Judaísmo
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Judaísmo
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Judaísmo (em hebraico: יהדות, Yahadút)
é uma das três principais religiões
abraâmicas, definida como a "religião, filosofia e
modo de vida" do povo judeu.1 Originário
da Bíblia Hebraica(também
conhecida como Tanakh)
e explorado em textos posteriores, como o Talmud,
é considerado pelos judeus religiosos
como a expressão do relacionamento e da aliança desenvolvida entre Deus com os Filhos de Israel.
De acordo com o judaísmo
rabínico tradicional,
Deus revelou as suas leis e mandamentos aMoisés no Monte Sinai,
na forma de uma Torá escrita e oral.2 Esta
foi historicamente desafiada pelo caraítas, um movimento que
floresceu no período medieval,
que mantém vários milhares de seguidores atualmente e que afirma que apenas a
Torá escrita foi revelada.3 Nos
tempos modernos, alguns movimentos liberais, tais como o judaísmo
humanista, podem ser considerados não-teístas.4
O judaísmo afirma uma
continuidade histórica que
abrange mais de 3.000 anos. É uma das mais antigas religiões monoteístas5 e
a mais antiga das três grandes religiões abraâmicas que sobrevive até os dias
atuais.6 7 Os hebreus/israelitas já foram referidos
comojudeus nos
livros posteriores ao Tanakh, como o Livro de Ester,
com o termo judeus substituindo a
expressão "Filhos de Israel."8Os textos,
tradições e valores do judaísmo foram fortemente influenciados mais tarde por
outras religiões
abraâmicas, incluindo o cristianismo,
o islamismo e
a Fé Bahá'í.9 10 Muitos
aspectos do judaísmo também foram influenciados, direta ou indiretamente, pelaética secular ocidental e
pelo direito civil.11
Os judeus são
um grupo
etno-religioso12 e
incluem aqueles que nasceram judeus e foram convertidos ao judaísmo. Em 2010, a
população judaica mundial foi estimada em 13,4 milhões, ou aproximadamente 0,2%
dapopulação
mundial total.
Cerca de 42% de todos os judeus residem em Israel e
cerca de 42% residem nosEstados Unidos e Canadá, com a maioria
dos vivos restantes na Europa.13 O
maior movimento religioso judaico é o judaísmo
ortodoxo (judaísmo haredi e o judaísmo
ortodoxo moderno), o judaísmo
conservador e
o judaísmo
reformista. A principal fonte de diferença entre esses grupos
é a sua abordagem em relação à lei judaica.14 O
judaísmo ortodoxo sustenta que a Torá e
a lei judaica são de origem divina, eterna e imutável, e que devem ser
rigorosamente seguidas. Judeus conservadores e reformistas são mais liberais,
com o judaísmo conservador, geralmente promovendo uma interpretação mais
"tradicional" de requisitos do judaísmo do que o judaísmo reformista.
A posição reformista típica é de que a lei judaica deve ser vista como um
conjunto de diretrizes gerais e não como um conjunto de restrições e obrigações
cujo respeito é exigido de todos os judeus.15 16Historicamente, tribunais especiais aplicaram a lei judaica;
hoje, estes tribunais ainda existem, mas a prática do judaísmo é na sua maioria
voluntária.17 A
autoridade sobre assuntos teológicos e jurídicos não é investida em qualquer
pessoa ou organização, mas nos textos sagrados e nos muitos rabinos e
estudiosos que interpretam esses textos.18
Índice
Este
artigo contém texto emhebraico.
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O termo
"judaísmo" veio ao português pelo termo grego Ιουδαϊσμός
(transl. Iudaïsmós),
que, por sua vez, designava algo ou alguém relacionado ao topônimo Judá -
em grego Ιούδα (transl. Iúda), e emhebraico יהודה
(transl. Yehudá).
O sacrifício de Abraão,
porRembrandt. O patriarca Abraão é
considerado o fundador do judaísmo, a mais antiga dasreligiões
abraâmicas.
