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Religiões afro-brasileiras
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Religiões afro-brasileiras
Princípios Básicos
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- Babaçuê - Maranhão, Pará
- Batuque - Rio Grande do Sul
- Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
- Candomblé - Em todos estados do Brasil
- Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
- Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
- Encantaria - Maranhão, Piauí, Pará, Amazonas
- Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo
- Pajelança - Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas
- Quimbanda - Em todos estados do Brasil
- Tambor-de-Mina - Maranhão, Pará
- Terecô - Maranhão
- Umbanda - Em todos estados do Brasil
- Xambá - Alagoas, Pernambuco
- Xangô do Nordeste - Pernambuco
A estruturação do Batuque no estado do
Rio Grande do Sul deu-se no início do século XIX, entre os anos de 1833 e 1859 (Correa, 1988 a:69). Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na região de
Rio Grande e
Pelotas. Tem-se notícias, em jornais desta região, matérias sobre cultos de origem africana datadas de abril de 1878, (Jornal do Comércio, Pelotas).
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Antes da abolição da escravatura em
1888, os negros escravizados fugidos das fazendas, reuniam-se em lugares afastados nas florestas em agrupamentos ou comunidades chamadas
quilombos, depois da libertação, os africanos libertos reuniam-se em comunidades nas cidades que passaram a chamar de
candomblé. Candomblé é o nome genérico que se dá para todas as casas de candomblé independente da nação. A palavra candomblé a princípio era usado para designar qualquer festa dos africanos, teria sua origem nas
línguas bantuda palavra
Candombe que no
Uruguai é um ritmo musical
afro-uruguaio que deve existir também em outros países que receberam escravos africanos.

Foto antiga de um ritual de candomblé bantu
Nas
religiões afro-brasileiras, vários termos são usados para designar
iniciação.
Cada uma das religiões tem seus termos próprios,
iniciação,
feitura,
feitura de santo,
raspar santo, são mais usados nos
terreiros de
candomblé,
Candomblé de Caboclo,
Cabula,
Omoloko,
Tambor de Mina,
Xangô do Nordeste,
Xambá, no
Batuque usa-se o termo
fazer a cabeça ou
feitura. No
Culto de Ifá e no
Culto aos Egungun usam o termo
iniciação porém os
preceitos são diferentes das outras religiões.
No candomblé o período de
iniciação é de no mínimo sete anos, se inserem os
rituais de passagem, que indicam os vários procedimentos dentro de um período de
reclusão que geralmente é de 21 dias (podendo chegar a 30 dias dependendo da região), o aprendizado de rezas,
cantigas,
línguas sagradas, uso das folhas (
folhas sagradas), catulagem, raspagem, pintura, imposição do
adoxú e apresentação pública, é individual e faz parte dos
preceitos de cada pessoa que entra para a
religião dos
orixás.
Quando uma pessoa iniciada morre é feito o desligamento do
Egum,
Nvumbe na
cerimônia fúnebre e no
Axexê, conhecido pelos nomes de sirrum e zerim, que varia dependendo do grau iniciático do
morto.
Na
Umbanda e
Quimbanda não incluem os
ritos de passagem, nem feitura de santo propriamente dita, uma vez que não incorporam
Orixás incorporam os
Falangeiros de Orixás, usa-se o termo
fazer a cabeça onde pode existir a catulagem e pintura, porém a cabeça não é raspada completamente, e não tem imposição do adoxú. A reclusão nesses casos é de três a sete dias, é feita a
instrução esotérica, aprendizado das rezas e pontos riscados e cantados, e é feita a apresentação pública.
O
Babaçuê é de origem indigena, porém já adota algumas influências da
Umbanda.
O "Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira" (Cenarab), a
Baixada Fluminense tem 3,8 mil terreiros contra apenas 1,2 mil na área de
Salvador e do
Recôncavo Baiano, informação dada por Jairo Pereira, do Cenarab em 1997.
De todas as religiões afro-brasileiras, a mais próxima da
Doutrina Espírita é um segmento (linha) da Umbanda denominado de "Umbanda branca", e que não tem nenhuma ligação com o
Candomblé, o
Xambá, o
Xangô do Recife ou o
Batuque. Embora popularmente se acredite que estas últimas sejam um tipo de "espiritismo", na realidade trata-se de religiões iniciáticas
animistas, que não partilham nenhum dos ensinamentos relacionados com a Doutrina Espírita. Entretanto, outros segmentos da
Umbanda podem ter algumas semelhanças com a
Doutrina Espírita, mas também com o
Candomblé por causa da figura dos
Orixás.
