quinta-feira, 9 de outubro de 2014

FALSOS ARGUMENTOS A FAVOR DO DOMINGO

Falsos argumentos a favor do Domingo

FALSOS ARGUMENTOS A FAVOR DO DOMINGO

Por Tsadok Ben Derech


Analisaremos agora os argumentos daqueles que acham que o domingo é o dia de YHWH, rechaçando-os e evidenciando como são frágeis e desprovidos de fundamento escriturístico.

1ª Falsa Afirmativa: Yeshua ressuscitou no domingo. Então, o shabat foi substituído pelo domingo
Primus, destaca-se que NÃO existe nenhum texto na Bíblia dizendo: “o shabat (sábado) foi substituído pelo domingo em razão da ressurreição de Yeshua”. Veremos mais adiante que quem substituiu “oficialmente” o shabat pelo domingo foi o Imperador Romano Constantino, que se “converteu” a Yeshua HaMashiach.  Mesmo sendo “convertido”, Constantino matou a própria mulher e sua filha e frequentava os templos pagãos de adoração ao deus sol. Em verdade, tal Imperador sempre foi pagão e idólatra, substituindo o dia do ETERNO (shabat) pelo dia dedicado ao deus sol (domingo).
Ainda que Yeshua tivesse ressuscitado no domingo, as Escrituras não falam e nem autorizam a mudança do mandamento do shabat para o domingo.
Ademais, Yeshua não ressuscitou no domingo. Vejam como a teologia cristã é contraditória: afirma que Yeshua foi crucificado na sexta-feira e ressuscitou no domingo. Se isto fosse verdade, então, Yeshua HaMashiach teria mentido ao dizer que ficaria três dias e três noites no seio da terra, isto é, 72 horas (Mt 12: 39-40 ). Por quê? De sexta a domingo temos apenas 48 horas (dois dias) e não 72 horas (três dias).  Ou seja, Yeshua teria ficado apenas dois dias e duas noites (48 horas) no seio da terra, o que contraria a própria Bíblia.
E mais: quando Miryiam (Maria) e Miryiam de Magdala (Maria Madalena) foram ao sepulcro no domingo, Yeshua já tinha ressuscitado (Mt 28:1).
Muitos acham que Yeshua ressuscitou no domingo por conta de traduções incorretas e tendenciosas do texto de Yochanan Marcus (João Marcos) em Mc 16:9. Vejamos o que realmente diz este texto no aramaico, língua falada por Yeshua[1] e por seus talmidim (discípulos):
בּשַׁפרָא דֵּין בּחַד בּשַׁבָּא קָם וֵאתחזִי לוּקדַם למַריַם מַגדּלָיתָּא הָי דּשַׁבעָא שׁאִדִין אַפֵּק הוָא מֵנָה

Tradução de Yochanan Marcus/Marcos 16:9, diretamente do aramaico:
“Na aurora do primeiro dia após o shabat, Ele [Yeshua] tinha ressuscitado e apareceu primeiramente para Miryam de Magdala, de quem tinha expulsado sete demônios”.

Verifique que o verso citado não diz que Yeshua ressuscitou no domingo, mas sim que no domingo Yeshua já tinha ressuscitado e encontrou Miryiam. Então, conclui-se que Yeshua ressuscitou antes daquele encontro que se deu na aurora do domingo.
Esta é uma das razões pela qual o ensino de que Yeshua foi executado na sexta-feira é falso. Se Yeshua tivesse realmente falecido às três horas da tarde da sexta-feira e ressuscitado no início do domingo, então, teríamos menos de 48 horas (dois dias). Se Yeshua tivesse ressuscitado em menos de 48 horas (dois dias), consequentemente, ele não seria o Messias, porque teria mentido ao dizer que ficaria três dias e três noites no seio da terra (Mt 12: 39-40).
Conclusão: Yeshua é o Messias e sempre falou a verdade. Há inúmeros estudos de especialistas provando, à luz das Escrituras, que Yeshua foi crucificado na quarta-feira e ressuscitou no shabat (sábado), ou no final deste, durante a havdalá[2]. Muitas pessoas desconhecem que o sábado mencionado em Mc 15:42 não é o sétimo dia da semana, mas sim o feriado bíblico de Chag Matsot (“Festa dos Pães Ázimos”), que é considerado um dia de descanso e, por tal razão, também é chamado de shabat (sábado)[3]. Toda confusão a respeito do tema se deve ao fato de as pessoas desconhecerem o calendário bíblico-judaico do primeiro século, chegando a conclusões absurdas, tal como a de que Yeshua faleceu na sexta e ressuscitou no domingo (bem menos do que três dias).

2ª Falsa Afirmativa: os cristãos se reuniam no domingo, pois este é o dia de culto (At 20:7)
Muitos afirmam que guardam o domingo por conta de At 20:7. Caro leitor, leia todo o contexto de At 20: 7-9. Diz o texto (At 20: 8) que havia muitas lamparinas no local. Então, concluímos que se tratava de uma reunião à noite. Pois bem. De acordo com o calendário bíblico-judaico, o primeiro dia da semana começa no final da tarde, isto é, no início da noite (e não à meia-noite).  Todo judeu sabe disto e devemos lembrar que Yeshua e todos os emissários (“apóstolos”) eram judeus e seguiam o calendário de acordo com as Escrituras, e não o moderno calendário gregoriano, ditado pelo Papa Gregório III. Então, o primeiro dia da semana (domingo) começa na noite do sábado gentio (para os judeus, já se trata de um novo dia, o domingo).
Conclusão: os discípulos estavam guardando o shabat (sábado) durante o dia inteiro. Quando começou a noite de sábado no calendário gentio, para os judeus aquele horário já era considerado “primeiro dia da semana”. Qualquer judeu que leia Atos 20: 7-9 perceberá isto com muita facilidade, pois segue o calendário dado pelo ETERNO e não o calendário ocidental imposto pela Igreja Católica Romana. De acordo com o calendário bíblico, até hoje adotado pelos judeus, o dia não começa após a meia-noite e sim no final da tarde, quando se escurece, ou seja, o início de um novo dia se dá pelo final da tarde. Para os ocidentais, isto soa estranho, porém, a própria Bíblia afirma que o início do dia se dá pela tarde: “e foi a tarde e a manhã” (Bereshit/Gênesis 1:4, 8, 13, 19, 23, 31).
O teólogo judeu David Stern afirma que a reunião mencionada em Atos 20:7 ocorreu no sábado à noite, pois uma “reunião noturna no sábado se encaixaria com mais naturalidade na observância judaica do Shabat” (Comentário Judaico do Novo Testamento Judaico, pg. 328).
O mesmo raciocínio se aplica ao texto de I Co 16: 1-2. Tendo em vista que os judeus cultuam o ETERNO no shabat, esperam o final deste dia (sábado à noite para o calendário gentio e “primeiro dia da semana” para os judeus) para coletar dinheiro aos pobres. Ou seja, os discípulos ficaram reunidos em culto durante todo o shabat e, ao final deste dia, ofertaram aos necessitados, pois então já era “o primeiro dia da semana”.
Na verdade, os discípulos de Yeshua se reuniam todos os dias (Atos 2: 46), mas guardavam o shabat (sábado) como o dia santificado pelo ETERNO, pois faz parte das Asseret HaDibrot (Dez Palavras ou “Dez Mandamentos”) – Devarim/Deuteronômio 5: 12-15. Assim, nas palavras do teólogo David Stern, uma comunidade pode escolher qualquer dia para prestar culto, “mas elementos de cultos específicos[4] do Shabat deveriam ser incluídos apenas no Shabat (do pôr do sol da sexta-feira até o pôr do sol de sábado)” (ob.cit., pg. 531).

