quinta-feira, 10 de outubro de 2013

TALIT






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Disse Rabi Shimon bar Yochai: "Quando o homem levanta de manhã e coloca os tefilin e tsitsit, a Shechiná (Presença Divina) paira sobre ele e proclama: ‘Tu és Meu servo, Israel, através do qual Serei Glorificado.’"

O exército de cada soberano traja-se com seu uniforme distinto; é o símbolo da lealdade que o soldado deve a seu rei. O povo de Israel também possui suas insígnias especiais que o identificam como o servo de D’us. Uma delas são os tsitsit.

Há dois tipos de talit: o talit catán (pequeno), também chamado de "tsitsit", usado durante o dia debaixo da camisa; e o talit gadol (grande), usado somente na Prece Matinal. As franjas do talit, denominadas tsitsit, funcionam como lembrete de todas as mitsvot da Torá. Ao colocar o talit, deve-se ter em mente que D’us nos ordenou que nos envolvêssemos nele a fim de que possamos nos lembrar de cumprir todos Seus mandamentos.

Vestimentas

A Torá exige que os tsitsit fiquem ligados às vestes humanas e esta relação pode ser detectada numa breve revisão da origem e do significado dos trajes humanos.

De acordo com a Torá, as roupas têm a sua procedência no pecado de Adam e Chava. O homem foi criado perfeito, sem ter quaisquer maldade em seu interior. Não tinha más inclinações e nem conhecia tentação alguma por prazeres físicos. Na pureza de sua mente, o sentimento de vergonha era completamente desconhecido. Todos os órgãos e membros do seu corpo eram iguais, cada um tendo que cumprir a sua parte na execução da missão Divina do homem sobre a terra. Em qualquer ocasião, fosse um exercício aparentemente espiritual ou um ato físico, só havia uma consideração: o cumprimento da Vontade Divina.

Após ter pecado ao comer o fruto da Árvore do Conhecimento, adquiriu consciência do prazer físico do qual não se dava conta antes, quando sua alma predominava sobre as coisas materiais. Em sua mente então contaminada, o bem já não era mais puramente bom. Percebeu que certas partes do seu corpo estavam mais diretamente associadas com o senso do prazer físico. A exposição destes membros fazia agora surgir nele um sentimento de vergonha por dois motivos: primeiro, porque eram uma lembrança da humilhante queda do homem sob o poder da luxúria e em segundo lugar, porque significavam uma fonte de tentação.

Por esses motivos, o homem sentiu-se envergonhado com a sua nudez e quis cobrir o seu corpo.
Após o seu pecado, Adam e Chava tiveram a sensação e a consciência do nu e prepararam para si roupas para cobrir seus corpos. Assim, as roupas lembram ao homem sua queda do estado de pureza absoluta para outro da sucetibilidade à tentação e uma luta interna entre as aspirações da alma Divina e as paixões do corpo físico.

Talvez, por este motivo (para ser um lembrete) somos obrigados a prender as franjas dos tsitsit à nossa roupa. Pois os tsitsit não fazem parte integrante do traje e não possuem utilidade material. Os tsitsit e as vestes servem assim essencialmente ao mesmo propósito: os tsitsit advertindo-nos para ficarmos em guarda contra as inclinações do "coração e dos olhos" – (os dois provocadores do pecado) e o traje de uma lembrança vivIda na primeira vez em que o homem sucumbiu ao pecado.

O propósito

A mitsvá de tsitsit é mencionada duas vezes naTorá:

a)"…Que façam para eles tsitsit (franjas) sobre as bordas das suas vestes, pelas suas gerações e porão sobre os tsitsit da borda um cordão azul celeste. E será para vós por tsitsit e vereis e lembrareis todos os mandamentos de D’us e os cumprireis e não errareis indo atrás (do pensamento) do vosso coração e atrás (a vista) dos vossos olhos, atrás dos quais vós andais errando; para que vos lembreis e cumprais todos os Meus mandamentos e sejais santos para com vosso D’us." (Bamidbar. XV: 38:41)

b) "Franjas farás para ti e as porás nos quatro cantos de tua vestimenta com que te cobrires." (Devarim XII:12)

A própria Torá assim explica o propósito dessa mitsvá. Na primeira passagem citada encontramos tanto as metas imediatas como aquelas a prazo longo. As imediatas consistem em um princípio positivo e um negativo:

Lembrete permanente 

Ao mandar olhar para os tsitsit D'us queria que o homem atingisse vários objetivos.

a) nos lembra todos os mandamentos para que os observemos;

b) evita que sigamos as inclinações do nosso coração e dos nossos olhos que tendem a nos levar para a infidelidade (a D’us).

c) para lembrarmos e observarmos os mandamentos de D’us; e

d) nos elevar a um nível de santidade e nos tornar santificados perante D’us.

Como podem estas singelas franjas, ligadas ao nosso traje, atingir uma meta tão elevada e abrangente? Como pode a visão dos tsitsit nos ajudar a compreender o nosso "eu" espiritual e alcançar nosso objetivo de perfeição humana?

Para entender isso, precisamos nos aprofundar um pouco mais nos aspectos simbólicos deste preceito. Nossa pesquisa nos revelará que poucos mandamentos são tão ricos em simbolismo e contêm tantas alusões e lembretes como essa mitsvá. E uma vez que tenhamos aprendido a reconhecer e a apreciar esses símbolos e alusões compreenderemos a eficácia do tsitsit e porque foi dito que este único preceito é eqüivalente a todas as mitsvot daTorá (Menachot 43b).

A mulher está isenta deste preceito, pois a Torá reconhece sua conexão muito mais direta com D’us através de sua natureza e sensibilidade natas e a considera bastante ciente dos seus deveres, não necessitando do lembrete constante dos tsitsit para recordar-se dos mandamentos daTorá.

Tsitsit e Cohen Gadol

O termo tsitsit lembra o tsits, a placa de ouro usada pelo cohen gadol, o Sumo Sacerdote, na qual estavam gravadas as palavras "Santidade a D’us" (Shemot 28:36). Assim como tsits é derivado do hebraico "fitar" porque era usado na testa um lugar visível a todos. Tsitsit também é derivado da mesma raíz. Tsitsit se refere também aos cabelos, ou "franjas" na fronte. Assim, essa palavra denota que as franjas devem ser vistas, olhadas: e sua melhor tradução é portanto "franjas à mostra" (i.e., as franjas ligadas à veste a fim de serem vistas). Na verdade e mais a fundo, o relacionamento tsits/tsitsit é mais do que etimológico e os tsitsit do homem comum são de fato um modelo do tsits do cohen gadol.

Significado

Os tsitsit pelo seu nome e maneira com que estão ligados à roupa, aludem aos 613 preceitos daTorá: o eqüivalente numérico da palavra tsitsit é 600; some a isso 8 pelo número de fios e 5 pelo número dos nós e terá 613. Os cinco nós indicam também que temos de nos amarrar aos cinco Livros de Moisés, ao passo que os oito fios sugerem os oito órgãos do corpo que estimulam o homem a pecar (os ouvidos, olhos, boca, nariz, mãos, pés, genitais e o coração), que devem ser subjugados e santificados.

Assim, a vista dos tsitsit serve ao propósito de lembrar o homem as suas obrigações Divinas (os 613 preceitos daTorá) e protegê-lo de cair vítima dos atos pecaminosos relacionados com os órgãos mencionados. A visão atenta dos tsitsit serve como lembrete que conduz a uma observância consistente daTorá ("e o vereis e lembrareis… e os cumprireis").

Os tsitsit devem portanto ser usados em peças de roupa regulares (quadradas, de quatro pontas) e não devem ser restritos ao talit (xale de orações) usado somente na hora das preces. Pois, como Ibn Ezra escreve em seu comentário, "É mais importante estar envergando os tsitsit em outras horas que não as da oração, a fim de lembrar em todos os momentos a não se desviar e cometer um pecado; pois na hora da prece o homem não peca."

E embora aTorá exija tsitsit somente numa peça de quatro cantos, sugerindo assim que, em faltando tal peça de roupa, a pessoa está isenta de sua obrigação, Rabi Isaac Abarbanel nota em seu comentário: "Eles devem fazer para si tsitsit …pelas suas gerações…" para ensinar que, mesmo no decorrer das gerações, quando os israelitas não costumarem mais a usar trajes de quatro pontas, deverão, assim mesmo fazer algumas peças de quatro pontas e colocar os tsitsit ligados nelas. Daí se vê claramente o conceito errôneo daqueles que argumentam que, se a pessoa não deseja usar um traje de quatro pontas, fica isenta da mitsvá do tsitsit.

O fio azul, extinto 

As franjas à mostra despertam no homem uma consciência direta da Presença Divina. Esta era a função especial que tinha o fio azul (Techelet) cuja coloração era obtida através da extração do pigmento do Chilazon, um peixe, e especialmente processado; atualmente extinto. Por que o azul foi escolhido entre todas as cores?

Porque o azul se assemelha à cor do mar e o mar parece com a cor do céu e o céu se assemelha à ‘cor ’ do Trono de Glória de D’us!"

A vista dos tsitsit induz uma visão mental, uma consciência da Shechiná (Presença Divina). Em qualquer uma das direções — leste, oeste, sul e norte — que nos voltemos (aludidas pela especificação da peça de quatro cantos), os tsitsit nos tornam conscientes da presença de D’us. Hoje não temos mais um fio azul porque oChilazon (um anfíbio conchífero) do qual o pigmento azul era extraído está atualmente oculto e desconhecido. Mas o seu significado continua válido quando lemos o preceito deTechelet . Já que em hebraico a palavraTechelet é parecida comTachlit que quer dizer "meta final", o significado doTechelet vem lembrar ao homem que o último e definitivo objetivo de tudo é a Shechiná.

A passagem da Torá

A passagem da Torá que determina o preceito do tsitsit põe em contraste a lembrança e a observância dos "mandamentos de D’us" com o seguir "atrás do vosso (próprio) coração e dos vossos (próprios) olhos, atrás dos quais vos desviais".

Esta contraposição sugere mais do que o sentido literal aparente. Pois aTorá não especifica um "andar atrás" de inclinações pecaminosas, mas pronuncia uma advertência geral e abrangente, de "não seguir atrás do vosso coração e dos vossos olhos" — independente de quais sejam as intenções. Ao ponderarmos este constraste, seu sentido latente se torna óbvio:

O coração é a sede das emoções humanas, dos sentimentos pessoais do homem. Os olhos, na terminologia daTorá, configuram sabedoria e intelecto. A Torá no contexto da mitsvá do tsitsit , assim nos adverte para "não ireis atrás do vosso coração (as emoções e sentimentos) e vossos olhos (o intelecto), atrás dos quais vos desviais".

