Jerusalém
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jerusalém
|
|
יְרוּשָׁלַיִם
|
|
Oficialmente em Israelأورشليم القدس (Urshalim-Al-Quds)
Usualmente القـُدْس (Al-Quds) |
|
Significado
|
Hebraico: "Cidade da Paz"
Árabe: "A Sagrada" |
Governo
|
|
População
|
|
Jurisdição
|
|
Prefeito
|
|
Website
|
Jerusalém (em hebraico: ירושלים, Yerushaláyim;
em árabe: القدس, al-Quds;
em grego: Ιεροσόλυμα, Ierossólyma),
é a capital declarada (mas não reconhecida pela comunidade internacional) de Israel e
sua maior cidade2 tanto
em população quanto área,3 com
732 100 residentes em uma área de 125,1 km² ou 49 milhas quadradas
(incluindo a área disputada de Jerusalém Oriental).1 4 Localizada
nas Montanhas da Judeia,
entre o mar mediterrâneo e o norte do Mar Morto, a Jerusalém
moderna tem crescido aos arredores da cidade
antiga.
A cidade tem uma
história que data do IV milênio a.C., tornando-a uma das mais antigas do mundo.5 Jerusalém
é a cidade santa dos judeus,cristãos e muçulmanos,
e o centro espiritual desde o século X a.C.6contém um número
de significativos lugares antigos cristãos, e é considerada a terceira
cidade santa no Islão.7 Apesar
de possuir uma área de apenas 0,9 quilômetros quadrados (0,35 milhas
quadradas),8 a
cidade antiga hospeda os principais pontos religiosos, entre eles aEsplanada
das Mesquitas, o Muro das
lamentações, o Santo Sepulcro,
aCúpula da Rocha e a Mesquita de
Al-Aqsa. A cidade antigamente murada, um patrimônio
mundial, tem sido tradicionalmente dividida em quatro quarteirões, ainda que os
nomes usados hoje (os bairrosarmênio, cristão, judeu e
o muçulmano)
foram introduzidos por volta do século XIX.9 a
Cidade Velha foi indicada para inclusão na lista do patrimônio mundial em perigo pela Jordânia em
1982.10 No
curso da história, Jerusalém foi destruída duas vezes, sitiada 23 vezes,
atacada 52 vezes, e capturada e recapturada 44 vezes.11
Hoje, o estatuto
de Jerusalém continua
um dos maiores problemas noConflito
israelo-palestino. A capital declarada
(mas não reconhecida pelacomunidade
internacional) do país e sede do governo é Jerusalém, que é
também a residência do presidente da nação, repartições do governo, suprema
corte e o Knesset (parlamento). A Lei Básica estabelece que
"Jerusalém, completa e unida, é a capital de Israel" apesar de
aAutoridade
Palestina ver Jerusalém
Oriental como
futura capital daPalestina e as Nações Unidas e a maioria dos
países não aceitarem a Lei Básica, argumentando que o estatuto final deve
esperar futuras negociações entre Israel e a Autoridade Palestina. A maioria
dos países mantém sua embaixada em Tel Aviv, principal centro financeiro do país.12 Após
a Resolução 478 do Conselho de Segurança da ONU,
oficializou-se a retirada das embaixadas estrangeiras de Jerusalém.
Ainda que a origem do nome Yerushalayim seja incerta, várias interpretações linguísticas têm sido propostas. Alguns acreditam que é uma combinação das palavras em hebraico "yerusha" (legado) e "Shalom" (paz), ou seja, legado da paz. Outros salientam que "Shalom"; é um cognato do nome hebraico "Shlomo", ou seja, o Rei Salomão, o construtor do Primeiro Templo.13 14Alternativamente, a segunda parte da palavra seria Salem (Shalemliteralmente "completo" ou "em harmonia"), um nome recente de Jerusalém15 isto aparece no livro de Gênesis.16 Outros citam ascartas de Amarna, onde o nome acadiano da cidade aparece comoUrušalim, um cognato do Hebreu Ir Shalem. Alguns acreditam que há uma conexão a Shalim, a deidade beneficente conhecida dos mitos ugaríticos como a personificação do crepúsculo.17
De acordo com um midrash (Bereshit Rabá), Abraão veio
até a cidade, e a chamou de Shalem,
depois de resgatar Ló.18 Abraão
perguntou ao rei e ao mais alto sacerdote Melquizedeque se podiam
abençoá-lo. Este encontro foi comemorado por adicionar o prefixo Yeru (derivado de Yireh,
o nome que Abraão deu ao Monte do Templo)18 produzindo Yeru-Shalem,
significando a "cidade de Shalem," ou "fundada por Shalem." Shalemsignifica
"completo" ou "sem defeito. Por isso, "Yerushalayim"
significa a "cidade perfeita", ou "a cidade daquele que é
perfeito".19 O
final -im indica o plural na
gramática hebraica e -ayim a dualidade,
possivelmente se referindo ao fato que a cidade se situa em duas colinas.20 21 O
pronunciamento da última sílaba como -ayimparece
ser uma modificação posterior, a qual não havia aparecido no tempo da Septuaginta.
Alguns acreditam
que a cidade chamada de Rušalimum ou Urušalimum que aparece nos
achados do Antigo Egito é a primeira
referência a Jerusalém.22 Os
gregos adicionaram o prefixo hiero ("sagrada") e chamaram deHierosolyma. Para os árabes,
Jerusalém é al-Quds ("A
Sagrada"). Foi chamada de Jebus (Yevus)
pelos jebusitas. "Tzion" inicialmente se referiu a parte da cidade,
mas depois passou a significar a cidade como um todo. Durante o reinado de
David, ficou conhecida como Yir
David (a
cidade de David).23
Muro de Jebusita, na cidade de Davi.
Cerâmicas indicam
a ocupação de Ophel, dentro da atual
Jerusalém, desde a Idade do Cobre,
ao redor do Quarto milênio
a.C.,5 24 com
evidências de assentamentos permanentes durante o começo da Idade do Bronze,
3000-2800 a.C.24 25 OsTextos de
Execração (c. do
século XIX a.C.), que se referem a uma cidade chamada Roshlamem ou Rosh-ramen24 e
as Cartas de Amarna (c. século XIV
a.C.) podem ser os primeiros a falar da cidade.26 27 Alguns
arqueólogos, incluindoKathleen Kenyon,
acreditam que Jerusalém como cidade foi fundada pelos povossemitas
ocidentais com
assentamentos organizados em cerca de 2600 a.C..
Segundo a tradição judaica, a cidade foi fundada por Shem (Sem,
em português, filho de Noé) e Éber (bisneto
de Shem), antepassados de Abraão. Nos contosbíblicos, Jerusalém era
uma cidade Jebusita até
o século X a.C., quando David conquistou-a
e fez dela a capital do Reino
Unido de Israel e Judá (c.