3ª Falsa Afirmativa: o shabat é um dia santo apenas para os judeus e não para os gentios
O ETERNO falou para Yeshayahu (Isaías) que o estrangeiro (gentio) deveria guardar o shabat. Vejam: não foi Yeshayahu (Isaías) quem disse, mas o próprio ETERNO:
“Que nenhum estrangeiro que se disponha a unir-se a YHWH venha a dizer: “É certo que YHWH me excluirá do seu povo”. E que nenhum eunuco se queixe: “Não passo de uma árvore seca”. Pois assim diz YHWH: Aos eunucos que guardarem os MEUS SHABATOT [SÁBADOS], que escolherem o que me agrada e se apegarem à minha aliança, a eles darei, dentro de meu templo e dos seus muros, um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas, um nome eterno, que não será eliminado.   
E os estrangeiros [gentios] que se unirem a YHWH para servi-lo, para amarem o nome de YHWH e prestar-lhe culto, TODOS os que guardarem o SHABAT [SÁBADO] deixando de profaná-lo, e que se apegarem à minha aliança, esses eu trarei ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha casa de oração.” (Yeshayahu/Isaías 56: 3-7).

Como vimos no texto acima, o ETERNO promete que o shabat também será para o gentio (estrangeiro). Aliás, não faria sentido que um dia fosse para o judeu (shabat) e outro dia (domingo) fosse para o gentio, uma vez que o ETERNO não faz acepção de pessoas e ambos se tornam um só povo por meio de fé em Yeshua HaMashiach.
Vejam: o shabat faz parte das Asseret HaDibrot  (“Dez Mandamentos”) - Dt 5: 12-15. Faria sentido achar que os “Dez Mandamentos” são apenas para os judeus? Será que o gentio pode matar, adulterar e ser idólatra? É claro que não! Conclusão: os “Dez Mandamentos” são para os judeus e para os gentios. Se o shabat (sábado) é um dos 10 Mandamentos (Dt 5: 12-15), então, o gentio também deve guardá-lo, conforme vimos no citado texto de Yeshayahu (Isaías).
Todo cristão sabe que deve observar os Dez Mandamentos, porém, arbitrariamente, risca da Bíblia o quarto mandamento (a guarda do shabat). Faz sentido obedecer a 9 dos Dez Mandamentos e fechar os olhos para um deles? 

4ª Falsa Afirmativa: Yeshua violou o shabat
Ensinam as doutrinas católica e evangélica que Yeshua violou o shabat e, portanto, este deixou de ser o dia santificado.  Leciona-se erroneamente que Yeshua transgrediu o shabat, pois realizou muitas curas neste dia, bem como a expulsão de demônios (exemplos: Mc 3: 2-5; Lc 13: 10-17;  Lc 14: 1-6; Jo 7: 19-24).
Ora, não há nenhum texto na Bíblia dizendo que é proibido curar enfermos e expulsar demônios no shabat. A Torá nunca disse que era proibido fazer o bem no shabat, como curar pessoas.
A Torá apenas determina que as pessoas se abstenham de realizar atividades seculares no shabat, como o comércio (Devarim/Deuteronômio 5:12-15). Se biblicamente o shabat é um dia para santificar ao ETERNO e realizar a sua obra, então, é e sempre foi lícito realizar o bem no shabat, como curar enfermos e expulsar demônios. Isto não significa transgredir o 4º mandamento.
Yeshua nunca disse: “eu profanei o shabat”. Os que disseram que Yeshua violou o shabat foram alguns dos p’rushim (fariseus) e nunca o próprio Mashiach (Messias) ou seus discípulos. Esses p’rushim (fariseus) merecem crédito? Acreditamos nos p’rushim (fariseus) ou em Yeshua? Infelizmente, parte da Igreja toma como verdade a alegação dos fariseus que Yeshua tanto criticou.
Vejamos outro importante ponto: pecado significa violar a Torá do ETERNO. O shabat faz parte da Torá, sendo um dos Dez Mandamentos (Dt 5:12-15). Conclusão: quem viola o shabat comete pecado, pois descumpre um dos preceitos. Ora, se Yeshua tivesse profanado o shabat, ele não seria o Messias, pois teria pecado, desobedecendo a um dos Dez Mandamentos. E, como é da sabença de todos, Yeshua não teve pecado, motivo pelo qual ele não transgrediu o 4º mandamento.

5ª Falsa Afirmativa: o shabat pode ser guardado em qualquer dia, inclusive no domingo
De acordo com as Escrituras, o shabat não se refere ao domingo (primeiro dia da semana), nem à segunda-feira (segundo dia), nem à terça-feira (terceiro) e assim sucessivamente. O shabat deve ser santificado apenas no sétimo dia (Shemot/Êxodo 20:10 e Devarim/Deuteronômio 5:14).
Logo, o ser humano não pode arbitrariamente mudar o dia específico determinado pelo ETERNO.

6ª Falsa Afirmativa: o apóstolo Paulo criticou a guarda do sábado em Gálatas 4:10-11
Já foi explicado que Sha’ul (Paulo) guardava o shabat regularmente, como era de seu costume (Ma’assei Sh’lichim/Atos 17:2). Por conseguinte, no texto de Galutyah/Gálatas 4:10-11, Sha’ul (Paulo) não estava criticando o dia instituído como santo pelo ETERNO. Aliás, Sh’aul não teria a audácia de contradizer um mandamento criado por ELOHIM, o Criador dos céus e da terra.
Em verdade, Sha’ul estava combatendo os dias especiais de adoração pagã. Naquela cidade, havia rituais idólatras e inúmeros feriados ligados ao paganismo (“dias especiais”). Sh’aul condenou que os fiéis a Yeshua participassem daqueles eventos, tendo em vista que muitos dos recém-convertidos provinham de religiões idólatras. Seria o mesmo que condenar, atualmente, os “crentes” que participam do Carnaval e de outras festividades pagãs.