Não é, pois, a nossa opinião e nossos ideais pessoais (não importa quão nobres e elevados possam parecer), que devemos seguir, mas sim os mandamentos de D’us. Mesmo quando nosso coração e nossa mente aquiescem em assuntos daTorá por causa do apelo intelectual ou atração sentimental, nós temos de observar os preceitos e as instruções daTorá como mandamentos de D’us.

É tão somente a natureza supra-racional e supra-sentimental dos mandamentos como decretos Divinos que lhes empresta seu caráter de verdade e de relevância absolutas.

Racionalismo e sentimentalismo como critérios únicos e independentes são caminhos essencialmente perigosos e geralmente enganadores "atrás dos quais vos desviais."

Segundo os nossos livros sagrados, o motivo de envolver o corpo com o talit sensibiliza o coração do homem e o desperta para um sentimento de temor a D’us.

A razão pela qual os tsitsiyot também são chamados naTorá deGuedilim, é que, segundo o costume judaico, mesmo um menino pequeno deve vestir o talit catan a fim de educá-lo quanto ao cumprimento das mitsvot, para que, ao crescer, sinta cada vez mais o gosto e a "doçura" delas.
Por isso são denominados de Guedilim (do hebraico Guidul que significa"crescimento"), pois as mitsvot vão crescendo com ele.

O motivo do número de voltas entre cada espaço de nós nos tsitsiyot , respectivamente 7, 8, 11 e 13 é que eles totalizam o mesmo valor numérico das palavras Hashem Echad (D’us Único) que, em hebraico, é 39.

O valor numérico da palavra tsitsit em hebraico é o mesmo das palavras hebraicas tsedacot (que significa "justiças") enesher (que significa "água"). Isso nos esclarece que quem guarda a mitvá do tsitsit terá o mérito de contemplar a Face da Shechiná (Presença Divina), conforme está escrito: "Eu com justiça verei Tua Face"; e merece também que se concretize (sobre ele) a profecia: "E vos transportarei sobre asas de águias."

A palavra Ure‘item (que significa "e vocês verão" os tsitsiyot) tem o mesmo valor numérico que a palavra tsitsit bayom ("de dia" — quando se aplica a mitsvá do tsitsit).

O motivo pelo qual envolvemo-nos no talit ainda antes de colocar os tefilin, é que a mitsvá de tsitsit é mais freqüente (pois vestimos mesmo no Shabat e nos dias santificados) e isto lhe dá prioridade.
Em cada borda do talit encontramos 5 nós, ou seja 20 nas 4 pontas, eqüivalentes às mãos e aos pés nos quais encontramos 20 dedos. Isto transmite a idéia que todos os membros humanos encontram-se a serviço de D’us.

Os livros místicos relacionam a mitsvá de tsitsit com a visão profética de mercavá ("carruagem") que consiste num dos assuntos mais profundos do Tanach e que é explicado nos livros clássicos da Cabalá e Chassidut. O profeta Yechezkel visualiza quatro formas diferentes, anjos com asas, etc. A intenção de D’us na criação do homem é que ele assimile as características dos seres superiores. O corpo do homem é um só, mas se ramifica em quatro órgãos fundamentais: o cérebro, o coração, a língua e o Berit Milá que devem ser suportes da "Carruagem" Divina. (A idéia do conceito Mercavá -Carruagem, segundo os ensinamentos de Chassidut, define de forma alegórica a submissão e anulação dos interesses e tendências pessoais perante D’us: assim como a carruagem não possui vontade própria e é submissa àquele que a dirige.)

Este é o motivo de envolver-se com o talit de quatro pontas (eqüivalentes aos quatro seres da Mercavá) e esta também é a razão da Torá chamar as pontas de Cnafot (da mesma raíz queCnafayim em hebraico, cujo significado é "asas", fazendo da lusão à elevação do homem através desta mitsvá. E por este motivo também é que de cada uma das quatro pontas saem oito fios, iguais ao número de faces e asas de cada um dos seres da mercavá totalizando 32, eqüivalente aos 32 caminhos da Chochmá (Sabedoria).

Leis referentes ao talit

Os tsitsit devem ser colocados em qualquer vestimenta que cubra o corpo e que tenha 4 pontas (bordas) — duas na frente e duas atrás.

• Os fios (do tsitsit) devem ser preparados (desde a fiação), trançados e colocados apropriadamente na veste, especialmente com o intuito da mitsvá do tsitsit.
• Os tsitsit e a veste devem ser do mesmo material. É preferivel, porém que sejam ambos de lã, ou pelo menos que os fios sejam de lã.
• Comprimento dos fios de tsitsit deve ser de no mínimo 24cm e de preferência acompanhando a seguinte proporção: 1/3 de comprimento para os nós e espaços intermediários (do tsitsit) e os 2/3 restantes para o fios soltos (após o último nó).
• Se um dos fios soltos do tsitsit se romper, o talit ainda permanece casher. No caso de mais de um fio ter se cortado, um Rabino ortodoxo deverá ser consultado.
• Os fios do tsitsit devem ser trançados e caso um deles se desfie, esta parte é considerada ausente.
• A obrigatoriedade do tsitsit se aplica (apenas) nas horas diúrnas. Portanto a respectiva berachá, bênção, não deve ser pronunciada antes do amanhecer ou após o pôr-do-sol.
• Apesar da obrigação recair apenas nos horários diurnos, é costume vestir o talit catan também ao dormir durante a noite, para que dessa forma mesmo ao permanecer desacordado após o início do dia, já estejamos cumprindo a mitsvá. Assim também, de acordo com os ensinamentos, é meritório vestir o talit catan mesmo de noite. Porém ao amanhecer, a berachá do talit catan deve ser recitada sobre uma outra veste. Não havendo outro talit catan, costuma-se mover os fios dos tsitsit, recitando então a berachá.
• Segundo o costume Chabad somente homens casados vestem o talit gadol, recitando a berachá apenas sobre este talit com a intenção que ela recaia também sobre o talit catan.
• Ao tomar um talit emprestado para rezar, costuma-se recitar a berachá sobre o talit, a não ser que esteja sendo utilizado somente ao ser chamado naTorá; neste caso não se recita a berachá.
• Se após vestir o talit gadol, este caiu completamente do corpo, deve-se repetir todo o processo da Atifá, inclusive recitar a berachá novamente. Se isto acontecer quando a pessoa se encontra no meio da prece, quando não é permitida a interrupção por conversa, coloca-se o talit, mas espera-se até depois da Amidá, Prece Silenciosa, para recitar a berachá. Se o talit caiu durante a Amidá, a própria colocação do Talit também é efetuada depois.
• Mas se o talit permanecer no corpo, mesmo que parcialmente, não precisa repetir a berachá. Se ficou apenas nas mãos é considerado como se tivesse caído totalmente.
• Se alguém tirou seu talit gadol com a intenção de recolocá-lo em seguida, já que teve este pensamento, não é necessário repetir a berachá.
• A veste do talit, mesmo quando invalidado, não deve ser utilizada de forma desprezível, uma vez que já foi usada para uma mitsvá.
• Caso um dos fios de tsitsit tenha caído ou sido cortado não se deve jogá-lo fora ou empregá-lo de maneira desprezível. É costume utilizá-lo como marcador de algum livro sagrado (já que se trata de um objeto com o qual foi realizada uma mitsvá), para que continue a desempenhar uma função semelhante.
• É recomendável evitar, ao vestir o talit , que os tsitsiyot se arrastem pelo chão.
• A parte da veste do talit catan ou gadol que foi colocada (vestida) na frente ou em cima, deve permanecer sempre na mesma posição, em todas as vezes que for vestida. Para tanto é costume fazer um sinal que sirva de lembrete na extremidade superior interna do talit gadol e na parte dianteira do talit catan.
• A largura do talit catan deve ser de no mínimo uma Amá , ou seja 48 cm e o comprimento deve ser de no mínimo duas Amót , excluindo o orifício central, por onde o talit é vestido, de forma que resta uma Amá no peito (pela frente) e uma Amá por trás. Ao usar um talit catan menor do que estas medidas no dia de Shabat, cria-se o problema adicional de estar carregando no Shabat.
• Deve-se tomar cuidado para não usar um talit gadol estreito ou curto demais. O seu tamanho mínimo é o necessário para poder envolver a cabeça e uma boa parte do corpo ao mesmo tempo.
• Para meninos de 6 a 13 anos de idade, que já devem usar o talit catan a fim de se acostumar com a mitsvá de tsitsit pode-se basear nas opiniões que permitem medidas menores das mencionadas acima para o talit catan. Nosso costume é de iniciá-los nesta mitsvá desde os três anos de idade.
• Deve-se procurar um talit bonito, assim como todas as mitsvot devem ser realizadas da melhor maneira e minuciosamente (Hildur Mitsvá).
• Assim também ao comprar os tsitsit, deve-se verificar o seu estado e adquirí-los de pessoa de confiança, para ter certeza que todo o material empregado foi preparado especificamente para a mitsvá de tsitsit e que possua as medidas certas.

A maneira correta de vestir o talit catan e o talit gadol

Se ao vestir o talit catan, as mãos da pessoa estavam sujas ou impuras, estando inapta a pronunciar a berachá, ela deve ser dita mais tarde, após netilat yadayim (depois de abluir as mãos), movendo os tsisiyot, etc.

Deve-se separar os fios dos tsitsit um do outro, de forma que estejam sempre soltos (e não entrelaçados).

Ao vestir o talit catan ou gadol deve-se meditar na intenção Divina ao ordenar este preceito, de nos lembrar de todas as mitsvot e cumpri-las além (é óbvio) da intenção de cumprir a própria mitsvá do tsitsit.

Antes de pronunciar a bênção referente aos tsitsit, deve-se verificá-los atenciosamente, de modo a certificar-se que estão casher (aptos ao uso) a fim de evitar pronunciar a bênção em vão.

Este exame é sempre necessário a não ser que a pessoa se atrase por causa da verificação e isto não lhe permitirá rezar junto com a congregação.

A berachá de tsitsit e (no caso do talit gadol) seu envolvimento no corpo — devem ser feitas em pé.

Ao falar o trecho de "Baruch Sheamar " na prece, seguram-se na mão direita os dois tsitsiyot da frente (do talit catan para solteiros e do talit gadol para os casados) e no fim deste trecho ("Melech Mehulat Batishbachot") se beija os fios do tsitsit.

Na bênção anterior ao Shemá Yisrael (em Shacharit, Prece da Manhã) ao chegar na palavra "Vahaviênu" pegam-se os dois tsitsiyot da frente e em seguida os de trás, primeiro do lado esquerdo e depois do direito.

Seguram-se todos os tsitsiyot na mão esquerda entre o anular e o minguinho e perto do coração. Chegando no terceiro capítulo do Shemá ("Vayômer") , seguram-se as pontas dos tsitsiyot também com a mão direita. Ao mencionar as seguintes seis palavras — 1)tsitsit, 2) tsitsit, 3)Letsitsit, 4) Emêt, 5) Cayemet, 6) Laad —passamos os tsitsiyot nos olhos e em seguida os beijamos.