A história do
judaísmo é a história de como se desenvolveu a religião principal da comunidade
judaica que, ainda que não seja unificada (verReligiosidade
judaica), contém princípios básicos que a distingue de
outras religiões. De acordo com a visão religiosa o judaísmo é uma religião
ordenada pelo Criador através de um pacto eterno com o patriarca Abraão e
sua descendência. Já os estudiosos[carece de fontes] creem que o
judaísmo seja fruto da fusão e evolução de mitologias e costumes tribais da
região doLevante unificadas
posteriormente mediante a consciência de um nacionalismo judaico.
Ainda que seja
intimamente relacionada à história do povo
judeu, a história do judaísmo se distingue por enfatizar
somente a evolução da religião e como esta influenciou o povo judeu e o mundo.
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Símbolos do judaísmo (em sentido horário):
castiçais doShabat, cálice de
lavagem das mãos, Chumash e Tanakh,ponteiro da Torá, shofar e
caixa de etrog.
Surgiram variadas
formulações das crenças judaicas, a maioria das quais com muito em comum entre
si, mas divergentes em vários aspectos. Uma comparação entre várias dessas
formulações mostra um elevado grau de tolerância pelas diferentes perspectivas
teológicas. O que se segue é um sumário das crenças judaicas. Uma discussão
mais detalhada destas crenças, acompanhada por uma discussão sobre as suas
origens, pode ser encontrada no artigo sobre os princípios
de fé judaicos.
Monoteísmo
O princípio básico
do judaísmo é a unicidade absoluta de YHWH como Deuse criador,
onipotente, onisciente, onipresente, que influencia todo o universo, mas que
não pode ser limitado de forma alguma. A afirmação da crença no monoteísmo
manifesta-se na profissão de fé judaica conhecida como Shemá. Assim qualquer
tentativa de politeísmo é fortemente
rechaçada pelo judaísmo, assim como é proibido seguir ou oferecer prece a outro
que não seja YHWH.
Conforme o
relacionamento de YHWH com Israel, o judaísmo
enfatiza certos aspectos da divindade chamando-o por títulos diferenciados (ver Nomes
de Deus no Judaísmo).
O judaísmo
posterior ao exílio no entanto assumiu
a existência de uma corte espiritual na qual Deus seria
uma espécie de rei, o qual controlaria seres para execução de sua vontade (anjos). Esta visão era
aceita pelosfariseus e passada para o
posterior judaísmo rabínico, mas no entanto desprezada pelos saduceus.
O judaísmo defende
uma relação especial entre Deus e
o povo judeu, manifesta através de uma revelação contínua de geração a geração.
O judaísmo crê que a Torá é
a revelação eterna dada por Deus aos judeus. Os judeus rabinitas e caraítas
também aceitam que homens através da história judaica foram inspirados pela
profecia, sendo que muitas das quais estão explícitas nos Neviim e
nos Kethuvim. O conjunto
destas três partes formam as Escrituras Hebraicas conhecidas como Tanakh.
A profecia dentro
do judaísmo não tem o caráter exclusivamente adivinhatório como assume em
outras religiões, mas manifestava-se na mensagem da Divindade para com seu povo
e o mundo, que poderia assumir o sentido de advertência, julgamento ou
revelação quanto à Vontade da Divindade. Esta profecia tem um lugar especial
desde o princípio do mosaísmo, seguindo pelas diversas escolas de profetas
posteriores (que serviam como conselheiros dos reis) e tendo seu auge com a
época dos dois reinos. Oficialmente se reconhece que a época dos profetas
encerra-se na época do exílio babilônico e do retorno a Judá. No entanto o
judaísmo reconheceu diversos profetas durante a época do Segundo Templo,
e durante o posterior período rabínico.
O entendimento dos
conceitos de corpo, alma e espírito no
judaísmo varia conforme as épocas e as diversas seitas judaicas. O Tanach não
faz uma distinção teológica destes, usando o termo que geralmente é traduzido
como alma (néfesh) para se referir à vida e o termo geralmente traduzido
como espírito (ruakh) para se referir a fôlego. Deste modo, as interpretações
dos diversos grupos são muitas vezes conflitantes, e muitos estudiosos preferem
não discorrer sobre o tema.