7ª Falsa Afirmativa: o apóstolo Paulo criticou a guarda do sábado em Romanos 14:5-6
Já foi asseverado que Sh’aul (Paulo) observava o mandamento do shabat (Ma’assei Sh’lichim/Atos 17:2), logo, não faria sentido que Sh’aul cumprisse o mandamento e contraditoriamente dissesse que “todos os dias são iguais”.
Basta ler todo o texto de Ruhomayah/Romanos 14 e se perceberá que o debate gira em torno da alimentação, e não do shabat. O foco do tema em discussão se refere ao jejum judaico realizado duas vezes por semana, às segundas e às quintas- feiras, conforme atestam o Talmud Bavli, Tratado de Ta’anit 12a , e o Didaquê 8:1 (vide também Lc 18:12 e Mc 2:18-20).
Aqueles que jejuavam duas vezes por semana estavam se julgando superiores àqueles que não realizavam tais jejuns às segundas e às quintas-feiras. Sha’ul (Paulo) entendeu que aquele que jejuava em dias específicos (segundas e quintas) não deveria criticar aqueles que não consideravam estes dias especiais e optavam por não jejuar ou por jejuar em quaisquer outros dias. Eis o motivo pelo qual escreveu: “Uma pessoa considera alguns dias mais santos que os outros, ao passo que outra pessoa considera-os iguais. O importante é que cada pessoa esteja plenamente convencida. Quem considera um dia especial, o faz para honrar a Elohim.” (Rm 14:5-6).
Destarte, a discussão analisada nada tem que ver com o shabat. Aliás, Sha’ul não seria tolo para criticar o shabat, mandamento escrito pelo próprio dedo do ETERNO (Shemot/Êxodo 31:18 e 32:16 combinados com Shemot/Êxodo 20:8-11 e Devarim/Deuteronômio 5:12-15).

CONCLUSÃO
À luz das Escrituras, tanto do Tanach (“Antigo Testamento”) quanto da B’rit Chadashá (“Novo Testamento”), o shabat sempre foi e permanece sendo o dia sagrado instituído pelo ETERNO, sendo injustificados e antibíblicos os argumentos em prol do domingo.



[1] Yeshua também falava hebraico, língua santa das Escrituras.
[2] Havdalá é a cerimônia israelita realizada logo após o término do shabat, ao anoitecer. A palavra significa “separação” e tem por objetivo apontar que o shabat chegou ao fim, separando a santidade deste dia em relação aos demais dias da semana, caracterizados pelo trabalho e “correria” do cotidiano.

[3] Na Chag Matsot (“Festa dos Pães Ázimos”), há convocações sagradas no primeiro e no sétimo dia da festa, sendo proibido o trabalho nestas datas (Lv 23:7-8). Por tal motivo, cada um destes dias é considerado como sendo “shabat” (descanso), podendo recair sobre qualquer dia da semana.  Então, o shabat de Mc 15:42 não é o sétimo dia da semana, mas sim um dia de convocação sagrada da Chag Matsot.
[4] Existem elementos específicos para o dia de shabat como, por exemplo, as proibições de trabalhar, de transportar cargas etc. 


O NOME DO SALVADOR

O Nome do Salvador
26/08/2013 21:00

O NOME DO SALVADOR

Por Tsadok Ben Derech



I - O NOME DO SALVADOR

Atualmente, muitos cristãos chamam o Mashiach (Messias) de JESUS. Tal nome decorreu de um longo processo de transliteração (e não tradução), objetivando-se adaptar o nome do Salvador às línguas de outros países. Contudo, o Mashiach é judeu e possui um nome em hebraico: YESHUA (lê-se como “Ieshúa”, sendo que o “sh” possui o som da letra “x” - xis).
Em hebraico, YESHUA significa “YHWH é a salvação”, “YHWH salva” ou simplesmente “salvação”.
O nome do Salvador não foi escolhido pelos pais do Mashiach (Messias), mas sim pelo próprio YHWH, que enviou um anjo para anunciá-lo a Yosef (José):
“Yosef [José], filho de David, não tenha medo de receber Miryam [Maria] em sua casa como mulher, pois o que foi gerado nela procede da Ruach HaKodesh [espírito de santidade ou Espírito Santo]. Ela dará à luz um filho, e você lhe chamará YESHUA, porque ele salvará seu povo dos pecados dele.” (Matityahu/Mateus 1:20-21).

Ora, se Yeshua significa “YHWH é a salvação”, façamos uma releitura do versículo para entendermos qual foi a mensagem transmitida pelo anjo:
“Ela dará à luz um filho, e você lhe chamará YESHUA [YHWH é a salvação], porque ele YUSHÍA [salvará] seu povo dos pecados dele.” (Matityahu/Mateus 1:21).

Verifique o jogo de palavras típico da literatura hebraica: o nome do Messias será YESHUA porque ele YUSHÍA (salvará). Diferentemente da cultura ocidental, em que os pais atribuem aos filhos nomes desprovidos de significado, na cultura semita o nome revela o próprio caráter da pessoa. Daí, o Mashiach recebeu um nome especial que retrata seu caráter e sua própria missão: salvar o povo do ETERNO de seus pecados.
Cumpre destacar que o anjo nunca poderia ter falado “JESUS”, visto que a letra “j” (jota) não existe em hebraico e nem em aramaico, línguas faladas por Yeshua e por seus pais. Também não existe “j” (jota) em grego ou em latim. Somente veio a ser criada a letra “j” por volta de 500 anos atrás. Ou seja, antes do século XVI, nenhum cristão chamava o Salvador de “Jesus”, uma vez que não se pronunciava o som da letra jota.
Não estamos, com isso, querendo desmerecer o nome “JESUS”. Não! Muitas pessoas no mundo inteiro podem ser alcançadas por meio do nome de “Jesus” e obter a salvação, como de fato se tem visto há tempos. Respeitamos aqueles que adotam o nome “Jesus”, que já se tornou consagrado nos últimos séculos, porém, preferimos utilizar o nome verdadeiro em hebraico: YESHUA.
Mais importante do que o nome (YESHUA ou JESUS) é a existência de um relacionamento pessoal, sincero e verdadeiro com o Salvador, obedecendo aos mandamentos da Torá. Afinal, ensinou o Mashiach:
“Se vocês me amam, guardarão meus mandamentos.” (Yochanan/João 14:15).

Existem pessoas que usam o nome JESUS e obedecem aos mandamentos, enquanto existem pessoas que usam o verdadeiro nome (YESHUA) e são desobedientes. Logo, a salvação não está ligada a conhecer o nome verdadeiro, mas sim à obediência aos mandamentos da Torá. É importante dizer isto porque muitos grupos de judeus messiânicos fanáticos têm divulgado a seguinte heresia: “quem pronuncia o nome YESHUA é salvo; quem chama o Salvador de JESUS está condenado”. Ora, a salvação não vem por meio da pronúncia do nome em hebraico, mas sim pelo “novo nascimento”, conforme ensinou o Mashiach em Yochanan guímel (João, capítulo 3).
Por conseguinte, respeitamos o nome JESUS, mas preferimos usar o verdadeiro nome dado por um anjo de YHWH: YESHUA.

II - YESHUA, YESHU, YAHUSHUA, YAOHUSHUA, YEHOSHUA OU YAHSHUA?
QUAL O VERDADEIRO NOME?

Atualmente, têm surgido muito grupos que afirmam que YESHUA não é o nome do Mashiach, e daí cada facção afirma que descobriu o “verdadeiro” nome, existindo uma gama de nomes supostamente verídicos:
a)     Yehoshua;
b)    Yahshua;
c)     Yahushua;
d)    Yahusha;
e)     Yaohushua;
f)     Yeshu;
g)    etc.