Bênção pronunciada ao colocar o talit Catan

Tratando-se de homem solteiro que não veste talit gadol, deve-se vestir o talit catan, recitar a berachá, segurando e movendo os tsitsiot antes de pronunciá-la.

BARUCH ATÁ A-DO-NAI E-LO-HÊNU MÊLECH HAOLÁM, ASHER KIDESHÁNU BEMITSVOTÁV VETSIVÁNU AL MITSVAT TSITSIT.

"Bendito és Tu, ó Senhor, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou sobre a mitsvá de tsitsit ."

Talit Gadol

Antes de envolver-se no talit gadol, coloca-se o talit dobrado no ombro direito. Procede-se a verificação dos tsitsiot enquanto recitam-se os seguintes versículos:

BARECHI NAFSHI ET A-DO-NAI. A-DO-NAI E-LO-HAI GADALTA MEOD, HOD VEHADAR LAVASHTA. OTÉ OR CASSALMÁ, NOTÉ SHAMAYIM CAYERIA.
(Salmos CIV:1-2)


"Abençoe, ó minha alma, ao Senhor. Ó Senhor, meu D’us. Tu és magnificamente exaltado. Tu Te vestiste de majestade e esplendor. Tu Te envolves de luz como um manto. Tu expandes os céus como uma cortina."

Depois abre-se o talit completamente. Antes de se envolver no talit, recita-se a seguinte berachá:

BARUCH ATÁ A-DO-NAI E-LO-HÊNU MÊLECH HAOLÁM ASHER KIDESHÁNU BEMITSVOTÁV VETSIVÁNU LEHIT ‘ATÊF BETSITSIT.

"Bendito és Tu, ó Senhor, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou envolver-se em tsitsit."

Após a berachá cobre-se a cabeça até (inclusive) os olhos com o talit permanecendo assim (por um curto espaço de tempo) envolvido à moda árabe, tomando as duas extremidades do lado direito e jogando-as ao ombro esquerdo (por trás). Enquanto envolto no talit recitam-se os seguintes versos:

MA YACAR CHASDECHÁ E-LO-HIM, UVENEI ADAM BETSEL. KENAFECHÁ YECHESSAYUN. YIRVEYUN MIDESHEN BETECHA, VENACHAL ADANECHA TASHKÊM, KI IMECHÁ MECOR CHAYIM, BEORECHÁ NIR‘É OR. MESHOCH CHASDECHÁ LEVODEECHÁ, VETSIDCATÊCHA LEYISHREI LEV.
(Salmos XXXVI:8-11)


"Como é preciosa Tua bondade, ó D’us; os filhos dos homens se refugiam na sombra de Tuas asas. Eles se saciarão com a delícia de Tua Casa e Tu lhes darás de beber do rio da Tua bem-aventurança. Pois Contigo está a Fonte da Vida, na Tua Luz veremos luz. Concede Tua Bondade para Teus conhecedores e Tua Justiça para os de coração reto."
Durante as orações é nosso costume permanecer com o talit cobrindo a cabeça.

A HISTORIA DA ESTRELA DE DAVID

ESTRELA  DE DAVID E SUA HISTORIA.
A Estrela de David, a estrela de seis pontas, é considerada o símbolo judaico por excelência. Dada sua presença constante nos lares judeus e nas sinagogas, costuma-se atribuir a ela um caráter especificamente judaico. 

No entanto, contrário à crença popular, o hexagrama não é de origem exclusivamente judaica, e foi pouco usado pelos judeus até uns cem anos atrás. Foi somente na época da Emancipação no fim do século XIX, que os judeus resolveram adotar um símbolo que representasse o Judaísmo, assim como a cruz simboliza o Cristianismo. A partir de então, o Magen David (literalmente "Escudo de David") difundiu-se.

A Estrela de David consiste de dois triângulos superpostos em direções opostas. Os vértices do primeiro triângulo representam os três pilares da nossa fé: Deus, Homem e Povo. O segundo triângulo corresponde aos três grandes momentos da nossa história: Criação (passado), Revelação (passado que prossegue no presente) e Redenção (futuro). O primeiro triângulo simboliza a fé judaica; o segundo - a história judaica. Juntos constituem a essência dos nossos ideais.

Mais ainda, dois triângulos entrelaçados, compartilhando o mesmo centro, dão a idéia de um entrosamento entre opostos. A estrela de seis pontas indica assim a união de todas as contradições em perfeita harmonia. Em uma palavra, a Estrela de David é o símbolo máximo da paz universal, Shalom - a missão do Judeu perante toda a humanidade.

Extraído do livro "Os Por quês do Judaismo"

Rabino Henry I. Sobel

Obs: Levando-se em conta a longa e difícil história do povo judeu, chegamos a compreensão de que nossa única esperança é confiar em Deus. As seis pontas da Estrela de David simbolizam o controle de Deus sob o universo em todas as seis direções: norte, sul, leste, oeste, em cima e em baixo.

A ESTRELA DE DAVID




A ESTRELA DE DAVID.
Esta estrela de seis pontas (hexagrama), feita de dois triângulos entrelaçados, pode ser encontrada em mezuzot, menorás, bolsas de talit e kipot. As ambulâncias em Israel exibem o desenho da “Estrela Vermelha de David”, e a bandeira do país tem uma Estrela de David plantada bem no centro.
Qual é a origem desse símbolo de seis pontas?
As seis pontas simbolizam o governo de D'us sobre o universo em todas as seis direções.
No decorrer da longa e difícil história do povo judeu, atingimos a compreensão de que nossa única esperança é colocar nossa confiança em D'us.
Originalmente, o nome hebraico – Maguen David – literalmente “Escudo de David” – referia-se poeticamente a D'us. Reconhece que nosso herói militar, o Rei David, não venceu pela própria força, mas pelo apoio do Todo Poderoso. Isso também é mencionado na terceira bênção após a leitura da Haftará no Shabat: “Bendito sejas Tu, D'us, Escudo de David.”
Existem várias outras explicações sobre o significado por trás da Estrela de David.
Uma ideia é que uma estrela de seis pontas recebe forma e substância do seu centro sólido. Este âmago interior representa a dimensão espiritual, cercada pelas seis direções universais. (uma ideia similar aplica-se ao Shabat – o sétimo dia, que dá equilíbrio e perspectiva aos seis dias da semana).
Na Cabalá, os dois triângulos representam a dicotomia inerente no homem: bem vs. mal, espiritual vs. físico, etc. Os dois triângulos podem também representar o relacionamento recíproco entre o povo judeu e D'us. O triângulo apontando “para cima” simboliza nossas boas ações que ascendem ao céu, e então ativam um fluxo de bondade de volta ao mundo, simbolizado pelo triângulo apontando para baixo. Alguns notam que a Estrela de David é uma complicada figura entrelaçada que não tem seis (hexagrama), mas sim 12 lados (dodecagrama).
Pode-se considerá-la como composta de dois triângulos sobrepostos ou seis triângulos menores emergindo de um hexagrama central. Como o povo judeu, a estrela tem 12 lados, representando as 12 tribos de Israel. Uma teoria mais prática é que durante a Rebelião Bar Kochba (primeiro século), foi desenvolvida uma nova tecnologia para escudos usando a estabilidade inerente do triângulo. Por trás do escudo havia dois triângulos entrelaçados, formando um padrão hexagonal de pontos de apoio. (Buckminster Fuller demonstrou com sua geodésica como os projetos baseados em triângulo são fortes).
Uma sugestão é que a Estrela de David é um símbolo apropriado para o conflito interno que freqüentemente aflige a nação judaica: dois triângulos apontando em direções opostas!
A Estrela de David também foi um triste símbolo do Holocausto. Quando os nazistas forçaram os judeus a usar uma estrela amarela como identificação, a Estrela de David foi um triste símbolo. Na verdade, os judeus foram forçados a usar crachás especiais durante a Idade Média, tanto pelas autoridades muçulmanas quanto pelas cristãs, e até em Israel durante o Império Otomano.
Portanto, seja numa estrela azul tremulando orgulhosamente numa bandeira, ou uma estrela dourada adornando a entrada de uma sinagoga, a Estrela de David destaca-se como um lembrete para o povo judeu… nós confiamos em D'us.
 




A ESTRELA DE DAVID.
Esta estrela de seis pontas (hexagrama), feita de dois triângulos entrelaçados, pode ser encontrada em mezuzot, menorás, bolsas de talit e kipot. As ambulâncias em Israel exibem o desenho da “Estrela Vermelha de David”, e a bandeira do país tem uma Estrela de David plantada bem no centro.
Qual é a origem desse símbolo de seis pontas?
As seis pontas simbolizam o governo de D'us sobre o universo em todas as seis direções.
No decorrer da longa e difícil história do povo judeu, atingimos a compreensão de que nossa única esperança é colocar nossa confiança em D'us.
Originalmente, o nome hebraico – Maguen David – literalmente “Escudo de David” – referia-se poeticamente a D'us. Reconhece que nosso herói militar, o Rei David, não venceu pela própria força, mas pelo apoio do Todo Poderoso. Isso também é mencionado na terceira bênção após a leitura da Haftará no Shabat: “Bendito sejas Tu, D'us, Escudo de David.”
Existem várias outras explicações sobre o significado por trás da Estrela de David.
Uma ideia é que uma estrela de seis pontas recebe forma e substância do seu centro sólido. Este âmago interior representa a dimensão espiritual, cercada pelas seis direções universais. (uma ideia similar aplica-se ao Shabat – o sétimo dia, que dá equilíbrio e perspectiva aos seis dias da semana).
Na Cabalá, os dois triângulos representam a dicotomia inerente no homem: bem vs. mal, espiritual vs. físico, etc. Os dois triângulos podem também representar o relacionamento recíproco entre o povo judeu e D'us. O triângulo apontando “para cima” simboliza nossas boas ações que ascendem ao céu, e então ativam um fluxo de bondade de volta ao mundo, simbolizado pelo triângulo apontando para baixo. Alguns notam que a Estrela de David é uma complicada figura entrelaçada que não tem seis (hexagrama), mas sim 12 lados (dodecagrama).
Pode-se considerá-la como composta de dois triângulos sobrepostos ou seis triângulos menores emergindo de um hexagrama central. Como o povo judeu, a estrela tem 12 lados, representando as 12 tribos de Israel. Uma teoria mais prática é que durante a Rebelião Bar Kochba (primeiro século), foi desenvolvida uma nova tecnologia para escudos usando a estabilidade inerente do triângulo. Por trás do escudo havia dois triângulos entrelaçados, formando um padrão hexagonal de pontos de apoio. (Buckminster Fuller demonstrou com sua geodésica como os projetos baseados em triângulo são fortes).
Uma sugestão é que a Estrela de David é um símbolo apropriado para o conflito interno que freqüentemente aflige a nação judaica: dois triângulos apontando em direções opostas!
A Estrela de David também foi um triste símbolo do Holocausto. Quando os nazistas forçaram os judeus a usar uma estrela amarela como identificação, a Estrela de David foi um triste símbolo. Na verdade, os judeus foram forçados a usar crachás especiais durante a Idade Média, tanto pelas autoridades muçulmanas quanto pelas cristãs, e até em Israel durante o Império Otomano.
Portanto, seja numa estrela azul tremulando orgulhosamente numa bandeira, ou uma estrela dourada adornando a entrada de uma sinagoga, a Estrela de David destaca-se como um lembrete para o povo judeu… nós confiamos em D'us.
 