O Tanach, excetuando
alguns pontos poéticos e controversos, jamais faz referência a uma vida além da
morte, nem a um céu ou inferno, pelo que os saduceus posteriormente
rejeitavam estas doutrinas. Porém após o exílio em Babilônia, os judeus
assimilaram as doutrinas da imortalidade da alma, da ressurreição e do juízo
final, e constituíam em importante ensino por parte dos fariseus.
Nas atuais
correntes do judaísmo, as afirmações sobre o que acontece após a morte são
postulados e não afirmações, e varia-se a interpretação dada ao que ocorre na
morte e se existe ou não ressurreição. A maioria das correntes crê em uma
ressurreição no mundo vindouro (Olam Habá),
incluindo os caraítas, enquanto outra
parcela do judaísmo crê na reencarnação,
e o sentido do que seja ressurreição ou reencarnação varia de acordo com a
ramificação.
Cabalá é o nome
dado ao conhecimento místico esotérico de algumas correntes do judaísmo, que
defende interpretação do universo, de Deus e das escrituras através de suas
naturezas divinas.
A lei judaica
ortodoxa considera judeu todo aquele que nasceu de mãe judia ou se converteu de
acordo com essa mesma lei, segundo o judaísmo rabínico. Algumas ramificações
como o Reformismo e o Reconstrucionismoaceitam
também a linhagem patrilinear, desde que o filho tenha sido criado e educado em
meio judaico.
Um judeu que deixe
de praticar o judaísmo e se transforme num judeu não-praticante continua a ser
considerado judeu. Um judeu que não aceite osprincípios
de fé judaicos e
se torne agnóstico ou ateu também
continua a ser considerado judeu.
No entanto, se um
judeu se converte a uma outra religião, ou ainda, que se afirme "judeu
messiânico" (ramificação que defende Jesus como o messias para os judeus)
geralmente é visto como que perdido o lugar como membro da comunidade judaica
tradicional e transforma-se num apóstata. Esta pessoa,
caso pretenda retornar ao judaísmo, não precisa se converter, de acordo com a
maior parte das autoridades em lei judaica,
mas abjurar das antigas práticas relativas às outras fés.
As pessoas que
desejam se converter ao judaísmo devem aderir aos princípios e tradições
judaicas. Os homens têm de passar pelo ritual do brit milá (circuncisão).
Qualquer converso tem de passar ainda pelo ritual da mikváou banho ritual.
Os judeus ortodoxos reconhecem apenas conversões feitas por seus tribunais
rabínicos, seja em Israel ou em outros locais. As comunidades reformistas e
liberais também exigem a adesão aos princípios e tradições judaicos, o brit milá e a mikvá,
de acordo com os critérios estipulados em cada movimento.
Enquanto as
conversões autorizadas por tribunais rabínicos ortodoxos são aceitas como
válidas por quase todas as correntes do judaísmo, aquelas feitas de acordo com
as correntes Reformista ou Conservadora são aceitas pelo Estado de Israel e nas
comunidades judaicas não-ortodoxas no mundo inteiro - mais de 80% da população
dos judeus do planeta, mas rejeitadas pelo movimento ortodoxo.
·
Brit milá -
As boas-vindas dos bebés do sexo masculino à aliança através do ritual da circuncisão.
·
B'nai Mitzvá - A celebração da
chegada de uma criança à maioridade, e por se tornar responsável, daí em
diante, por seguir uma vida judaica e por seguir a halakhá.
·
Shiv'á -
O judaísmo tem práticas de luto em várias etapas. À primeira etapa (observada
durante uma semana) chama-se shiv'á,
à segunda (observada durante um mês) chama-se sheloshim e, para aqueles
que perderam um dos progenitores, existe uma terceira etapa, a avelut yod bet
chódesh, que é observada durante um ano.
Vida comunitária
judaica é o nome dado à organização das diferentes comunidades judaicas no
mundo. Há variações de locais e costumes mas geralmente as comunidades contam
com um sistema de regras comunais e religiosas, um conselho para julgamento e
um centro comunal com local para estudo. No entanto, a família é considerada o
principal elemento da vida comunitária judaica, o que ao lado do mandamento de Crescei e
multiplicai leva
ao desestímulo de práticas ascéticas como
o celibato apesar
da existência através da história de algumas seitas judaicas que promovessem
esta renúncia.
