana iam se libertando da escravidão, passavam a engrossar a população de marginalizados na entrada de vilas e cidades.
Comparação entre negros e imigrantes
No final do século XIX, um grande número de imigrantes, sobretudo europeus, foram para o Brasil. A maioria desses imigrantes rumou para o estado de São Paulo, onde foram engajados como trabalhadores em plantações de café. Neste momento, estava havendo a transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado. Muitos imigrantes trabalharam lado a lado de negros e mulatos, exercendo as mesmas funções, ou seja, imigrantes europeus e afrodescendentes estavam, inicialmente, no mesmo nível social. Porém, com o passar do anos os imigrantes e sobretudo seus filhos tenderam a alcançar uma incrível ascensão social, enquanto a maioria dos negros e mulatos continuaram pobres.
Vários autores já tentaram explicar o porquê desse fenômeno. Florestan Fernandes explicava que os libertos não estavam preparados para competir com imigrantes, porque a desumanização e a violência da escravidão tornavam os primeiros anômicos, sem laços familiares e comunitários fortes, sem disciplina e tendentes a enxergar a liberdade como ausência de trabalho. A literatura atual dá mais ênfase ao racismo dos fazendeiros brasileiros, que preferiam contratar imigrantes aos trabalhadores nacionais de origem africana. 
O sociólogo Karl Monsma foi mais além em sua pesquisa, ao analisar dados censitários do município de São Carlos, em São Paulo. Embora a pesquisa tenha se limitado a esse estado, ela pode ser aplicada em outras partes do país. Em 1907, em muitos aspectos a situação de negros e imigrantes era muito semelhante. A principal ocupação dos imigrantes no município era o colonato, assim como era a principal ocupação de negros e mulatos. Isso mostra que os afrodescendentes não foram inteiramente excluídos das fazendas. Naquela altura, os imigrantes ainda não tinham grande acesso à terra: apenas 13% dos italianos e 10,1% dos espanhóis eram proprietários, número inferior ao de proprietários mulatos (16%) e pretos (13,5%). A tese de Florestan Fernandes, hoje muito criticada, de que negros e mulatos, após a liberdade, passaram a viver em anomia, também não é comprovada. Em São Carlos, a porcentagem de famílias chefiadas por mulheres foi maior entre os brasileiros brancos (15,8%) do que entre pretos (14,2%) e mulatos (12,8%). As taxas de casamentos de pretos e mulatos era maior do que aquela entre brasileiros brancos o que, num contexto católico tradicional, afasta a tese de uma desorganização familiar. 
Quanto à taxa de alfabetização, ela era evidentemente maior entre brasileiros brancos do sexo masculino (61,7%), portugueses (45,6%), espanhóis (45,5%) e italianos (43,8%) do que entre mulatos (30,5%) e pretos (14,7%).
O autor do trabalho chega às seguintes conclusões que tentam explicar porque imigrantes e seus descendentes progrediram enormemente no Brasil, enquanto negros e mulatos, na maioria dos casos, continuaram pobres.
A grande presença de imigrantes europeus pobres barateou a mão-de-obra nas fazendas, o que prejudicou trabalhadores negros e outros brasileiros.
Em cada nacionalidade imigrante havia uma elite escolarizada com a qual os compatriotas podiam contar para lutar contra os abusos dos fazendeiros e da polícia. A elite imigrante também empregava os compatriotas nas fazendas, oficinas e lojas e ajudava os pobres e analfabetos a lidar com a burocracia do Estado. Entre os negros praticamente não havia uma elite, tendo que contar apenas com a ajuda da elite branca local, o que coibia a organização coletiva dos negros. A falta de uma elite negra deixava os negros desorganizados e incapazes de contrapor às representações negativas a eles atribuídas pelos brancos.
Os poucos mulatos bem-sucedidos estavam se "embranquecendo" por meio do casamento com pessoas brancas e não se identificavam com os negros pobres. Com o passar de uma ou duas gerações, seus descendentes se tornavam brancos, engrossando a população de brancos bem-sucedidos.
As famílias dos imigrantes eram, em média, maiores que as dos negros. As famílias maiores eram preferidas dos fazendeiros e podiam ganhar mais como empreiteiros ou colonos.
A proporção de brasileiros brancos e imigrantes alfabetizados era muito maior que a de negros. Isso impedia que os negros pudessem buscar empregos melhores no comércio e no serviço público, limitando-se ao trabalho braçal. O racismo enfrentado nas escolas fazia com que a evasão escolar fosse alta entre os negros, impedindo a sua formação acadêmica.
Os negros eram rejeitados pela elite brasileira. Por outro lado, os imigrantes e descendentes se integravam mais facilmente com as elites locais, favorecendo sua ascensão social.
Com a ascensão social, os imigrantes e descendentes passaram a controlar um número crescente de postos de trabalho e favoreciam os seus semelhantes, internalizando o racismo, excluindo o negro de posições de poder e estigmatizando-o como moralmente inferior.
Salário por origem étnica: Uma pesquisa realizada em 1998, pelo sociólogo mineiro Simon Schwartzman, mostra que a desigualdade salarial no Brasil também possui um viés étnico e racial. A pesquisa mostrava que os brasileiros que ganhavam mais eram de cor ou raça amarela e branca, enquanto pretos, pardos e indígenas ganhavam menos. A renda mensal de um brasileiro branco era de R$848,41, maior do que entre indígenas (R$515,07), pardos (R$440,14) e pretos (R$400,84).
Por origem ancestral, os descendentes de imigrantes ocupavam o topo da pirâmide social brasileira. Os entrevistados que apontaram ter ancestralidade judia, árabe ou japonesa eram os mais bem sucedidos. Descendentes de judeus ganhavam R$2.047.24 mensais, de japoneses ganhavam R$1.719.14 e de árabes R$1.759.26.86
No grupo intermediário estavam os descendentes de italianos (R$1.135.66), de espanhóis (R$1.134.55), de portugueses (R$1.071.97) e de alemães (R$976.59). Brancos que disseram ter só origem "brasileira" ganhavam menos, R$778.09.86
Pardos que disseram ter ancestralidade africana ganhavam R$496.14, os de ancestralidade "brasileira", R$431.64. Pretos de ancestralidade africana recebiam R$515.3 e, o grupo mais pobre de todos, pretos de ancestralidade "brasileira", ganhavam R$384.81. Nota-se que pretos e pardos que associaram uma ancestralidade africana ganhavam mais que aqueles que só se disseram de ancestralidade "brasileira". Isso sugere que uma identificação com uma ancestralidade africana está relacionada a uma posição social melhor e, provavelmente, a um maior grau de escolaridade do indivíduo.
Representatividade na mídia
A atriz Camila Pitanga já foi protagonista de algumas telenovelas.
Os afrodescendentes têm pouca visibilidade na mídia brasileira. Na televisão brasileira ainda impera o modelo hegemônico branco, refletindo um anseio por uma euro-norte-americanização do retrato social brasileiro. Apesar da resistência cultural e política de grupos negros, a televisão brasileira ainda não foi capaz de representar os valores, experiências e importância desse grupo formador da população brasileira. A telenovela, importante produto da indústria cultural brasileira, já representou várias classes sociais, mas os centros de suas tramas sempre rodam em torno de uma classe média branca e suas relações com os ricos. A "classe média da Zona Sul" é retratada nas novelas brasileiras de forma destacada e glamourizada, e os personagens negros são retratados a partir da visão dos brancos. Os personagens negros aparecem como "empregados fiéis e anjos da guarda dos protagonistas e personagens mais relevantes do horário nobre". Mesmo a classe média negra, quando retratada nas novelas, aparece de forma tão normal e assimilada, sem ligação com a cultura afro-brasileira, que poderia ser interpretada por atores brancos.
O Brasil produz telenovelas desde a década de 1960, porém só em 1996 é que uma atriz negra, Taís Araújo, se tornou protagonista, em Xica da Silva. Sobre os títulos de ter sido a primeira atriz negra a se destacar em diversas áreas da televisão, Taís Araújo declarou que dispensaria esses títulos pois "mostram o preconceito e o atraso existentes no meu país". Indagada sobre o porquê de haver tão poucos negros na televisão brasileira, a atriz declarou: "Porque vivemos num país recheado de preconceito. Existem muitos atores negros no mercado, bons profissionais e muito bem preparados para enfrentar qualquer personagem".Reflexo nítido disso aconteceu em 1970, na adaptação do livro americano Uncle Tom's Cabin para a televisão feita pela Rede Globo. Quem foi escalado para fazer o papel do Tio Tomás, que no livro era um personagem negro, foi o ator branco Sérgio Cardoso. Para parecer negro, Cardoso teve que pintar-se de preto durante toda a novela. Numa outra adaptação do livro de Jorge Amado, na novela Porto dos Milagres, de 2001, praticamente todos os atores eram brancos, embora no livro original a história se passasse na Bahia e o próprio autor descrevia que os personagens fossem em sua maioria negros. No Brasil, os personagens negros são frequentemente estereotipados, normalmente em papéis submissos, de empregada doméstica, motorista, serviçal, guarda-costas ou favelado. As negras normalmente são retratadas como mulheres com grande apetite sexual e exarcebada sensualidade. Os homens negros, por sua vez, estereotipados como malandros e criminosos.
Embora desde a década de 1970 os movimentos negros no Brasil lutem por uma maior representação de afrodescendentes na mídia, a televisão brasileira ainda segue o padrão do "branqueamento" e, apesar dos avanços, em muitas novelas os personagens negros são simplesmente ignorados. Com exceção de produções com temática escravagista, das 98 telenovelas produzidas pela Rede Globo na década de 1980 e de 1990, em 28 delas simplesmente não havia sequer um personagem negro. Em apenas 28% delas mais de 10% dos atores eram negros, em um país onde pelo menos 50% da população é formada por descendentes de africanos. A telenovela, ao não refletir a real composição étnica da população brasileira, concilia-se com a negação da diversidade racial do Brasil. Atores morenos ou mestiços também não são destacados. Telenovelas com uma temática que dê destaque à cultura ou às experiências específicas dos afro-brasileiros raramente são retratadas no horário nobre, ficando restritas a algumas minisséries.
No meio publicitário brasileiro a situação não é diferente. Há negros em apenas 3% dos comerciais de televisão. Na década de 1980, movimentos negros e publicitários renomados se reuniram para analisar a falta de negros na publicidade brasileira. Chegou-se à conclusão que o negro era ignorado pois a propaganda pretendia retratar um modelo de família da classe média brasileira, onde a presença negra seria escassa. Ademais, o negro não seria consumidor, os clientes não estariam aceitando a inclusão do negro em seu produto e, por fim, a publicidade seria um reflexo de uma sociedade preconceituosa. O cineasta mineiro Joel Zito Araújo, que fez um amplo trabalho sobre a representação do negro na mídia brasileira, afirmou: "na lógica dessa maioria, preto é igual a pobre, que é igual a consumo de subsistência". Como muitos brasileiros ainda vivem sob a égide do mito da democracia racial, muitos publicitários e produtores simplesmente acreditam que a questão racial não é importante, o que ilimina a preocupação em retratar a diversidade racial do Brasil.
Porém, nos últimos anos, a publicidade brasileira têm percebido que muitos negros vêm ascendendo socialmente, transformando-se em potenciais consumidores. Dos brasileiros que ganham mais de vinte salários mínimos, 28% são negros. Somado a isso, há anos há pressão de grupos e de políticos negros para que haja uma maior representação dessa parcela da população. Assim, de forma paulatina a visibilidade do negro na publicidade vem aumentando. Porém, em muitos casos, os publicitários escalam para as suas propagandas um único negro, rodeado de brancos, seguindo a linha do politicamente correto.
A "branquidade normativa", ou seja, os brancos tidos como o padrão a ser seguido, não é algo exclusivo dos meios de comunicação do Brasil, sendo também uma constante em diversos países da América Latina. Nesses países, negros, índios e mestiços, sobretudo, são desvalorizados. Na mídia latino-americana, ter um fenótipo branco e, preferencialmente, o nórdico, é associado com valores positivos, como inteligência, habilidade, educação, beleza, honradez e amabilidade. São países que vivem uma dualidade pois, apesar de haver uma promoção oficial da miscigenação e um orgulho em um contexto internacional, o padrão branco é aquele tido como normal, e os outros grupos são excluídos ou estereotipados.
Taís Araújo foi a primeira protagonista negra de uma novela brasileira.
Negros nos livros didáticos
Nos livros didáticos brasileiros, há uma invisibilidade dos negros e uma disparidade em relação à representação de brancos. Em uma pesquisa, nos textos não verbais analisados, em apenas 11% há representação de negros, embora mais de 40% da população brasileira se defina como preta ou parda. A representação dos negros nos livros escolares acontece com uma ênfase no lado pejorativo e degradante dessas pessoas. Em mais de 72% das representações nos livros, o negro está exposto sob uma perspectiva negativa e em somente 30% de forma positiva. No meio escolar brasileiro, a representação dos negros no livro didático está normalmente associada com o que há de pior, com a delinquência, as drogas, a escravidão, a miséria, o lixo. Frequentemente fazem referências à cor do personagem de forma negativa. A maioria dos professores entrevistados dizem não perceber essa representação negativa do negro ou não dá a devida importância ao tema, muitas vezes delegando o preconceito ao próprio aluno negro. Para a maioria dos professores, o racismo existente na sociedade não adentra o meio escolar. A ótica dos alunos, por outro lado, se mostrou mais aguçada quanto à percepção dessa discriminação. A maioria dos estudantes relataram que percebem que nos livros didáticos há uma maior representação do grupo branco do que do negro, apenas 11,11% disseram que tanto brancos quanto negros são representados de forma igual. Porém uma minoria entende isso como uma manifestação de racismo. Os alunos, ao terem contato com o livro, associam os personagens ali contidos com os colegas de classe. Como a maioria dos negros são retratados de forma pejorativa no livro didático, os colegas negros passam a ser estigmatizados e ridicularizados, gerando sérios reflexos na sua formação.
A educadora Andreia Lisboa de Sousa, ao analisar a representação do negro na literatura infanto-juvenil, chegou à conclusão de que a representação negativa e degradante do negro leva a uma extrema baixa autoestima dos alunos negros: "Os instrumentos legitimadores como família, escola e mídias tendem a desqualificar os atributos do segmento étnico-racial negro", afirmou ela.
Municípios brasileiros com maior população afrodescendente
Segundo dados do recenseamento de 2000, feito pelo IBGE,93 dos dez municípios brasileiros com maior população preta, cinco estavam em Tocantins e três no PiauíMato Grosso e Bahia tiveram um município representado cada.
1) Riacho Frio (PI) – 61,71%
2) Pugmil (TO) – 41,35%
3) Silvanópolis (TO) – 41,25%
4) Pedrão (BA) – 39,42%
5) São Valério da Natividade (TO) – 36,17%
6) Vera Mendes (PI) – 35,92%
7) Nossa Senhora do Livramento (MT) – 35,67%
8) São Félix do Tocantins (TO) – 35,41%
9) Santa Rosa do Tocantins (TO) – 33,35%
10) Arraial (PI) – 32,86%
Ku Klux Klan
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ku Klux Klan
Existência
1º Klan
2º Klan
3º Klan
1945-Presente
Membros
1º Klan
550.000
2º Klan
4.000.0001 (Pico em 1924)
3º Klan
8.000
Características
Origem
Ideologia política
Posição política