JERUSALÉM AMADA

Jerusalém
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Jerusalém (desambiguação).
Jerusalém

'
יְרוּשָׁלַיִם
Oficialmente em Israelأورشليم القدس (Urshalim-Al-Quds)
Usualmente 
القـُدْس (Al-Quds)
Significado
Hebraico: "Cidade da Paz"
Árabe: "A Sagrada"
Governo
População
732 1001 (2007)
Jurisdição
125156 dunams(125,156 km²)
Prefeito
Website
Jerusalém (em hebraico: ירושלים, Yerushaláyim; em árabe: القدس, al-Quds; em grego: Ιεροσόλυμα, Ierossólyma), é a capital declarada (mas não reconhecida pela comunidade internacional) de Israel e sua maior cidade2 tanto em população quanto área,3 com 732 100 residentes em uma área de 125,1 km² ou 49 milhas quadradas (incluindo a área disputada de Jerusalém Oriental).1 4 Localizada nas Montanhas da Judeia, entre o mar mediterrâneo e o norte do Mar Morto, a Jerusalém moderna tem crescido aos arredores da cidade antiga.
A cidade tem uma história que data do IV milênio a.C., tornando-a uma das mais antigas do mundo.5 Jerusalém é a cidade santa dos judeus,cristãos e muçulmanos, e o centro espiritual desde o século X a.C.6contém um número de significativos lugares antigos cristãos, e é considerada a terceira cidade santa no Islão.7 Apesar de possuir uma área de apenas 0,9 quilômetros quadrados (0,35 milhas quadradas),8 a cidade antiga hospeda os principais pontos religiosos, entre eles aEsplanada das Mesquitas, o Muro das lamentações, o Santo Sepulcro, aCúpula da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa. A cidade antigamente murada, um patrimônio mundial, tem sido tradicionalmente dividida em quatro quarteirões, ainda que os nomes usados hoje (os bairrosarmênio, cristão, judeu e o muçulmano) foram introduzidos por volta do século XIX.9 a Cidade Velha foi indicada para inclusão na lista do patrimônio mundial em perigo pela Jordânia em 1982.10 No curso da história, Jerusalém foi destruída duas vezes, sitiada 23 vezes, atacada 52 vezes, e capturada e recapturada 44 vezes.11
Hoje, o estatuto de Jerusalém continua um dos maiores problemas noConflito israelo-palestino. A capital declarada (mas não reconhecida pelacomunidade internacional) do país e sede do governo é Jerusalém, que é também a residência do presidente da nação, repartições do governo, suprema corte e o Knesset (parlamento). A Lei Básica estabelece que "Jerusalém, completa e unida, é a capital de Israel" apesar de aAutoridade Palestina ver Jerusalém Oriental como futura capital daPalestina e as Nações Unidas e a maioria dos países não aceitarem a Lei Básica, argumentando que o estatuto final deve esperar futuras negociações entre Israel e a Autoridade Palestina. A maioria dos países mantém sua embaixada em Tel Aviv, principal centro financeiro do país.12 Após a Resolução 478 do Conselho de Segurança da ONU, oficializou-se a retirada das embaixadas estrangeiras de Jerusalém.