A sinagoga é o
local das reuniões religiosas da comunidade judaica, hábito adquirido após a
conquista de Judá pela Babilônia e
a destruição do Templo de
Jerusalém. Com a inexistência de um local de culto, cada
comunidade desenvolveu seu local de reuniões, que após a construção do Segundo Templo tornou-se os
centros de vida comunitária das comunidades daDiáspora. Na estrutura da
sinagoga destaca-se o rabino, líder espiritual
dentro da comunidade judaica e o chazan (cantor
litúrgico).
O Chérem é
a mais alta censura eclesiástica na comunidade judaica. É a exclusão total da
pessoa da comunidade judaica. Excepto em casos raros que tiveram lugar entre os
judeus ultra-ortodoxos, o cherem deixou de se praticar depois do Iluminismo,
quando as comunidades judaicas locais perderam a autonomia de que dispunham
anteriormente e os judeus foram integrados nas nações gentias em que viviam.
Cultura judaica lida com os
diversos aspectos culturais das comunidades judaicas, oriundos da prática do
judaísmo, de sua integração aos diversos povos e culturas no mundo, assim como
assimilação dos costumes destes. Entre os principais aspectos da cultura
judaica podemos enfatizar os idiomas, as vestimentas e a alimentação (Cashrut).
O judaísmo possui
algumas tradições religiosas e culturais em relação à vestimentas, dentre as
quais podemos destacar:
·
Kipá são os chapéus
utilizado pelos judeus tanto como símbolo da religião como símbolo de
"temor a Deus".
·
Tzitzit é o nome dado à
franjas do talit, que servem como meio de lembrança dos mandamentos de Deus.
Baseados na Torá a
maior parte das ramificações judaicas segue o calendário lunar. O calendário
judaico rabínico é contado desde 3761 a.C. O Ano Novo judaico, chamado Rosh Hashaná (em hebraico ראש
השנה, literalmente "cabeça do ano") é o nome dado ao ano-novo no
judaísmo)., acontece no primeiro ou no segundo dia do mês hebreu de Tishrei, que pode cair em
setembro ou outubro. Os anos comuns, com doze meses, podem ter 353, 354 e 355
dias, enquanto os bissextos, de treze meses, 383, 384 ou 385 dias. o calendario
judaico começa a ser contado em 7 de outubro de 3760 a.C.que para os judeus foi
a data da criação do mundo.
Diversas festividades são baseados neste
calendário: pode-se dar ênfase às festividades de Rosh Hashaná,Pessach, Shavuót, Yom Kipur e Sucót. As diversas
comunidades também seguem datas festivas ou de jejum e oração conforme suas
tradições. Com a criação do Estado de Israel diversas datas
comemorativas de cunho nacional foram incorporadas às festividades da maioria
das comunidades judaicas.
O hebraico (também
chamado לשון הקודש Lashon
haKodesh ("A
Língua Sagrada") ) é o principal idioma utilizado no judaísmo utilizado
como língua litúrgica durante séculos. Foi revivido como um idioma de uso
corrente no século XIX e utilizado atualmente como idioma oficial no Estado de Israel.
No entanto diversas comunidades judaicas utilizam outros idiomas cuja origem em
sua maioria surgem da mistura do hebraico com idiomas locais (ver Línguas judaicas).
Escatologia
judaica refere-se
às diferentes interpretações judaicas dadas aos temas relacionados ao futuro:
ainda que se acreditarmos na Torá este
tema não seja tão desenvolvido no judaísmo primitivo após o retorno doExílio em
Babilônia desenvolveu-se
baseado no profetismo e no nacionalismo judaico conceitos que iriam formar a
base da escatologia judaica. Entre estes temas principais podemos nomear os
conceitos sobre o Messias e
oOlam Habá (mundo
vindouro) no qual todas as nações submeter-se-iam a YHWH e
a Torá e
na qual Israelocuparia um lugar
de proeminência.