                           
Ku Klux Klan (também conhecida como KKK) é o nome de várias organizações racistas dos Estados Unidos que apoiam a supremacia branca e o protestantismo (padrão conhecido também como WASP) em detrimento de outras religiões. A KKK, em seu período mais forte, foi localizada principalmente naregião sul dos Estados Unidos, em estados como Texas e Mississipi.
História
Publicação do jornal The Good Citizenem julho de 1926.
A primeira Ku Klux Klan na verdade foi fundada pelo general Nathan Bedford Forrest da cidade de Pulaski,Tennessee, em 1865 após o final da Guerra civil americana. Seu objetivo era impedir a integração social dos negros recém-libertados, como por exemplo, adquirirterras, ter direitos concedidos aos outros cidadãos, comovotar. O nome, cujo registro mais antigo é de 1867, parece derivar da palavra grega kuklos, que significa "círculo", "anel", e da palavra inglesa clan (clã) escrita com k. Devido aos métodos violentos da KKK, há a hipótese de o nome ter-se inspirado no som feito quando se coloca um rifle pronto para atirar.
Em 1872 o grupo foi reconhecido como uma entidade terrorista e foi banida dos Estados Unidos.
O segundo grupo que utilizou o mesmo nome foi fundado em 1915 (alguns dizem que foi em função do lançamento do filme O Nascimento de uma Nação, naquele mesmo ano) em Atlanta por William J. Simmons. Este grupo foi criado como uma organização fraternal e lutou pelo domínio dos brancos protestantes sobre os negroscatólicosjudeus e asiáticos, assim como outros imigrantes. Este grupo ficou famoso peloslinchamentos e outras atividades violentas contra seus "inimigos". Chegou a ter 4 milhões de membros (outros dizem serem 5 milhões) na década de 19202 , incluindo muitos políticos. A popularidade do grupo caiu durante a Grande Depressão e durante a Segunda Guerra Mundial[necessário esclarecer].
Decadência: A perda de respeitabilidade da Ku Klux Klan[porquê?], unida a divisões internas, levou à degradação de seu público, apesar de a organização continuar a realizar expedições punitivas, desempenhando por exemplo o papel de supervisora de uma agremiação de patrões contra os sindicalistas, cuja cota estava em alta depois da crise de1929.
Marcha de integrantes da KKK emWashington, DC em 1928
Na década de 1930, o nazismo exerceu uma certa atração sobre a Ku Klux Klan. Não passou disso, porém. A aproximação com os alemães foi bruscamente encerrada na Segunda Guerra Mundial, depois do ataque japonês à base estadunidense de Pearl Harbor, quando muitos membros se alistaram no exército para lutar contra o "perigo amarelo". Só faltava o tiro de misericórdia ao império invisível. Em 1944, o serviço de contribuições diretas cobrou uma dívida da Klan, pendente desde 1920. Incapaz de honrar o compromisso, a organização morreu pela segunda vez.
Apesar de diversas tentativas de ressurreição (num âmbito mais local que nacional), a Ku Klux Klan não obteve mais o sucesso de antes da guerra. Finalmente, oStetson Kennedy contribuiu para desmistificar a organização, liberando todos os seus segredos no livro"Eu fiz parte da Ku Klux Klan". Alguns klanistas ainda insistiram e suscitaram, temporariamente, uma retomada de interesse entre os WASP (sigla em inglês para protestantes brancos anglo-saxões) frustrados, que não compunham mais a maioria da população estadunidense.
Na década de 1950, a promulgação da lei contra a segregação nas escolas públicas despertou novamente algumas paixões, e cruzes se acenderam. Seguiram-se batalhas, casas dinamitadas e novos crimes (29 mortos de 1956 a 1963, entre eles 11 brancos, durante protestos raciais). Os klanistas tentaram se reciclar no anticomunismo, combatendo os índios ou atenuando seu anticatolicismo fanático.
As quimeras de Garvey tinham quebrado a solidariedade dos negros num tempo das mais pesadas ameaças; num tempo em que a Ku Klux Klan depois de 50 anos de pausa retomava a sua atividade, e quem sabe se não preparava ainda comoções mais terríveis do que aquelas a que tinha recorrido meioséculo antes.
Os métodos da Ku Klux Klan não se haviam modificado de maneira sensível; agora, como antes, se balanceava (processo pelo qual se fazia deslizar uma vítima manietada por uma estreita barra de aço, dolorosamente, para cima e para baixo, a toda velocidade para criar atrito), espancava, extorquia, boicotava, exilava, linchava e assassinava.
Mas nada surtiu grande efeito e o declínio da Klan já tinha começado desde o fim da década de 1960época em que só contava com algumas dezenas de milhares de membros. Depois, podia-se tentar distinguir os "Imperial Klans of America" dos "Knights of the Ku Klux Klan", ou ainda dos "Knights of the White Camelia", alguns dos vários nomes das tentativas de ressurgimento. Mas os klanistas não eram mais uma organização de massa. Apesar das proclamações tonitruantes e de provocações episódicas, as "Klans" não reuniam mais do que alguns milhares de membros, comparáveis assim com outros grupelhos neonazistas com os quais às vezes mantinham relações. A organização não parece estar perto de renascer uma segunda vez.
Cruz sendo queimada, atividade introduzida por William J. Simmons, o fundador da segunda Klan em 1915.
Klan e daquilo que pudessem os noviços do século vinte idear em horrores, mercantilismo secreto, ameaças e compromissos de maior responsabilidade. Os infernos passaram a chamar-se cavernas e as reuniões passaram a realizar-se em grandes locais muitas vezes sob o céu aberto. Não raro milhares de autos vinham reforçar, guardas a cavalo e a  cercavam o local e estavam presentes os utensílios com que se entusiasma qualquer bom estadunidense: a bandeira das estrelas, a Bíblia aberta e o punhal desembainha do a fazer pano de fundo, uma cruz em fogo, na noite, projetava uma luz estranhamente tranquilizadora sobre as filas dos agora uniformizados homens dos capuzes brancos.
De início a Klan só admitia como membros aquelas pessoas oriundas de pais brancos estadunidenses, nascidas nos Estados Unidos; além disso, os pais não podiam comungar na religião católica nem pertencer à raça judaica. Mais tarde deixou-se caducar a exigência de que os pais já deviam ser de nacionalidade estadunidense pois este ponto prejudicara em muito a solícita procura de membros para a Klan e a afluência de meios de contribuição de sócios. O candidato a aceitação era submetido a interrogatórios e em seguida instruído de que a Klan exigia de todos os seus membros obediência cega. Seguia-se o juramento, batismo, ordenação e apostasia, com a leitura dos parágrafos da fé da Klan em que muito se tratava da raça branca e da religião cristã.
Os crimes que a nova Ku-Klux-Klan até a sua recente proibição cometeu, sobretudo nos estados do Sul dos Estados Unidos, são tão variados e numerosos, tão cuidadosamente velados e tão intimamente amalgamados com as singularidades da vida pública naqueles estados, que nunca seria possível abrangê-los a todos. A simples crônica ou mesmo pequena revista, como nós aqui tentamos oferecer, nunca seria capaz de exprimir como o que aconteceu foi caprichoso e horrível. O mundo teve conhecimento aqui e ali de um registro especialmente alusivo nos jornais, mas depressa ele caiu no esquecimento da consciência mundial, ainda que esta fatalidade passe à posteridade, pois que não houve nenhum dos grandes escritores estadunidenses que alguma vez deixasse passar em branco atuação tão vergonhosa.
Atualmente, a Ku Klux Klan conta apenas com um efetivo de Três mil homens em todos os antigos "estados confederados", apesar do baixo número de associados, muitos não associados apoiam a organização.
Pan-africanismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O pan-africanismo é uma ideologia que propõe a união de todos os povos de África como forma de potenciar a voz do continente no contexto internacional. Relativamente popular entre as elites africanas ao longo das lutas pela independência da segunda metade do século XX, em parte responsável pelo surgimento da Organização de Unidade Africana, o pan-africanismo tem sido mais defendido fora de África, entre os descendentes dosescravos africanos que foram levados para as Américas até ao século XIX e dos emigrantes mais recentes.
Eles propunham a unidade política de toda a África e o reagrupamento das diferentes etnias, divididas pelas imposições dos colonizadores. Valorizavam a realização de cultos aos ancestrais e defendiam a ampliação do uso das línguas e dialetos africanos, proibidos ou limitados pelos europeus.
Pan-africanismo é um movimento político, filosófico e social que promove a defesa dos direitos do povo africano e da unidade do continente africano no âmbito de um único Estado soberano, para todos os africanos, tanto na África como em diáspora.
A teoria pan-africanista foi desenvolvida principalmente pelos africanos na diáspora americana descendentes de africanos escravizados e pessoas nascidas na África a partir de meados do século XX como William Edward Burghardt Du Bois, e Marcus Mosiah Garvey, entre outros, e posteriormente levados para a arena política por africanos como Kwame Nkrumah. No Brasil foi divulgada amplamente por Abdias Nascimento.
Normalmente se consideram Henry Sylvester Williams e o Dr. William Edward Burghardt Du Bois como os pais da Pan-Africanismo. No entanto, este movimento social, com várias vertentes, que têm uma história que remonta ao início do século XIX. O Pan-Africanismo tem influenciado a África a ponto de alterar radicalmente a sua paisagem política e ser decisiva para a independência dos países africanos. Ainda assim, o movimento tem conseguido dois dos seus principais objetivos, a unidade espiritual e política da África, sob o pretexto de um Estado único, e pela capacidade de criar condições de prosperidade para todos os africanos.
Origens do termo
Pan-Africanismo ou Pan-africanismo, vem do grego, pan (toda) e africanismo (referindo-se a elementos africanos). A origem do termo é inserido na corrente filosófica política historicista do século XIX sobre o destino dos povos. E a necessidade de a unidade de grandes conjuntos culturais ou “nações naturais” a partir do expansionismo imperialista ocidental. É discutido se a autoria da expressão pertence a William Edward Burghardt Du Bois ou Henry Sylvester Williams.
Definição: Em meados do século XX o Pan-africanismo foi explicado como a doutrina política defendida pela irmandade africana, libertação do continente africano de seus colonizadores e ao estabelecimento de um Estado que buscasse a unificação de todo o continente sob um governo africano. Alguns teóricos como George Padmore acrescentaram a partir da Segunda Guerra Mundial, que o governo panafricano deveria ser gerido segundo as premissas dosocialismo cientifico. Outros teóricos postularam o caminho do rastafarianismo político, que defende um governo imperial.
Originalmente, o pan-africanismo centrava-se mais sobre a questão racial que no geográfico. Ainda hoje há muitos que defendam o caminho radicalista, visto os problemas de integração do norte da África, que conta com uma historia diferenciada árabe, em uma unidade cultural coerente com a África Subsaariana. Os objetivos do panafricanismo atual, ainda que sejam semelhantes aos originais, mudaram.
História
Imagem de 1890 mostrando o contraste entre norte-americanos ricos e a pobreza de ex-escravos negros.
No início do século XIX, a escravatura ainda estava em vigor no sul dos Estados Unidos, mas não no norte, graças um decreto de 1787, que estabelecia o limite legal no Rio Ohio. Uma minoria de negros no norte tinha atingido uma posição socioeconômica próspera e alguns dos representantes desta classe começaram a desenvolver um sentimento de fraternidade racial que resultou no movimento "de volta para a África". Entre eles Paul Cuffe, um negro nascido livre, de pai africano e mãe ameríndia, que promoveu em 1815 uma tímida experiência de repatriamento para a África, antecessora da Sociedade Americana de Colonização fundadora da Libéria, mas os custos da empreitada dissuadiram-no.
No substrato intelectual que propiciou os movimentos abolicionistas, surgiram desde o início duas tendências na América do Norte: por um lado, os que acreditavam que a escravatura iria acabar, de uma forma ou de outra, e que era necessário encontrar uma casa para ex-escravos na África, a sua terra de origem. Os britânicos tinham estabelecido uma colônia na Serra Leoa entre 1787 e 1808, que se destinava às pessoas libertas dos barcos escravistas que capturavam.
O outro ponto de vista era dos que afirmavam que os descendentes dos escravos deviam permanecer na América e que inclusive tinham que ser capazes de uma subsistência independente. Mas, entre os mais acirrados abolicionista, não se acreditava que a raça negra e a raça branca podiam viver no mesmo espaço e prosperar sem um perpétuo conflito. Foi levado em consideração e pensado pelas próprias pessoas negras que, de uma forma ou de outra, seriam exploradas pelo sistema do homem branco, enquanto não tivessem a sua própria pátria. O elevado custo de envio de tantas pessoas para a África, fez com que a a segunda opção prevalecesse.
Cor da pele humana
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Distribuição da cor da pele de grupos étnicos indígenos, antes das colonizações, no mundo, baseado na escala cromática de Von Luschan (dados de R. Biasutti, 1940; disputados).
A cor da pele humana varia entre quase preto (devido à alta concentração do pigmento escuro melanina) para quase sem cor (aparentando ser rosado devido avasos sanguíneos sob a pele). A cor da pele é determinada primariamente pela quantidade e tipo de melanina, o pigmento que dá à pele sua cor. A variação da cor da pele ocorre em sua maior parte devido à genética. Em geral, pessoas com ancestrais provenientes de regiões tropicais e maiores altitudes (fatores que aumentam exposição aos raios ultravioleta) possuem pele de cores mais escuras do que pessoas cujos ancestrais provém de regiões subtropicais. Porém, vários grupos étnicos de cor da pele clara conseguiram sobrevier em regiões tropicais via adaptação social, e vice-versa para grupos étnicos de cor da pele escura em regiões subtropicais.
Classificação de Fitzgerald para a definição de cores de pele, usando a escala de Von Luschan:
Tipo
Descrição da pele
Reação solar
Cor dos olhos e cabelos
I
muito clara, ou "celta"4
Queima com frequência, raramente bronzeia.
A presença de sardas é frequente; cabelos ruivos, castanhos ou loiros e olhos claros: azuis, verdes, cinzas e etc.
1-5
II
clara; europeu de pele clara4
Queima com frequência, às vezes bronzeia.
Cabelos claros ou escuros, e olhos azuis, verdes, castanhos, cinzas e âmbares.
6-10
III
clara média; europeu de pele escura, ou ainda,caucasiano médio"4
Às vezes queima, bronzeia com frequência.
Geralmente, cabelos castanhos e olhos azuis, verdes, castanhos, âmbares e, raramente, pretos.
11-15
IV
escura média; pessoas típicas do "Mediterrâneo" (sul da Europa e norte da África), ou ainda, pele cor de oliva"4
Raramente queima, bronzeia com frequência.
Geralmente, cabelos castanhos escuros, pretos e olhos azuis, verdes, castanhos ou, ainda, pretos.
16-20
V
escura, "marrom" ou "parda"
Pele natural marrom-negra.
Cabelos pretos e olhos castanhos ou pretos.
21-28
VI
muito escura ou "negra"
Pele natural negra.
Cabelos e olhos pretos, com poucas variações.
29-36
Há discussões a respeito de detalhes na classificação, tais como
a separação entre mestiços de diferentes combinações;
diferenciação entre os termos preto e negro;
diferenciação entre os termos pardo e moreno.
Estudos sobre a cor da pele
Os gregos antigos já especulavam sobre a natureza da cor da pele. Segundo Teodectes, a cor escura da pele era causada pela maior incidência de radiação solar. Estrabão, porém, contra-argumenta que as crianças negras já nascem com a pele escura, e dá a seguinte explicação:
A respeito das crianças no útero, elas se parecem com seus pais (na cor), de acordo com uma disposição seminal e constituição, pelo mesmo princípio que doenças hereditárias e outras semelhanças são explicadas
Diáspora africana
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Commons possui multimídias sobreDiáspora africana
Diáspora africana — também chamada de Diáspora Negra — é o nome que se dá ao fenômeno sociocultural e histórico que ocorreu em países além África devido à imigração forçada, por fins escravagistas mercantis que perduraram da Idade Moderna ao final do século XIX, de africanos (em especial africanos de pele escura chamados pela cultura ocidental de negros ou afrodescendentes).
Contraste ao fomentado por interesses exploratórios, dominativos pelo arrefecimento do poder alheio ou etnocêntricos — internos ou externos — que se manifestam nas guerras de tribo e na anomia reais e estereotipadas do continente africano em si, naAmérica e no território geral de influência passada ou contemporânea do Ocidente onde houve das colônias mercantilistas à base de escravos ao segregacionismo de oportunidades racista científico ocorreu um inverso.
Destituídos do que lhes conferia identidade quando escravizados, muitos negros da época da escravatura — privados que fossem das condições objetivas de prosperar na própria sociedade, do respeito como seres humanos e da chance de constituir família — se uniram por meio desse desatino, no perseguido ritualístico festivo e cerimonial na surdina das senzalas ou no sentimento libertário de revolta que acontecia no sul do que deu origem aos Estados Unidos, criando o que se pode equivaler a uma cultura afrolocal não necessariamente sectária mas — pouco raro via critério que foge às convenções comuns de institucionalidade — instituída.
O termo foi cunhado por historiadores, movimentos civis e descendência de ex-escravos recentes. Tanto quanto a existência prática do fenômeno propriamente dito era logo evidenciada graças aos períodos da luta da esquerda norte-americana pelo direito das minorias demográficas e sociais, da queda do apartheid político na África do Sul, das ações afirmativas de caráter compensatório e de novas tendências que iam do "Black is Beautiful" a até o consegrar de atletas, personalidades da mídia e artistas de pele morena ou preta no grande público.
Definições; Negros
União Africana definiu a diáspora africana como "[consistindo] de pessoas de origem africana vivendo fora do continente, independentemente da sua cidadania e nacionalidade e que estão dispostos a contribuir para o desenvolvimento do continente e a construção da União Africana. "Seu ato constitutivo, declara que ela deve convidar e incentivar a plena participação da diáspora Africana como uma parte importante do nosso continente, no edifício da União Africana."
Entre 1500 e 1900, aproximadamente quatro milhões de africanos escravizados foram transportados para as plantações de ilhas no Oceano Índico, cerca de oito milhões foram enviados para países da zona do Mediterrâneo, e cerca de 11 milhões sobreviveram à Middle Passagem para o Novo Mundo. Seus descendentes são encontrados ao redor do globo. Devido a casamentos mistos e assimilação genética, somente que seja descendente da diáspora africana não é inteiramente auto-evidente.
Populações da diáspora africana fora da África sub-equatorial incluem:
Zanj - Descendentes dos escravos Zanj cujos antepassados ​​foram trazidos para o Oriente Médio e outras partes da Ásia durante a tráfico de escravos árabes. Siddis - Descendentes dos escravos Zanj cujos antepassados ​​foram trazidos para o subcontinente indiano (Paquistão e Índia). Também referido como o Makrani no Paquistão.