1000s a.C.).28 29 recentes
escavações de uma grande estrutura de pedra são interpretadas por alguns
arqueólogos como crédito à narrativa bíblica.30
Davi reinou até
970 a.C. Ele foi sucedido pelo seu filho Salomão,31 que
construiu o Templo Sagrado no Monte Moriá.
O Templo de
Salomão (mais
tarde conhecido como o Primeiro
Templo), passou a desempenhar um papel central na história judaica como o lugar onde
estava guardada a Arca da Aliança.32 Ao
longo de mais de 600 anos, até à conquista babilônica, em 587 a.C., Jerusalém
foi a capital política e religiosa dos judeus.33 Este
período é conhecido na história como o Período do
Primeiro Templo.34 Após
a morte de Salomão (c. 930 a.C.), as dez tribos do
norte se
uniram para formar oReino de Israel.
Sob a liderança da Casa de David e Salomão, Jerusalém continuou a ser a capital
do Reino de Judá.34
Quando a Assíria conquistou
o Reino de Israel, em 722 a.C., Jerusalém foi fortalecida por um grande afluxo
de refugiados provenientes do norte do reino. O Primeiro Período Templário
acabou cerca de 586 a.C., quando os babilônios conquistaram Judá e Jerusalém, e
devastaram o Templo de Salomão.34 Em 538 a.C., após cinquenta
anos do exílio na
Babilônia, o xá do Irã Ciro, o Grande convidou os judeus
a regressarem a Judá e Jerusalém e
reconstruírem o Templo. A construção do Segundo Templo de Salomão foi concluída em
516 a.C., durante o reinado de Dario, o Grande,
setenta anos depois da destruição do Primeiro Templo.35 36 Jerusalém
retomou o seu papel de capital de Judá e centro de culto judaico. Quando o
comandante grego Alexandre o
Grandeconquistou o império persa,
Jerusalém e Judeia caíram sob controle grego, e em seguida sob a dinastia
ptolomaica sob Ptolomeu I.
Em 198 a.C., Ptolomeu V perdeu Jerusalém e
a Judeia para
o Selêucidas sobAntíoco III.
A tentativa Selêucida de retomar Jerusalém do dominio grego teve sucesso em 168
a.C. com a bem sucedida revolta macabeia de Matatias, o Sumo
Sacerdote e
os seus cinco filhos contra Antíoco Epifanes,
e a criação do Reino Hasmoneus em 152 a.C.,
novamente com Jerusalém como capital.37
Cerco romano e a destruição de Jerusalém (David
Roberts, 1850)
Conforme o Império Romano se tornou mais
forte, ele colocou Herodes como
um rei cliente.
Herodes o Grande, como ele era conhecido, dedicou-se a desenvolver e embelezar
a cidade. Ele construiu muralhas, torres e palácios, e expandiu o
Templo do Monte, reforçou o pátio com blocos
de pedra pesando até cem toneladas. Sob Herodes, a área do Templo do Monte
dobrou de tamanho.31 38 39 Em
6 d.C., a cidade, assim como grande parte da região ao redor, entrou sob
controle direto dos romanos como na Judeia40Herodes e seus
descendentes até Agripa II permaneceram
reis-clientes da Judeia até 96 d.C. O domínio romano sobre Jerusalém e região
começou a ser contestada a partir da primeira guerra
judaico-romana, a Grande
revolta judaica, que resultou na destruição
do Segundo Templo em 70 d.C. Em 130 d.C. Adriano romanizou
a cidade, e ela foi renomeada para Élia Capitolina.41 Jerusalém,
mais uma vez serviu como a capital da Judeia durante o período de três anos da
revolta conhecida como a Revolta de Bar
Kokhba. Os romanos conseguiram recapturar a cidade em 135
d.C. e como uma medida punitiva Adriano proibiu os judeus de entrarem nela.
Adriano rebatizou toda a Judeia de Síria
Palaestina numa
tentativa de des-judaizar o país.42 43 A
proibição sobre os judeus entraram em Élia Capitolina continuou até o século IV
d.C.
Nos cinco séculos
seguintes à revolta de Bar Kokhba, a cidade permaneceu sob domínio romano,
até cair sob domínio bizantino.
Durante o século IV, o Imperador romano Constantino I construiu partes
católicas em Jerusalém, como a Igreja
do Santo Sepulcro. Jerusalém atingiu o pico em
tamanho e população no final do Segundo Período Templário: A cidade se estendia
por dois quilômetros quadrados e tinha uma população de 200 mil pessoas42 44 A
partir de Constantino até o século VII, os judeus foram proibidos em Jerusalém.45
No período de
algumas décadas, Jerusalém trocou de mãos entre persas e romanos, até voltar à
mão dos romanos mais uma vez. Depois, do avanço do comandante sassânida Cosroes II no início do
século VII sobre os domínios bizantinos,
avançando através da Síria, os generais sassânidas Sharbaraz e Sain atacaram
a cidade de Jerusalém (persa: Dej Houdkh),
então controlada pelos bizantinos.46
No Cerco
de Jerusalém em
614, após passarem incansáveis 21 dias em estratégia de cerco, Jerusalém foi
capturada dos persas e isso resultou na anexação territorial de Jerusalém.
Depois que o exército Sassânidaentrou em
Jerusalém, a sagrada "Vera Cruz" foi roubada
e enviada de volta para a capital sassânida como uma relíquia
sagrada da guerra. A cidade conquistada e a Santa Cruz, permaneceriam nas mãos
dos Sassânidas por mais quinze anos, até o Imperador Bizantino Heráclio recuperá-la
em 629.46
Cúpula da Rocha visto através do Portão do Algodão.
Em 638, o Califado islâmico alargou
a sua soberania para Jerusalém. Neste momento, Jerusalém foi declarada a
terceira cidade mais sagrada do Islã após Meca e Medina, e referido como al Bait al-Muquddas.
Mais tarde, ele era conhecido como al-Qods
al-Sharif.47 Com
a conquista árabe,
os judeus foram autorizados a regressar à cidade.48 O
califa Rashidun Omar ibn al-Khattab assinou um tratado
com o patriarca cristão monofisista Sofrônio, assegurando-lhe
que os lugares sagrados cristãos de Jerusalém e a população cristã seriam
protegidos ao abrigo do estado muçulmano.49 Omar
foi conduzido à Pedra Fundamental no Monte do Templo,
no qual ele claramente recusou, pois se preparava para construir uma mesquita.