Dentro do
judaísmo, a doutrina do Messias é
um assunto que pode variar de ramificação para ramificação. Historicamente
diversos personagens foram chamados de Messias, do hebraico ungido,
que não assume o mesmo sentido habitual do cristianismo como um "ser
salvador e digno de adoração" . Até mesmo o conceito do Messias não
aparece na Torá, e por isto mesmo
recebe interpretações diferentes de acordo com cada ramificação.
A maior parte dos
judeus crê no Messias como um homem judeu, filho de um homem e de uma mulher,
(em algumas ramificações é considerado que viria da tribo de Judá e da
descendência do rei David, uma herança do sentimento nacionalista que regulou a
vida judaica pós-exílio) que reinará sobre Israel, reconstruirá a
nação fazendo com que todos os judeus retornem à Terra Santa e unirá os povos
em uma era de paz e prosperidade sob o domínio de YHWH[carece de fontes].
Algumas
ramificações judaicas (reformistas) creem no entanto que a era messiânica não
envolva necessariamente uma pessoa, mas sim que se trate de um período de paz,
prosperidade e justiça na humanidade. Dão por isso particular importância ao
conceito de "Tikun Olam",
"reparar o mundo", ou seja, a prática de uma série de actos que
conduzem a um mundo socialmente mais justo.
Os diversos
eventos da história judaica levaram a uma
valorização do estudo e da alfabetização dos membros da comunidade judaica. Na Diáspora a
busca de conexão com o judaísmo e a busca de não-assimilação com os costumes
gentílicos levaram a uma ênfase na necessidade da educação e alfabetização
desde a infância, pelo que na maior parte das comunidades judaicas o
analfabetismo é praticamente inexistente. Este pensamento levou à criação de
uma vasta literatura principalmente de uso religioso.
Dentro do
judaísmo, a escritura mais importante é a Torá, que seria o
livro contendo o conjunto de histórias da origem do mundo, do homem e do povo
de Israel, assim como os mandamentos de obediência a Deus. Para a maior
parte das ramificações judaicas, acrescenta-se a história de Israel e as
palavras dos profetas israelitas até a construção do Segundo Templo,
com sua literatura relacionada, que compiladas na época do retorno de Babilônia, constituíram o
que conhecemos como Tanakh, conhecido pelos
não-judeus como Antigo Testamento.
Os judeus rabinitas creem que Moisés recebeu
além da Torá escrita,
uma tradição oral que serviria como um complemento da primeira, e que seria
passada de geração à geração desdeMoisés, e que viria a
ser compilada no século IV d.C.
como o Talmude. Os judeus
caraítas recusam estes textos .
Cada ramificação
tem seus próprios textos e livros.
·
·
Pensamento e ética judaicas.
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Nos dois últimos
séculos, a comunidade judaica dividiu-se numa série de denominações; cada uma
delas tem uma diferente visão sobre que princípios deve um judeu seguir e como
deve um judeu viver a sua vida. Apesar das diferenças, existe uma certa unidade
nas várias denominações.
O judaísmo
rabínico, surgido do movimento dos fariseus após
a destruição do Segundo Templo,
e que aceita a tradição oral além da Torá escrita,
é o único que hoje em dia é reconhecido como judaísmo, e é comumente dividido
nos seguintes movimentos:
·
Judaísmo
ortodoxo -
considera que a Torá foi
escrita por Deus que a ditou a Moisés, sendo as suas
leis imutáveis. Os judeus ortodoxos consideram o Shulkhan Arukh (compilação das
leis do Talmude do século XVI,
pelo rabino Yosef Karo)
como a codificação definitiva da lei judaica. O judaísmo ortodoxo exprime-se
informalmente através de dois grupos, o judaísmo moderno
ortodoxo e
o judaísmo haredi. Esta última
forma é mais conhecida como "judaísmo ultraortodoxo", mas o termo é
considerado ofensivo pelos seus adeptos. Ojudaísmo
chassídico é
um subgrupo do judaísmo haredi.