Ainda que a origem do nome Yerushalayim seja incerta, várias interpretações linguísticas têm sido propostas. Alguns acreditam que é uma combinação das palavras em hebraico "yerusha" (legado) e "Shalom" (paz), ou seja, legado da paz. Outros salientam que "Shalom"; é um cognato do nome hebraico "Shlomo", ou seja, o Rei Salomão, o construtor do Primeiro Templo.13 14Alternativamente, a segunda parte da palavra seria Salem (Shalemliteralmente "completo" ou "em harmonia"), um nome recente de Jerusalém15 isto aparece no livro de Gênesis.16 Outros citam ascartas de Amarna, onde o nome acadiano da cidade aparece comoUrušalim, um cognato do Hebreu Ir Shalem. Alguns acreditam que há uma conexão a Shalim, a deidade beneficente conhecida dos mitos ugaríticos como a personificação do crepúsculo.17
De acordo com um midrash (Bereshit Rabá), Abraão veio até a cidade, e a chamou de Shalem, depois de resgatar .18 Abraão perguntou ao rei e ao mais alto sacerdote Melquizedeque se podiam abençoá-lo. Este encontro foi comemorado por adicionar o prefixo Yeru (derivado de Yireh, o nome que Abraão deu ao Monte do Templo)18 produzindo Yeru-Shalem, significando a "cidade de Shalem," ou "fundada por Shalem." Shalemsignifica "completo" ou "sem defeito. Por isso, "Yerushalayim" significa a "cidade perfeita", ou "a cidade daquele que é perfeito".19 O final -im indica o plural na gramática hebraica e -ayim a dualidade, possivelmente se referindo ao fato que a cidade se situa em duas colinas.20 21 O pronunciamento da última sílaba como -ayimparece ser uma modificação posterior, a qual não havia aparecido no tempo da Septuaginta.
Alguns acreditam que a cidade chamada de Rušalimum ou Urušalimum que aparece nos achados do Antigo Egito é a primeira referência a Jerusalém.22 Os gregos adicionaram o prefixo hiero ("sagrada") e chamaram deHierosolyma. Para os árabes, Jerusalém é al-Quds ("A Sagrada"). Foi chamada de Jebus (Yevus) pelos jebusitas. "Tzion" inicialmente se referiu a parte da cidade, mas depois passou a significar a cidade como um todo. Durante o reinado de David, ficou conhecida como Yir David (a cidade de David).23
História[editar]
Muro de Jebusita, na cidade de Davi.
Ver artigo principal: História de Jerusalém
 Mais informações: Cronologia de Jerusalém
Cerâmicas indicam a ocupação de Ophel, dentro da atual Jerusalém, desde a Idade do Cobre, ao redor do Quarto milênio a.C.,5 24 com evidências de assentamentos permanentes durante o começo da Idade do Bronze, 3000-2800 a.C.24 25 OsTextos de Execração (c. do século XIX a.C.), que se referem a uma cidade chamada Roshlamem ou Rosh-ramen24 e as Cartas de Amarna (c. século XIV a.C.) podem ser os primeiros a falar da cidade.26 27 Alguns arqueólogos, incluindoKathleen Kenyon, acreditam que Jerusalém como cidade foi fundada pelos povossemitas ocidentais com assentamentos organizados em cerca de 2600 a.C.. Segundo a tradição judaica, a cidade foi fundada por Shem (Sem, em português, filho de Noé) e Éber (bisneto de Shem), antepassados de Abraão. Nos contosbíblicos, Jerusalém era uma cidade Jebusita até o século X a.C., quando David conquistou-a e fez dela a capital do Reino Unido de Israel e Judá (c. 1000s a.C.).28 29 recentes escavações de uma grande estrutura de pedra são interpretadas por alguns arqueólogos como crédito à narrativa bíblica.30
Períodos Templários[editar]
A Torre de David como pode ser visto a partir de Vale Hinnom.
Davi reinou até 970 a.C. Ele foi sucedido pelo seu filho Salomão,31 que construiu o Templo Sagrado no Monte Moriá. O Templo de Salomão (mais tarde conhecido como o Primeiro Templo), passou a desempenhar um papel central na história judaica como o lugar onde estava guardada a Arca da Aliança.32 Ao longo de mais de 600 anos, até à conquista babilônica, em 587 a.C., Jerusalém foi a capital política e religiosa dos judeus.33 Este período é conhecido na história como o Período do Primeiro Templo.34 Após a morte de Salomão (c. 930 a.C.), as dez tribos do norte se uniram para formar oReino de Israel. Sob a liderança da Casa de David e Salomão, Jerusalém continuou a ser a capital do Reino de Judá.34
Quando a Assíria conquistou o Reino de Israel, em 722 a.C., Jerusalém foi fortalecida por um grande afluxo de refugiados provenientes do norte do reino. O Primeiro Período Templário acabou cerca de 586 a.C., quando os babilônios conquistaram Judá e Jerusalém, e devastaram o Templo de Salomão.34 Em 538 a.C., após cinquenta anos do exílio na Babilônia, o  do Irã Ciro, o Grande convidou os judeus a regressarem a Judá e Jerusalém e reconstruírem o Templo. A construção do Segundo Templo de Salomão foi concluída em 516 a.C., durante o reinado de Dario, o Grande, setenta anos depois da destruição do Primeiro Templo.35 36 Jerusalém retomou o seu papel de capital de Judá e centro de culto judaico. Quando o comandante grego Alexandre o Grandeconquistou o império persa, Jerusalém e Judeia caíram sob controle grego, e em seguida sob a dinastia ptolomaica sob Ptolomeu I. Em 198 a.C., Ptolomeu V perdeu Jerusalém e a Judeia para o Selêucidas sobAntíoco III. A tentativa Selêucida de retomar Jerusalém do dominio grego teve sucesso em 168 a.C. com a bem sucedida revolta macabeia de Matatias, o Sumo Sacerdote e os seus cinco filhos contra Antíoco Epifanes, e a criação do Reino Hasmoneus em 152 a.C., novamente com Jerusalém como capital.37
Guerras Romano-Judaicas[editar]
Cerco romano e a destruição de Jerusalém (David Roberts, 1850)
Conforme o Império Romano se tornou mais forte, ele colocou Herodes como um rei cliente. Herodes o Grande, como ele era conhecido, dedicou-se a desenvolver e embelezar a cidade. Ele construiu muralhas, torres e palácios, e expandiu o Templo do Monte, reforçou o pátio com blocos de pedra pesando até cem toneladas. Sob Herodes, a área do Templo do Monte dobrou de tamanho.31 38 39 Em 6 d.C., a cidade, assim como grande parte da região ao redor, entrou sob controle direto dos romanos como na Judeia40Herodes e seus descendentes até Agripa II permaneceram reis-clientes da Judeia até 96 d.C. O domínio romano sobre Jerusalém e região começou a ser contestada a partir da primeira guerra judaico-romana, a Grande revolta judaica, que resultou na destruição do Segundo Templo em 70 d.C. Em 130 d.C. Adriano romanizou a cidade, e ela foi renomeada para Élia Capitolina.41 Jerusalém, mais uma vez serviu como a capital da Judeia durante o período de três anos da revolta conhecida como a Revolta de Bar Kokhba. Os romanos conseguiram recapturar a cidade em 135 d.C. e como uma medida punitiva Adriano proibiu os judeus de entrarem nela. Adriano rebatizou toda a Judeia de Síria Palaestina numa tentativa de des-judaizar o país.42 43 A proibição sobre os judeus entraram em Élia Capitolina continuou até o século IV d.C.
Nos cinco séculos seguintes à revolta de Bar Kokhba, a cidade permaneceu sob domínio romano, até cair sob domínio bizantino. Durante o século IV, o Imperador romano Constantino I construiu partes católicas em Jerusalém, como a Igreja do Santo Sepulcro. Jerusalém atingiu o pico em tamanho e população no final do Segundo Período Templário: A cidade se estendia por dois quilômetros quadrados e tinha uma população de 200 mil pessoas42 44 A partir de Constantino até o século VII, os judeus foram proibidos em Jerusalém.45
Guerras romano-persas[editar]
No período de algumas décadas, Jerusalém trocou de mãos entre persas e romanos, até voltar à mão dos romanos mais uma vez. Depois, do avanço do comandante sassânida Cosroes II no início do século VII sobre os domínios bizantinos, avançando através da Síria, os generais sassânidas Sharbaraz e Sain atacaram a cidade de Jerusalém (persa: Dej Houdkh), então controlada pelos bizantinos.46
No Cerco de Jerusalém em 614, após passarem incansáveis 21 dias em estratégia de cerco, Jerusalém foi capturada dos persas e isso resultou na anexação territorial de Jerusalém. Depois que o exército Sassânidaentrou em Jerusalém, a sagrada "Vera Cruz" foi roubada e enviada de volta para a capital sassânida como uma relíquia sagrada da guerra. A cidade conquistada e a Santa Cruz, permaneceriam nas mãos dos Sassânidas por mais quinze anos, até o Imperador Bizantino Heráclio recuperá-la em 629.46
Estado Islâmico[editar]
Cúpula da Rocha visto através do Portão do Algodão.
Em 638, o Califado islâmico alargou a sua soberania para Jerusalém. Neste momento, Jerusalém foi declarada a terceira cidade mais sagrada do Islã após Meca e Medina, e referido como al Bait al-Muquddas. Mais tarde, ele era conhecido como al-Qods al-Sharif.47 Com a conquista árabe, os judeus foram autorizados a regressar à cidade.48 O califa Rashidun Omar ibn al-Khattab assinou um tratado com o patriarca cristão monofisista Sofrônio, assegurando-lhe que os lugares sagrados cristãos de Jerusalém e a população cristã seriam protegidos ao abrigo do estado muçulmano.49 Omar foi conduzido à Pedra Fundamental no Monte do Templo, no qual ele claramente recusou, pois se preparava para construir uma mesquita. De acordo com o bispo gaulês Arculf, que viveu em Jerusalém a partir de 679 a 688, a Mesquita de Omar era uma estrutura retangular de madeira construído sobre ruínas que poderia acomodar 3000 seguidores.50 O califaOmíada Abd-el-Melek encomendou a construção da Cúpula da Rocha no final século VII.51 O historiador do século X, El Muqadasi, escreveu que Abd-el-Melek construiu o santuário, a fim de competir na grandeza das monumentais igrejas de Jerusalém.50 Durante as quatro próximas centenas de anos, a proeminência de Jerusalém foi diminuída pelos poderes árabes na região que brigavam pelo controle da cidade.52
Cruzadas, Saladino e os Mamelucos[editar]
Ilustração da captura de Jerusalém durante a Primeira Cruzada, 1099.
Em 1099, Jerusalém foi conquistada pelos Cruzados, que massacraram a maior parte dos habitantes muçulmanos e os resquícios dos habitantes judeus. A maioria dos muçulmanos foram expulsos e a maioria dos habitantes judeus já tinha fugido, no início de junho de 1099, a população de Jerusalém tinha diminuído de 70.000 para menos de 30.000.53 Os sobreviventes judeus foram vendidos na Europa como escravos ou exilados na comunidade judaica do Egito.54 Tribos árabes cristãs estabeleceram-se na destruída Cidade Velha de Jerusalém.55 Em 1187, a cidade foi arrancada da mão dos Cruzados por Saladino permitindo que os judeus e os muçulmanos pudessem voltar e morar na cidade.56 Em 1244, Jerusalém foi saqueada pelos TártarosKharezmian, que dizimaram a população cristã da cidade e afastou os judeus, alguns dos quais foram reinstalados em Nablus.57 Entre 1250 e 1517, Jerusalém foi governado pelos mamelucos, que impuseram um pesado imposto anual sobre os judeus e destruíram os lugares sagrados dos cristãos no Monte Sião.58
Domínio Otomano[editar]
Em 1517, Jerusalém e região caiu sob domínio Turco Otomano, que permaneceu no controle até 1917.56 Como em grande parte do domínio Otomano, Jerusalém permaneceu um provincial e importante centro religioso, e não participava da principal rota comercial entre Damasco e Cairo.59 No entanto, os turcos muçulmanos trouxeram muitas inovações: sistemas modernos de correio usado por vários consulados, o uso da roda para modos de transporte; diligências e carruagens, o carrinho de mão e a carroça, e a lanterna a óleo, entre os primeiros sinais de modernização da cidade.60 Em meados do século XIX, os otomanos construíram a primeira estrada pavimentada de Jaffa a Jerusalém, e em 1892 a ferrovia havia atingido a cidade60
Com a ocupação de Jerusalém por Muhammad Ali do Egito em 1831, missões e consulados estrangeiros começaram a se estabelecer na cidade. Em 1836, Ibrahim Paşa permitiu aos judeus reconstruírem as quatro grandes sinagogas, entre eles a Hurva.61