De acordo com o bispo gaulês Arculf, que viveu em
Jerusalém a partir de 679 a 688, a Mesquita de Omar era uma estrutura
retangular de madeira construído sobre ruínas que poderia acomodar 3000
seguidores.50 O
califaOmíada Abd-el-Melek encomendou a
construção da Cúpula da Rocha no final século
VII.51 O
historiador do século X, El Muqadasi,
escreveu que Abd-el-Melek construiu o santuário, a fim de competir na grandeza
das monumentais igrejas de Jerusalém.50 Durante
as quatro próximas centenas de anos, a proeminência de Jerusalém foi diminuída
pelos poderes árabes na região que brigavam pelo controle da cidade.52
Em 1099, Jerusalém
foi conquistada pelos Cruzados, que massacraram
a maior parte dos habitantes muçulmanos e os resquícios dos habitantes judeus.
A maioria dos muçulmanos foram expulsos e a maioria dos habitantes judeus já
tinha fugido, no início de junho de 1099, a população de Jerusalém tinha
diminuído de 70.000 para menos de 30.000.53 Os
sobreviventes judeus foram vendidos na Europa como escravos ou exilados na
comunidade judaica do Egito.54 Tribos
árabes cristãs estabeleceram-se na destruída Cidade Velha de Jerusalém.55 Em
1187, a cidade foi arrancada da mão dos Cruzados por Saladino permitindo
que os judeus e os muçulmanos pudessem voltar e morar na cidade.56 Em
1244, Jerusalém foi saqueada pelos TártarosKharezmian, que
dizimaram a população cristã da cidade e afastou os judeus, alguns dos quais
foram reinstalados em Nablus.57 Entre
1250 e 1517, Jerusalém foi governado pelos mamelucos, que impuseram um
pesado imposto anual sobre os judeus e destruíram os lugares sagrados dos
cristãos no Monte Sião.58
Em 1517, Jerusalém
e região caiu sob domínio Turco Otomano,
que permaneceu no controle até 1917.56 Como
em grande parte do domínio Otomano, Jerusalém permaneceu um provincial e
importante centro religioso, e não participava da principal rota comercial
entre Damasco e Cairo.59 No
entanto, os turcos muçulmanos trouxeram muitas inovações: sistemas modernos de
correio usado por vários consulados, o uso da roda para modos de transporte;
diligências e carruagens,
o carrinho de mão e a carroça, e a lanterna a
óleo, entre os primeiros sinais de modernização da cidade.60 Em
meados do século XIX, os otomanos construíram a primeira estrada pavimentada de Jaffa a
Jerusalém, e em 1892 a ferrovia havia atingido a cidade60
Com a ocupação de
Jerusalém por Muhammad Ali do Egito em 1831, missões e
consulados estrangeiros começaram a se estabelecer na cidade. Em 1836, Ibrahim Paşa permitiu aos
judeus reconstruírem as quatro grandes sinagogas, entre eles a Hurva.61
O controle turco
foi reinstalado em 1840, mas muitos egípcios muçulmanos
permaneceram em Jerusalém. Judeus de Argel e da África do Norte começaram a
instalar-se na cidade, em um número cada vez maior.62 Ao
mesmo tempo, os otomanos construíram curtumes e matadouros perto dos lugares
sagrados judeus e cristãos "para que um mau cheiro, sempre pesteie os
infiéis".63 Nas
décadas de 1840 e 1850, os poderes internacionais iniciaram um
"cabo-de-guerra" na Palestina, uma vez que tentaram ampliar sua
proteção ao longo do país para as minorias religiosas, uma luta realizada
principalmente através de representantes consulares em Jerusalém.64De acordo com o cônsul
prussiano, a população em 1845 era de 16.410 habitantes, desses, 7120 judeus,
5.000 muçulmanos, 3390 cristãos, 800 soldados turcos e 100 europeus.65 O
volume de peregrinos cristãos aumentou sob o domínio dos otomanos, dobrando a
população da cidade em torno da época da Páscoa.66
Na década de 1860,
novos bairros começaram a surgir fora dos muros da Cidade Velha para aliviar a
intensa superlotação e o pobre saneamento na cidade intramuros. O Composto
Russo e Mishkenot Sha'ananim foram fundados em
1860.67
Em 1917 após a Batalha de Jerusalém,
o exército
britânico, liderado por General Edmund Allenby,
capturou a cidade.68 E,
em 1922, a Liga das Nações sob aConferência
de Lausanne confiou
ao Reino Unido a administração da
Palestina.
De 1922 a 1948 a
população total da cidade passou de 52.000 para 165.000, sendo dois terços de
judeus e um terço de árabes (muçulmanos e cristãos).69 A
situação entre árabes e judeus na Palestina não foi calma. Em Jerusalém, em
especial nosmotins
ocorridos em 1920 e em 1929. Sob o domínio
britânico, novos subúrbios foram construídos no oeste e na parte norte da
cidade70 71 e
instituições de ensino superior, como a Universidade
Hebraica, foram fundadas.72
A medida que o
Mandato Britânico da Palestina foi terminando, o Plano de Partilha das Nações Unidas de 1947 recomendou "a
criação de um regime internacional, em especial na cidade de Jerusalém,
constituindo-a como uma corpus separatum no âmbito da
administração dasNações Unidas".73 O
regime internacional deveria continuar em vigor por um período de dez anos, e
seria realizado um referendo na qual os moradores de Jerusalém iriam votar para
decidir o futuro regime da cidade. No entanto, este plano não foi implementado,
porque a guerra
de 1948 eclodiu enquanto
os britânicos retiravam-se da Palestina e Israel declarou sua independência.74
A guerra levou ao
deslocamento das populações árabe e judaica na cidade. Os 1.500 residentes do Bairro Judeuda
Cidade Velha foram expulsos e algumas centenas tomados como prisioneiros quando
a Legião Árabe capturou o bairro em 28 de maio.75 Moradores
de vários bairros e aldeias árabes do oeste da Cidade Velha saíram com a
chegada da guerra, mas alguns permaneceram e foram expulsos ou mortos, como em Lifta ou Deir Yassin.76 77 78
A guerra terminou
com Jerusalém dividida entre Israel e Jordânia (entãoCisjordânia).
Segundo o Plano de Partição da Palestina, as áreas de Jerusalém e Belém ficariam sob
controle internacional. O Armistício de
1949criou uma linha de cessar-fogo que atravessava o
centro da cidade e à esquerda do Monte Scopus como um exclave israelense.