·
Judaísmo
conservador -
fora dos Estados Unidos é conhecido por
judaísmo Masorti. Desenvolveu-se
na Europa e nos Estados Unidos no século XIX,
em resultado das mudanças introduzidas pelo Iluminismo e a Emancipação
dos Judeus. Caracteriza-se por um compromisso em seguir as leis e práticas do
judaísmo tradicional, como o Shabat e
o cashrut, uma atitude
positiva em relação à cultura moderna e uma aceitação dos métodos rabínicos
tradicionais de estudo das escrituras, bem como o recurso a modernas práticas
de crítica textual. Considera que o judaísmo não é uma fé estática, mas uma
religião que se adapta a novas condições. Para o judaísmo conservador, a Torá
foi escrita por profetas inspirados por Deus, mas considera não se tratar de um
documento da sua autoria.
·
Judaísmo
reformista -
formou-se na Alemanha em
resposta ao Iluminismo.
Rejeita a visão de que a lei judaica deva ser seguida pelo indivíduo de forma
obrigatória, afirmando a soberania individual sobre o que observar. De início
este movimento rejeitou práticas como a circuncisão,
dando ênfase aos ensinamentos éticos dos profetas; as orações eram realizadas
na língua vernácula. Hoje em dia, algumas congregações reformistas voltaram a
usar o hebraico como língua das orações; a brit milá é obrigatória e a cashrut,
estimulada.
·
Judaísmo
reconstrucionista: formou-se entre as décadas
de 20 e 40 do século XX por Mordecai Kaplan,
um rabino inicialmente conservador que mais tarde deu ênfase à reinterpretação
do judaísmo em termos contemporâneos. À semelhança do judaísmo reformista não
considera que a lei judaica deva ser suprema, mas ao mesmo tempo considera que
as práticas individuais devem ser tomadas no contexto do consenso comunal.
·
Judaísmo
humanístico:O judaísmo humanístico é um movimento no judaísmo
que busca manter a identidade cultural e tradição judaicas ao mesmo tempo que
deixa de enfatizar crenças teísticas, é um movimento no judaísmo , que oferece
uma alternativa não-teísta na vida judaica contemporânea, Ele define o judaísmo
como a experiência cultural e histórica do povo judeu e incentiva humanistas e
seculares judeus para celebrar a sua identidade judaica através da participação
em festas judaicas e eventos do ciclo de vida (como casamentos, bar e bat
mitzvah) com cerimônias inspiradoras que se apóiam, mas ir além da literatura
tradicional.
Para além destes
grupos existem os judeus não praticantes, ou laicos, judeus que não acreditam
em Deus mas ainda assim mantêm culturalmente costumes judaicos.
Porcentagem de judeus por país.
O judaísmo não é
atualmente uma religiãoproselitista,
ainda que no passado já tenha efetuado missões deste tipo, especialmente
durante o período do Segundo Templo19 20 .
Atualmente o judaísmo aceita a pluralidade religiosa, e prega a obrigação dos
cumprimentos da Torá apenas
ao povo judeu. No entanto defende que certos mandamentos (chamados de Leis de Noé,
devido à terem sido entregues por Deus a Noé depois
do Dilúvio), devem ser
seguidas por toda a vida.
Apesar do Cristianismo defender uma
origem judaica, o judaísmo
considera o cristianismo uma religião pagã[carece de fontes].
Apesar da existência de judeus convertidos
ao Cristianismo e outras
religiões, não existe nenhuma forma de judaísmo rabínico que aceite as
doutrinas do Cristianismo como a divindade
de Jesus ou a crença em seu caráter messiânico. Há movimentos, como Judaísmo
messiânico que
tentam conciliar a crença em Jesus como messias e a identidade judia. Algumas
ramificações tentaram ver Jesus como um profeta ou
umrabino famoso,
mas hoje esta visão também é descartada pela maioria dos judeus[carece de fontes].
Desde o Holocausto,
deram-se muitos passos no sentido da reconciliação entre alguns grupos cristãos
e o povo judeu. O artigo sobre a reconciliação entre judeus e cristãos estuda
este assunto.
Tentativas por
parte de grupos religiosos cristãos (principalmente de origem evangélica) de
conversão ao judaísmo são desprezadas e condenadas pelos grupos religiosos
judaicos.