Para nós, não basta inventar o nome do Salvador, visto que a imaginação humana pode criar dezenas de milhares de nomes. Faz-se mister provar qual é o verdadeiro nome. Os fanáticos que engendram miríade de nomes falam, divagam e expõem teorias conspiratórias, porém, nada provam.
Iremos, aqui e agora, provar e comprovar o verdadeiro nome do Mashiach à luz de elementos objetivos e científicos, e não de fábulas humanas.
A melhor forma de se descobrir o nome do Salvador é compulsar os manuscritos semitas, escritos em hebraico e em aramaico, da B’rit Chadashá (Aliança Renovada/“Novo Testamento”). Optamos por utilizar os textos em hebraico e em aramaico porque estas eram as línguas faladas por Yeshua e por seus discípulos, como afirmam as próprias Escrituras.
Em relação ao hebraico, citam-se as seguintes passagens:
“Obtida a permissão, Sha’ul [Paulo], em pé na escada, fez com a mão sinal ao povo. Fez-se grande silêncio, e ele falou em língua hebraica, dizendo:” (Ma’assei Sh’lichim/Atos 21:40).
“Quando ouviram que [Sha’ul/Paulo] lhes falava em língua hebraica, guardaram ainda maior silêncio. E continuou:” (Ma’assei Sh’1ichim/Atos 22:2).
    
Quando Yeshua se revelou a Sha’ul (Paulo) na estrada de Dammesek (Damasco), dirigiu-lhe a palavra em hebraico:
“E, caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que me falava em língua hebraica: Sha’ul [Saulo], Sha’ul [Saulo], por que me persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões.” (Ma’assei Sh’lichim/Atos 26:14).

Logo, não há dúvidas de que Yeshua e seus discípulos, bem como Sha’ul (Paulo), falavam a língua hebraica. Por outro lado, há registros nos evangelhos de que Yeshua também se comunicava em aramaico:
“E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talita kumi; que, traduzido [do aramaico], é: Menina, a ti te digo, levanta-te.” (Yochanan Marcus/Marcos 5:41).
“Yeshua gritou: Eli, Eli! L’mana sh’vaktani? [aramaico] (Meu Elohim, Meu Elohim! Por que me abandonaste?)” (Matityahu 27:46).

Pelos textos bíblicos referidos, não há dúvidas acerca de que o hebraico e o aramaico eram línguas faladas por Yeshua e pelos discípulos, fato que é confirmado pelos especialistas. O preclaro historiador David Flusser desmistifica a ideia de que Yeshua era fluente apenas em aramaico, como se pensou por algum tempo, ressaltando que o hebraico também era língua de seu domínio:
“As línguas faladas entre os judeus desse período eram hebraico, aramaico e grego – em menor escala.
(...)
O evangelho de Marcos contém algumas palavras em aramaico, e foi exatamente isso que confundiu os teólogos. Hoje, com o descobrimento do pergaminho de Ben Sira (Eclesiástico), na coletânea do Mar Morto, e das cartas de Bar Kochba – que ilumina mais profundamente os estudos das línguas nos dias dos sábios judeus –, é aceitável que a maioria das pessoas nos dias de Jesus fosse fluente em hebraico. O Pentateuco foi traduzido para o aramaico para o benefício da classe mais baixa da população de Israel. As parábolas da literatura rabínica, por outro lado, foram todas escritas e ensinadas em hebraico em todos os períodos da história judaica. Assim, não há base para assumir que Jesus não falasse hebraico; e, quando somos informados em At 21:40 que Paulo falava hebraico, devemos valorizar mais este tipo de informação.” (FLUSSER, David. 1989. Jewish Sources in Early Christianity).

Feito este breve parêntese, acerca da importância do hebraico e do aramaico, como línguas nativas dos discípulos de Yeshua, faz-se curial compulsar o que dizem os Manuscritos nestes idiomas acerca do nome do Mashiach.
Fato incontroverso é que o nome YESHUA consta nos seguintes Manuscritos da B’rit Chadashá (“Novo Testamento”):
1) Siríaco Antigo (Curetônio), do século II D.C;
2) Peshitta, com textos dos séculos III e IV D.C;
3) Siríaco Antigo (Sinaítico), do século IV D.C;
4) Peshitto (ocidental), do século V D.C;
5) Peshitto (Crawford), do século V D.C;
6) Munster, texto de Matityahu/Mateus, do século XVI D.C.
A título exemplificativo, no Manuscrito do Khabouris Codex (Peshitta/Aramaico) consta a passagem de Matityahu/Mateus 1:21, figurando claramente o nome YESHUA:
תּאִלַד דֵּין בּרָא ותֵקרֵא שׁמֵה יֵשׁוּע הוּ גֵּיר
נַחֵיוהי לעַמֵה מֵן חטָהַיהוּן

Vê-se que destacamos o nome do Mashiach: YESHUA. Assim, temos absoluta certeza de que este é o nome verdadeiro, caindo por terra todas as teorias conspiratórias sobre o nome do Mashiach que não provam o que alegam. Insta repetir: o que valem são as Escrituras e estas não deixam dúvidas de que YESHUA é o nome do Mashiach!!! Citamos acima apenas um versículo do Khabouris Codex contendo o nome do Salvador, porém, temos cópia integral de toda a B’rit Chadashá (“Novo Testamento”) em aramaico, registrando-se sempre o nome YESHUA, razão pela qual colocamos tal documento à disposição de todos que querem a verdade.
Cumpre registrar que no Manuscrito Duttilet (século XVI D.C) aparecem na mesma Escritura dois nomes distintos para o Mashiach (Messias), quais sejam, YESHUA e YESHU.
E por que razão dois nomes diferentes (Yeshua e Yeshu) são registrados no mesmo Manuscrito?
A razão é simples: o nome Yeshua assim se escreve em hebraico – ישוע . Em aramaico, a grafia é a mesma, porém, a letra áyin (ע) não se pronuncia quando está no final da palavra. Daí, o nome de Yeshua em aramaico se pronuncia como Yeshu. Tendo em vista que muitos discípulos de Yeshua falavam hebraico e aramaico enquanto outro segmento tinha por língua tão somente o aramaico, passou a usar-se tanto o nome YESHUA quanto sua variante fonética YESHU. Consequentemente, no mesmo Manuscrito admitiu-se escrever o nome do Messias das duas formas diferentes.
Em razão da pronúncia aramaica do nome do Salvador, também foi usado o nome YESHU no livro de Matityahu (Mateus) do Manuscrito Shem Tov (século XIV D.C).
Então, verifica-se com absoluta certeza que antes do século XIV D.C os Manuscritos apontam o nome YESHUA, sendo que YESHU surge apenas depois, não como um novo nome, mas como uma variante fonética do mesmo nome, agora pronunciado na língua aramaica. Em suma, Yeshu é a pronúncia de YESHUA em aramaico.
Por fim, há o Manuscrito Munster de Ivrim (Hebreus), datado do século XVI D.C, figurando o nome יהושע, conhecido em português como “Josué”. O citado nome em hebraico pode ser pronunciado como Yehoshua, conforme vocalização massorética, ou como Yahushua, seguindo a vocalização mais coerente com a pronúncia do trigrama (יהו /Yahu). Contudo, estes nomes (Yehoshua ou Yahushua) só aparecem em um Manuscrito do século XVI D.C e apenas no livro de Ivrim (Hebreus), ou seja, não servem como prova para afastar a presunção de que YESHUA é o correto nome do Mashiach (Messias). E porque apareceu este novo nome (Yehoshua ou Yahushua)?
Existe uma explicação. No texto grego, foi usado o nome Iesous tanto para יהושע (Yehoshua/“Josué”) quanto para ישוע (Yeshua/“Jesus”), ou seja, um único nome grego foi dado para duas pessoas distintas. Por tal razão, o nome do Mashiach ficou sendo idêntico ao nome de Yehoshua (“Josué”), o que é um equívoco.  Assim, tendo em vista que o Manuscrito Munster de Ivrim (Hebreus) foi adequado ao texto grego, como o próprio Sebastian Munster admitiu, conclui-se que foi usado o nome “Yehoshua” (e não “Yeshua”) para se harmonizar com os escritos em grego do “Novo Testamento”.
Ante todo o exposto, podemos resumir a explanação tecida da seguinte forma:
1) até o século XVI D.C, todas as Escrituras da B’rit Chadashá (Aliança Renovada/“Novo Testamento”) indicam o nome YESHUA;
2) YESHUA é o nome consignado nas Escrituras do Siríaco Antigo (Curetônio), Peshitta, Siríaco Antigo (Sinaítico), Peshitto (ocidental), Peshitto (Crawford) e Munster (texto de Matityahu/Mateus);
3) no Manuscrito Duttilet (século XVI D.C) aparecem na mesma Escritura o nome YESHUA e YESHU, sendo este último apenas uma variação fonética do primeiro, conforme a pronúncia aramaica;
4) apenas no século XVI D.C surge um novo nome יהושע (Yehoshua ou Yahushua), que aparece única e exclusivamente no texto do livro de Hebreus (Ivrim), razão pela qual este documento isoladamente e de época tardia não pode ser usado para anular todos os demais Manuscritos antigos que trazem o nome YESHUA.
5) conclusão: YESHUA é o nome do Mashiach!!!
Por fim, imperioso registrar que o nome Yeshua (ישוע) é uma síncope[1] do nome Yahushua (ou Yehoshua/יהושע), sendo que ambos possuem o mesmo significado: “YHWH é a salvação” ou “YHWH salva”.