Estimativa da população e distribuição
Continente / Pais
População
Afrodescendentes
3 população
39.148.115
73,2%
28.671.508
8.924.553
97,5% (90% negro)
8.701.439
9.507.133
91,5% (81% negro)
 ???
11.423.925
35,00% ( 35% negro)
3.998.374
2.804.332
97,4% (77% negro)
2.731.419
1.047.366
58,00%
607.472
3.958.128
8,00%
316.650*
307.451
85,00%
261.333
281.968
90,00%
253.771
225.369
85,00%
191.564
172.884
82,5%
142.629
118.432
85,00%
100.667
108.210
79,70%
86.243
90.343
95,00%
81.309
78.000
94,90%
63.000
66.536
61,20%
40.720
39.619
98,00%
38.827
47.862
60,00%
28.717
24.004
83,00%
19.923
26.000
34,00%
18.000
190.856.462
2,1%
4.017.583
62.752.136
3,0%
3.000.000
60.609.153
1,9% (inc. parcial)
2.015.400
60.448.163
2,3%
1.600.000
40.397.842
1,3%
505.400
16.491.461
1,8%
300.000
10.605.870
2,0%
201.200
141.594.000
0,12%
400.000
38.082.000
0,0%
4.500
4.339.000
1,1%
 ???
425.664.476
23,9%
101.532.873
301.270
31,00%
93.394
13.002.206
2,00%
260.044
7.066.403
< 0,01%
0*
7.639.327
2,00%
152.787
5.785.846
9,00%
520.726
4.195.914
3,00%
125.877
3.292.693
14,00%
460.977
45.013.674
21,00%
9.452.872
26.414.815
10,00%
2.641.481
770.794
36,00%
277.486
475.996
47,00%
223.718
199.509
66,00%
131.676
190.908.598
6,9%
13.252.000
13.927.650
3,00%
417.830
29.180.899
3,00%
875.427
9.247.816
1,1%
108.000
3.477.778
4,00%
139.111
6.831.306
< 0,1%
0*
16.454.143
< 0,1%
0*
40.677.348
< 0,1%
0*
440.244.038
11,8%
39.264.514
298.444.215
12,90%
38.499.304
33.098.932
2,7%
783.795
108.700.891
< 1,00%
103.000
21.000.000
0,9% (inc. parcial)
248.605
770.300.000
99%
767.000.000
Fora da África
5.821.000.000
2.,9%
168.879.165
Total
6.581.000.000
14,2%
936.384.565
Diáspora africana população[editar]

País
População
Posição


85.783.143
1


38.499.304
2


9.452.872
3


8.701.439
4


7.985.991
5


3.220.000
6


3.000.000
7


2.731.419
8


2.641.481 – 6.999.926
9


2.080.000
10


 Cuba
1.126.894
11


 Peru
875.427
12


783.795
13


680.000
14


610.000
15


520.786
16

 Diáspora africana
Américas
Argentina · Belize · Bolívia · Brasil · Canadá · Caribe · Colômbia · Chile · Cuba · Costa Rica · Equador · Estados Unidos (imigração) · Guiana ·Jamaica · América Latina · México · Peru · Porto Rico · Trindade e Tobago · Uruguai
Ásia
Oriente Médio
Oceania
África
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Para outros significados, veja África (desambiguação).
África

 - Países
 - Dependências
6

 - Total
30 221 532 km²
 - Maior país
 Argélia(2 381 741 km²)
 - Menor país
 Seychelles (455 km²)
Extremos de elevação

 - Ponto mais alto
Kilimanjaro (5895 m)
 - Ponto mais baixo
Lago AssalDjibouti (155 m abaixo do nível do mar)