Arame farpado e barreiras de concreto separaram Jerusalém Oriental e Jerusalém
Ocidental, e caçadores militares
frequentemente ameaçaram o cessar-fogo. Após a criação do Estado de Israel,
Jerusalém foi declarada a sua capital. A Jordânia anexou formalmente Jerusalém
Oriental, em 1950, sujeitando-a à lei jordaniana, em uma atitude que só foi
reconhecido pelo Paquistão.74 79
A Jordânia assumiu
o controle dos lugares sagrados na Cidade Velha. Contrariamente aos termos do
acordo, foi negado o acesso dos israelitas aos locais sagrados judaicos, muitos
dos quais foram profanados, e apenas foi permitido o acesso muito limitado aos
locais sagrados cristãos.80 81 Durante
este período, a cúpula da Rocha e a Mesquita de
al-Aqsa sofreram grandes renovações.82
Durante a Guerra dos Seis
Dias em
1967, Israel ocupou Jerusalém Oriental e afirmou soberania sobre toda a cidade,
embora a ocupação e a posterior anexação do setor oriental da cidade tenham
sido condenadas pelas resoluções 252,83 446,84452 85 e
46586 das Nações Unidas,
além de contrariar a Quarta
Convenção de Genebra. O acesso aos lugares
sagrados judeus foi restabelecido, enquanto oMonte do Templo permaneceu sob a
jurisdição de um waqf islâmico. O bairro
marroquino, que era localizada adjacente ao Muro das
Lamentações, foi desocupado e destruído87 para
abrir caminho a uma praça para aqueles que visitam o muro.88 Desde
a guerra, Israel tem expandido as fronteiras da cidade e estabeleceu um
"anel" de bairros judeus em terrenos vagos no leste da Linha Verde.
No entanto, a
aquisição de Jerusalém Oriental recebeu duras com críticas internacionais. Na
sequência da aprovação da Lei de Jerusalém,
que declarou Jerusalém "completa e unida", a capital de Israel,89 o Conselho
de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução que declarava a
lei "uma violação do direito internacional" e solicitou que todas as
os Estados-membros retirarassem suas embaixadas da cidade.90
O status da
cidade, e especialmente os seus lugares sagrados, continuam a ser uma questão
central no conflito palestino-israelense. Colonos judaicos ocuparam lugares
históricos e construíram suas casas em terras confiscadas de palestinos,91 a
fim de expandir a presença judaica na parte oriental de Jerusalém,92 enquanto
líderes árabes têm insistido que os judeus não têm qualquer laço histórico com
Jerusalém.93 Os
palestinos encaram Jerusalém Oriental como a capital do futuro
Estado palestino,94 95 embora
permaneça sob ocupação israelense.
Jerusalém está
situada no sul de um planalto no Judeia, que inclui o Monte das
Oliveiras (Leste)
e o Monte Scopus (Nordeste). A
elevação da Cidade Velha é de aproximadamente 760 metros.96 A
grande Jerusalém é cercada por vales e leitos de rio secos (wadis). Os vales do Cédron, Hinom, eTyropoeon se unem em uma
área ao sul da cidade antiga de Jerusalém.97 OVale do Cédron segue para o leste
da Cidade Velha e divide o Monte das
Oliveiras a
partir da cidade propriamente dita. Ao longo do lado sul da antiga Jerusalém
está o Vale de Hinom,
uma ravina íngreme
associada com aescatologia
cristã bíblica
com o conceito de inferno ou Geena.98 O
Vale de Tyropoeon começa na região noroeste próximo ao Portão de
Damasco, dirige-se ao sudoeste através do centro da Cidade
Velha para baixo do Reservatório de
Siloé, e a parte inferior é dividida em duas colinas, o
Monte do Templo no leste, e o resto da cidade no oeste (as partes alta e baixa
da cidade descrita por Josefo). Hoje, este vale
está escondido por destroços que se acumularam ao longo dos séculos.97
Nos tempos
bíblicos, Jerusalém foi cercada por florestas de amêndoa, azeitona e pinheiros.
Ao longo de séculos de guerras e de negligência, estas florestas foram
destruídas. Os agricultores da região de Jerusalém, então, construíram terraços
de pedra ao longo das encostas para reter o solo, um recurso ainda muito em
evidência na paisagem de Jerusalém.
O abastecimento de
água sempre foi um grande problema em Jerusalém, atestada pela intrincada rede
de antigos aquedutos, túneis, reservatórios e cisternas encontrados na cidade.
Jerusalém
encontra-se na região central do país, a 60 quilômteros ao leste de Tel Aviv e
do Mar Mediterrâneo.99No lado oposto da
cidade, cerca de 35 km100 de
distância, está o Mar Morto, o corpo
de água mais baixo da
Terra. Cidades e vilas vizinhas incluem Belém e Beit Jala para
o sul, Abu
Dis e Ma'ale Adummim para o leste,Mevasseret
Zion para
o oeste, e Ramallah e Givat
Zeev para
o norte.101 102 103
Jerusalém coberta de neve.
A cidade é
caracterizada por um clima
mediterrânico, com verões quentes e secos, e invernos amenos e
chuvosos. Neve cai normalmente uma ou duas vezes ao inverno, embora a cidade
experimente forte neve a cada 3 ou 4 anos em média.104
Janeiro é o mês
mais frio do ano, com uma temperatura média de 8 °C, julho e agosto são os
meses mais quentes, com temperaturas médias de 23 °C. As temperaturas
variam muito do dia para a noite, e as noites de Jerusalém são tipicamente
amenas mesmo no verão. A precipitação média anual é de aproximadamente 590
milímetros com o período das chuvas ocorrendo principalmente entre outubro e
maio.105
A maior parte da poluição do ar em Jerusalém vem
do tráfego de veículos.106 Muitas
das principais ruas de Jerusalém não foram construídas para acolher um volume
tão grande de veículos, levando a congestionamentos frequentes e grande
quantidade de monóxido de
carbono liberado
na atmosfera. A poluição industrial dentro da cidade é baixa, mas as emissões
provenientes de fábricas na costa mediterrânica podem se deslocar devido aos
ventos e pairar sobre a cidade.106 107
Mês
|
Jan
|
Fev
|
Mar
|
Abr
|
Mai
|
Jun
|
Jul
|
Ago
|
Set
|
Out
|
Nov
|
Dez
|
|
Temperatura máxima média (°C)
|
12
|
13
|
16
|
21
|
25
|
28
|
29
|
29
|
28
|
25
|
19
|
14
|
|
Temperatura mínima média (°C)
|
4
|
4
|
6
|
9
|
12
|
15
|
17
|
17
|
16
|
14
|
9
|
6
|
|
142,2
|
114,3
|
99,1
|
30,5
|
2,5
|
0,0
|
0,0
|
0,0
|
0,0
|
22,9
|
68,8
|
109,2
|
||
Pop. de Jerusalém
|
|
Ano
|
Total
|
1525
|
4 700
|
1538
|
7 900
|
1553
|
12 384
|
1562
|
12 650
|
1800
|
8 750
|
1844
|
15 510
|
1876
|
25 030
|
1896
|
45 420
|
1922
|
62 578
|
1931
|
90 053
|
1944
|
157 000
|
1948
|
165 000
|
1967
|
263 307
|
1980
|
407 100
|
1985
|
457 700
|
1990
|
524 400
|
1995
|
617 000
|
2000
|
657 500
|
2005
|
706 400
|
Em maio de 2007,
Jerusalém tinha uma população de 732 100 - 64% eram judeus, 32%muçulmanos,
e 2% cristãos.1 No
final de 2005, a densidade
populacional era
de 5.750,4 habitantes por quilômetro quadrado.3 108 De
acordo com um estudo publicado em 2000, a porcentagem de judeus na cidade tem
decrescido; isso foi atribuído a uma maior taxa de natalidade dos palestinos, e
a moradores judeus que deixaram a cidade. O estudo também constatou que cerca
de nove por cento dos 32 488 habitantes da Cidade Velha eram judeus.109
Em 2005, 2850
imigrantes se estabeleceam em Jerusalém, grande parte vindos do Estados Unidos, França, e da ex-União Soviética.