III - NÃO SE DEVE BLASFEMAR CONTRA O NOME DE JESUS

Foi esclarecido que o Messias nunca poderia ter sido chamado de “Jesus”, visto que a letra “j” (jota) não existe em hebraico, aramaico, grego e latim, tampouco sua pronúncia. Surgiu o nome “Jesus” apenas nos últimos quinhentos anos.
Particularmente, usamos o nome YESHUA por ser o nome verdadeiro. Todavia, respeitamos aqueles que preferem utilizar o consagrado e popular nome JESUS. Afinal de contas, nem todas as pessoas conhecem hebraico e, por tal razão, se valem do nome JESUS, que já é reconhecido universalmente.
Existem grupos fanáticos que ensinam: “caso você fale JESUS, irá para o inferno! Só é salvo quem usa o nome YESHUA”. Ousamos discordar de tal colocação, visto que não é a pronúncia hebraica que salva o ser humano.
Existem muitas pessoas nos quatro cantos da terra que “nasceram de novo” e pronunciam o nome JESUS (ou suas adaptações para os mais diversos idiomas). São discípulos tementes que moram em paupérrimos bairros da África, alimentando-se de terra e mato; em inóspitas regiões da China, em que a Bíblia é um livro proibido; em países totalitários em que falar de “Jesus” pode levar à prisão ou até mesmo à morte; etc. Será que estes discípulos, realmente “nascidos de novo”, serão condenados apenas pelo desconhecimento da língua hebraica?
É claro que não! Infelizmente, alguns lunáticos propagam o falso ensino de que quem ora para Jesus (e não para Yeshua) está orando para um “deus pagão”. Estes ignóbeis julgam-se superiores pelo simples fato de falarem YESHUA. Invocam o nome correto, mas não dão o fruto do “amor, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fé, humildade e autocontrole” (Galutyah/Gálatas 5:22). Bom lembrar que a árvore que não der fruto será cortada e lançada ao fogo (Matityahu 3:10).
Se o ETERNO está usando o nome JESUS para alcançar milhares de pessoas, já que nem todos conhecem hebraico, aqueles que ofendem o nome de JESUS estão litigando contra o próprio YHWH e irão suportar as consequências de seus atos. Assim, por mais que usemos YESHUA, o verdadeiro nome, devemos respeitar todos aqueles que proclamam o nome JESUS por ignorância. Por outro lado, para aqueles que conhecem a verdade, faz-se curial usar o nome verdadeiro, e não o fictício.
Discordamos ainda daqueles que afirmam que o nome JESUS é pagão, o que é um erro.
Demonstrar-se-á, a seguir, que o nome JESUS não tem origem no paganismo, mas deriva de sucessivos processos de transliteração do nome YESHUA.

IV - ORIGEM DO NOME “JESUS”

Inicialmente, importa registrar que algumas pessoas alegam equivocadamente que ninguém deveria usar o nome JESUS, pois “nome próprio não se traduz”. Será verdade?
Histórica e linguisticamente, sempre houve a tentativa de adaptação de nomes de personalidades para as línguas de outros povos.
O historiador Yosef Ben Matityahu ficou conhecido em latim como Flavius Josephus e, em Língua Portuguesa, como Flávio Josefo. O filósofo e matemático Platon teve seu nome aportuguesado para Platão. Célebre conquistador, Aléxandros ho Trítos, alcunhado de Mégas Aléxandros, é conhecido no Brasil como Alexandre, o Grande. Por sua vez, o reformador Jean Calvin teve o seu nome adaptado para João Calvino. Mohammed é o verdadeiro nome de Maomé.
Demos apenas estes poucos exemplos, pois teríamos muitos, para demonstrar que a mudança do nome de pessoas ilustres é corrente na história. Assim, não é de se surpreender que Yeshua terminou por ser chamado de Jesus, não existindo nenhuma trama maligna para a alteração do nome. Vejamos como isto ocorreu.
O nome YESHUA não apareceu primeiramente na B’rit Chadashá (“Novo Testamento”), como muitos pensam, mas já existia no Tanach (Primeiras Escrituras). Registra-se o nome YESHUA nos seguintes livros (tal nome foi adaptado no Português para JESUA):
1) Divrei HaYamim Álef/I Crônicas 7:30 e 24:11;
2) Divrei HaYamim Beit/II Crônicas 31:15;
3) Nechemyah/Neemias 3:19; 7:7,11, 39 e 43; 8:7; 9: 5; 10:9; 11:26; 12:1,7,8, e 26
4) Ezra/Esdras 2: 2, 6,36,40; 3:2, 4:3; 5:2; 8:33 e 10:18.
Nos versículos citados, escritos em hebraico, foi usado o nome ישוע (Yeshua). Quando houve a tradução de tais textos do hebraico para o grego, na versão Septuaginta (século II A.C), ocorreu a adaptação do nome ישוע (Yeshua) para ιησους (Iesous). Exemplifica-se:
Texto de Ezra/Esdras 2:2 em HEBRAICO:
אֲשֶׁר־בָּאוּ עִם־זְרֻבָּבֶל יֵשׁוּעַ נְחֶמְיָה
שְׂרָיָה רְעֵלָיָה מָרְדֳּכַי
בִּלְשָׁן מִסְפָּר בִּגְוַי רְחוּם בַּעֲנָה
מִסְפַּר אַנְשֵׁי עַם יִשְׂרָאֵל׃