 - Total
1 000 010 0001 (2005, )habitantes
 - Densidade
30,51 hab./km²
A África é o terceiro continente mais extenso (atrás da Ásia e da América) com cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 20,3 % da área total da terra firme do planeta. É o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de um bilhão de pessoas (estimativa para 2005), representando cerca de um sétimo da população mundial, e 54 países independentes.
Apresenta grande diversidade étnica, cultural, social e política. Dos trinta países mais pobres do mundo (com mais problemas de subnutriçãoanalfabetismo, baixa expectativa de vida), pelo menos 21 são africanos. Apesar disso existem alguns países com um padrão de vida razoável, mas não existe nenhum país realmente desenvolvido na África. A LíbiaMaurícia e Seichelestêm uma boa qualidade de vida. Ainda há outros países africanos com qualidade de vida e índices de desenvolvimento razoáveis, como a maior economia africana, a África do Sul e outros países como MarrocosArgéliaTunísiaCabo Verde e São Tomé e Príncipe.
A África costuma ser regionalizada de duas formas, a primeira forma, que valoriza a localização dos países e os dividem em cinco grupos, que são a África setentrional, a África Ocidental, a África central, a África Oriental e a África meridional. A segunda regionalização desse continente, que vem sendo muito utilizada, usa critérios étnicos e culturais (religião e etnias predominantes em cada região), é dividida em dois grandes grupos, a África Branca ou setentrional formado pelos oito países da África do norte, mais a Mauritânia e o Saara Ocidental, e a África Negra ou subsaariana formada pelos outros 44 países do continente.
Etimologia
Africa era o nome de vários povos que se fixaram perto de Cartago no Norte de África. O seu nome é geralmente relacionado com os fenícios como afar, que significa "poeira", embora uma teoria de 1981, tenha afirmado que o nome também deriva de uma palavra de berbere, ifri, palavra que significa "caverna", em referência à gruta onde residiam.
No tempo dos romanos, Cartago passou a ser a capital da Província de África, que incluiu também a parte costeira da moderna Líbia. Os romanos utilizaram o sufixo "-ca" denotando "país ou território". Mais tarde, o reino muçulmano de Ifriqiya, actualmente Tunísia, também preservou o nome.
Outras etimologias têm sido apontadas como originárias para a antiga denominação "África":
No século I, o historiador judeu Flávio Josefo (Ant. 1.15) afirmou ter sido nomeado para Epher, neto de Abraão, segundo o Génesis (25:4), cujos descendentes, segundo ele, tinha invadido a Líbia.
aprica, palavra latina que significa "ensolarados", mencionada por Isidoro de Sevilha (século VI), em Etymologiae XIV.5.2
aphrike, palavra grega que significa "sem frio". Esta foi proposta pelo historiador Leo Áfricanus (1488-1554), que sugeriu a palavra grega phrike(φρίκη, significando "frio e horror"), combinado com o prefixo privativo "-um", indicando assim um terreno livre de frio e de horror.
Massey, em 1881, afirmou que o nome deriva do egípcio af-rui-ka, que significa "para virar em direção a abertura do Ka." O Ka é o dobro energético de cada pessoa e de "abertura do Ka" remete para o útero ou berço. África seria, para os egípcios, "o berço."
 História
Pré-história, Antiguidade e Idade Média
As quatro colossais estátuas de Ramsés II na entrada do templo de Abu Simbel, símbolos da civilização do Antigo Egito.
O fato de estar presente o homem no continente africano teve seus primórdios quando se iniciou a era quaternáriaou terminou a era terciária. A maioria dos restos de hominídeos fósseis que os arqueólogos encontraram —australopitecos, atlantropos, homens de Neandertal e de Cro-Magnon — em lugares diferenciados da África é a demonstração de que essa parte do mundo é importante no processo evolutivo da espécie humana e indica, até, a afirmação de ser possível que o homem tenha suas origens nesse continente. A história da arte que vai entre opaleolítico e o neolítico tem suas semelhanças comparáveis à de outras áreas dos continentes europeu e asiático, com diferença de locais onde as regiões mais se desenvolveram. A maioria das zonas do interior do continente, meio posto em isolamento, em contraposição ao litoral, tiveram permanência em épocas estagiadas do período paleolítico, apesar de se começar a processar a neolitização do território em 10000 a.C., com uma diversidade de graus acelerados.
Norte da África é a região mais antiga do mundo. O fato de a civilização egípcia florescer e se inter-relacionar com as demais áreas culturais do mundo mediterrâneo teve vínculo estreito nessa região, há milhares de séculos, com que se desenvolveu geralmente a civilização ocidental. As colônias que pertenciam à FeníciaCartago, o processo de romanizar o continente, os vândalos que se fixaram e o Império Bizantino que influenciou tem deixado na totalidade da parte da África banhada pelo Mar Mediterrâneo uma parte principal da cultura que posteriormente quem assimilou e modificou foram os árabes, o que foi encontrado pela civilização no continente africano a importância de um campo em que se expandiu e consolidou a cultura muçulmana no Norte da África. As áreas de expansão do Islã foram o Sudão, o Saara e o litoral leste, favorecendo o acompanhamento das rotas de comérciodo interior da África (escravos, ouro, penas de avestruz) e o estabelecimento de encraves marítimos (especiarias,seda) no Oceano Índico.
Naquela época, era conhecida pela África negra uma quantidade de impérios e estados que floresceram. Estes impérios e estados nasceram de tal forma que os grandes clãs e tribos se submeteram ao poder de um só soberano que era adepto do feudalismo e da guerra. Entre esses impérios de maior importância figuram o de Aksum, na Etiópia, que teve sua chegada ao apogeu no século XIII; o de Gana, que se desenvolveu do século V ao século XI e os estados muçulmanos que o sucederam foram o de Mali (do século XIII ao século XV) e o de Songhai (do século XV ao século XVI); o reino Abomey de Benin (século XVII); e a confederação zulu do sudeste africano (século XIX). Idades Moderna e Contemporânea
Durante o século XV teve início o fato de que os exploradores vindos da Europa tivessem conquistado o litoral do Oeste da África. O que estimulou essa exploração foi o objetivo de buscar novos caminhos para as Índias, depois de os turcos fecharem o comércio no leste do Mar Mediterrâneo. Os colonizadores de Portugal, da Espanha, da França, da Inglaterra e dos Países Baixos participaram da competição para dominar o novo caminho mediante o fato de estabelecerem feitorias no litoral e portos de embarque para comercializar os escravos. Naquela época, foram realizadas as primeirasviagens científicas que adentraram o interior do continente: Charles-Jacques Poncet na Abissínia, em 1700; James Bruce em 1770, procurando o local onde nasce o Nilo; Friedrich Konrad Hornermann viajando no deserto da Líbia sobre a garupa de um camelo, em 1798Henry Morton Stanley e David Livingstone na bacia do Congo, em 1879.
Pessoas assistindo a um dos jogos daCopa do Mundo FIFA de 2010, na África do Sul.
A partir do século XIX, as potências europeias se interessaram por governar e ganhar dinheiro. Esse interesses econômicos e políticos deram estímulo ao fato de penetrarem e colonizarem o interior da África. O fato de desejar a criação de impérios que fizessem a extensão de litoral a litoral teve como rivais o Reino Unido (que conseguiu a ocupação de uma faixa de norte a sul, do Egito à África do Sul, além de outras zonas que colonizou no golfo da Guiné), a França (que se estabeleceu no noroeste da África, em parte do equadorafricano e em Madagascar) e, em quantidade pequena, Portugal (AngolaMoçambiqueGuiné e uma diversidade de ilhas estratégicas), Alemanha (TogoTanganica e Camarão), Bélgica (Congo Belga), Itália(LíbiaEtiópia e Somália) e Espanha (parte do MarrocosSaara Ocidental e encraves na Guiné). A partilha da África teve consumação formal na Conferência de Berlim de 1884-1885, na qual foi firmado que a efetivação ocupacional se principiasse como forma de legitimar a posse das colônias. Foi acarretado pelo regime colonialista que fossem destruídas ou modificadas as estruturas sociais,econômicaspolíticas e religiosas da maioria do território da África negra. As colônias que proclamaram suaindependência, processo emancipatório que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial e que se concluiu de maneira principal de 1960 até 1975, cuja gravidade de problemas de integrar os países ameaçou a hegemonia política das nações africanas. Esses problemas resultaram das fronteirasarbitrárias como legado do sistema colonialista, além da pobreza (o rápido crescimento da população africana é mais elevado do fato de se produzir alimentos). Como dependem econômica e politicamente das antigas metrópoles, a má administração, as tribos e as ideologias que entraram em conflito, o que agravou tudo isso foi o fato de as cidades aumentarem sua população. Estas são as principais barreiras que impedem que os novos países se desenvolvam. Os governos desses países, majoritariamente de caráter militar ou presidencialista, tem tendência à adoção de políticas socializantes que tem por objetivo libertar os países das potências estrangeiras. O fato de os países cooperarem coletivamente para a solução desses problemas deu origem a uma diversidade de organizações supranacionais que se baseiam na ideia do pan-africanismo, ou unificar a totalidade dos povos africanos em torno dos interesses comuns; a mais relevante é a Organização da Unidade Africana (OUA).
Mapa climático da África de acordo com a Classificação climática de Köppen-Geiger, antes do Sudão do Sul.
A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à Ásia na sua extremidade nordeste peloistmo de Suez. No entanto, a África ocupa uma única placa tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a placa Euro-asiática.
Do seu ponto mais a norte, Ras ben Sakka, em Marrocos, à latitude 37°21' N, até ao ponto mais a sul, o cabo das Agulhas na África do Sul, à latitude 34°51'15'' S, há uma distância de aproximadamente 8 000 km. Do ponto mais ocidental de África, o Cabo Verde, no Senegal, à longitude 17°33'22'' W, até Ras Hafun naSomália, à longitude 51°27'52'' E, são cerca de 7 400 km.
Para além do mar Mediterrâneo, a norte, a África é banhada pelo oceano Atlântico na sua costa ocidental e pelo oceano Índico do lado oriental. O comprimento da linha de costa é de 26 000 km. A área territorial da África é de pouco mais de 30 milhões de quilômetros quadrados, já que é o terceiro continente mais extenso do mundo. A África é atravessada por três grandes paralelos terrestres de leste para oeste: Linha do EquadorTrópico de Câncer e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich, no sentido norte-sul. A África tem cinco diferentes fusos horários.
Os principais acidentes geográficos litorâneos são o golfo da Guiné no Atlântico Sul; e o estreito de Gibraltar, do Oceano Atlântico até o mar Mediterrâneo. Na parte oriental do continente está localizada a península da Somália, que os geógrafos também a chamam de Chifre da África no Brasil ou "Corno de África" em Portugal, e o golfo de Aden, cujo acidente geográfico que forma golfo, propriamente dito, são as águas do oceano Índico. O golfo de Aden tem limites com a península Arábica, que é pertencente à Ásia. Na parte meridional, está localizado o cabo da Boa Esperança. Na África não existem muitas ilhas adjacentes. No Atlântico, estão localizadas as Ilhas Canárias, inclusive os arquipélagos de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde. No Oceano Índico é encontrada uma ilha de maior extensão, Madagáscar, e outras pequenas que são os arquipélagos denominados ComoresMaurícioSeychelles. Distinguem-se na África os climas equatorialtropicaldesértico e mediterrâneo.
clima equatorial, quente e úmido o ano todo, abrange parte da região centro-oeste do continente; o clima tropical quente com invernos secos domina quase inteiramente as terras africanas, do centro ao sul, inclusive a ilha de Madagascar; o clima desértico, por sua vez, compreende uma grande extensão da África, acompanhando os desertos do Saara e de Calaari; finalmente, o clima mediterrâneo manifesta-se em pequenos trechos do extremo norte e do extremo sul do continente, apresentando-se quente com invernos úmidos.
pluviosidade na África é a principal responsável pelas grandes diferenças entre as paisagens africanas. As chuvas ocorrem com abundância na região equatorial, mas são insignificantes nas proximidades do Trópico de Câncer, onde se localiza o Deserto do Saara, e do Trópico de Capricórnio, região pela qual se estende o Calaari. Localizados no interior do território africano, os desertos ocupam grande parte do continente. Relevo
Monte Kilimanjaro, na Tanzânia, o ponto mais alto do continente africano, com 5 895 metros de altura.
relevo da África é, em sua maioria, formada por planaltos. É apresentada pelo continente uma altitude média de mais de 750 metros. As formas de relevo que ocupam todas as regiões centro e oeste são planaltos que se erodiram com intensidade. As rochas muito antigas constituem os planaltos. E os planaltos, propriamente ditos, tem limites com grandes escarpamentos.
São contornadas pelos planaltos as depressões que os rios atravessam, nas quais também são encontrados lagos e bacias hidrográficas de maior extensão, das quais podemos citar os rios NiloCongoChadeNíger,ZambezeLimpopoCubango e Orange. Ao longo do litoral, estão situadas as planícies costeiras, por vezes com muita vastidão, como as planícies do Níger e do Congo.
No leste da África são encontradas um de seus aspectos físicos que mais se destacam: uma falha geológica que se estende no sentido norte-sul, o Grande Vale do Rift, em que são sucedidas montanhas, algumas que no passado geológico eram meros vulcões e depressões de maior extensão. É nessa região que estão localizados os maiores lagos do continente, cujas altas montanhas circundam-nos, de mencionar o Kilimanjaro(5895 m), o monte Quênia (5199 m) e o Ruwenzori (5109 m).
Podem ser destacados ainda dois grandes conjuntos formados pela elevação de terras, um na parte setentrional e outro na parte meridional do continente:
Cadeia do Atlas, pela qual é ocupada a região setentrional (MarrocosArgélia e Tunísia). Sua formação é muito recente e são apresentadas pela Cordilheira do Atlas as montanhas cujos picos chegam a atingir 4000 m de altitude;
Cadeia do Cabo, na África do Sul tem passado geológico muito antigo e seu ponto mais alto são os montes Drakensberg, com altitude superior a 3400 m de altitude.
Dando por completo uma visão do relevo da África, é possível a observação do fato de existir antigos maciços montanhosos em pontos diferenciados do continente: o da Etiópia, que se formou desde erupções de vulcão, o de Fouta Djalon e o de Hoggar, além de muitos outros.
Distinguem-se na África os climas equatorialtropicaldesértico e mediterrâneo.