Em termos da população local, o número de residentes que deixa a cidade é maior
do que o número dos que chegam. Em 2005, 16 000 foram embora de Jerusalém e
apenas 10 000 se mudaram para a cidade.3 No
entanto, a população de Jerusalém continua a aumentar devido à elevada taxa de natalidade,
especialmente na população árabe e nas comunidades judaicas Haredi.
Consequentemente, ataxa total de
fecundidade em
Jerusalém (4.02) é superior da de Tel Aviv (1,98) e bem acima da média nacional
de 2,90. O tamanho médio das 180 000 famílias de Jerusalém é de 3,8 pessoas.3
Em 2005, a
população total aumentou cerca de 13 000 (1,8%) - semelhante à média nacional
israelense, mas a composição étnica e religiosa está mudando. Enquanto 31% da
população judaica é constituída por crianças abaixo dos quinze anos, o índice
para a população árabe é de 42%.3 Isto
parece reforçar as observações de que a porcentagem de judeus em Jerusalém tem
diminuído ao longo das últimas quatro décadas. Em 1967, os judeus representavam
74 por cento da população, enquanto que o índice em 2006 era nove por cento
menor.110 Os
possíveis fatores são o elevado custo da habitação, menos oportunidades de
emprego e o crescente caráter religioso da cidade. Muitas pessoas estão indo
para os subúrbios e cidades costeiras, em busca de habitação mais barata e um
estilo de vida secular.111
A demografia e a
divisão da população árabe e judaica desempenham um papel importante na disputa
em Jerusalém. Em 1998, o Departamento de Desenvolvimento de Jerusalém propôs
expandir os limites da cidade para o oeste a fim de incluir mais áreas povoadas
por judeus.112
Os críticos dos
esforços para promover uma maioria judaica em Israel dizem que as políticas de
planejamento do governo são motivados por estudos demográficos que procuram
limitar as construções da população árabe, promovendo, simultaneamente, as
construções destinadas a judeus.113
De acordo com um
relatório do Banco Mundial,
o número de violações em construções registradas entre 1996 e 2000 foi quatro
vezes e meia superior nos bairros judaicos, mas foram emitidas quatro vezes
menos ordens de demolição em Jerusalém Ocidental do que em Jerusalém Oriental.
Os árabes de Jerusalém tinham mais dificuldade para receber a permissão de
construir do que os judeus, e "as autoridades provavelmente agem mais
contra os palestinos que constroem sem licença" do que contra os judeus
que violam os processos de licenciamento.114
Nos últimos anos,
fundações judaicas privadas têm recebido permissão do governo para desenvolver
projetos em terras disputadas, como no parque arqueológico Cidade de David,
no bairro palestino de Silwan (ao lado daCidade
Velha),115 e
o Museu
da Tolerância no
cemitério de Mamila (ao lado da Praça Tzion).116 O
governo de Israel também está desapropriando terras palestinas para a
construção do Muro da
Cisjordânia,114 sob
a alegação de evitar ataques terroristas. Porém, os opositores acreditam que o
planejamento urbano vem sendo usado como estratégia para a judaização de
Jerusalém.117 118 119 120
Atualmente
Jerusalém é um município em Israel e
também a sua capital e a sede do governo, embora não seja reconhecida como tal
pela ONU e
pelaUE.
A cidade é
governada por um conselho
municipal composto
por 31 membros eleitos cada quatro anos. Desde 1975, o presidente da câmara
(prefeito) é eleito por sufrágio direto cumprindo um mandato de 5 anos e
apontando 6 deputados. O prefeito atual de Jerusalém, Uri Lupolianski,
foi eleito em 2003.121 O
Ministério para os Assuntos Religiosos israelita tem responsabilidade pelos
locais sagrados da cidade, embora cada comunidade religiosa deva zelar pela preservação
dos seus edifícios.
Órgão à parte de
prefeito e deputados, os membros do conselho da cidade não recebem salários,
trabalhando de forma voluntária. O prefeito que mais tempo serviu Jerusalém foi Teddy Kollek,
que passou 28 anos, seis mandatos consecutivos, no posto. A maioria dos
encontros do Conselho de Jerusalém são privados, mas a cada mês, mantém uma
sessão aberta ao público.121Dentro do Conselho
da cidade, grupos políticos religiosos formam uma facção especialmente
poderosa, possuindo a maioria dos assentos.122 A
base do Município de Jerusalém e do gabinete do prefeito fica na Praça
Safra (Kikar
Safra), na Rua
Jafa. O novo complexo municipal, compreendendo dois
prédios modernos e dez prédios históricos recuperados entorno de uma grande
praça, foi aberto em 1993.123 A
cidade termina noDistrito de
Jerusalém, com Jerusalém como a capital do distrito.
Em 5 de dezembro
de 1949, o primeiro-ministro do Estado de
Israel, David Ben-Gurion,
proclamou Jerusalém como a capital de
Israel124 e
desde então todos os órgãos do governo de
Israel — legislativo, judicial,
e executivo — tem residido lá.125 Na
época da proclamação, Jerusalém foi dividida entre Israel e o Jordão e
assim, somente o oeste de Jerusalém foi considerado capital de Israel.
Imediatamente depois de uma guerra de seis dias em 1967, entretanto, Israel
anexou o Leste de
Jerusalém, a tornando de factoparte
da capital Israelense. Israel conservou o status da "completa e
unificada" Jerusalém — oeste e leste — como sua capital, em 1980 Lei básica:
Jerusalém, Capital de Israel.126
O status de uma
"Jerusalem unificada" como "eterna capital" de Israel124 127 tem
sido um problema de imensa controvérsia dentro da comunidade internacional.