Texto de Ezra/Esdras 2:2 em GREGO (Septuaginta):
οι ηλθον μετα ζοροβαβελ ιησους νεεμιας σαραιας ρεελιας μαρδοχαιος βαλασαν μασφαρ βαγουι ρεουμ βαανα ανδρων αριθμος λαου ισραηλ

Vê-se acima que o nome YESHUA foi adaptado para IESOUS, conforme destacamos.
Há uma explicação do porquê de o nome Yeshua ter se transformado em Iesous. Na língua grega, não existe uma letra equivalente ao  ש (shin), fazendo com que os tradutores se valessem da letra grega σ (sigma), alterando-se também o final da palavra “UA” para “OUS”, já que esta última é bastante comum para os nomes gregos.
Eis a alteração efetuada:

NOME HEBRAICO

YESHUA
NOME GREGO

IESOUS

YE (som: Iê)

IE (som: Iê)

SH (som: “x”)

S (som: “s”, pois não existe o som de “x” em grego)

UA (som: “ua”)

OUS (som: “ous”)

Como se percebe na tabela acima, os sábios da Septuaginta adaptaram o nome YESHUA para a língua grega, o que é comum.
Aqueles que gostam de “teorias da conspiração” alegam erroneamente que, após a vinda de Yeshua, os romanos e os gregos, de má-fé, alteraram seu nome para Iesous, tudo com o objetivo de denegrir o nome do Mashiach. Porém, esta teoria é absurda, visto que no século II antes do nascimento do Salvador os sábios judeus tradutores da Septuaginta já tinham adaptado o nome Yeshua para Iesous, quando se referiam a homônimos do Mashiach. Ora, se o nome “Iesous” era usado comumente antes da vinda do Messias, então, cai por terra a falsa teoria que este nome surgiu com o objetivo de macular a imagem do Salvador. Em verdade, os gregos continuaram a usar o nome Iesous porque este já era usual no mundo helenístico em período anterior ao ministério do Mashiach. Ademais, o nome Yeshua (Iesous em grego) era comum na Palestina, inexistindo qualquer dolo ou má-fé na utilização do nome Iesous.
Pois bem, vimos que não existe nada de maligno no nome grego Iesous. Então, avancemos para sabermos como apareceu o nome “Jesus”.
No século V, Jerônimo concluiu a tradução da Bíblia do grego para o latim, surgindo, então, a versão conhecida como Vulgata Latina. Neste texto, o nome grego Iesous foi adaptado para Iesus, observando-se a norma vernacular. Exemplifica-se:
TEXTO DE MATEUS 2:1 em GREGO:
Αφου δε εγεννηθη ο Ιησους εν Βηθλεεμ της Ιουδαιας επι των ημερων Ηρωδου του βασιλεως, ιδου, μαγοι απο ανατολων ηλθον εις Ιεροσολυμα, λεγοντες

TEXTO DE MATEUS 2:1 em LATIM (Vulgata):
Cum ergo natus esset Iesus in Bethlehem Iuda in diebus Herodis regis, ecce Magi ab oriente venerunt Ierosolymam

Certifica-se pelos textos acima que o nome Iesous (grego) sofreu adaptação para Iesus (latim). Eis o processo:

NOME GREGO

IESOUS
NOME LATINO

IESUS

IE (som: Iê)

IE (som: Iê)

SOUS (som: “sous”)

SUS (som: “sus”)

Como se percebe, a única variação foi substituir o “sous” por “sus”. Os amantes da “teoria da conspiração” afirmam que não se poderia colocar o sufixo “sus” no nome do Messias, já que “sus” significa “cavalo” em hebraico, e “porco” em grego. Daí, alegam os incautos que Yeshua foi transformado no “deus cavalo” ou “deus porco”. Este raciocínio está manifestamente equivocado! Em latim, “sus” não significa “cavalo” nem “porco”, razão pela qual não se pode transplantar o som de uma língua para determinar o significado de uma palavra de outro idioma!!!
Exemplifiquemos. Em hebraico, o nome YESHUA significa “YHWH é a salvação”. A língua portuguesa albergou a palavra africana “Exu”, que é o nome de um orixá. Então, algum lunático poderá dizer que o nome YESHUA é pagão, visto que nele se emite o som “Exu”. Tal conclusão seria claramente ignóbil, já que não se pode misturar o significado de um nome africano (“Exu”) com um nome hebraico (“Yeshua”), que possui semântica totalmente diversa.
Da mesma forma, dizer que Iesus (latim) contém o prefixo “sus”, que denota “cavalo” (em hebraico), e daí se concluir que o Messias se chama “deus cavalo” retrata desvario, beirando a insanidade. Não é possível misturar radicais do latim com a língua hebraica.
Já se explicou como o nome YESHUA (hebraico) foi adaptado para IESOUS (grego) e posteriormente para IESUS (latim). Deste último derivou o nome JESUS, conforme tabela abaixo:

NOME LATINO

IESUS
NOME EM PORTUGUÊS

JESUS

IE (som: Iê)

JE (som: Iê)

SUS (som: “sus”)

SUS (som: “sus”)

Do latim para o português, como se vê, apenas ocorreu a substituição do “i” pelo “j”, passando-se de “ie” para “je” e mantendo-se a terminação “sus”. Importante lembrar que várias palavras de origem latina, quando migraram para o português, tiveram o “i” substituído pelo “j”, ou seja, trata-se de uma adaptação que segue as normas gramaticais, não havendo qualquer tipo de plano macabro para criar-se o nome JESUS.
Em suma, “JESUS” decorre de processos de adaptação do nome de uma língua para outra, observando-se os padrões gramaticais oficiais. Consoante já exposto acima, ainda que JESUS não seja o nome verdadeiro do Mashiach (Messias), o ETERNO tem usado este nome para alcançar milhares de pessoas, que verdadeiramente “nasceram de novo”, inferindo-se daí que não se pode blasfemar contra o nome de Jesus. O autor deste livro usa o nome em hebraico YESHUA, haja vista este ser o verdadeiro, porém, respeita aqueles que não conhecem a língua do Messias e o chamam pelo nome de Jesus.
Particularmente, pensamos que toda pessoa que conhece o nome YESHUA deveria usá-lo, por uma razão simples: trata-se do nome verdadeiro!

V - O OUTRO YESHUA

Em Curintayah Beit/2ª Coríntios 11:3-4, Sha’ul (Paulo) fala que alguns falsos mestres estariam pregando um “outro Yeshua”, diferente do verdadeiro, isto é, há lobos que transformam a personalidade do Salvador em outra pessoa:
“Mas temo que, assim como a serpente enganou a Havá [Eva] com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os seus entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há no Mashiach [Messias].
Porque, se alguém vem e vos prega outro Yeshua que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outras boas novas [evangelho] que não abraçastes...”.