clima equatorial, quente e úmido o ano todo, abrange parte da região centro-oeste do continente; o clima tropical quente com invernos secos domina quase inteiramente as terras africanas, do centro ao sul, inclusive a ilha de Madagascar; o clima desértico, por sua vez, compreende uma grande extensão da África, acompanhando os desertos do Saara e de Calaari; finalmente, o clima mediterrâneo manifesta-se em pequenos trechos do extremo norte e do extremo sul do continente, apresentando-se quente com invernos úmidos. A pluviosidade na África é a principal responsável pelas grandes diferenças entre as paisagens africanas. As chuvas ocorrem com abundância na região equatorial, mas são insignificantes nas proximidades do Trópico de Câncer, onde se localiza o Deserto do Saara, e do Trópico de Capricórnio, região pela qual se estende o Calaari. Localizados no interior do território africano, os desertos ocupam grande parte do continente.
Hidrografia
A porção egípcia do rio Nilo vista a partir do espaço.
A África possui rios muito extensos e volumosos, por estarem localizados em regiões tropicais e equatoriais. A maior importância cabe ao rio Nilo, o segundo mais extenso do mundo (após o Solimões-Amazonas), cujo comprimento é superior a 6500 km. Nasce nas proximidades do Lago Vitória, percorre o nordeste africano e deságua no mar Mediterrâneo. Forma, com seus afluentes, uma bacia de quase três milhões de quilômetros quadrados. O vale do Nilo, abaixo da confluência entre o Nilo Branco e o Nilo Azul, apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica intensamente a agricultura. As grandes civilizações egípcia e deMeroé, na Antiguidade, existiram em parte em função do seu ciclo anual de cheias.
Além do Nilo, outros rios importantes para a África são o Congo, o Níger e o Zambeze. Menos extensos, mas igualmente relevantes, são o Senegal, o Orange, o Limpopo e o Zaire.
No que se refere aos lagos, a África possui alguns extensos e profundos, a maioria situada no leste do continente, como o Vitória, o Rodolfo e o Tanganica; este último, com quase 1500 metros de profundidade, evidencia com mais ênfase a grande falha geológica na qual se alojaram os Grandes Lagos Africanos. O maior situado na região centro-oeste é o Chade.
Flora e fauna
Nas áreas de clima equatorial as chuvas são abundantes o ano inteiro; graças à pluviosidade, a vegetação dominante é a floresta equatorial. Ao norte e ao sul dessa faixa, onde o verão é menos úmido, aparecem as savanas, que constituem o tipo de vegetação mais abundante no continente. Circundam essa região zonas em que as temperaturas são mais amenas, a pluviosidade menor e as estações secas bem pronunciadas, como o Sahel. Ao longo do litoral do mar Mediterrâneo e da África do Sul, sobressai a chamada vegetação mediterrânea, formada por arbustos e gramíneas. No sul do continente, é importante a província florística do Cabo. Como parte significativa de sua vegetação está preservada, a África conserva ainda numerosos espécies de sua fauna: a floresta equatorial constitui abrigo, principalmente, para aves e macacos; as savanas e estepesreúnem antílopeszebrasgirafasleõesleopardoselefantesavestruzes e animais de grande porte em geral. Regiões
Agrupar os países da África em conjuntos homogêneos não constitui tarefa simples. Entretanto, por razões didáticas, vamos dividir o continente em cinco regiões principais: Norte da ÁfricaÁfrica Ocidental, África Centro-ocidental, África Centro-oriental e África Meridional.
Norte da África
  Inclusão por critérios geográficos
Norte da África, também chamado de África Setentrional e de África do Norte, é a mais extensa região do continente, comportando três subdivisões: os países do Maghreb, os países do Saara e o vale do Nilo.
A palavra maghreb, de origem árabe, significa "onde o Sol se põe", ou seja, o ocidente. Os países do Maghreb são Marrocos, a Argélia, a Tunísia, a Mauritânia e a Líbia. Na paisagem, os traços físicos mais marcantes são a Cadeia do Atlas, junto ao Mar Mediterrâneo, e o grande Deserto do Saara em que se distinguem dois trechos: um dominado por dunas arenosas, conhecido por Erg, e outro bastante pedregoso, denominado Hamadas.
O clima da região é do tipo mediterrânico na vertente norte do Atlas e do tipo desértico ao sul dessa cadeia. A população distribui-se de modo irregular: é densa nas áreas mais úmidas e, naturalmente, escassa nas áreas desérticas, onde predominam os árabes e os berberes, que geralmente professam o islamismo. Em virtude de condições naturais desfavoráveis, a agropecuária é pouco desenvolvida, embora empregue grande parte da população ativa desses países. Destaca-se a agricultura mediterrânea, em que se cultivam vinhas, oliveirascítricos e tâmaras. Pratica-se a pecuária extensiva nas áreas semiáridas e a pecuária nômade no deserto. Ricos em minérios, de que são grandes exportadores, os países do Maghreb conseguiram implantar vários centros industriais de destaque, como ArgelTúnisOrãCasablancaRabatFez e Marrakesh, que são algumas das maiores e mais belas cidades da África.
Argélia é rica em petróleo e gás natural, sendo também membro da OPEPMarrocos e Tunísia são grandes exportadores de fosfatos, matéria-prima para a indústria de fertilizantes.
O vasto Deserto do Saara se estende por diversos países, mas é o traço físico que nos permite agrupar Mauritânia, MaliNígerChade e Líbia na mesma sub-região. A aridez do solo e a predominância do clima desértico não favorecem as atividades econômicas; a agricultura só é possível junto aos oásis e em curtos trechos do litoral. Entretanto, o subsolo apresenta significativas reservas de petróleogás naturalferro eurânio.
Apesar de Egito e Sudão também se encontrarem em meio ao Deserto do Saara, a presença do Nilo permite que os agrupemos em outra sub-região. Formado pelos rios Nilo Branco e Nilo Azul, o Nilo atravessa todo o território desses países, proporcionando melhores condições de vida para suas populações.
vale por onde corre apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica intensamente a agricultura. Em consequência desse fato, Egito e Sudão contam com uma população numericamente superior à dos outros países em que o deserto se faz presente. O Cairo é, por exemplo, a mais populosa cidade africana e uma das maiores do mundo, com mais de 11 milhões de habitantes.
Pouco significativa no Sudão, a indústria é no Egito mais desenvolvida e diversificada, notadamente a siderúrgica, a elétrica e a têxtil, bem como as deproduto químicos e alimentícios. Também em solo egípcio e sudanês encontram-se reservas de petróleo e gás natural, além de ferrofosfato e potássio.
África Ocidental
 África Ocidental (sub-região da ONU)
  Maghreb, uma região separada.
Essa região situa-se entre o deserto do Saara e o golfo da Guiné e abrange 17 países independentes, alguns de reduzida área territorial.
Os terrenos são antigos e, por essa razão, bastante erodidos, verificando-se a presença de formações rochosas cristalinas. Devido à sua posição geográfica, a região apresenta clima equatorial, com áreas de savanas ao norte e densas florestas ao sul, onde os índices de pluviosidade são mais elevados.
Em virtude dessas características, a África Ocidental possui densidade demográfica maior que a da região do Saara. Concentra-se na Nigéria 60% de sua população, composta por negros do grupo sudanês.
Todos os países são economicamente subdesenvolvidos, constituindo a agricultura sua atividade predominante. A lavoura de subsistência alterna-se com o cultivo de produtos tropicais destinado à exportação - cafécacauamendoimbanana e borracha.
industrialização local, em expansão, depende em grande parte do capital estrangeiro. Os países mais desenvolvidos no setor são: Nigéria, Costa do Marfim e Senegal.
África Central
Vista de Luanda, a capital de Angola.
Essa região agrupa quatro paísesRepública Centro-Africana,CongoRepública Democrática do Congo e Angola. Situa-se na porção equatorial do continente, limitada pelo Atlântico a oeste e por altas escarpas montanhosas e grandes falha mentos a leste, verificando-se, no restante território, a alternância de planaltos e planícies cortados por rios caudalosos. O clima é quente e úmido nos países mais ao norte, verificando-se aí a presença de florestas equatoriais. Mais para sul da região predominam o clima tropical e a formação vegetal das savanas. Trata-se de uma região de baixa densidade demográfica, cuja população compõe-se basicamente de negros, pertencentes em sua maioria ao grupo banto. As principais concentrações humanas ocorrem no Zaire e em Angola. A agricultura assemelha-se à da África Ocidental. A exploração mineral é muito importante para o Zaire e Angola, onde se encontram jazidas de cobrecobaltomanganês e ferro. O extrativismo vegetal, notadamente de madeira, reforça a economia da região.
Como em quase todo o continente, as indústrias são escassas, mas as descobertas de lençóis petrolíferos na faixa litorânea e o grande potencial hidrelétrico desses países oferecem-Ihes perspectivas de progresso.
África Oriental
  África Oriental (sub-região daONU21 )
  Outros países por vezes considerados nesta região
Compreendida entre a Bacia do rio Congo e as águas do mar Vermelho e do oceano Índico, esta região agrupa dez países: EritreiaEtiópiaDjibuti, Somália, QuêniaTanzâniaUgandaRuandaBurundi eSeychelles. A paisagem é bastante diversificada, verificando-se, em meio a poucas planícies e planaltoselevados, a presença de maciços montanhosos, grandes falha mentos, muitos vulcões e lagos. Predomina oclima tropical, com temperaturas atenuadas pela altitude. A vegetação também oferece um quadro variado:florestas equatoriaissavanasestepes e formações típicas de áreas desérticas.
A sua composição étnica revela-se também não homogênea: na península da Somália, conhecida como "Chifre da África" ou "Corno de África" por causa do formato peculiar, a população predominante é de negros do grupo banto, ao passo que em outras áreas encontra-se expressivo número de camitas, árabes,indianos e europeus. O contingente que habita a zona rural é mais numeroso do que o urbano; dentre as cidades, destacam-se NairóbiMogadíscio e Adis-Abeba. A economia regional baseia-se na agricultura, que, organizada principalmente segundo o sistema deplantation, dedica-se aos produtos de exportação, como o café e o algodão. Os escassos recursos minerais consistem em pequenas jazidas de ouroplatinacobreestanho e tungstênio. Também nessa região a industrialização não atingiu um satisfatório grau de desenvolvimento econômico. A África Centro-oriental é uma das regiões mais pobres e conflitadas do continente e tem vivido crises de seca e fome (Somália e Etiópia) e sangrentos conflitos étnicos, como entre hutus e tutsis em Ruanda e Burundi.20
África Meridional
As Cataratas Vitória, localizadas no rio Zambeze, na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbábue.
Esta região, atravessada pelo Trópico de Capricórnio, é composta de doze Estados independentes. Em seu relevo predominam planaltos circundados pelas baixas altitudes da faixa litorânea. Em correspondência com o clima, que varia do tropical úmido ao desértico (na região do Calaari), passando pelo mediterrâneo, encontra-se uma vegetação também diversificada, em que se verifica a presença de savanasestepes e até mesmo florestas (junto à costa do oceano Índico). As reservas minerais constituem seu principal sustentáculo econômico. Destaca-se a mineração na África do Sul (ourodiamantescrômio e manganês) e na Zâmbia (cobre e cobalto). Como atividade geradoras de renda pode-se citar ainda a agricultura, representada por produtos de clima mediterrâneo (vinhasoliveiras efrutas) e de clima tropical (cana-de-açúcarcaféfumo e algodão), além da criação extensiva de gado bovino. Na África do Sul, o país mais industrializado do continente, as indústrias concentram-se nas regiões metropolitanas de JoanesburgoCidade do Cabo e Durban. Este país teve a segregação racial oficializada pelo apartheid. Através desse regime, 15,5% da população, formada por brancos, dominava o país até 1994. As desigualdades sociais entre brancos e não-brancos são muito grandes.
Namíbia, país independente desde 1990, esteve subordinada à África do Sul durante 70 anos. Originalmente colonizada por alemães, passou para o controle sul-africano após a Primeira Guerra Mundial. O primeiro governante eleito da Namíbia independente foi Sam Nujoma, líder do movimento guerrilheiro por 30 anos. 
África é o terceiro continente em extensão territorial, e o segundo continente mais populoso (atrás da Ásia) com cerca de um bilhão de pessoas (estimativa para 2005), representando cerca de um sétimo da população do mundo, cifra que lhe confere uma densidade demográfica de cerca de 30 habitantes por quilômetro.
Essa pequena ocupação demográfica encontra explicações nos seguintes fatores: grande parte do continente é ocupada por áreas desfavoráveis a concentrações humanas: desertos,florestas densas e emaranhadas e formações vegetais típicas de solos pobres; os índices de mortalidade são muito altos; embora tenham diminuído nos últimos 50 anos, ainda se mantêm superiores aos de outros continentes;
a África é um continente que recebeu correntes migratórias; ao contrário, perdeu inúmeros habitantes na época do tráfico de escravos.
população africana caracteriza-se também pela distribuição irregular. O vale do Nilo, por exemplo, possui densidade de 500 hab./km2, enquanto os desertos e as florestas são praticamente despovoados. Outros pontos de alta densidade são o golfo da Guiné, as áreas férteis em torno do Lago Vitória e alguns trechos no extremo norte e no extremo sul do continente. As regiões das savanas, de maneira geral, são áreas de densidades demográficas médias. Poucos países africanos apresentam população urbana numericamente superior à rural; entre os que se enquadram nesse caso estão ArgéliaLíbia e Tunísia.
A quase totalidade dos países africanos exibe características típicas do subdesenvolvimento: elevadas taxas de natalidade e de mortalidade, bem expectativa de vida muito baixa. Resulta desses fatores a preponderância de jovens na população, que, além de apresentarem menor produtividade, requisitam grandes investimentos em educação e nível de emprego.
Em correspondência com os diferentes ramos étnico-culturais, encontram-se na África três religiões principais: o Islã, que se manifesta sobretudo na África Branca, mas é também professado por numerosos povos negros; o cristianismo, religião levada por missionários e professada em pontos esparsos do continente; e as religiões tradicionais africanas centradas no animismo, seguido em toda a África Negra. Esta última corrente religiosa, na verdade, abrange grande número de seitas politeístas, que possuem em comum a crença na força e na influência dos elementos da natureza sobre o destino dos homens.
Da mesma forma que as religiões, existem inúmeras línguas no continente: várias línguas de origem africana e os idiomas introduzidos pelos colonizadores, utilizados até hoje. Os principais são: árabeinglêsfrancêsportuguêsespanhol e africâner, língua oriunda do neerlandês, falada pelos descendentes de neerlandesesalemães e franceses da África do Sul e da Namíbia.
Cinco dos países de África foram parte do Império Português e usam a língua portuguesa como oficial (ver PALOP).26 Em Cabo VerdeGuiné-Bissau e São Tomé e Príncipe ainda são falados crioulos de base portuguesa.