Entretanto, alguns países mantém consulados em Jerusalem, e duas embaixadas nos
subúrbios de Jerusalém, todas as embaixadas estão localizadas
fora da propriedade da cidade, a maioria em Tel Aviv.128 129
A Resolução 478 do Conselho de Segurança das Nações
Unidas não-vinculativa,
tramitada em 20 de agosto de 1980, declarou a Lei Fundamental "nula e de
nenhum efeito e deve ser resolvida imediatamente". "Os
Estados-Membros foram aconselhados a retirar suas representações diplomáticas
da cidade como uma medida punitiva. A maioria dos países cumpriu a resolução,
deslocando suas representações para Tel Aviv. Mas muitas
embaixadas já estavam instaladas antes mesmo da Resolução 478. Atualmente não
existem embaixadas dentro dos limites da cidade de Jerusalém, embora haja
algumas em Mevasseret
Zion, na periferia de Jerusalém, e quatro consulados na
cidade propriamente dita.128
Em 1995, o Congresso
dos Estados Unidos aprovou
a mudança da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, através da Lei da embaixada de Jerusalém.130 Entretanto,
o presidente George W. Bush alegou que,
segundo a Constituição as relações
exteriores são da alçada do poder executivo.
Assim, a embaixada dos Estados Unidos ainda continua em Tel Aviv.131
As instituições
mais proeminentes em Israel, incluindo o Knesset,132 a Suprema
Corte,133 e
as residências oficiais do Presidente e primeiro-ministro,
estão localizadas em Jerusalém.
Anteriormente à
criação do Estado de Israel, Jerusalém serviu como capital administrativa do
Mandato Britânico, o qual incluía os atuais estados de Israel e da Jordânia.134 De
1949 até 1967, Jerusalém Ocidental serviu como capital de Israel, mas não foi
reconhecida internacionalmente como tal, já que a Resolução 194 da Assembleia Geral da ONU previa que
Jerusalém se tornasse uma cidade internacional.
Em consequência da Guerra dos Seis
Dias (1967),
Jerusalém foi inteiramente ocupada por Israel. Em 27 de junho de 1967, o
governo de Levi Eshkol estendeu a
jurisdição da lei israelense a Jerusalém Oriental, mas concordou que o conjunto
da administração do Monte do Templo seria mantida pelo waqf jordaniano, no
âmbito do Ministério Jordaniano de Dotação Religiosa.135
Em 1988, Israel,
alegando razões de segurança, ordenou o fechamento da Casa do Oriente,
sede da Sociedade de Estudos Árabes e da Organização para a Libertação da Palestina.
O prédio foi reaberto em 1992 como uma pousada palestina.136 137 Os Acordos de paz
de Oslo previam
que o status final de Jerusalém seria determinado pelas negociações com a Autoridade
Nacional Palestiniana, que considera Jerusalém
Oriental como
a capital de um futuro estado palestino.12
Cidades-irmãs
·
Economia
Parque Tecnológico de Jerusalém.
Historicamente, a
economia de Jerusalém foi sustentada quase que exclusivamente por pelegrinos
religiosos, e era localizada longe dos maiores portões de Jaffa e Gaza.141 Os
marcos religiosos de Jerusalem hoje permanecem a principal razão de visitantes
estrangeiros, com a maioria dos turistas visitando o Muro das
Lamentações e
a Cidade
Antiga,3 mas
em meados do século tornou-se muito claro que Jerusalem não pode ser somente
sustentada por sua significância religiosa.141
Ainda que muitas
estatísticas indiquem crescimento econômico na cidade, desde 1967, Jerusalém
Oriental tem
ficado muito atrás em relação ao desenvolvimento da Jerusalém Ocidental.141 Todavia,
a porcentagem de famílias com pessoas empregadas é maior para famílias árabes
(76.1%) que para famílias judaicas (66.8%). A taxa de desemprego em Jerusalém
(8.3%) é um pouco melhor que a média nacional (9.0%), ainda que a força de
trabalho civil
seja estimada para menos da metade de todas as pessoas de 15 anos em diante —
fica abaixo em comparação à de Tel Aviv (58.0%)
e Haifa (52.4%).3 A
pobreza da cidade tem crescido bastante nos últimos anos; entre 2001 e 2007, o
número de pessoas abaixo da linha de pobreza cresceu 40%.142 Em
2006, a renda per capita mensal de um trabalhador em Jerusalém foi de
5 940 Novos Sheqel
(NIS) (US$1 410),
NIS 1 350 menor que a recebida por um trabalhador em Tel Aviv.142
Mercado de Mahane Yehudano
oeste de Jerusalém.
Durante o mandato
britânico, uma lei foi estabelecida requerendo que todos os prédios fossem
construídos de Meleke para preservar a
característica estética e histórica única da cidade.71 Complementando
esta arquitetura, que ainda continua em vigor, é o descorajamento de indústria pesada em Jerusalém;
somente entorno de 2.2% da terra de Jerusalem é zoneada por "indústrias e
infraestrutura." Por comparação, a porcentagem de terra em Tel Aviv
zoneada por indústrias e infraestrutura é duas vezes mais alta, e em Haifa,
sete vezes mais alta.3 Somente
8.5% da força de trabalho do Distrito de
Jerusalém é
empregada no setor de manufatura, que é metade da média nacional (15.8%). Mais
alto que a porcentagem média são os empregados em educação (17.9% vs. 12.7%);
saúde e bem estar (12.6% vs. 10.7%); comunidade e serviço social (6.4% vs.
4.7%); hotéis e restaurantes (6.1% vs. 4.7%); e a administração pública (8.2%
vs. 4.7%).143 Apesar
de Tel Aviv permanecer o centro financeiro de Israel, um número crescente de
companhias de alta tecnologia estão se movendo
para Jerusalém, provendo 12.000 empregos em 2006.144 O
parque industrial do norte de JerusalemHar Hotzvim é a sede de
algumas das maiores corporações de Israel, entre elas a Intel, Teva Pharmaceutical Industries,
e ECI
Telecom. Planos de expansão para o parque industrial prevê
uma centena de novos negócios, um posto de bombeiros, e uma escola, cobrindo
uma área de 530.000 m² (130 acres).145
Desde o
estabelecimento do Estado de Israel, o governo nacional tem permanecido o maior
investidor na economia de Jerusalém. O governo, centrado em Jerusalém, gera um
largo número de empregos, e oferecesubsídios e
incentivos para novas iniciativas em negócios e empresas iniciantes.141
Estação Central de Autocarros de Jerusalém.