O islamismo toma
diversas de suas doutrinas do judaísmo, sendo que as duas religiões mantêm seu
intercâmbio religioso desde a época de Maomé, com períodos de
tolerância e intolerância de ambas as partes. É especialmente significativo o
período conhecido como Idade de Ouro da cultura judaica,
entre 900 a 1200 naEspanha
muçulmana. Na China imperial os judeus eram contados juntos
com os muçulmanos sob a designação de Hui-hui e tanto as
sinagogas e mesquitas chamadas pelo mesmo nome, Tsing-chin sze.
Em algumas instâncias, grupos judeus adotaram o islão, como ocorreu entre os jehudi al-islami na pérsia.
O recente conflito
palestino-israelense, o que envolve entre parte da população muçulmana e dos
judeus devido à questão do controle de Jerusalém e outros pontos políticos,
históricos e culturais fomentou ainda mais a divergência entre judaísmo e
islão.
O islão reconhece
os judeus como um dos povos do Livro,
apesar de acreditarem que os judeus sigam uma Torá corrompida. Já o judaísmo
rabínico não crê em Maomé como
profeta e não aceitam diversos mandamentos doislão.
Religiões abraâmicas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
Religiões
abraâmicas são
as religiões monoteístas cuja origem comum
é reconhecida em Abraão ou o
reconhecimento de uma tradição espiritual identificada com ele. Essa é uma das
três divisões principais em religião comparada,
junto com as religiões indianas (Dharma)
e as religiões da Ásia Oriental.
As três principais
religiões abraâmicas são, em ordem cronológica de fundação, o judaísmo,
o cristianismo e o islamismo.
O judaísmo considera-se como a religião dos descendentes de Jacó, um neto de Abraão.
Ele tem uma visão estritamente unitária de Deus e o seu livro
sagrado central
para quase todos os ramos é a Bíblia
Hebraica, como elucidado na lei oral.
O cristianismo começou como uma seita do judaísmo no século I d.C. e evoluiu para uma
religião separada, a Igreja
Cristã, com crenças e práticas distintas. Jesus é a figura central
do cristianismo, considerado por quase todas as denominações como de origem
divina, tipicamente como apersonificação de um Deus Trino.nota 3 A Bíblia
Cristã é
geralmente considerada a autoridade máxima, juntamente com a Sagrada Tradição em algumas
denominações apostólicas, tais como o protestantismo,
o catolicismo romano e a ortodoxia oriental.
Oislã surgiu na Arábianota 4 no século VII d.C., com uma visão
estritamente unitária de Deus.nota 5 Os muçulmanos
(seguidores do islã) tipicamente apontam o Alcorão como a autoridade
máxima de sua religião, como revelado e esclarecido através dos ensinamentos
e práticasnota 6 de um central, mas
não divino, profeta, Maomé.
Fora destas três religiões bem conhecidas, há uma série de entes relativamente
menores, como a Fé Bahá'í e osdrusos,
ambos originalmente ramificações do islamismo
xiita.5
Porcentagem de membros de religiões abraâmicas por
país.
As três principais
religiões abraâmicas têm certas semelhanças. Todas são monoteístas e concebem Deus como uma figura de
um criador transcendente e a fonte da lei moral,6 e as
características de suas narrativas sagradas partilham muitos dos mesmos
valores, histórias e lugares, embora muitas vezes apresente-os com diferentes
funções, perspectivas e significados. Elas também têm muitas diferenças
internas com base em detalhes de doutrina e prática. O cristianismo é dividido
em três ramos principais (católico, ortodoxo e protestante),
além dezenas de denominações significativas e pequenas. O islã
tem dois ramos principais (sunitas e xiitas),
cada uma tendo várias denominações. O judaísmo também tem um pequeno número de
denominações, das quais as mais significativas são os ortodoxos, conservadores e reformistas. Às vezes e em
vários locais as diferentes religiões, e alguns dos ramos dentro da mesma
religião básica, têm estado em um conflito amargo com o outro na medida de
guerra e derramamento de sangue.
No início do século XXI havia 3,8 bilhões
de seguidores das três principais religiões abraâmicas e estima-se que 54% da população mundial se considere
adepta de uma dessas religiões, cerca de 30% de outras religiões e 16% é não-religiosa.7 8
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