Regiões metropolitanas mais populosas da África
Estimativa das Nações Unidas (2010)
1
11 001 000
2
10 578 000
3
8 754 000
4
7 151 447
5
6 346 000
6
5 172 000
7
4 772 000
8
4 387 000
9
4 364 541
10
4 125 000
Composição étnica
Mapa etnolinguístico do continente africano (1996) (em inglês).
A maior parte da população africana é constituída por diferentes povos negros, mas há expressiva quantidade de brancos, que vivem principalmente na porção setentrional do continente, ao norte do Deserto do Saara, por isso mesmo denominada "África Branca". São principalmente árabes e berberes, mas incluem também os tuaregues; aparecem ainda, embora em menor quantidade, judeus e descendentes de europeus.
A sul do Saara estende-se a chamada "África Negra", povoada por grande variedade de grupos negroidesque se diferenciam entre si por diferenças culturais, como as religiões que professam e a grande diversidade de línguas que falam. Os grupos mais importantes são: bantos: são numericamente superiores aos demais grupos. Habitam a metade sul do continente e têm como atividades principais a criação de gado e a caça. Constituíram o segundo maior contingente de africanos trazidos ao Brasil. nilóticos: são encontrados na região do Alto Nilo e caracterizam-se pela estatura elevada.
pigmeus: de pequena estatura, vivem principalmente na Floresta do Congo e em seus arredores, onde sua subsistência na caça e na coleta de raízes.
bosquímanos ou khoisan: habitam a região do Deserto de Kalahari, sendo atualmente pouco numerosos; distinguem-se como grandes caçadores de antílopes e avestruzes.
Além dos negros, encontramos na África os malgaxes, povo de origem malaia que habita a ilha de Madagáscar, os indianos trazidos pelos colonizadores ingleses e portugueses para a África Oriental, além de um pequeno número de imigrantes chineses e de origem europeia.
Problemas socioeconômicos
Fome: Crianças somalis esperando pela ajuda americana da Operação Good Relief em 1992.
Existe no mundo uma diversidade de regiões que a fome atinge. A fome é a causa de morte para milhares de pessoas anualmente. Os principais focos são o Haiti, a Indochina, a ÍndiaBangladesh e a Região Nordeste do Brasil. Mas não há outro lugar onde ocorre a disseminação do problema a não ser na África. Apesar disso, a fome atinge com dureza trinta países, em primeiro lugar, principalmente aqueles que se localizam nas áreas adjacentes do deserto do Saara. Por esse motivo, com alguma frequência a associação da fome está relacionada com o clima árido e as precipitações irregulares. O clima adverso, porém, apenas faz a amplitude da miséria da maioria dos cidadãos africanos, que vivem numa posição inferior à linha da pobreza e às péssimas condições de que podem sobreviver. Outros fazem a contribuição para a composição desse quadro dramático.
Para o profundo entendimento de tudo aquilo que causou a fome na África é importante é a volta no tempo à época em que foi colonizada, quando os europeus introduziram o sistema de plantation para realizar a produção de gêneros que se destinam à exportação, tornando reduzida a área de cultivos de subsistência (milho, sorgo, mandioca, etc.). A maioria dos países africanos exportadores, por valores flutuantes, matérias-primas para os países ricos e que fazem a importação, a preços caríssimos, alimentos para suas populações que passam fome.
Com a agricultura extensiva, o homem derruba as matas e em seus limites ocorre o avanço do deserto. A produção necessária para exportar não permite que seja praticado o sistema de descansar a terra, que se esgota com rapidez e mesmo assim o fato de utilizar fertilizantes é de difícil recuperação. Geralmente, dessa forma, houve a diminuição da produtividade agrícola em muitos países africanos. O fato de introduzir a pecuária extensiva, em consequência da pecuária nômade, que se pratica de maneira tradicional no continente, também é causadora de danos às paisagens africanas, pois ocorre a morte dos rebanhos com as pastagens que se reduziram, sendo que a fome os atinge, igualmente à população.
Outro problema é o descompasso existente entre o enorme crescimento populacional e o reduzido crescimento, ou mesmo estagnação, da agropecuária. Apesar das elevadas taxas de mortalidade infantil e geral, da ineficácia dos serviços de saúde e das inúmeras doenças, a população africana cresce em níveis muito altos. A todos esses problemas é preciso acrescentar outro, ainda mais marcante: as guerras. A colonização da África impôs divisões políticas que nunca coincidiram com as divisões tribais e, atualmente, guerras entre tribos agravam ainda mais a fome e a mortalidade no continente.
Quando o problema torna-se agudo demais, é comum organizarem-se campanhas nos países mais ricos. Essas campanhas, no entanto, conseguem apenas atenuar o problema, pois atacam as suas consequências e não as suas causas. Além disso, nem todos os recursos provenientes dessas campanhas chegam a seu destino, pois a rede de transportes e demais serviços de infraestrutura extremamente precários fazem com que parte dos alimentos enviados não alcance as populações mais isoladas.
Racismo
"For use by white persons" (em português: "Para uso de pessoas brancas") – placa da era do apartheid, na África do Sul.
Em nenhuma outra parte do mundo a questão racial assumiu questões tão graves como na África do Sul. Embora os negrosmestiços e indianos constituam 86% da população, eram os brancos que detinham todo o poder político, e somente eles gozavam de direitos civis.
A origem desse sistema, denominado apartheid, data de 1911, quando os africânderes (descendentes de agricultores holandeses que emigraram para a África do Sul) e os britânicos estabeleceram uma série de leis para consolidar seu domínio sobre os negros. Em 1948, a política de segregação racial foi oficializada, criando direitos e zonas residenciais para brancos, negros, asiáticos e mestiços.
Na década de 1950, foi fundado o Congresso Nacional Africano (CNA), entidade negra contrária àsegregação racial na África do Sul.29 Em 1960, o CNA foi declarado ilegal e seu líder Nelson Mandela, condenado à prisão perpétua.30 De 1958 a 1976, a política do apartheid se fortaleceu com a criação dosbantustões, apesar dos protestos da maioria negra.
Diante de tal situação, cresceram o descontentamento e a revolta na maioria subjugada pelos brancos; os choques tornaram-se frequentes e violentos; e as manifestações de protesto eram decorrência natural desse quadro injusto. A comunidade internacional usou algumas formas de pressão contra o governo sul-africano, especialmente no âmbito diplomático e econômico, no sentido de fazê-lo abolir a instituição do apartheid.
Governo e política
Colonização europeia e guerras
Mapa de África Colonial em 1913.
  Estados independentes (Libéria e Etiópia)
A atual divisão política da África somente se configurou nas décadas de 60 e 70. Durante séculos, o continente foi explorado pelas potências europeias - Reino UnidoFrançaPortugal,EspanhaBélgicaItália e Alemanha -, que o dividiram em zonas de influência adequadas aos seus interesses. Ao conseguirem a independência, os países africanos tiveram de se moldar às fronteiras definidas pelos colonizadores. Estas, por um lado, separavam de modo artificial grupos humanos pertencentes às mesmas tribos, falantes dos mesmos dialetos e praticantes dos mesmos costumes e submetia-os, por outro lado, à influência de valores europeus.
Em muitos desses novos países, após a independência, houve inevitáveis revoltas separatistas e golpes de Estado que terminaram por instaurar ditaduras. Seguindo diretrizes capitalistas ou socialistas, os governos assim constituídos distinguiam-se sempre pela perseguição política, que chegava a culminar em torturas e massacres dos opositores.
Em grande parte dos casos, a independência política não foi total, pois geralmente os novos países mantiveram laços econômicos com as ex-metrópoles e, durante a Guerra Fria, alguns ligaram-se às grandes potências (Estados Unidos e extinta União Soviética) em busca de assistência militar e econômica.
De tudo isso resulta a existência de muitos focos de conflito no continente. Em alguns casos trata-se de lutas de caráter político: grupos que pretendem conquistar o poder se confrontam com os que detêm o domínio da região. Em outros, o motivo principal é o separatismo, originado pela artificialidade das fronteiras coloniais herdadas.
A África detém grandes reservas minerais, destacando-se o ouro e os diamantes da África do Sul, do Zaire e de Gana, que respondem pela maior parte da produção mundial. É igualmente rica em fontes energéticas como petróleo e gás natural, explorados principalmente na Nigéria, no Gabão, na Líbia, na Argélia e no Egito.
subsolo africano fornece também em abundância os seguintes minerais: antimônio (África do Sul), fosfatos(Marrocos, grande produtor mundial), manganês (Gabão e África do Sul), cobre (Zâmbia e Zaire), urânio(África do Sul e Gabão).
Apesar da diversidade de minerais encontrada em seu subsolo, a África revela-se um continente pobre, o que é explicado pelo fato de a exploração das riquezas minerais estar a cargo de companhias europeias ounorte-americanas. Estas, ao se instalarem, implantam na região uma infraestrutura - equipamentos, técnica se meios de transporte - visando exclusivamente à extração e exportação das riquezas em estado bruto para os países industrializados, de modo que a maior parte dos lucros provenientes desse setor acaba se encaminhando para fora do continente.
caça, a pesca e a coleta de produtos naturais ainda constituem importantes fontes de renda para a grande parcela da população africana. No extrativismo animal, figuram em primeiro plano o comércio de couro e de peles em Burkina FasoBotsuana e Djibuti, e o de marfim na África do Sul, CongoMoçambique e Gabão. O extrativismo vegetal fornece como principais produtos: madeirasresinas e especiarias, nos países cobertos parcialmente pela floresta equatorialóleo de palmeira, no Benim e na Costa do Marfimtâmaras, nos países desérticos.
Agropecuária
agricultura do continente africano apresenta-se sob duas formas: a de subsistência e a comercial. A primeira é rudimentar, itinerante e extensiva - planta-se em grandes extensões de terra, que são cultivadas anos seguidos, até ocorrer o esgotamento do solo. Em seguida, busca-se outra área, em que se repete o mesmo processo. Trata-se de um sistema pouco produtivo, cujas colheitas abastecem, em geral, apenas os próprios agricultores. Como principais produtos de cultivo citam-se inhamemandiocamilhosorgobatata e arroz.
A forma comercial de agricultura está representada pela plantation, sistema introduzido pelos europeus no, período colonial; baseia-se na monocultura de gêneros tropicais em grandes extensões de terra, com produção voltada para o mercado externo. Muitas vezes as propriedades encontram-se sob o comando de grandes empresas agroindustriais, que encaminham os artigos agrícolas para o processamento industrial. Enquadram-se nesse caso o algodão e a borracha, bem como o cacau, o café e o amendoim.
Devido às condições naturais pouco propícias à criação de gado bovino, a África tem na pecuária uma atividade econômica de limitado alcance, em geral praticada de forma nômade ou extensiva. O maior destaque é para a criação de ovelhas na África do Sul e na Etiópia, além de pequenos rebanhos conduzidos por nômades nas regiões de estepes. Nos países situados ao norte do Saara, criam-se camelos e dromedários, animais de grande porte utilizados como meio de transporte. Nessa região, os rebanhos caprino e ovino também são significativos. Indústria e transportes
A incipiente industrialização do continente, por sua vez, está restrita a alguns pontos do território. Iniciou-se tardiamente, após o processo de descolonização, motivo pelo qual as indústrias africanas levam grande desvantagem em relação ao setor industrial altamente desenvolvido de países do Primeiro Mundo, ou mesmo de Terceiro Mundo, mas industrializados, como o Brasil. Esse distanciamento agrava-se dia a dia com o permanente aprimoramento industrial e tecnológico dos países desenvolvidos.
Toda a sua estrutura econômica é extremamente frágil e dependente, fato que se torna mais evidente no setor industrial: a escassez de capitais, a falta de mão de obra técnica especializada e a insuficiência dos meios de transporte, aliados ao baixo poder aquisitivo da população, compõem um quadro nada propício ao desenvolvimento. Mesmo a grande variedade de matérias-primas, sobretudo minerais, que poderia ser utilizada para promover a indústria africana, é destinada basicamente ao mercado externo.
Gautrain, uma linha de trem que ligaJoanesburgo à Pretória e ao Aeroporto Internacional Oliver Tambo, na África do Sul.
Atuando nesse panorama, as modestas indústrias africanas dedicam-se, em geral, ao beneficiamento de matérias-primas, como madeirasóleos comestíveis, açúcar e algodão, ou ao beneficiamento de minérios para exportação.
Atraídas pelo baixo preço da mão-de-obra, da energia elétrica e das matérias-primas, muitas indústrias de origem europeia e norte-americana instalaram-se no continente, onde produzem a custo reduzidos artigos cuja exportação lhes possibilita altas margens de lucro.
As indústrias têxteis e alimentares, voltadas para o mercado interno, encontram-se em todos os países do continente, enquanto na África do Sul, no Egito e na República Democrática do Congo estão instaladas as principais indústrias de base (siderúrgicasmetalúrgicasusinas hidrelétricas etc.). Essa circunstância justifica o fato de a África do Sul e o Egito serem os países mais industrializados do continente. O sistema de transportes, bastante precário, constitui um entrave ao desenvolvimento industrial. Implantado pelos colonizadores, tinha como principal finalidade possibilitar o escoamento de matérias-primas e gêneros agrícolas para os portos marítimos, de onde os produtos seguiam para as metrópoles. Por isso, hoje a África ressente-se da falta de uma rede rodoviária e ferroviária que interligue eficazmente suasregiões.
Igreja São Jorge em Lalibela, na Etiópia, um Patrimônio Mundial pela UNESCO.
cultura da África reflete a sua antiga história e é tão diversificada como foi o seu ambiente natural ao longo dos milénios. A África é o território terrestre habitado há mais tempo, e supõe-se que foi neste continente que a espécie humana surgiu; os mais antigos fósseis de hominídeos encontrados na África (Tanzânia e Quênia) têm cerca de cinco milhões de anos. O Egito foi provavelmente o primeiro Estado a constituir-se na África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estados se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos (por exemplo, Axum, o Grande Zimbabwe). Para além disso, a África foi, desde aantiguidade, procurada por povos doutros continentes, que buscavam as suas riquezas.
O continente africano cobre uma área de cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, um quinto da área terrestre da Terra, e possui mais de 50 países. Suas características geográficas são diversas e variam detropical úmido ou floresta tropical, com chuvas de 250 a 380 centímetros a desertos. O monte Kilimanjaro(5895 metros de altitude) permanece coberto de neve durante todo o ano enquanto o Saara é o maior e mais quente deserto da Terra. A África possui uma vegetação diversa, variando de savanaarbustos de deserto e uma variedade de vegetação crescente nas montanhas bem como nas florestas tropicais e tropófilas.
Como a natureza, os atuais 800 milhões de habitantes da África evoluíram um ambiente cultural cheio de contrastes e que possui várias dimensões. As pessoas através do continente possuem diferenças marcantes sob qualquer comparação: falam um vasto número de diferentes línguas, praticam diferentes religiões, vivem em uma variedade de tipos de habitações e se envolvem em um amplo leque de atividades econômicas.
Isabel do Brasil
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Dona Isabel
Período
Predecessor
Sucessor
Cônjuge
Descendência
Nome completo
Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon
Pai
Mãe
Nascimento
Morte
14 de novembro de 1921 (75 anos)
EuFrança
Enterro
Assinatura
Dona Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon (Rio de Janeiro29 de julho de 1846 — Eu, França14 de novembro de 1921), mais conhecida no Brasil como a princesa Isabel, foi a última princesa imperial e regente do Império do Brasil por três ocasiões, na qualidade de herdeira de seu pai, o imperador Dom Pedro II, e da imperatriz Dona Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias. Foi a terceira chefe de Estado e chefe de governo brasileira após sua avó D. Leopoldina e sua trisavó Dona Maria I. Foi cognominada a Redentora pois, quando regente do Império brasileiro, assinou a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil.
Após seu casamento com Gastão de Orléans, conde d'Eu (neto do último rei da FrançaLuís Filipe I), em 1864, ocorreu uma junção matrimonial entre a Casa de Bragança e a de Orléans, originando o nomeOrléans e Bragança, que foi passado, exclusivamente, aos descendentes de Gastão de Orléans e Dª. Isabel. Também, por a mesma ter sido a herdeira do trono imperial brasileiro, os seus descendentes - os Orléans e Bragança - são os atuais herdeiros da extinta coroa imperial do Brasil.
A princesa Isabel foi também a primeira senadora do Brasil, cargo a que tinha direito como herdeira do trono a partir dos 25 anos de idade, segundo a constituição imperial brasileira de 1824 - a primeira carta constitucional do Brasil.
Com a morte de seu pai, em 1891, tornou-se a chefe da Casa Imperial do Brasil e a primeira na linha sucessória ao extinto trono imperial brasileiro, sendo considerada, de jure, Sua Majestade Imperial, Dona Isabel I, Imperatriz Constitucional e Defensora Perpétua do Brasil, conforme a constituição de 1824 - a primeira constituição do Brasil. 
Biografia:Nascimento e infância
Princesas Isabel e Leopoldina.
Dona Isabel I nasceu no Palácio de São Cristóvão, e foi a primeira filha do Imperador D. Pedro II. Batizada na Capela Imperial no dia 15 de novembro de 1846pelo bispo capelão-mor conde de Irajá, seu nome foi dado em homenagem à avó materna, a rainha de Nápoles.Seus padrinhos de batismo foram o rei consorte Fernando II de Portugal e sua avó materna a rainha Isabel de Nápoles. Com a morte precoce de seu irmão D. Afonso, Isabel tornou-se a herdeira do Imperador. Neste mesmo ano de 1847 nasceria em 13 de julho a sua irmã e companheira de toda a juventude, a princesa Leopoldina.
Em 1848 nasceu o seu segundo irmão varão, o príncipe D. Pedro Afonso, que morreu dois anos depois. Para herdar o trono imperial restava a princesa de quatro anos de idade, designada a partir de então como princesa Imperial. O reconhecimento oficial como sucessora e herdeira do pai teve lugar a 10 de agosto de 1850, quando a Assembleia-Geral, reunida no Paço do Senado às 11 horas da manhã, proclamou-a herdeira do trono, de acordo com os artigos 116 e 117 da Constituição do Império.
29 de julho de 1860 completava Dona Isabel 14 anos e, de acordo com o artigo 106 da Constituição Imperial, deveria prestar o juramento de "manter a religião católica apostólica romana, observar a Constituição política da nação brasileira e ser obediente às leis e ao imperador."
Educação
condessa de Barral.