Se a alteração da personalidade do Mashiach já ocorria no primeiro século, depois de dois mil anos surgiram dezenas e dezenas de “Jesus” que são totalmente diferentes do verdadeiro Yeshua. Citam-se apenas alguns exemplos:
1) o “Jesus católico” não é o verdadeiro Mashiach, uma vez que não tem poder para salvar o homem, dependendo de Maria, que é vista pelo Catolicismo Romano como corredentora. Ou seja, a salvação precisa contar com o aval de Maria. Esta crença é totalmente incompatível com as Escrituras e reflete um “outro Jesus”, que difere do verdadeiro Messias. Ademais, toda a idolatria católica contraria o Judaísmo de Yeshua, que abomina ídolos;
2) o “Jesus da prosperidade” também é um falso Messias, já que a missão principal de Yeshua não é dar dinheiro, bom casamento, emprego e ensinar que os homens acumulem riquezas na terra, como apregoa tal doutrina;
3) o “Jesus cristão e evangélico” representa, com frequência, uma distorção do verdadeiro Yeshua. Por quê? Porque na visão de quase todos os evangélicos, salvo raras exceções, Jesus ensinou a abolição da Torá (“Lei”), revogou o shabat (sábado) e estabeleceu o domingo, aboliu as festas bíblicas e constituiu uma Igreja na terra em substituição a Israel. Este tipo de “Jesus evangélico” é um engano, porquanto Yeshua, o judeu, defendeu a Torá (Mt 5:17-19), guardava o shabat/sábado (Lc 4:16), participava das festas bíblicas (Lc 2:41-42; Jo 2:13, 7:1-10 e 14 e 10:22-23) e veio para cumprir a promessa da “Nova Aliança” (ou “Aliança Renovada”) que é estabelecida entre o ETERNO e Israel (Casas de Yehudá/Judá e Yisra’el/Israel), e não entre o ETERNO e a “Igreja” (Jr 31:30-33 ou 31-34, nas versões cristãs; Ez 37:18-28). Apesar de tudo isto, existem cristãos sinceros e honestos que chegam a cumprir grande parte dos mandamentos da Torá, inclusive os mais importantes, o que denota que realmente “nasceram de novo”, ainda que possuam certos erros;
4) o “Yeshua do Judaísmo Messiânico” pode ser, em alguns casos, um “outro Yeshua”, diferente do verdadeiro Mashiach. Alguns judeus messiânicos vivem no engano, porque: a) seguem mais as tradições e a Lei Oral do que a Torá escrita; b) possuem hábitos extremamente legalistas e que não são determinados pela Torá; c) idolatram objetos como o talit, mezuzá, tefilin etc; d) não externam amor ao próximo; e) acham-se superiores pelo fato de serem judeus, julgando os não-judeus e os considerando inferiores; f) creem que serão salvos por suas próprias forças (autojustificação); g) promovem a “judeulatria”, isto é, a idolatria ao judaísmo; i) creem que Yeshua é um ser criado (espécie de “subdeus” ou “semideus”) e não o próprio ETERNO que se manifestou em carne. Todo judeu messiânico que se enquadra em alguma das hipóteses citadas está deturpando a personalidade do genuíno Yeshua.
A lista acima, citando vários tipos de “Jesus” e “Yeshua”, é apenas exemplificativa, existindo ainda outros falsos Messias criados pela imaginação humana sob a influência de HaSatan (Satanás).
Hodiernamente, existem muitos “outros Yeshua/Jesus”, porque a apostasia está instalada no mundo, conforme havia predito Sha’ul (Paulo) em Tessalonissayah Beit/2ª Tessalonicenses, capítulo 2. Assim, faz-se mister buscar o autêntico Yeshua, afastando-se de todos os conceitos enganosos semeados por HaSatan. Erros teológicos e de conduta todos temos, porém, existem pontos fundamentais sobre Yeshua que não podem ser olvidados, sob pena de transformá-lo em um personagem fictício, diverso do Messias descrito nas Escrituras.
Oramos para que você seja um fiel discípulo do verdadeiro Mashiach, e não siga o “outro Yeshua/Jesus”. Amen!




[1] Síncope é o desaparecimento de fonema(s) no interior de vocábulo (exemplo: mor, que vem de maior). Assim, o nome Yahushua deu origem ao nome Yeshua.


YESHUA É TORÁ VIVA

Yeshua é a Torá Viva
YESHUA É A TORÁ VIVA 
É significativo o texto que abre as boas novas de Yochanan (João):
“No princípio, era a Palavra, e a Palavra estava com Elohim, e a Palavra era Elohim.”
(Yochanan/João 1:1).

A chave deste verso está em identificar o que significa “a Palavra”. Como bons bereanos, vamos procurar a definição do vocábulo no Tanach (Primeiras Escrituras):
“Quando atravessarem o Yarden [Jordão], em direção à terra que YHWH, seu Elohim, dá a vocês, levantem duas pedras grandes, cubram-nas com cal e, depois da travessia, nelas escrevam esta Torá, cada palavra...”
(Devarim/Deuteronômio 27:2-3).

Para os israelitas, a Torá é a “Palavra” do ETERNO, uma vez que a Lei não foi fruto da invenção humana, mas adveio da revelação do Criador a Moshé (Moisés) por meio das palavras que lhe foram ditas. Fácil entender esta questão: atualmente os evangélicos chamam a Bíblia de “a Palavra”; ora, no Israel antigo, a Torá era a única Bíblia da época, logo, era chamada a Torá de “a Palavra”. Em Tehilim/Salmos 119, há uma associação direta entre “a palavra” e “a Torá”:
“89. Para sempre, ó YHWH, a tua palavra permanece no céu.
90. A tua fidelidade dura de geração em geração; tu firmaste a terra, e ela permanece firme.
91. Eles continuam até ao dia de hoje, segundo as tuas ordenações; porque todos são teus servos.
92. Se a tua Torá não fora toda a minha recreação, há muito que pereceria na minha aflição.”
(Tehilim/Salmos 119:89-92).

Quem conhece poesia hebraica percebe que o Salmista usou um paralelismo de ideias, em que “tua palavra” (verso 89) é sinônimo de “tua Torá” (verso 92). Este recurso linguístico é novamente usado mais adiante:
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.
Jurei, e o cumprirei, que guardarei os teus justos juízos.
Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó YHWH, segundo a tua palavra.
Aceita, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca, ó YHWH; ensina-me os teus juízos.
A minha alma está de contínuo nas minhas mãos; todavia não me esqueço da tua Torá.”
(Tehilim/Salmos 119:105-109).

Conclusão: à luz do Tanach, “Torá” é sinônimo de “Palavra”. Já que Yochanan (João) tinha este conceito em mente, assim podem ser traduzidas suas escrituras:
“No princípio, era a Palavra [a Torá], e a Palavra [a Torá] estava com Elohim, e a Palavra [Torá] era Elohim...
E a Palavra [a Torá] se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai”
(Yochanan/João 1: 1 e 14).
“A Palavra [a Torá] da Vida existia desd o princípio. Nós o ouvimos, nós o vimos com nossos olhos, nós o contemplamos, e tocamos nele com nossas mãos! A vida apareceu, e nós a vimos. Testemunhamos dela e a anunciamos a vocês, a vida eterna! Ele estava com o Pai e apareceu para nós.”
(Yochanan Álef/1 João 1: 1-2).