O controle turco foi reinstalado em 1840, mas muitos egípcios muçulmanos permaneceram em Jerusalém. Judeus de Argel e da África do Norte começaram a instalar-se na cidade, em um número cada vez maior.62 Ao mesmo tempo, os otomanos construíram curtumes e matadouros perto dos lugares sagrados judeus e cristãos "para que um mau cheiro, sempre pesteie os infiéis".63 Nas décadas de 1840 e 1850, os poderes internacionais iniciaram um "cabo-de-guerra" na Palestina, uma vez que tentaram ampliar sua proteção ao longo do país para as minorias religiosas, uma luta realizada principalmente através de representantes consulares em Jerusalém.64De acordo com o cônsul prussiano, a população em 1845 era de 16.410 habitantes, desses, 7120 judeus, 5.000 muçulmanos, 3390 cristãos, 800 soldados turcos e 100 europeus.65 O volume de peregrinos cristãos aumentou sob o domínio dos otomanos, dobrando a população da cidade em torno da época da Páscoa.66
Na década de 1860, novos bairros começaram a surgir fora dos muros da Cidade Velha para aliviar a intensa superlotação e o pobre saneamento na cidade intramuros. O Composto Russo e Mishkenot Sha'ananim foram fundados em 1860.67
Mandato Britânico e a Guerra de 1948[editar]
General Edmund Allenby entra na cidade velha de Jerusalém, dezembro de 1917.
Em 1917 após a Batalha de Jerusalém, o exército britânico, liderado por General Edmund Allenby, capturou a cidade.68 E, em 1922, a Liga das Nações sob aConferência de Lausanne confiou ao Reino Unido a administração da Palestina.
De 1922 a 1948 a população total da cidade passou de 52.000 para 165.000, sendo dois terços de judeus e um terço de árabes (muçulmanos e cristãos).69 A situação entre árabes e judeus na Palestina não foi calma. Em Jerusalém, em especial nosmotins ocorridos em 1920 e em 1929. Sob o domínio britânico, novos subúrbios foram construídos no oeste e na parte norte da cidade70 71 e instituições de ensino superior, como a Universidade Hebraica, foram fundadas.72
A medida que o Mandato Britânico da Palestina foi terminando, o Plano de Partilha das Nações Unidas de 1947 recomendou "a criação de um regime internacional, em especial na cidade de Jerusalém, constituindo-a como uma corpus separatum no âmbito da administração dasNações Unidas".73 O regime internacional deveria continuar em vigor por um período de dez anos, e seria realizado um referendo na qual os moradores de Jerusalém iriam votar para decidir o futuro regime da cidade. No entanto, este plano não foi implementado, porque a guerra de 1948 eclodiu enquanto os britânicos retiravam-se da Palestina e Israel declarou sua independência.74
A guerra levou ao deslocamento das populações árabe e judaica na cidade. Os 1.500 residentes do Bairro Judeuda Cidade Velha foram expulsos e algumas centenas tomados como prisioneiros quando a Legião Árabe capturou o bairro em 28 de maio.75 Moradores de vários bairros e aldeias árabes do oeste da Cidade Velha saíram com a chegada da guerra, mas alguns permaneceram e foram expulsos ou mortos, como em Lifta ou Deir Yassin.76 77 78
Divisão e a controversa reunificação[editar]
Ver artigo principal: Posições sobre Jerusalém
Policiais israelenses encontram um legionário jordaniano perto do Portão de Mandelbaum.
A guerra terminou com Jerusalém dividida entre Israel e Jordânia (entãoCisjordânia). Segundo o Plano de Partição da Palestina, as áreas de Jerusalém e Belém ficariam sob controle internacional. O Armistício de 1949criou uma linha de cessar-fogo que atravessava o centro da cidade e à esquerda do Monte Scopus como um exclave israelense. Arame farpado e barreiras de concreto separaram Jerusalém Oriental e Jerusalém Ocidental, e caçadores militares frequentemente ameaçaram o cessar-fogo. Após a criação do Estado de Israel, Jerusalém foi declarada a sua capital. A Jordânia anexou formalmente Jerusalém Oriental, em 1950, sujeitando-a à lei jordaniana, em uma atitude que só foi reconhecido pelo Paquistão.74 79
A Jordânia assumiu o controle dos lugares sagrados na Cidade Velha. Contrariamente aos termos do acordo, foi negado o acesso dos israelitas aos locais sagrados judaicos, muitos dos quais foram profanados, e apenas foi permitido o acesso muito limitado aos locais sagrados cristãos.80 81 Durante este período, a cúpula da Rocha e a Mesquita de al-Aqsa sofreram grandes renovações.82
Mapa mostrando a divisão leste-oeste de Jerusalém.
Durante a Guerra dos Seis Dias em 1967, Israel ocupou Jerusalém Oriental e afirmou soberania sobre toda a cidade, embora a ocupação e a posterior anexação do setor oriental da cidade tenham sido condenadas pelas resoluções 252,83 446,84452 85 e 46586 das Nações Unidas, além de contrariar a Quarta Convenção de Genebra. O acesso aos lugares sagrados judeus foi restabelecido, enquanto oMonte do Templo permaneceu sob a jurisdição de um waqf islâmico. O bairro marroquino, que era localizada adjacente ao Muro das Lamentações, foi desocupado e destruído87 para abrir caminho a uma praça para aqueles que visitam o muro.88 Desde a guerra, Israel tem expandido as fronteiras da cidade e estabeleceu um "anel" de bairros judeus em terrenos vagos no leste da Linha Verde.
No entanto, a aquisição de Jerusalém Oriental recebeu duras com críticas internacionais. Na sequência da aprovação da Lei de Jerusalém, que declarou Jerusalém "completa e unida", a capital de Israel,89 o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução que declarava a lei "uma violação do direito internacional" e solicitou que todas as os Estados-membros retirarassem suas embaixadas da cidade.90
O status da cidade, e especialmente os seus lugares sagrados, continuam a ser uma questão central no conflito palestino-israelense. Colonos judaicos ocuparam lugares históricos e construíram suas casas em terras confiscadas de palestinos,91 a fim de expandir a presença judaica na parte oriental de Jerusalém,92 enquanto líderes árabes têm insistido que os judeus não têm qualquer laço histórico com Jerusalém.93 Os palestinos encaram Jerusalém Oriental como a capital do futuro Estado palestino,94 95 embora permaneça sob ocupação israelense.
Geografia[editar]
Imagem de satélite de Jerusalém.
Jerusalém está situada no sul de um planalto no Judeia, que inclui o Monte das Oliveiras (Leste) e o Monte Scopus (Nordeste). A elevação da Cidade Velha é de aproximadamente 760 metros.96 A grande Jerusalém é cercada por vales e leitos de rio secos (wadis). Os vales do Cédron, Hinom, eTyropoeon se unem em uma área ao sul da cidade antiga de Jerusalém.97 OVale do Cédron segue para o leste da Cidade Velha e divide o Monte das Oliveiras a partir da cidade propriamente dita. Ao longo do lado sul da antiga Jerusalém está o Vale de Hinom, uma ravina íngreme associada com aescatologia cristã bíblica com o conceito de inferno ou Geena.98 O Vale de Tyropoeon começa na região noroeste próximo ao Portão de Damasco, dirige-se ao sudoeste através do centro da Cidade Velha para baixo do Reservatório de Siloé, e a parte inferior é dividida em duas colinas, o Monte do Templo no leste, e o resto da cidade no oeste (as partes alta e baixa da cidade descrita por Josefo). Hoje, este vale está escondido por destroços que se acumularam ao longo dos séculos.97
Nos tempos bíblicos, Jerusalém foi cercada por florestas de amêndoa, azeitona e pinheiros. Ao longo de séculos de guerras e de negligência, estas florestas foram destruídas. Os agricultores da região de Jerusalém, então, construíram terraços de pedra ao longo das encostas para reter o solo, um recurso ainda muito em evidência na paisagem de Jerusalém.
O abastecimento de água sempre foi um grande problema em Jerusalém, atestada pela intrincada rede de antigos aquedutos, túneis, reservatórios e cisternas encontrados na cidade.
Jerusalém encontra-se na região central do país, a 60 quilômteros ao leste de Tel Aviv e do Mar Mediterrâneo.99No lado oposto da cidade, cerca de 35 km100 de distância, está o Mar Morto, o corpo de água mais baixo da Terra. Cidades e vilas vizinhas incluem Belém e Beit Jala para o sul, Abu Dis e Ma'ale Adummim para o leste,Mevasseret Zion para o oeste, e Ramallah e Givat Zeev para o norte.101 102 103
Clima[editar]
Jerusalém coberta de neve.
A cidade é caracterizada por um clima mediterrânico, com verões quentes e secos, e invernos amenos e chuvosos. Neve cai normalmente uma ou duas vezes ao inverno, embora a cidade experimente forte neve a cada 3 ou 4 anos em média.104
Janeiro é o mês mais frio do ano, com uma temperatura média de 8 °C, julho e agosto são os meses mais quentes, com temperaturas médias de 23 °C. As temperaturas variam muito do dia para a noite, e as noites de Jerusalém são tipicamente amenas mesmo no verão. A precipitação média anual é de aproximadamente 590 milímetros com o período das chuvas ocorrendo principalmente entre outubro e maio.105
A maior parte da poluição do ar em Jerusalém vem do tráfego de veículos.106 Muitas das principais ruas de Jerusalém não foram construídas para acolher um volume tão grande de veículos, levando a congestionamentos frequentes e grande quantidade de monóxido de carbono liberado na atmosfera. A poluição industrial dentro da cidade é baixa, mas as emissões provenientes de fábricas na costa mediterrânica podem se deslocar devido aos ventos e pairar sobre a cidade.106 107
[Esconder]Dados climatológicos para Jerusalém
Mês
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Temperatura máxima média (°C)
12
13
16
21
25
28
29
29
28
25
19
14
Temperatura mínima média (°C)
4
4
6
9
12
15
17
17
16
14
9
6
142,2
114,3
99,1
30,5
2,5
0,0
0,0
0,0
0,0
22,9
68,8
109,2
Fonte: The Weather Channel105
Demografia[editar]
Panorama urbano de Jerusalém
Pop. de Jerusalém
Ano
Total
1525
4 700
1538
7 900
1553
12 384
1562
12 650
1800
8 750
1844
15 510
1876
25 030
1896
45 420
1922
62 578
1931
90 053
1944
157 000
1948
165 000
1967
263 307
1980
407 100
1985
457 700
1990
524 400
1995
617 000
2000
657 500
2005
706 400
Ver artigo principal: Demografia de Jerusalém
Em maio de 2007, Jerusalém tinha uma população de 732 100 - 64% eram judeus, 32%muçulmanos, e 2% cristãos.1 No final de 2005, a densidade populacional era de 5.750,4 habitantes por quilômetro quadrado.3 108 De acordo com um estudo publicado em 2000, a porcentagem de judeus na cidade tem decrescido; isso foi atribuído a uma maior taxa de natalidade dos palestinos, e a moradores judeus que deixaram a cidade. O estudo também constatou que cerca de nove por cento dos 32 488 habitantes da Cidade Velha eram judeus.109
Em 2005, 2850 imigrantes se estabeleceam em Jerusalém, grande parte vindos do Estados Unidos, França, e da ex-União Soviética. Em termos da população local, o número de residentes que deixa a cidade é maior do que o número dos que chegam. Em 2005, 16 000 foram embora de Jerusalém e apenas 10 000 se mudaram para a cidade.3 No entanto, a população de Jerusalém continua a aumentar devido à elevada taxa de natalidade, especialmente na população árabe e nas comunidades judaicas Haredi. Consequentemente, ataxa total de fecundidade em Jerusalém (4.02) é superior da de Tel Aviv (1,98) e bem acima da média nacional de 2,90. O tamanho médio das 180 000 famílias de Jerusalém é de 3,8 pessoas.3
Em 2005, a população total aumentou cerca de 13 000 (1,8%) - semelhante à média nacional israelense, mas a composição étnica e religiosa está mudando. Enquanto 31% da população judaica é constituída por crianças abaixo dos quinze anos, o índice para a população árabe é de 42%.3 Isto parece reforçar as observações de que a porcentagem de judeus em Jerusalém tem diminuído ao longo das últimas quatro décadas. Em 1967, os judeus representavam 74 por cento da população, enquanto que o índice em 2006 era nove por cento menor.110 Os possíveis fatores são o elevado custo da habitação, menos oportunidades de emprego e o crescente caráter religioso da cidade. Muitas pessoas estão indo para os subúrbios e cidades costeiras, em busca de habitação mais barata e um estilo de vida secular.111