A fim de prepará-la para seu papel, começou D. Pedro II a preocupar-se com a formação da futura imperatriz. Desde cedo, porém, o Imperador iniciou entendimentos para dar às filhas uma preceptora. Por indicação da tia das princesas,Francisca de Bragança, a escolhida foi a condessa de Barral, filha do embaixador Domingos Borges de Barrosvisconde de Pedra Branca e esposa do nobre francês, o conde de Barral, considerada pela maior parte dos autores - inclusive José, em seu livro D. Pedro II (Companhia das Letras, 2007) - como o grande amor do imperador Pedro II. A condessa iniciou suas funções em setembro de 1855.
Para a educação de D. Isabel e da sua irmã numerosos mestres foram designados, que elaboraram um severo programa de estudos. Afirma D. Pedro II sobre a educação de suas filhas:
"o caráter de qualquer das princesas deve ser formado tal como convém a senhoras que poderão ter que dirigir o governo constitucional de um Império como o Brasil. A instrução não deve diferir da que se dá aos homens, combinada com a do outro sexo: mas de modo que não sofra a primeira. Convirá conformar-se, quando for de proveito, aos regulamentos da instrução pública primária e secundária. Poderá impor castigos, e quando forem leves, sem meu conhecimento prévio, devendo minhas filhas não saber ilegível que o tenho, quando isto não for conveniente, sendo o maior deles a reclusão em um dos quartos dos respectivos aposentos, assim como representar-nos, mesmo perante nossas filhas, sobre a justiça da concessão de algum prêmio."
Mas, apesar de todo este rigor, sua infância teve muitos momentos de descontração, ao lado da irmã Leopoldina. Em seu diário ela diz: "Petrópolis, residência de verão, residência deliciosa: jardins floridos, canais cortando a cidade... " Ou mais adiante: "Eu fui de Petrópolis a pé até a cascata de Tamarati. A mana andou tão pouco a cavalo."
Retrato desenhado por D. Isabel, aos 16 anos de idade.
Em São Cristóvão, para amenizar o ambiente carregado de estudos e deveres, pequenas peças teatrais eram levadas à cena, em que as princesas desempenhavam os principais papéis na companhia dos amigos de infância, incluindo pequenos escravos.
A proximidade da princesa com os negros, desde a mais tenra infância, e o diálogo franco e cordial com eles estabelecido, inclusive nas brincadeiras infantis, pode vir a explicar sua futura inserção no movimento abolicionista. A questão ainda não foi convenientemente estudada pela historiografia brasileira.
Sob a influência de seu pai, o estudo das ciências, em particular da Química, ocupou um papel primordial na educação de D. Isabel. O ensino das princesas dirigido pelo imperador refletia sua visão de uma educação universal com forte teor científico como essencial para um governante. O conteúdo do currículo seguido por D. Isabel contrasta fortemente com a educação dada à maioria das mulheres brasileiras da época, inclusive aquelas de origem abastada.3 D. Isabel nutria profundo interesse pelas questões ligadas ao desenvolvimento da educação no país, especialmente a educação pública, como fica patente na sua Fala do Trono, enquanto Regente do Império, em 1º de fevereiro de 1877:
"A instrução pública continua a merecer do governo a maior solicitude. Foram criadas no município da corte escolas de segundo grau, e as normais, destinadas a preparar professores para o ensino primário de ambos os sexos,terão de ser brevemente inauguradas. Nas províncias este ramo de serviço apresenta sensível progresso, limitado, porém pela falta de meios de que podem dispor. Se os melhoramentos materiais por elas empreendidas têm recebido vosso auxílio, justificada será qualquer despesa que autorizeis para coadjuvar esse grande elemento de civilização." Casamento: Família Imperial - da esquerda para a direita:conde d'EuD. Pedro II, Maria D. Isabel.
Os preparativos para seu casamento foram iniciados na década de 1860. Por indicação de sua tia, D.Francisca de Bragança (filha de D. Pedro I), princesa de Joinville na França, vieram ao Brasil dois primos, os príncipes Gastão de Orléans, conde d'Eu e Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, sobrinhos-netos do rei Leopoldo I dos Belgas, sobrinhos de D. Fernando II de Portugal, além de primos de segundo grau da rainha Vitória do Reino Unido.
imperador havia tratado, através de seus ministros, o casamento da princesa Isabel, herdeira do trono, com o duque Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, o segundo filho de Augusto de Saxe-Coburgo-Gota e da princesa Clementina de Orléans; ao mesmo tempo, o primo deste, Luís Filipe Maria Fernando Gastão de Orléans e Saxe-Coburgo-Gota (Louis Phillipe Marie Ferdinand Gaston d'Orléans et Saxe-Cobourg et Gotha), conde d'Eu, foi prometido à princesa Leopoldina.
Quando da chegada dos dois jovens, as princesas perceberam que deveria ocorrer uma troca, pois cada uma delas havia se encantado pelo pretendente da outra, e imediatamente solicitaram aos pais que a troca fosse realizada. Tanto D.Pedro quanto D. Teresa Cristina, favoráveis a que os casamentos fossem motivados não apenas pelas questões dinásticas, mas também pelos afetos - até porque, no seu próprio caso, havia ocorrido um choque inicial - consentiram imediatamente. Em 18 de setembro de 1864 o príncipe Gastão de Orléans pediu a mão da Princesa Imperial do Brasil. 
O casamento teve lugar na Capela Imperial, no Rio de Janeiro, a 15 de outubro de 1864. No mesmo dia os noivos partiram para a lua de mel emPetrópolis, e em 10 de janeiro de 1865 seguiram para a Europa, onde a princesa conheceu os sogros. Gastão, batizado Louis Philippe Marie Ferdinand Gaston, nascera em 1842 e morreu em 1922 em águas brasileiras, a bordo do navio Massilia. Era não só conde d´Eu como príncipe de Bourbon-Orléans, sendo feito depois marechal do exército brasileiro. Era filho de Louis Raphael, Duque de Nemours, logo, neto do Rei francês Luís Filipe I.
A Princesa Isabel em 1868, com 22 anos.
Gastão assumiria o comando das tropas brasileiras na fase final da Guerra do Paraguai, razão de preocupação para Dona Isabel, e fato que provocou muita oposição em diversos círculos, pois nem sempre foram sábias as decisões militares tomadas.
Finda a guerra o casal fez nova viagem à Europa, para visitar Leopoldina, doente. Leopoldina morreu de tifoem 7 de fevereiro de 1871. No mesmo ano D. Pedro II fez sua primeira viagem à Europa e Dona Isabel assumiu a regência, aos 24 anos. Neste período foi assinada a 28 de setembro a Lei do Ventre Livre.
A ausência de filhos preocupava a todos. A princesa concebeu durante sua viagem à Europa, mas somente no sexto mês de gravidez começou a pensar na dificuldade de retornar ao Brasil para que aqui nascesse o herdeiro. Embarcou de volta dois meses depois e, já no Brasil, nasceu morta uma menina, em 28 de julho de1874, no Palácio Isabel (atual Palácio Guanabara), batizada in articulo mortis com o nome de Luiza.
Finalmente, em 15 de outubro de 1875, quando comemoravam onze anos de casados, nasceu em Petrópolis o príncipe D. Pedro de Alcântara. Segundo Victor Villon:"A gravidez foi cheia de cuidados, o parto muito difícil e, no meio da aflição de todos, o Dr. Depaul, médico francês que viera especialmente para a ocasião, distorceu o braço da criança. Esse acidente deixaria seqüelas; Dom Pedro d´Alcântara ficaria com braço atrofiado para o resto da vida." Em 26 de janeiro de 1878 nasceu o segundo filho D. Luís. No mesmo ano o casal foi residir na França. Em 9 de agosto de 1881 lá nasceu o terceiro e último filho, D. Antônio Gastão. No mesmo ano a família voltaria a viver no Brasil.
Postura política
Liberal, a princesa uniu-se aos partidários da abolição da escravidão. Apoiou jovens políticos e artistas, embora muitos dos chamados abolicionistas estivessem aliados ao incipiente movimento republicano. Financiava a alforria de ex-escravos com seu próprio dinheiro e apoiava a comunidade do Quilombo do Leblon, que cultivava camélias brancas, símbolo do abolicionismo. Chegava mesmo a receber fugitivos em sua residência em Petrópolis:
"A Princesa Isabel também protegia fugitivos em Petrópolis. Temos sobre isso o testemunho insuspeito do grande abolicionista André Rebouças, que tudo registrava em sua caderneta implacável. Só assim podemos saber hoje, com dados precisos, que no dia 4 de maio de 1888, “almoçaram no Palácio Imperial 14 africanos fugidos das Fazendas circunvizinhas de Petrópolis”. E mais: todo o esquema de promoção de fugas e alojamento de escravos foi montado pela própria Princesa Isabel. André Rebouças sabia de tudo porque estava comprometido com o esquema. O proprietário do Hotel Bragança, onde André Rebouças se hospedava, também estava comprometido até o pescoço, chegando a esconder 30 fugitivos em sua fazenda, nos arredores da cidade. O advogado Marcos Fioravanti era outro envolvido, sendo uma espécie de coordenador geral das fugas. Não faltava ao esquema nem mesmo o apoio de importantes damas da corte, como Madame Avelar e Cecília, condessa da Estrela, companheiras fiéis de Isabel e também abolicionistas da gema. Às vésperas da Abolição final, conforme anotou Rebouças, já subiam a mais de mil os fugitivos “acolhidos” e “hospedados” sob os auspícios de Dona Isabel." Conforme o artigo 46, capítulo 3, título IV, da constituição brasileira de 1824, os Principes da Casa Imperial são Senadores por Direito, e terão assento no Senado, logo que chegarem á idade de vinte e cinco annos. Dessa forma, em 1871, D. Isabel Leopoldina tornou-se a primeira senadora do Brasil (a primeira senadora brasileira eleita foi Eunice Mafalda Berger Michiles). Há que se notar que foi a única a desfrutar desse dispositivo constitucional, haja vista que todos os príncipes do Brasil que a antecederam ou morreram antes dos vinte e cinco anos, ou se casaram com estrangeiros e partiram do país, à exceção de seu pai, que assumiu o Trono aos quatorze anos de idade. Depois dela, a ordem constitucional do Império caiu antes que os príncipes porvir pudessem tornar-se senadores.
Bilhete da Princesa Isabel a seu pai, datado de 13 de maio de 1888:
"Empereur Brésil, Milan.
Acabo sanccionar a lei da extincção da escravidão. Abraço Papae com toda a effusão do meu coração. Muito contentes com suas melhoras. Commungamos hoje por sua intensão.
Isabel".
"Isabel Cristina comemorou seu aniversário de 39 anos, em 1885, com uma solenidade no Paço Municipal da capital, o Rio de Janeiro. Sentada, tendo a seu lado o marido, foi a estrela da cerimônia em que diversos escravos foram alforriados.Conforme os nomes dos beneficiados eram anunciados pelo vice-presidente da Câmara, João Florentino Meira de Vasconcellos, eles seguiam para receber seus certificados de libertação das mãos de Isabel. Cada ex-escravo curvava-se e, em sinal de respeito e gratidão, dava um beijo na mão da aniversariante. A relação de afeto entre a mulher e os negros começava a ser demonstrada publicamente."
Em 30 de junho de 1887 assumiu a regência do império pela terceira vez, pois seu pai fora obrigado a afastar-se para tratamento de saúde na Europa. A abolição provocava grande oposição entre os fazendeiros escravocratas. Poderosos, esses escravocratas infundiram na opinião pública, através do Parlamento e da imprensa, a ideia de que a abolição da escravidão seria a bancarrota econômica do império, pois as prósperas fazendas de café e açúcar do Brasil de então eram todas elas, regadas com o suor do escravo. O negro era contado, medido e pesado e os juristas dos escravocratas criaram a tese jurídica de que o escravo era "propriedade" do senhor de engenho e, portanto, estavam sob amparo da Constituição, que garantia o "direito de propriedade". Eram tensas as relações entre a Regente e o Gabinete ministerial conservador. A Princesa aliava-se ao movimento popular, enquanto o Barão de Cotegipe defendia a manutenção da escravidão. Aproveitando-se da oportunidade oferecida por um incidente de rua, Isabel demitiu o ministério e nomeou o conselheiro João Alfredo, demonstrando determinação política e convicção do que considerava o melhor para o País, pois o Brasil foi a última Nação do ocidente a abolir a escravidão. Na Fala do Trono, de 1888, Isabel dissera com o coração jubiloso: "confio em que não hesitarei de apagar do direito pátrio a única exceção que nele figura..." O Conde D"Eu, marido de Isabel, ainda lhe advertiu: "não assine, Isabel, pode ser o fim da Monarquia." Mas a Princesa estava determinada e respondeu prontamente ao marido: "É agora, ou nunca!" Afinal, a escravidão, que tanto envergonhara a raça humana no Brasil, já durava, em 1888, três séculos, vitimando 12 milhões de negros africanos. Estava aberto o caminho para a liberdade dos escravos no império.
O Juramento da Princesa Imperial Dona Isabel, como regente do Império do Brasil.
Em 13 de maio de 1888, num domingo, aconteceram as últimas votações de um projeto de abolição total. Certa da vitória, a regente desceu de Petrópolis, cidade serrana, para aguardar no Paço Imperial o momento de assinar a Lei Áurea. Usou uma pena de ouro especialmente confeccionada para a ocasião, recebendo a aclamação do povo do Rio de Janeiro. O Jornal da Tarde, de 15 de maio de 1888, noticiou que "o povo que se aglomerava em frente do Paço, ao saber que já estava sancionada a grande Lei, chamou Sua Alteza, que aparecendo à janela, foi saudada por estrepitosos vivas." As galerias do Paço estavam repletas, e sob vivas e aplausos de uma multidão estimada em 10 mil pessoas, Isabel sancionou a Lei aprovada pelo Parlamento do Império. O jornalista mulato José do Patrocínio, aliado da Coroa, invadiu o recinto sem que ninguém conseguisse detê-lo e atirou-se aos pés da Princesa Regente em prantos de gratidão. Isabel dava provas, de que seu reino era, sim, deste mundo, contrariando a ironia do conselheiro Saraiva que afirmara justamente o contrário, zombando do sentimento profundamente cristão de Isabel . A história há de fazer sempre justiça à "Princesa Redentora", título que lhe atribuiu José do Patrocínio, pois ela demonstrou no processo abolicionista firmeza, coragem e, sobretudo, nobre desapego ao cargo, o qual - lhe preveniram - haveria de ser dela tomado pela reação inevitável dos altos e egoísticos interesses escravocratas contrariados, tudo conforme relata o livro Dom Pedro II e a Princesa Isabel, da Editora Lorenz, onde consta memorável testemunho do nobre abolicionista Joaquim Nabuco: " No dia em que a Princesa Imperial se decidiu ao seu grande golpe de humanidade, sabia tudo o que arriscava. A raça que ia libertar não tinha para lhe dar senão o seu sangue, e ela não o queria nunca para cimentar o trono de seu filho. A classe proprietária ameaçava passar-se toda para a República, seu pai parecia estar moribundo em Milão, era provável a mudança de reino durante a crise , e ela não hesitou: uma voz interior disse-lhe que um grande dever tem que ser cumprido, ou um grande sacrifício que ser aceito. Se a Monarquia pudesse sobreviver à abolição, esta seria o apanágio. Se sucumbisse, seria o seu testamento..."
Em 28 de setembro o Papa Leão XIII lhe remeteu a comenda da Rosa de Ouro, como reconhecimento pela Abolição da Escravatura. Essa comenda pontifícia simboliza o reconhecimento do Papa a algum feito notável e que mereça regozijo de toda a Igreja. A Princesa Isabel foi a única personalidade brasileira a receber a Rosa de Ouro. Ou outros dois exemplares foram dedicados à Basílica de Nossa Senhora Aparecida pelos Papas Paulo VI (1965) e Bento XVI (2007).
Mas a elite cafeeira não aceitava a abolição. Cotegipe, ao cumprimentar a princesa, vaticinou: "Vossa Alteza libertou uma raça, mas perdeu o trono". Mas a Princesa não hesitou em responder: "Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil"
De pensamento arrojado , Dona Isabel era partidária de algumas ideias modernas para sua época, como o sufrágio feminino e a reforma agrária. Documentos recentemente descobertos revelam que a princesa estudou indenizar os ex-escravos com recursos do Banco Mauá.
A República e o exílio
Princesa Isabel: A Redentora
Em 9 de novembro de 1889, poucos dias antes do golpe militar que instaurou a República no Brasil, a família imperial compareceu ao Baile da Ilha Fiscal, o último da monarquia:
"Dançou-se muito no baile da Ilha Fiscal, mas o que os convidados não imaginavam, nem o imperador D. Pedro II, é que se dançava sobre um vulcão. À mesma hora em que se acendiam as luzes do palacete para receber os milhares de convidados engalanados, os republicanos reuniam-se no Clube Militar, presididos pelo tenente-coronel Benjamin Constant, para maquinar a queda do Império. "Mais do que nunca, preciso sejam-me dados plenos poderes para tirar a classe militar de um estado de coisas incompatível com sua honra e sua dignidade", discursou Constant na ocasião, tendo como alvo justamente o Visconde de Ouro Preto. Longe dali, ao lado da família imperial, o visconde desmanchava-se em sorrisos ao comandar seu suntuoso festim. A família imperial chegou ao cais pouco antes das 10 horas. D. Pedro II, fardado de almirante, a imperatriz Teresa Cristina e o príncipe D. Pedro Augusto embarcaram primeiro. Quinze minutos depois foi a vez da princesa Isabel e do conde D'Eu. Uma vez no palácio, foram conduzidos a um salão em separado, onde já se achavam reunidos membros do corpo diplomático estrangeiro oficiais e alguns eleitos da sociedade carioca. O guarda-roupa da imperatriz não chegou a causar impressão especial entre os convidados - um vestido de renda de chantilly preta, guarnecido de vidrilhos. A toalete da princesa Isabel, no entanto, causou exclamações de admiração pelo luxo e pela beleza. Ela portava uma roupa de moiré preta listada, tendo na frente um corpinho alto bordado a ouro. Nos cabelos, carregava um diadema de brilhantes. "Na sequência, pouco mais de um ano depois de testemunhar o júbilo popular com a abolição da escravatura, Dona Isabel veria a monarquia no Brasil ser extinta. Insuflados pelos radicais positivistas, pela maçonaria e apoiados pelos fazendeiros, os militares depuseram o gabinete do Visconde de Ouro Preto e instauraram uma ditadura republicana. O livro "Barão de Santo Angelo, O Espírita da Corte" (Editora Lorenz) analisa as motivações do golpe republicano e traz informações importantes sobre as revoltas e ressentimentos pessoais do líderBenjamin Constant contra o monarca, fator considerado decisivo para a realização da quartelada que ensejou a proclamação a República. Os chamados "ideais republicanos", na verdade, constituiriam um simples pano de fundo para justificar a insurreição que mudou a forma de Governo em 1889. Dona Isabel, com 43 anos de idade, seguiu com sua família para o exílio, na madrugada de 17 de novembro de 1889, depois de ter sido expedida, na véspera, uma intimação pelo Major Frederico Solón, o mesmo que houvera espalhado a calúnia, na Rua do Ouvidor, de que Dom Pedro II decretara a prisão de Deodoro e Benjamin Constant, notícia falsa que precipitou o golpe, com a cavalaria na rua. A madrugada do embarque para o exílio era chuvosa e o mar estava revolto com graves riscos para as embarcações. Dom Pedro II sofria uma crise aguda do diabetes e embarcou, com dificuldade, amparado por seu médico particular, o Dr. Mota Maia, que com ele seguiu viagem. Foi nesse contexto dramático que a família real rumou para o exílio sem volta, depois de quase meio século de um Governo de paz e prosperidade, reconhecido pelos historiadores. Segundo suas próprias palavras, Isabel deixou a pátria aos soluços, sob as ordens e intimações do tenente-coronel João Nepomuceno Mallet, que mais tarde iria insurgir-se contra o próprio Governo republicano que ele ajudou a instalar. Não faltou quem quisesse reagir, como foi o caso do Almirante Tamandaré, mas Dom Pedro II recusou qualquer reação e pacificamente deixou o território nacional, para entrar na História. E o Brasil inaugurou a República sob forte crise, com fechamento do Congresso, banimentos, censura à imprensa, perseguição de jornalistas, autoritarismos. A inflação disparou e a economia entrou em crise. E assim foi praticamente durante toda a primeira década de República.