O aeroporto mais
próximo de Jerusalém é Atarot,
situado entre Jerusalém eRamallah,
que foi usado para voos domésticos até ao seu fechamento em 2001, durante a Segunda Intifada.146 Desde
então, está sob o controlo dasForças Armadas Israelenses,
e todo o tráfego aéreo foi desviado para oAeroporto
Internacional Ben Gurion, o maior e mais
movimentado aeroporto israelense, que serve cerca de nove milhões de
passageiros anualmente.147
A Egged, a segunda maior
empresa de autocarros (ônibus) do mundo,148 lida
com a maioria do serviço de autocarro local e intercidades que sai daEstação Central de Autocarros na Estrada
de Jaffa perto
da entrada ocidental de Jerusalém a partir da autoestrada número 1. Em 2008,
autocarros da Egged, táxis e
carros privados são as únicas opções de transporte em Jerusalém. Contudo, isto
irá mudar com a construção do Light rail de Jerusalém, um
sistema ferroviário que está em construção.149 O
sistema ferroviário será capaz de transportar cerca de 200 000 pessoas
diariamente. Terá 24 paragens, e a sua conclusão está planejada para janeiro de
2009.150
Outra obra em
andamento é uma nova linha para comboio
de alta velocidadede Tel Aviv para
Jerusalém,150 que
está planeada para 2011. O seu terminal será uma estação subterrânea (80m de
profundidade) que servirá o Centro Nacional de Congressos e a Estação Central
de Autocarros151 e
está planejado que seja eventualmente expandida até à estação de Malha. A Israel Railways opera serviços de
comboio para estação de comboios de Malha a partir de Tel
Aviv via Beit Shemesh.152 153
A Via
Rápida Begin é
uma das maiores vias transversais norte-sul de Jerusalém; vai desde o lado
ocidente da cidade, fundindo no norte com a Via 443, que continua em direção de
Tel Aviv. A Via 60 atravessa o centro da cidade perto da Linha Verde entre Jerusalém
Este e Oeste. A construção está a progredir em partes de umrodoanel de
35 quilómetros à volta da cidade, providenciando ligações mais rápidas entre os subúrbios.154 155 A
metade oriental do projecto foi conceptualizado há décadas, mas reação à
autoestrada proposta é ainda mista.154
Jerusalém abriga
diversas universidades prestigiadas, com cursos oferecidos em hebraico, árabe, e inglês. Fundada em 1925,
a Universidade
Hebraica de Jerusalém156 é
uma das mais respeitadas instituições de ensino superior em Israel. Em um
levantamento recente, de 2009, a universidade hebraica foi classificada na
posição 64ª no mundo (e 4ª na região da Ásia e do Oceano Pacífico),157 incluindo-se
entre as 100 melhores universidades do mundo. A Comissão de Diretores já
incluiu figuras judaicas proeminentes no campo intelectual, tais como Albert Einstein e Sigmund Freud.158 A
universidade também produziu vários laureados do Prêmio Nobel;
dentre recentes ganhadores do prêmio associados com Universidade Hebraica
incluem Avram Hershko,159 David Gross160 e Daniel Kahneman.161 Um
dos maiores bens da universidade é a Biblioteca
Nacional de Israel, que abriga mais de cinco
milhões de livros.162 A
biblioteca foi inaugurada em 1892, mais de três décadas antes da fundação da
universidade, e é um dos maiores repositórios do mundo sobre temas judeus.
Atualmente, a biblioteca é ao mesmo tempo a biblioteca central da universidade
e biblioteca nacional.163 A
Universidade Hebraica é constituída de três campi em Jerusalém, no Monte Scopus,
emGivat
Ram e
um campus médico no Hospital
Hadassah Ein Karem.
A Universidade Al-Quds foi fundada em
1984164 para
servir como principal universidade para os povos árabes e palestinos. Segundo a
própria universidade, é descrita como a "única universidade árabe em
Jerusalém".165 A
Universidade Al-Quds se localiza ao sudeste da
cidade, num campus de 190 mil metros
quadrados (47 acres).164Outra instituição
de ensino superior em Jerusalém é a Academia de Música e Dança de Jerusalém e a Academia de Arte e Design Bezalel,
que tem seus edifícios localizados nos campi da Universidade
Hebraica.
Instituto de Tecnologia de Israel.
O Instituto de Tecnologia de Jerusalém,
fundada em 1969, combina treinamentos em engenharia e outros campos de
alta tecnologia com um programa de estudos judeus.166 É
uma das muitas escolas de Jerusalém, tanto do ensino
fundamental quanto
superior que combinam estudos seculares e religiosos. Existem, na cidade,
diversas instituições religiosas eyeshivás, sendo que a Yeshivat
Mir alega
ser a maior.167 No
período de 2003-2004, havia aproximadamente 8 mil alunos colegiais em escolas
de hebraico.3 Contudo,
devido à grande quantidade de alunos no sistemaHaredi, somente
cinquenta porcento se matriculavam nos exames (Bagrut), e somente 37%
estavam aptos a se formar. Ao contrário das escolas públicas,
muitas escolas Haredi não preparam seus alunos para realizar os testes padrões,3 uma
vez que os estudos seculares não atraem a atenção destes. Visando atrair maior
quantidade de alunos universitários para Jerusalém, a cidade inicou uma série
de incentivos financeiros para subsidiar moradia para os estudantes que alugamapartamentos no centro de
Jerusalém.168
Colégios para
árabes em Jerusalém e em outras partes de Israel são criticadas por oferecer
uma educação de qualidade inferior à provida aos israelenses judeus.169 Enquanto
muitas escolas da Jerusalém
Oriental, predominantemente árabe, se encontram à margem de
sua capacidade, sendo criticadas pela superlotação, o poder local de Jerusalém
está construindo mais de uma dúzia de novas escolas nos bairros árabes da
cidade. Três escolas, nos bairros de Ras
el-Amud e Umm
Lison, seriam abertas em 2008.170
Apesar de
Jerusalém ser conhecida primeiramente pela sua significância
religiosa, a cidade também é sede de muitos eventos
artísticos e culturais. OMuseu de Israel atrai perto de um
milhão de visitantes por ano, aproximadamente um terço deles são turistas.171 Os
20 acres do complexo de museus compreende vários prédios possuindo exibições
especiais e coleções extensivas achados judaicos, arqueológicos e arte
israelita e europeia. Os pergaminhos
do Mar Morto, descoberto no meio do século XX nas cavernas de Qumran perto
do Mar Morto, estão hospedadas noSantuário do
Livro.172 A
Ala Nova, cuja construção mudou as exibições e funciona um extensivo programa
de educação em arte, é visitado por 100.000 crianças por ano. O museu tem uma
larga escultura no jardim de fora, e um modelo no tamanho escala do segundo
templo foi recentemente movido do hotel Holyland para uma nova localização no
território do museu.171 O Museu Rockefeller,
localizado no leste de Jerusalém, foi o primeiro museu arqueológico no meio
oeste. Foi construído em 1938 durante o mandato britânico.173 174 O
Museu Islâmico no Monte do Templo, estabelecido em 1923, guarda muitos