A demografia e a divisão da população árabe e judaica desempenham um papel importante na disputa em Jerusalém. Em 1998, o Departamento de Desenvolvimento de Jerusalém propôs expandir os limites da cidade para o oeste a fim de incluir mais áreas povoadas por judeus.112
Crítica ao planejamento urbano[editar]
Igrejas e casas de Ein Kerem, situada entre as montanhas.
Os críticos dos esforços para promover uma maioria judaica em Israel dizem que as políticas de planejamento do governo são motivados por estudos demográficos que procuram limitar as construções da população árabe, promovendo, simultaneamente, as construções destinadas a judeus.113
De acordo com um relatório do Banco Mundial, o número de violações em construções registradas entre 1996 e 2000 foi quatro vezes e meia superior nos bairros judaicos, mas foram emitidas quatro vezes menos ordens de demolição em Jerusalém Ocidental do que em Jerusalém Oriental. Os árabes de Jerusalém tinham mais dificuldade para receber a permissão de construir do que os judeus, e "as autoridades provavelmente agem mais contra os palestinos que constroem sem licença" do que contra os judeus que violam os processos de licenciamento.114
Nos últimos anos, fundações judaicas privadas têm recebido permissão do governo para desenvolver projetos em terras disputadas, como no parque arqueológico Cidade de David, no bairro palestino de Silwan (ao lado daCidade Velha),115 e o Museu da Tolerância no cemitério de Mamila (ao lado da Praça Tzion).116 O governo de Israel também está desapropriando terras palestinas para a construção do Muro da Cisjordânia,114 sob a alegação de evitar ataques terroristas. Porém, os opositores acreditam que o planejamento urbano vem sendo usado como estratégia para a judaização de Jerusalém.117 118 119 120
Política[editar]
O prédio Knesset em Jerusalém, sede do Parlamento de Israel do governo de Israel.
Atualmente Jerusalém é um município em Israel e também a sua capital e a sede do governo, embora não seja reconhecida como tal pela ONU e pelaUE.
A cidade é governada por um conselho municipal composto por 31 membros eleitos cada quatro anos. Desde 1975, o presidente da câmara (prefeito) é eleito por sufrágio direto cumprindo um mandato de 5 anos e apontando 6 deputados. O prefeito atual de Jerusalém, Uri Lupolianski, foi eleito em 2003.121 O Ministério para os Assuntos Religiosos israelita tem responsabilidade pelos locais sagrados da cidade, embora cada comunidade religiosa deva zelar pela preservação dos seus edifícios.
Órgão à parte de prefeito e deputados, os membros do conselho da cidade não recebem salários, trabalhando de forma voluntária. O prefeito que mais tempo serviu Jerusalém foi Teddy Kollek, que passou 28 anos, seis mandatos consecutivos, no posto. A maioria dos encontros do Conselho de Jerusalém são privados, mas a cada mês, mantém uma sessão aberta ao público.121Dentro do Conselho da cidade, grupos políticos religiosos formam uma facção especialmente poderosa, possuindo a maioria dos assentos.122 A base do Município de Jerusalém e do gabinete do prefeito fica na Praça Safra (Kikar Safra), na Rua Jafa. O novo complexo municipal, compreendendo dois prédios modernos e dez prédios históricos recuperados entorno de uma grande praça, foi aberto em 1993.123 A cidade termina noDistrito de Jerusalém, com Jerusalém como a capital do distrito.
Situação política[editar]
Em 5 de dezembro de 1949, o primeiro-ministro do Estado de Israel, David Ben-Gurion, proclamou Jerusalém como a capital de Israel124 e desde então todos os órgãos do governo de Israel  legislativo, judicial, e executivo — tem residido lá.125 Na época da proclamação, Jerusalém foi dividida entre Israel e o Jordão e assim, somente o oeste de Jerusalém foi considerado capital de Israel. Imediatamente depois de uma guerra de seis dias em 1967, entretanto, Israel anexou o Leste de Jerusalém, a tornando de factoparte da capital Israelense. Israel conservou o status da "completa e unificada" Jerusalém — oeste e leste — como sua capital, em 1980 Lei básica: Jerusalém, Capital de Israel.126
O status de uma "Jerusalem unificada" como "eterna capital" de Israel124 127 tem sido um problema de imensa controvérsia dentro da comunidade internacional. Entretanto, alguns países mantém consulados em Jerusalem, e duas embaixadas nos subúrbios de Jerusalém, todas as embaixadas estão localizadas fora da propriedade da cidade, a maioria em Tel Aviv.128 129
A Resolução 478 do Conselho de Segurança das Nações Unidas não-vinculativa, tramitada em 20 de agosto de 1980, declarou a Lei Fundamental "nula e de nenhum efeito e deve ser resolvida imediatamente". "Os Estados-Membros foram aconselhados a retirar suas representações diplomáticas da cidade como uma medida punitiva. A maioria dos países cumpriu a resolução, deslocando suas representações para Tel Aviv. Mas muitas embaixadas já estavam instaladas antes mesmo da Resolução 478. Atualmente não existem embaixadas dentro dos limites da cidade de Jerusalém, embora haja algumas em Mevasseret Zion, na periferia de Jerusalém, e quatro consulados na cidade propriamente dita.128
Em 1995, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a mudança da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, através da Lei da embaixada de Jerusalém.130 Entretanto, o presidente George W. Bush alegou que, segundo a Constituição as relações exteriores são da alçada do poder executivo. Assim, a embaixada dos Estados Unidos ainda continua em Tel Aviv.131
As instituições mais proeminentes em Israel, incluindo o Knesset,132 a Suprema Corte,133 e as residências oficiais do Presidente e primeiro-ministro, estão localizadas em Jerusalém.
Anteriormente à criação do Estado de Israel, Jerusalém serviu como capital administrativa do Mandato Britânico, o qual incluía os atuais estados de Israel e da Jordânia.134 De 1949 até 1967, Jerusalém Ocidental serviu como capital de Israel, mas não foi reconhecida internacionalmente como tal, já que a Resolução 194 da Assembleia Geral da ONU previa que Jerusalém se tornasse uma cidade internacional.
Em consequência da Guerra dos Seis Dias (1967), Jerusalém foi inteiramente ocupada por Israel. Em 27 de junho de 1967, o governo de Levi Eshkol estendeu a jurisdição da lei israelense a Jerusalém Oriental, mas concordou que o conjunto da administração do Monte do Templo seria mantida pelo waqf jordaniano, no âmbito do Ministério Jordaniano de Dotação Religiosa.135
Em 1988, Israel, alegando razões de segurança, ordenou o fechamento da Casa do Oriente, sede da Sociedade de Estudos Árabes e da Organização para a Libertação da Palestina. O prédio foi reaberto em 1992 como uma pousada palestina.136 137 Os Acordos de paz de Oslo previam que o status final de Jerusalém seria determinado pelas negociações com a Autoridade Nacional Palestiniana, que considera Jerusalém Oriental como a capital de um futuro estado palestino.12
Cidades-irmãs
·          Economia
Parque Tecnológico de Jerusalém.
Historicamente, a economia de Jerusalém foi sustentada quase que exclusivamente por pelegrinos religiosos, e era localizada longe dos maiores portões de Jaffa e Gaza.141 Os marcos religiosos de Jerusalem hoje permanecem a principal razão de visitantes estrangeiros, com a maioria dos turistas visitando o Muro das Lamentações e a Cidade Antiga,3 mas em meados do século tornou-se muito claro que Jerusalem não pode ser somente sustentada por sua significância religiosa.141
Ainda que muitas estatísticas indiquem crescimento econômico na cidade, desde 1967, Jerusalém Oriental tem ficado muito atrás em relação ao desenvolvimento da Jerusalém Ocidental.141 Todavia, a porcentagem de famílias com pessoas empregadas é maior para famílias árabes (76.1%) que para famílias judaicas (66.8%). A taxa de desemprego em Jerusalém (8.3%) é um pouco melhor que a média nacional (9.0%), ainda que a força de trabalho civil seja estimada para menos da metade de todas as pessoas de 15 anos em diante — fica abaixo em comparação à de Tel Aviv (58.0%) e Haifa (52.4%).3 A pobreza da cidade tem crescido bastante nos últimos anos; entre 2001 e 2007, o número de pessoas abaixo da linha de pobreza cresceu 40%.142 Em 2006, a renda per capita mensal de um trabalhador em Jerusalém foi de 5 940 Novos Sheqel (NIS) (US$1 410), NIS 1 350 menor que a recebida por um trabalhador em Tel Aviv.142
Mercado de Mahane Yehudano oeste de Jerusalém.
Durante o mandato britânico, uma lei foi estabelecida requerendo que todos os prédios fossem construídos de Meleke para preservar a característica estética e histórica única da cidade.71 Complementando esta arquitetura, que ainda continua em vigor, é o descorajamento de indústria pesada em Jerusalém; somente entorno de 2.2% da terra de Jerusalem é zoneada por "indústrias e infraestrutura." Por comparação, a porcentagem de terra em Tel Aviv zoneada por indústrias e infraestrutura é duas vezes mais alta, e em Haifa, sete vezes mais alta.3 Somente 8.5% da força de trabalho do Distrito de Jerusalém é empregada no setor de manufatura, que é metade da média nacional (15.8%). Mais alto que a porcentagem média são os empregados em educação (17.9% vs. 12.7%); saúde e bem estar (12.6% vs. 10.7%); comunidade e serviço social (6.4% vs. 4.7%); hotéis e restaurantes (6.1% vs. 4.7%); e a administração pública (8.2% vs. 4.7%).143 Apesar de Tel Aviv permanecer o centro financeiro de Israel, um número crescente de companhias de alta tecnologia estão se movendo para Jerusalém, provendo 12.000 empregos em 2006.144 O parque industrial do norte de JerusalemHar Hotzvim é a sede de algumas das maiores corporações de Israel, entre elas a Intel, Teva Pharmaceutical Industries, e ECI Telecom. Planos de expansão para o parque industrial prevê uma centena de novos negócios, um posto de bombeiros, e uma escola, cobrindo uma área de 530.000 m² (130 acres).145
Desde o estabelecimento do Estado de Israel, o governo nacional tem permanecido o maior investidor na economia de Jerusalém. O governo, centrado em Jerusalém, gera um largo número de empregos, e oferecesubsídios e incentivos para novas iniciativas em negócios e empresas iniciantes.141
Infraestrutura[editar]
Transportes[editar]
Estação Central de Autocarros de Jerusalém.
O aeroporto mais próximo de Jerusalém é Atarot, situado entre Jerusalém eRamallah, que foi usado para voos domésticos até ao seu fechamento em 2001, durante a Segunda Intifada.146 Desde então, está sob o controlo dasForças Armadas Israelenses, e todo o tráfego aéreo foi desviado para oAeroporto Internacional Ben Gurion, o maior e mais movimentado aeroporto israelense, que serve cerca de nove milhões de passageiros anualmente.147
A Egged, a segunda maior empresa de autocarros (ônibus) do mundo,148 lida com a maioria do serviço de autocarro local e intercidades que sai daEstação Central de Autocarros na Estrada de Jaffa perto da entrada ocidental de Jerusalém a partir da autoestrada número 1. Em 2008, autocarros da Egged, táxis e carros privados são as únicas opções de transporte em Jerusalém. Contudo, isto irá mudar com a construção do Light rail de Jerusalém, um sistema ferroviário que está em construção.149 O sistema ferroviário será capaz de transportar cerca de 200 000 pessoas diariamente. Terá 24 paragens, e a sua conclusão está planejada para janeiro de 2009.150
Outra obra em andamento é uma nova linha para comboio de alta velocidadede Tel Aviv para Jerusalém,150 que está planeada para 2011. O seu terminal será uma estação subterrânea (80m de profundidade) que servirá o Centro Nacional de Congressos e a Estação Central de Autocarros151 e está planejado que seja eventualmente expandida até à estação de Malha. A Israel Railways opera serviços de comboio para estação de comboios de Malha a partir de Tel Aviv via Beit Shemesh.152 153