No tocante específicamente ao Candomblé, crê-se na sobrevivência da alma após a morte física (os
Eguns), e na existência de espíritos ancestrais que, caso divinizados (os Orixás, cultuados coletivamente), não materializam; caso não divinizados (os
Egungun), materializam em vestes próprias para estarem em contacto com os seus descendentes (os vivos), cantando, falando, dando conselhos e auxiliando espiritualmente a sua comunidade. Observa-se que o conceito de "materialização" no Candomblé, é diferente do de "incorporação" na Umbanda ou na Doutrina Espírita.
- Em princípio os Orixás só se apresentam nas festas e obrigações para dançar e serem homenageados. Não dão consulta ao público assistente, mas podem eventualmente falar com membros da família ou da casa para deixar algum recado para o filho. O normal é os Orixás se expressarem através do jogo de Ifá, (oráculo) emerindilogun.
- Dependendo da nação ou linha de candomblé, os candomblés tradicionais não fazem a princípio contato com espíritos através da incorporação para consultas, é possível mas não é aceito.
- Já o candomblé de caboclo tem uma ligação muito forte com caboclos e exus que incorporam para dar consultas, os caboclos são diferentes da Umbanda.
- E existem os candomblés cujos pais de santo eram da Umbanda e passaram para o candomblé que cultuam paralelamente os Orixás e os guias de Umbanda.
No
Candomblé, todo e qualquer espírito deve ser afastado principalmente na hora da iniciação, para não correr o risco de um deles incorporar na pessoa e se passar por orixá, o Iyawo recolhido é monitorado dia e noite, recorrendo-se ao
Ifá ou
jogo de búzios para detectar a sua presença. A cerimónia só ocorre quando este confirma a ausência de
Eguns no ambiente de recolhimento.
Afastam todo e qualquer espírito (
egun), ou almas penadas, forças negativas, influências negativas trazidas por pessoas de fora da comunidade. Acredita-se que pessoas trazem consigo boas e más influências, bons e maus acompanhantes (
espíritos), através do jogo de
Ifá poderá se determinar se essas influências são de nascimento
Odu, de destino ou adquiridas de alguma forma.
Os espíritos são cultuados, nas casas de Candomblé, em uma casa em separado, sendo homenageados diariamente uma vez que, como
Exú, são considerados protetores da comunidade.
Existem Orixás que já viveram na terra, como
Xangô,
Oyá,
Ogun,
Oxossi, viveram e morreram, os que fizeram parte da criação do mundo esses só vieram para criar o mundo e retiraram-se para o Orun, o caso de
Obatalá, e outros chamados
Orixá funfun (branco).
Existem as
árvores sagradas que são as mesmas das
religiões tradicionais africanas onde
Orixás são cultuados pela comunidade como é o caso de
Iroko, Apaoká, Akoko, e também os orixás individuais de cada pessoa que é uma parte do Orixá em si e são a ligação da pessoa, iniciada com o Orixá divinizado.
Ou seja uma pessoa que é de Xangô, seu orixá individual é uma parte daquele
Xangô divinizado com todas as características, ou como chamam
arquétipo.
Existe muita discussão sobre o assunto: uns dizem que o
Orixá pessoal é uma manifestação de dentro para fora, do Eu de cada um ligado ao orixá divinizado, outros dizem ser uma
incorporação mas é rejeitada por muitos membros do
candomblé, justificam que nem o
culto aos Egungun é de incorporação e sim de
materialização. Espíritos (Eguns) são despachados (afastados) antes de toda cerimônia ou
iniciação do candomblé.
Referências
- Diversidade religiosa afro-brasileira: denominações menos pesquisadas Mundicarmo Ferretti e Sérgio Ferretti
- As religiões afro-brasileiras e seus seguidores[1] - Reginaldo Prandi (Professor Titular do Departamento de Sociologia da USP) - Publicado em Civitas, Revista de Ciências Sociais, vol. 3, nº 1, pp. 15–34, Porto Alegre, PUC-RS, junho de 2003. ISSN 1519-6089
- VATIN, Xavier. Rites et musiques de possession à Bahia. Paris: L'Harmattan, 2005.
- http://teo-filo-lit-wm.blo(g)spot.com.br/2011/08/influencia-da-religiao-africana-no.html Influência da religião africana no Brasil por Willians Moreira Damasceno, professor de teologia, filosofia, grego e hebraico.
Ligações externas[editar]
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Religiões brasileiras com raízes africanas |