artefatos islâmicos, do menor kohl cantil
e manuscritos raros a colunas gigantes de mármore.175
Yad Vashem,
o memorial nacional de Israel para as vítimas do Holocausto,
guarda a maior biblioteca do mundo de informações relacionadas ao holocausto,176 com
estimados 100.000 livros e artigos. O complexo contém um museu de arte que
explora o genocídio dos judeus através de exibições que focam em estórias
pessoais de indivíduos e famílias mortas no holocausto e uma galeria de arte
apresentando o trabalho de artistas que pereceram. Yad Vashem também relembra
as 1.5 milhões de crianças judias assassinadas pelos nazistas, e honra os justos entre as
nações.177 O
museu na junção, que explora erros de coexistência através da arte é
situado na estrada divisória oriental e ocidental de Jerusalém.178
A Orquestra Sinfônica de Jerusalém,
estabelecida nos anos 1940,179 se
apresentou pelo mundo.179 Outros
estabelecimentos de arte incluem o Centro Internacional de Convenções (Binyanei HaUmá, Prédios da Nação,
em hebraico) perto da entrada da cidade, onde a Orquestra
Filarmônica de Israel se
apresenta, a Cinemateca de Jerusalém, o Centro Gerard Behar (formalmente Beit
Ha'am) na parte baixa de Jerusalém, o Centro de Música de Jerusalém no Yemin Moshe,180 e
o Centro Musical de Targ no Ein Kerem. O Festival de
Israel, com performances externas ou internas por
cantores locais e internacionais, concertos, peças e teatro de rua, tem sido
mantido anualmente desde 1961; durante os últimos 25 anos, Jerusalem tem sido o
maior organizador deste evento. O Teatro
de Jerusalém na
vizinhança de Talbiya é
sede de 150 concertos ao ano, como também de companhias de teatro e dança e
artistas performáticos de além mares.181 O Khan,
localizado em umcaravançarai oposto à estação
de trêns da antiga Jerusalém, é o único teatro de repertório.182 A
própria estação se tornou um local para eventos culturais no anos recentes,
como também o lugar de Shav'ua
Hasefer, um local de exposição literária anual e de
performances musicais externas.183 O Festival de Cinema de Jerusalem é mantido
anualmente, apresentando filmes israelitas e internacionais.184
O Teatro Nacional Palestino,
por muitos anos o único centro cultural árabe no leste de Jerusalém, procura
novas ideias e abordagens inovadoras para a auto-expressão palestina.185 A Casa
Ticho, no centro de Jerusalém, possui pinturas de Anna
Ticho e
coleções judaicas de seu marido, um oftalmologista que abriu a primeira clínica
de olhos da cidade neste prédio em 1912.186 Al-Hoash,
estabelecida em 2004, é uma galeria de preservação da arte palestina.187
Jerusalém tem um papel
importante no judaísmo, cristianismo e islamismo. O Livro anual de
estatística de Jerusalém listou 1.204 sinagogas, 158 igrejas, e 73 mesquitas dentro
da cidade.188 Apesar
dos esforços em manter coexistência pacífica religiosa, alguns locais, como o Monte do Templo,
tem sido continuamente fonte de atritos e controvérsias.
Jerusalém é
sagrada para os judeus desde que o Rei David a proclamou como sua capital no
10º século a.C. Jerusalém foi o local do Templo de
Salomão e
do Segundo Templo.6 Ela
é mencionada na Bíblia 632 vezes. Hoje, o Muro das
Lamentações, um remanescente do muro que contornava o Segundo
Templo, é o segundo local sagrado para os judeus perdendo apenas para o Santo dos santos no próprio Monte
do Templo.189 Sinagogas
ao redor do mundo são tradicionalmente construídas com o seu Aron Hakodesh voltado para
Jerusalém,190 e
as dentro de Jerusalém voltado para o Santo dos santos.191 Como
prescrito no Mishná e
codificado no Shulchan Aruch,
orações diárias são recitadas em direção a Jerusalém e ao Monte do Templo.
Muitos judeus tem placas de "Mizrach" (oriente) penduradas em
uma parede de suas casas para indicar a direção da oração.191 192
O cristianismo
reverencia Jerusalém não apenas pela história do Antigo Testamentomas
também por sua significância na vida de Jesus. De acordo com o Novo Testamento,
Jesus foi levado para Jerusalém logo após seu nascimento193 e
depois em sua vida quando limpou o Segundo Templo.194 O Cenáculo que
se acreditava ser o local da última ceia de Jesus, é
localizado no Monte Sião no mesmo prédio
que sedia a tumba
de David.195 196 Outro
lugar proeminente cristão em Jerusalém e o Gólgota, o local da crucificação.
O Evangelho de
João o
descreve como sendo localizado fora de Jerusalem,197 mas
evidências arqueológicas recentes sugestionam que Golgotha fica a uma curta
distância do muro da Cidade Antiga, dentro do confinamento dos dias presentes
da cidade.198 A
terra correntemente ocupada pelo Santo Sepulcro é considerado um
dos principais candidatos para o Gólgota e ainda tem sido um local de
peregrinação de cristãos pelos últimos dois mil anos.198 199 200
Jerusalém é
considerada a terceira
cidade sagrada do
Islamismo.7Aproximadamente um
ano antes de ser permanentemente trocada por Caaba em Mecca, a qibla (direção
daoração) para os
muçulmanos era Jerusalém.201 A
permanência da cidade no Islão, entretanto, é primariamente de acordo com a Noite
de Ascensão de Maomé (c.
620 d.C.). Os muçulmanos acreditam que Maomé foi miraculosamente trasportado em
uma noite de Mecca para
o Monte do Templo em Jerusalém, aonde ele ascendeu ao Paraíso para encontrar os profetas
anteriores do Islão.202 203 O
primeiro verso no Al-Isra doAlcorão notifica
o destino da jornada de Maomé como a Mesquita de Al-Aqsa (a mais distante),204 em
referência à sua localização em Jerusalém. Hoje, o Monte do Templo é coberto
por dois marcos islâmicos para comemorar o evento — A Mesquita de
Al-Aqsa, derivada do nome mencionado no Alcorão, e a Cúpula da Rocha,
que fica em cima da Pedra Fundamental,
na qual os muçulmanos acreditam que Maomé ascendeu ao céu.205
Os dois esportes
mais populares em Jerusalém, e em Israel como um todo, são o futebol e
o basquetebol.206 Beitar Jerusalem
Football Club é
um dos mais populares times em Israel. Dentre os seus fãs encontram-se vários
antigas e atuais figuras políticas que mantém o compromisso de estarem
presentes em seus jogos.207 Outro
grande time de futebol, e um dos maiores rivais do Beitar, é o Hapoel Katamon
F.C. ,
enquanto que o Beitar foi campeão da Copa de Israel por cinco vezes,208 e
Hapoel só ganhou a copa uma vez. Ademais Beitar joga na mais prestigiada Ligat ha'Al,
enquanto Hapoel se encontra na terceira divisão da liga
nacional.
No basquete, Hapoel Jerusalem está em alta
posição na primeira divisão,
embora ainda não tenha ganho nenhum campeonato, o clube ganhou a copa nacional quatro vezes, e a Copa ULEB em
2004.209
Desde sua
abertura, o Estádio Teddy
Kollek é
o principal estádio de Jerusalém para sediar jogos de futebol, com capacidade
para 21 mil pessoas.210
Nenhum comentário:
Postar um comentário