Que linda mensagem de Yochanan: Yeshua é a Torá que se fez carne e habitou entre nós! Yeshua é a Torá Viva!
Em Guilyana (Apocalipse), Yochanan repete tal concepção:
“ [Yeshua] Está vestido com um manto tingido de sangue, e o seu nome é ‘A PALAVRA [A TORÁ] DE ELOHIM’ ”
(Ap 19:13).

A ideia de que a Torá existe antes da criação do mundo não é uma invenção dos netsarim (nazarenos), visto que Baruch (Baruque), que foi o escriba de Yirmeyahu (Jeremias), escreveu sobre este tema. Se não bastasse, Baruch profetizou que a Torá iria encarnar e habitaria no meio dos homens:
“Depois disso, apareceu sobre a terra e no meio dos homens conviveu. Ela é o livro dos preceitos de Elohim, a Torá que subsiste para sempre.”
(Sefer Baruch 3:38 e 4:1).

Reflita sobre a profecia acima: Baruch (Baruque), mais de 500 anos antes de Yeshua, escreveu ao povo transmitindo praticamente a mesma ideia de Yochanan, qual seja, a encarnação da Torá junto aos homens. Compare:


BARUCH (Baruque)

Yochanan (João)

“Depois disso, apareceu sobre a terra e no meio dos homens conviveu. Ela é o livro dos preceitos de Elohim, a Torá que subsiste para sempre” (Sefer Baruch 3:38 e 4:1)


“e a Palavra [a Torá] estava com Elohim, e a Palavra [Torá] era Elohim...
E a Palavra [a Torá] se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1: 1 e 14)


Sublinha-se que, como já dito, a Torá é sinônimo de “instrução, ensino”, ou seja, a Lei do ETERNO é o ensinamento do Criador para os homens. Yeshua é a manifestação visível dos ensinamentos (Torá) de YHWH. Considerado um dos maiores especialistas em paleo-hebraico da atualidade, Jeff A. Benner aponta a diferença entre a forma de pensar ocidental e a oriental, aplicando-a ao texto de Yochanan (João) 1:1 e 14:
“Na Moderna Filosofia Ocidental, o foco está sobre o indivíduo: a mim, o meu e o eu. Em contraste com isso, a Antiga Hebraica/Oriental Filosofia sempre incide sobre a totalidade ou sobre a comunidade: a nós, o nosso e o nós. Quando lemos a Bíblia, temos que interpretá-la de acordo com a cultura dos antigos hebreus e sua filosofia hebraica/oriental, e não de acordo com nossa própria filosofia moderna greco-romana/ocidental.
Na filosofia hebraica, o objetivo é a eliminação do ‘eu’, ou do ‘ego’. Se o que eu estou dizendo é verdade, então por que, quando lemos as palavras de Yeshua, nós sempre vemos Yeshua centrado em si mesmo, em completa oposição à filosofia hebraica? Um exemplo perfeito disso é João 14:6. ‘Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim’. A resposta é que estamos lendo o texto da forma errada. Estamos interpretando-o a partir de uma filosofia ocidental e não da hebraica.
Para responder essa pergunta, vamos começar com João 1:1, muito controverso e, em minha opinião, um verso muito mal compreendido. Na versão King James, esta passagem diz: ‘No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus’.
No Antigo Testamento, estamos sempre a dizer que as palavras de Deus são seus ensinamentos, que é a palavra hebraica Torá. Ensinamentos de Deus são a sua palavra. Se colocarmos o vocábulo ensinamentos dentro deste versículo, temos: ‘No princípio era o Ensino, e o Ensino estava com Deus, e o Ensino era Deus’.
Então, no versículo 14 lemos: ‘E o Ensino se fez carne’. De acordo com esta passagem, Yeshua assumiu a persona dos ensinamentos de Deus. Afinal, não é isso que Yeshua fez? Ele veio para ensinar os ensinamentos de Deus.
Yeshua esvaziou-se de si mesmo e assumiu os atributos dos ensinamentos de Deus. Portanto, sempre que Yeshua fala, não é Yeshua quem está falando, mas os ensinamentos. Quando Yeshua diz ‘eu’, o ‘eu’ não é Yeshua, são os ensinamentos.”
(John 1:1, publicado pelo Ancient Hebrew Ressearch Center).

Constate que no texto transcrito Jeff Benner registra que o verbete “ensinamentos” é sinônimo de “Torá”. Então, quando Yeshua diz “eu”, o “eu” não é Yeshua, mas sim a Torá (ensinamentos). 
Eis um grave erro do Cristianismo: prega que “aceita Jesus”, mas que “a Lei (Torá) foi abolida”. Ora, a Torá é a substância do que seja o Mashiach, logo, não se pode “aceitar o Mashiach” e rejeitar a Torá. O sentido inverso também é correto: se alguém acolhe verdadeiramente a Torá, também deverá reconhecer “a Palavra” - o Mashiach. É impossível ser um verdadeiro zeloso da Torá sem o testemunho de Yeshua, porque ninguém chega ao Pai senão por ele (Jo 14:6). Aliás, afirmou Yeshua que se alguém crê em Moshé (Moisés) também irá crer em seu testemunho, já que Moshé escreveu a seu respeito (Jo 5: 46-47 c/c Dt 18:18-19).
Enfim, quando o Cristianismo apregoa a anulação da Torá, termina por pregar a própria invalidação da mensagem e do real Yeshua! Sejamos francos: o Cristianismo inventou um “Jesus” contra a Lei (antitorá), o que não corresponde ao autêntico, genuíno e legítimo Mashiach. 




Leia mais: http://www.judaismonazareno.org/news/yeshua-e-a-tora-viva/

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

SHANÁ TOVÁ/5775

ANO NOVO JUDAICO
Quando aparecer a primeira estrela na noite de 24 de setembro, cerca de 120 mil judeus de todo o país vão iniciar as comemorações de duas das datas mais significativas e importantes do calendário judaico: o Rosh Hashaná, Ano Novo Judaico, e o Iom Kipur, o Dia do Perdão. 

Durante este período, comemora-se a criação do homem e todos são convidados a refletir sobre seus relacionamentos com os demais seres humanos, questionando tudo o que foi feito de errado e como pode ser corrigido. 

Alimentos simbólicos - O Ano Novo Judaico começa com uma celebração solene e também festiva da chegada do ano 5775. Vários alimentos simbólicos são ingeridos na refeição da primeira noite de Rosh Hashaná, entre eles, maçã com mel, para que se tenha um ano doce, chalá (pronuncia-se ralá), um pão em formato redondo, que simboliza a continuidade e o desejo de um ano sem conflitos e romã, para que os méritos sejam numerosos como suas sementes. O peixe é uma tradição: sempre nada para frente e sua cabeça pode ser oferecida ao decano da mesa como deferência especial. Ingredientes como vinagre ou raiz forte devem ser evitados, para que o ano não seja amargo. 

Nas sinagogas, as orações incluem o toque do Shofar, instrumento feito de chifre de carneiro e que nos avisa da chegada dos “Dez dias de Arrependimento”, que começam com Rosh Hashaná e culminam com Iom Kipur. Ao anoitecer de 3 de outubro tem início o Yom Kipur. Esta é considerada a data mais sagrada do calendário judaico, em que se faz jejum para atingir uma introspecção completa e pede-se o perdão dos pecados cometidos. AMEN.