Os temores expressos na carta de três meses antes se confirmaram antes de que fosse possível legar aos negros libertos sua cota de justiça.
D. Pedro II morreu em Paris, em 5 de dezembro de 1891, e ela passou a ser considerada pelos monarquistas imperatriz de jure do Brasil - D. Isabel I.
Apesar da dor do exílio Dona Isabel teve uma velhice tranquila, instalada no castelo da família em Eu, na Normandia, propriedade de Gastão de Orléans (Castelo d'Eu). Rodeada pelos filhos e netos fez de sua casa uma embaixada informal do Brasil. Recebia brasileiros de passagem, ajudou o jovemAlberto Santos-Dumont quando desenvolvia suas invenções. Passou os últimos anos da vida com dificuldades de locomoção. Em 1920 teve a felicidade de saber que a lei que bania a Família Imperial do Brasil havia sido revogada pelo Presidente Epitácio Pessoa.
Neste sentido, convém notar, como em todos os processos históricos, houve uma disputa judicial, iniciada logo após o exílio forçado, e durante a qual aconteceram avanços e retrocessos, pareceres favoráveis e desfavoráveis e uma série de constrangimentos pelos quais a família imperial teve de passar. Em 1903, por exemplo, foi julgado em 14 de janeiro um pedido de habeas corpus impetrado pelos republicanos Urbano Sampaio Neves,Olympio Lima e Alberto Veiga:
"Olympio Lima e outros impetram ordem de habeas corpus em favor de Gastão de Orleans, Conde d'Eu, sua mulher Izabel de Orleans e demais membros da ex-dinastia brasileira de Bragança, para que cesse o constrangimento ilegal de que são vítimas, por força do decreto que os baniu do território nacional, e pedem a anulação do citado decreto, alegando que ele foi revogado pela Constituição Federal."
Sobre o habeas corpus, sua elaboração e princípios, o site Histórias e Lendas de Santos, afirma:
"A ideia de um habeas-corpus em favor da banida Família Imperial Brasileira nasceu do doutor Urbano de Sampaio Neves, ilustre advogado. Sua ação, como republicano, traduzira-se bem em seus trabalhos de jornalista no ultrarrepublicano Diário de Notícias. As conclusões a que chegara Urbano Neves são simples e objetivas: "Somente por ilegalidade, timidez ou indiferença é que a Família Imperial continua no exílio sob a pressão do decreto que a baniu do território nacional; só por estranho capricho, ou revoltante ingratidão, é que se recusa sepultura em terra brasileira ao venerando Monarca que durante meio século dirigiu os destinos deste País". Urbano Neves levou sua ideia ao doutor Martim Francisco Ribeiro de Andrada - duplamente ilustre, pela ascendência e pelo talento - sugerindo-lhe que requeresse uma ordem de habeas-corpus, já que suas opiniões políticas o aproximavam da Monarquia, já porque a sua comprovada competência jurídica e o prestígio de seu nome dariam àquele recurso as proporções de verdadeiro acontecimento. O doutor Martim Francisco, porém, recusou a ideia. Escrúpulos de ordem moral e política, que a situação justificava, e porque a seus amigos e correligionários parecia inoportuna qualquer atitude que provocasse, por parte das autoridades republicanas, maiores desabrimentos e intolerâncias, deixava de intentar o recurso sugerido, aguardando melhores tempos e melhores circunstâncias. Suas ideias eram, porém, francamente favoráveis ao habeas-corpus e, por várias vezes, manifestou-se publicamente a seu favor. Uma vez que a iniciativa do recurso de habeas-corpus não partia do elemento dinástico, partisse, então, dos republicanos, como afirmação categórica do sentimento de justiça que deve presidir os regimes democráticos. E dessa vez não houve medo, receio, escrúpulo, precaução. Os dois mais brilhantes redatores de A Tribuna, Olympio Lima, seu fundador, e Alberto Veiga, talvez o mais perfeito estilista da imprensa santista, colocaram-se ao lado de Urbano Neves. E juntos, diante do País e da História, assumiram a inteira responsabilidade desse ato superior e necessário. Isso estabelecido, caberia, naturalmente, a Urbano Neves redigir a petição, já que teve a iniciativa da ideia e era dono do conhecimento profissional necessário, mas o advogado preferiu confiar a Alberto Veiga, sob sua assistência quanto à parte jurídica, aquela tarefa. Sem dúvida alguma, ninguém melhor do que Alberto Veiga, o mais completo redator, o mais perfeito articulista, para redigir o documento. E, igualmente, ninguém mais autorizado a ser um aliado naquele trabalho, pelo seu caráter, honra e sentimento de justiça, cerrando fileiras junto aos demais, pela causa."
Sobre a revogação do Decreto de Banimento propriamente dito, a notícia foi veiculada inicialmente pelo Jornal O Imparcial, do Rio de Janeiro, no dia 4 de setembro de 1920. O decreto 4.120, assinado em 3 de setembro de 1920, procurava corrigir uma distorção jurídica, onde uma família brasileira, que não cometera crime algum, fora expulsa do país de maneira arbitrária.
É a historiadora Luciana Pessanha Fagundes, em seu memorável artigo Memórias da monarquia: D.Pedro II no cenário político da década de 2016quem nos descreve as circunstâncias em que se deu esta revogação:
"Enfim, no dia 3 de setembro realizava-se no Salão de Despachos do Palácio do Catete a assinatura do decreto que revogava o banimento da família real. Para assinatura do decreto foi oferecida ao presidente uma caneta de ouro obtida especialmente para a ocasião com dinheiro arrecadado mediante subscrição pública promovida pelo jornal A Rua. A cerimônia foi realizada com a presença de comissões de várias instituições importantes como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a Associação Brasileira de Letras e a Associação Brasileira de Imprensa. O decreto é caracterizado como uma “nova Lei Áurea” por Affonso Celso em artigo para o Jornal do Brasil. O presidente do IHGB apontava que a denominação Lei Áurea para a lei assinada naquele dia se devia pelo fato de que, assim como a de 13 de maio, “essa lei repara uma grave injustiça” e também “redime do exílio a excelsa senhora que mereceu o cognome de Redentora”. A república teria, então, inscrito nos anais da história uma “data luminosa semelhante aquela do Império”. Revogado o banimento, são formadas rapidamente duas comissões, capitaneadas pelo IHGB, encarregadas de organizar a recepção dos despojos do imperador e da imperatriz."
Além do banimento - por si só um ato autoritário e injustificável - ocorreu um verdadeiro confisco dos bens (particulares) da família imperial. Pouco comentado pela historiografia brasileira é o fato de que praticamente todos os bens e pertences dos Orleans e Bragança foram leiloados:
Princesa Isabel e o conde D'Eu com alguns de seus netos.
"No Brasil de 1890 deram-se 13 leilões dos bens da Casa Imperial - objetos, móveis e semoventes. Procederam à avaliação dos móveis, carros, animais e objetos existentes na Quinta da Boa Vista e os vindos do Paço da Cidade o tenente-coronel Costa Ferreira, da parte do Juízo da 2ª Vara de Órfãos e João Teixeira, por parte do dr. José da Silva Costa, procurador de d. Pedro de Alcântara. O Juiz da 2ª vara, dr. Honório Coimbra nomeou para proceder ao leilão o leiloeiro Joaquim Dias dos Santos. Francisco Marques dos Santos, em seu artigo intitulado O leilão do Paço de São Cristóvão, publicado no Anuário do Museu Imperial, vol. 1, 1940, fala dos absurdos, da desordem, da avaliação arbitrária e venda forçada dos bens da família."
Exilada, espoliada, com a saúde frágil, extremamente abalada pela morte de dois de seus filhos (Antônio, em 1918, e Luís, em 1920), a princesa Isabel faleceu em 14 de novembro de 1921. Foi sepultada no cemitério local, de onde seria trasladada em 6 de julho de 1953 para um jazigo no Mausoléu Imperial da Catedral de Petrópolis. Como afirma Nelly Martins Ferreira Candeias: "A Princesa Isabel conviveu com o predomínio agrário do tempo e declínio dos escravagistas marginalizados pelo golpe fatal da Abolição. Enfrentou a ideologia republicana dos adversários, a extinção da monarquia e as tristezas do exílio."
Posteridade
Foi organizado em julho de 2006 pelo Museu ImperialIPHAN e Ministério da Cultura, no Museu Imperial – Rua da Imperatriz, 220 – Petrópolis – Rio de Janeiro - um seminário comemorativo do 160º aniversário da Redentora, intitulado A Princesa das Camélias.
Há questões controversas a seu respeito, as quais a historiografia não tem dado conta de esgotar. Sabe-se que seu pai, por mais que a amasse, não a fez participar da vida política, até tornar-se ela regente por ocasião da primeira viagem do imperador ao estrangeiro. Seu catolicismo intenso fez que alguns temessem que, no poder, ela subordinasse a política a considerações ultramontanas. Mas essas afirmativas constituem meras especulações, pois não há fatos fidedignos que possam justificar essa preocupação. Na verdade, como não se tinha nada para acusar a Princesa Redentora - detentora de reconhecidas virtudes morais e culturais - valiam-se os republicanos e radicais de sua crença para tentar desqualificá-la. Isabel foi Princesa Regente numa época em que a mulher ainda não se houvera emancipado socialmente, sofrendo discriminações hoje repudiadas por consenso geral. Prova de habilidade política a Princesa deu ao exonerar o Gabinete Cotegipe para colocar em seu lugar o Conselheiro João Alfredo. Nessa ocasião trabalhou com habilidade junto ao Parlamento do Império para que a escravidão fosse definitivamente erradicado da vida brasileira. Prova de sua eficiência política foi o resultado vitorioso da votação que aprovou a Lei Áurea, depois de décadas de lutas em vão.Diz-se que o próprio marechal Deodoro da Fonseca, que depôs a monarquia, admitia a república para depois da morte de D. Pedro II. Esse fato, entretanto, simplesmente denota o respeito que o marechal nutria pelo Imperador. Em outras palavras, muitos queriam que D. Pedro II reinasse em paz até o fim da vida, mas não admitiam que houvesse uma Dona Isabel I. Na verdade, interesses pessoais e corporativos - e não ideais republicanos propriamente dito - que conspiravam para o fim da Monarquia, não tinham interesse que a Princesa Redentora assumisse o trono e então espalhavam injúrias para denegrir a imagem de Isabel junto à opinião pública, coisa que os escravocratas contrariados e republicanos radicais de plantão sabiam fazer como ninguém... Este foi o caso do Conselheiro Saraiva quando disse ao Imperador, lá em Petrópolis, que "o Reino de Isabel não era deste mundo", numa zombaria deselegante à fé que a Princesa nutria pelo cristianismo. Essa análise, que trata do contexto que envolveu os últimos tempos da Monarquia constam do livro "Dom Pedro II e a Princesa Isabel", publicação da Editora Lorenz.
Para os contemporâneos, especialmente os militares e fazendeiros, a compreensão de Isabel do próprio papel como governante do país seria inspirada pelo catolicismo ou então ela seria um mero fantoche nas mãos do marido. Esta postura era encampada por grande parte da imprensa:
"Isto leva a imprensa a publicar avaliações sobre a última regência de Isabel, sendo que estas são absolutamente contrastantes em alguns aspectos, dependendo da orientação política dos periódicos, ou totalmente coincidentes apesar dela.
A análise dessas avaliações nos levou a concluir que havia um consenso, ao menos na imprensa, de que o afastamento do Barão de Cotegipe, a escolha de João Alfredo e a abolição se fizeram por ação direta da Princesa, e que, estando D.Pedro II no trono, ela talvez não ocorresse naquela hora e muito menos da forma que foi feita, sem indenização.Isso é o provável motivo que, ao fim de sua regência, levava a imprensa abolicionista a exaltar seu ato e a não abolicionista a culpá-la pela sua insatisfação e pelas consequências que dela adviriam. No entanto, apesar ter suas virtudes e qualidades morais muitas vezes exaltadas, todos foram unânimes em considerar Isabel sem condições de governar,permanecendo a imagem de que a uma mulher cabe exercer seu papel exclusivamente na vida privada.Sua religiosidade e a ideia de que ela era facilmente influenciável,em especial por seu marido,também continuavam a aparecer para todos como um problema agravante. Um outro fator que ficava evidente era a debandada da classe agrária em direção ao movimento republicano e a organização deste, cada vez mais eficiente. Quando finda a terceira regência da Princesa, o republicanismo já havia se espalhado."
Em relação às afirmações da imprensa da época, dos primeiros republicanos e da unanimidade da historiografia brasileira, tanto positivista quanto marxista, até bem recentemente, podemos usar como contraponto a argumentação de Rachel Aparecida Bueno da Silva:
"Na verdade, passados mais de 100 anos da Proclamação da República, podemos nos questionar o quanto de ideológico existia nas colocações dos primeiros republicanos, imbuídos que estavam da vontade de consolidar um regime recém inaugurado e prover a devida justificativa teórica para a mudança da forma e do sistema de governo: de monárquico para republicano e de parlamentar para presidencialista."
 Beatificação:
Em outubro de 2011 foi oficialmente aberto o processo de beatificação da princesa, entregue ao cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani João Tempesta a pedido de monarquistas brasileiros21 . A justificativa para o pedido de beatificação de D. Isabel foi o de a princesa ter demonstrado durante toda sua vida uma profunda fé católica, além de ter sido a responsável pela libertação dos escravos no Brasil. O cardeal D. Orani prometeu levar o caso à arquidiocese de Paris, uma vez que a princesa viveu seus últimos anos e morreu na França. A Igreja investigará os diversos testemunhos de pessoas que dizem ter sido curadas por orações feitas à princesa.
Homenagem
Após ser derrotada no programa o maior brasileiro de todos os tempos em 2012, Princesa Isabel foi eleita a terceira maior brasileira de todos os tempos, ficando na frente Santos Dumont e Chico Xavier.
Ascendência[editar]
Ancestrais de Isabel do Brasil
Descendência
Representações na cultura:
A princesa Isabel já foi retratada como personagem no cinema e na televisão, interpretada por Ana Lúcia Torre na novela "Memórias de Amor" (1979), Tereza Raquel nas minisséries "Abolição" (1988), e "República" (1989), Miriam Mehler no seriado "Mundo da Lua" (1991), Irene Ravache na novela "Sangue do Meu Sangue" (1995), Rosamaria Murtinho na minissérie "Chiquinha Gonzaga" (1999), e Carolyna Aguiar no especial de fim de ano da TV Globo "O Natal do Menino Imperador" (2008).
Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 50 (cinquenta cruzeiros) de 1949 e nas de Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros) de 1981.
No livro "A Última Princesa" (Ed. Record), de Fábio Yabu, será mostrada como uma princesa de contos de fadas, expulsa do próprio reino por um poderoso feiticeiro após libertar os escravos.
Referências: Norma constitucional de 1824 Art. 120. O Casamento da Princesa Herdeira presumtiva da Coroa será feito a aprazimento do Imperador; não existindo Imperador ao tempo, em que se tratar deste Consórcio, não poderá ele efetuar-se, sem aprovação da Assembleia Geral. Seu Marido não terá parte no Governo, e somente se chamará Imperador, depois que tiver da Imperatriz filho, ou filha.
Disponível em Nossa História: "11 de agosto de 1889 – Paço Isabel Corte midi/Caro Snr. Visconde de Santa Victória/Fui informada por papai que me collocou a par da intenção e do envio dos fundos de se o Banco em forma de doação como indenização aos ex-escravos libertos em 13 de Maio do no passado, e o sigilo que o Snr. pidio ao prezidente do gabinete para não provocar maior reacção violenta dos escravocratas. Deus nos proteja si os escravocratas e os militares saibam deste nosso negócio pois seria o fim do actual governo e mesmo do Império e da caza de Bragança no Brazil. Nosso amigo Nabuco, além dos Snres. Rebouças, Patrocínio e Dantas, poderão dar auxílio a partir do dia 20 de Novembro quando as Camaras se reunirem para a posse da nova Legislatura. Com o apoio dos novos deputados e os amigos fiéis de papai no Senado será possível realizar as mudanças que sonho para o Brazil!/Com os fundos doados pelo Snr. teremos oportunidade de collocar estes ex-escravos, agora livres, em terras suas proprias trabalhando na agricultura e na pecuária e dellas tirando seos proprios proventos. Fiquei mais sentida ao saber por papai que esta doação significou mais de 2/3 da venda dos seos bens, o que demonstra o amor devotado do Snr. pelo Brazil. Deus proteja o Snr. e todo a sua família para sempre!/Foi comovente a queda do Banco Mauá em 1878 e a forma honrada e proba porém infeliz, que o Snr. e seo estimado sócio, o grande Visconde de Mauá aceitaram a derrocada, segundo papai tecida pelos ingleses de forma desonesta e corrupta. A queda do Snr. Mauá significou huma grande derrota para o nosso Brazil!/Mas não fiquemos mais no passado, pois o futuro nos será promissor, se os republicanos e escravocratas nos permitirem sonhar mais hum pouco. Pois as mudanças que tenho em mente como o senhor já sabe, vão além da liberação dos captivos. Quero agora dedicar-me a libertar as mulheres dos grilhões do captiveiro domestico, e isto será possível através do Sufrágio Feminino! Si a mulher pode reinar também pode votar!/Agradeço vossa ajuda de todo meo coração e que Deos o abençoe!/Mando minhas saudações a Madame la Vicomtesse de Santa Vitória e toda a família./Muito d. coração/ISABEL" (carta se encontra no Memorial Visconde de Mauá, num acervo de 3 mil documentos, que reúne gravuras, quadros, fotografias, manuscritos, livros, periódicos, etc. e foi divulgada, em rede nacional, pela imprensa em 30 de abril de 2009) A Carta da Princesa, disponível em A Carta da Princesa
princesa Isabel jovem
Isabel, princesa imperial do Brasil
Princesa Isabel
Casamento da princesa Isabel
Princesas Isabel e Leopoldina
Princesa Isabel e D. Pedro II em 1870
Princesa Isabel, Conde D'Eu e filho
O Juramento da Princesa Isabel, Victor Meirelles de Lima, 1875 (visão geral do quadro)
Conde Eu, Princesa Isabel e os filhos
Conde D'Eu e princesa Isabel na Usina do Exército, em 1886
Detalhe da imagem anterior
Casa da Princesa Isabel em Petrópolis
Aclamação da princesa Isabel em 1887
Família imperial na casa da princesa Isabel em 1887
Retrato da princesa Isabel, por Rovello (circa 1887). Notem as várias camélias adornando seus cabelos.
Câmara dos Deputados Gerais, Rio de Janeiro
Lei Áurea

Lei Áurea, Diário Oficial
Deputado Rodrigo Silva e Gabinete (Lei Áurea)
Missa no dia 17 de maio de 1888
Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo (Areia, 1854 — 1916), Baile da Ilha Fiscal
Castelo D'Eu, onde a princesa Isabel passou os últimos anos de vida
Interior do Castelo D'Eu
Princesa Isabel em seu último ano de vida (1921) no Castelo D'Eu.
Casa de Bragança
Nascimento: 29 de julho de 1846; Morte: 14 de novembro de 1921
Precedida por
D. Pedro II
como Imperador do Brasil
Sucedida por
D. Pedro Henrique
Precedida por
D. Pedro Afonso
Precedida por
Marquês de Olinda
Sucedida por
Nenhum

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
Art. 3º Constituem objetivosfundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
<P
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
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