A Via Rápida Begin é uma das maiores vias transversais norte-sul de Jerusalém; vai desde o lado ocidente da cidade, fundindo no norte com a Via 443, que continua em direção de Tel Aviv. A Via 60 atravessa o centro da cidade perto da Linha Verde entre Jerusalém Este e Oeste. A construção está a progredir em partes de umrodoanel de 35 quilómetros à volta da cidade, providenciando ligações mais rápidas entre os subúrbios.154 155 A metade oriental do projecto foi conceptualizado há décadas, mas reação à autoestrada proposta é ainda mista.154
Educação[editar]
Jerusalém abriga diversas universidades prestigiadas, com cursos oferecidos em hebraico, árabe, e inglês. Fundada em 1925, a Universidade Hebraica de Jerusalém156 é uma das mais respeitadas instituições de ensino superior em Israel. Em um levantamento recente, de 2009, a universidade hebraica foi classificada na posição 64ª no mundo (e 4ª na região da Ásia e do Oceano Pacífico),157 incluindo-se entre as 100 melhores universidades do mundo. A Comissão de Diretores já incluiu figuras judaicas proeminentes no campo intelectual, tais como Albert Einstein e Sigmund Freud.158 A universidade também produziu vários laureados do Prêmio Nobel; dentre recentes ganhadores do prêmio associados com Universidade Hebraica incluem Avram Hershko,159 David Gross160 e Daniel Kahneman.161 Um dos maiores bens da universidade é a Biblioteca Nacional de Israel, que abriga mais de cinco milhões de livros.162 A biblioteca foi inaugurada em 1892, mais de três décadas antes da fundação da universidade, e é um dos maiores repositórios do mundo sobre temas judeus. Atualmente, a biblioteca é ao mesmo tempo a biblioteca central da universidade e biblioteca nacional.163 A Universidade Hebraica é constituída de três campi em Jerusalém, no Monte Scopus, emGivat Ram e um campus médico no Hospital Hadassah Ein Karem.
A Universidade Al-Quds foi fundada em 1984164 para servir como principal universidade para os povos árabes e palestinos. Segundo a própria universidade, é descrita como a "única universidade árabe em Jerusalém".165 A Universidade Al-Quds se localiza ao sudeste da cidade, num campus de 190 mil metros quadrados (47 acres).164Outra instituição de ensino superior em Jerusalém é a Academia de Música e Dança de Jerusalém e a Academia de Arte e Design Bezalel, que tem seus edifícios localizados nos campi da Universidade Hebraica.
Instituto de Tecnologia de Israel.
O Instituto de Tecnologia de Jerusalém, fundada em 1969, combina treinamentos em engenharia e outros campos de alta tecnologia com um programa de estudos judeus.166 É uma das muitas escolas de Jerusalém, tanto do ensino fundamental quanto superior que combinam estudos seculares e religiosos. Existem, na cidade, diversas instituições religiosas eyeshivás, sendo que a Yeshivat Mir alega ser a maior.167 No período de 2003-2004, havia aproximadamente 8 mil alunos colegiais em escolas de hebraico.3 Contudo, devido à grande quantidade de alunos no sistemaHaredi, somente cinquenta porcento se matriculavam nos exames (Bagrut), e somente 37% estavam aptos a se formar. Ao contrário das escolas públicas, muitas escolas Haredi não preparam seus alunos para realizar os testes padrões,3 uma vez que os estudos seculares não atraem a atenção destes. Visando atrair maior quantidade de alunos universitários para Jerusalém, a cidade inicou uma série de incentivos financeiros para subsidiar moradia para os estudantes que alugamapartamentos no centro de Jerusalém.168
Colégios para árabes em Jerusalém e em outras partes de Israel são criticadas por oferecer uma educação de qualidade inferior à provida aos israelenses judeus.169 Enquanto muitas escolas da Jerusalém Oriental, predominantemente árabe, se encontram à margem de sua capacidade, sendo criticadas pela superlotação, o poder local de Jerusalém está construindo mais de uma dúzia de novas escolas nos bairros árabes da cidade. Três escolas, nos bairros de Ras el-Amud e Umm Lison, seriam abertas em 2008.170
Cultura[editar]
O Santuário do Livro possui os pergaminhos do Mar Morto, noMuseu de Israel.
Apesar de Jerusalém ser conhecida primeiramente pela sua significância religiosa, a cidade também é sede de muitos eventos artísticos e culturais. OMuseu de Israel atrai perto de um milhão de visitantes por ano, aproximadamente um terço deles são turistas.171 Os 20 acres do complexo de museus compreende vários prédios possuindo exibições especiais e coleções extensivas achados judaicos, arqueológicos e arte israelita e europeia. Os pergaminhos do Mar Morto, descoberto no meio do século XX nas cavernas de Qumran perto do Mar Morto, estão hospedadas noSantuário do Livro.172 A Ala Nova, cuja construção mudou as exibições e funciona um extensivo programa de educação em arte, é visitado por 100.000 crianças por ano. O museu tem uma larga escultura no jardim de fora, e um modelo no tamanho escala do segundo templo foi recentemente movido do hotel Holyland para uma nova localização no território do museu.171 O Museu Rockefeller, localizado no leste de Jerusalém, foi o primeiro museu arqueológico no meio oeste. Foi construído em 1938 durante o mandato britânico.173 174 O Museu Islâmico no Monte do Templo, estabelecido em 1923, guarda muitos artefatos islâmicos, do menor kohl cantil e manuscritos raros a colunas gigantes de mármore.175
Yad Vashem, o memorial nacional de Israel para as vítimas do Holocausto, guarda a maior biblioteca do mundo de informações relacionadas ao holocausto,176 com estimados 100.000 livros e artigos. O complexo contém um museu de arte que explora o genocídio dos judeus através de exibições que focam em estórias pessoais de indivíduos e famílias mortas no holocausto e uma galeria de arte apresentando o trabalho de artistas que pereceram. Yad Vashem também relembra as 1.5 milhões de crianças judias assassinadas pelos nazistas, e honra os justos entre as nações.177 O museu na junção, que explora erros de coexistência através da arte é situado na estrada divisória oriental e ocidental de Jerusalém.178
A Orquestra Sinfônica de Jerusalém, estabelecida nos anos 1940,179 se apresentou pelo mundo.179 Outros estabelecimentos de arte incluem o Centro Internacional de Convenções (Binyanei HaUmá, Prédios da Nação, em hebraico) perto da entrada da cidade, onde a Orquestra Filarmônica de Israel se apresenta, a Cinemateca de Jerusalém, o Centro Gerard Behar (formalmente Beit Ha'am) na parte baixa de Jerusalém, o Centro de Música de Jerusalém no Yemin Moshe,180 e o Centro Musical de Targ no Ein Kerem. O Festival de Israel, com performances externas ou internas por cantores locais e internacionais, concertos, peças e teatro de rua, tem sido mantido anualmente desde 1961; durante os últimos 25 anos, Jerusalem tem sido o maior organizador deste evento. O Teatro de Jerusalém na vizinhança de Talbiya é sede de 150 concertos ao ano, como também de companhias de teatro e dança e artistas performáticos de além mares.181 O Khan, localizado em umcaravançarai oposto à estação de trêns da antiga Jerusalém, é o único teatro de repertório.182 A própria estação se tornou um local para eventos culturais no anos recentes, como também o lugar de Shav'ua Hasefer, um local de exposição literária anual e de performances musicais externas.183 O Festival de Cinema de Jerusalem é mantido anualmente, apresentando filmes israelitas e internacionais.184
O Teatro Nacional Palestino, por muitos anos o único centro cultural árabe no leste de Jerusalém, procura novas ideias e abordagens inovadoras para a auto-expressão palestina.185 A Casa Ticho, no centro de Jerusalém, possui pinturas de Anna Ticho e coleções judaicas de seu marido, um oftalmologista que abriu a primeira clínica de olhos da cidade neste prédio em 1912.186 Al-Hoash, estabelecida em 2004, é uma galeria de preservação da arte palestina.187
Significado religioso[editar]
Ver artigo principal: Significado religioso de Jerusalém
O Muro das Lamentações e oDomo da Rocha (no fundo, à esquerda).
Jerusalém tem um papel importante no judaísmo, cristianismo e islamismo. O Livro anual de estatística de Jerusalém listou 1.204 sinagogas, 158 igrejas, e 73 mesquitas dentro da cidade.188 Apesar dos esforços em manter coexistência pacífica religiosa, alguns locais, como o Monte do Templo, tem sido continuamente fonte de atritos e controvérsias.
Jerusalém é sagrada para os judeus desde que o Rei David a proclamou como sua capital no 10º século a.C. Jerusalém foi o local do Templo de Salomão e do Segundo Templo.6 Ela é mencionada na Bíblia 632 vezes. Hoje, o Muro das Lamentações, um remanescente do muro que contornava o Segundo Templo, é o segundo local sagrado para os judeus perdendo apenas para o Santo dos santos no próprio Monte do Templo.189 Sinagogas ao redor do mundo são tradicionalmente construídas com o seu Aron Hakodesh voltado para Jerusalém,190 e as dentro de Jerusalém voltado para o Santo dos santos.191 Como prescrito no Mishná e codificado no Shulchan Aruch, orações diárias são recitadas em direção a Jerusalém e ao Monte do Templo. Muitos judeus tem placas de "Mizrach" (oriente) penduradas em uma parede de suas casas para indicar a direção da oração.191 192
O cristianismo reverencia Jerusalém não apenas pela história do Antigo Testamentomas também por sua significância na vida de Jesus. De acordo com o Novo Testamento, Jesus foi levado para Jerusalém logo após seu nascimento193 e depois em sua vida quando limpou o Segundo Templo.194 O Cenáculo que se acreditava ser o local da última ceia de Jesus, é localizado no Monte Sião no mesmo prédio que sedia a tumba de David.195 196 Outro lugar proeminente cristão em Jerusalém e o Gólgota, o local da crucificação. O Evangelho de João o descreve como sendo localizado fora de Jerusalem,197 mas evidências arqueológicas recentes sugestionam que Golgotha fica a uma curta distância do muro da Cidade Antiga, dentro do confinamento dos dias presentes da cidade.198 A terra correntemente ocupada pelo Santo Sepulcro é considerado um dos principais candidatos para o Gólgota e ainda tem sido um local de peregrinação de cristãos pelos últimos dois mil anos.198 199 200
Jerusalém é considerada a terceira cidade sagrada do Islamismo.7Aproximadamente um ano antes de ser permanentemente trocada por Caaba em Mecca, a qibla (direção daoração) para os muçulmanos era Jerusalém.201 A permanência da cidade no Islão, entretanto, é primariamente de acordo com a Noite de Ascensão de Maomé (c. 620 d.C.). Os muçulmanos acreditam que Maomé foi miraculosamente trasportado em uma noite de Mecca para o Monte do Templo em Jerusalém, aonde ele ascendeu ao Paraíso para encontrar os profetas anteriores do Islão.202 203 O primeiro verso no Al-Isra doAlcorão notifica o destino da jornada de Maomé como a Mesquita de Al-Aqsa (a mais distante),204 em referência à sua localização em Jerusalém. Hoje, o Monte do Templo é coberto por dois marcos islâmicos para comemorar o evento — A Mesquita de Al-Aqsa, derivada do nome mencionado no Alcorão, e a Cúpula da Rocha, que fica em cima da Pedra Fundamental, na qual os muçulmanos acreditam que Maomé ascendeu ao céu.205
Esportes[editar]
Os dois esportes mais populares em Jerusalém, e em Israel como um todo, são o futebol e o basquetebol.206 Beitar Jerusalem Football Club é um dos mais populares times em Israel. Dentre os seus fãs encontram-se vários antigas e atuais figuras políticas que mantém o compromisso de estarem presentes em seus jogos.207 Outro grande time de futebol, e um dos maiores rivais do Beitar, é o Hapoel Katamon F.C. , enquanto que o Beitar foi campeão da Copa de Israel por cinco vezes,208 e Hapoel só ganhou a copa uma vez. Ademais Beitar joga na mais prestigiada Ligat ha'Al, enquanto Hapoel se encontra na terceira divisão da liga nacional.
No basquete, Hapoel Jerusalem está em alta posição na primeira divisão, embora ainda não tenha ganho nenhum campeonato, o clube ganhou a copa nacional quatro vezes, e a Copa ULEB em 2004.209
Desde sua abertura, o Estádio Teddy Kollek é o principal estádio de Jerusalém para sediar jogos de futebol, com capacidade para 21 mil pessoas.210