Islão
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Islamismo, Islão (português
europeu) ou Islã (português
brasileiro) (em árabe: إسلام,transl. Islām)
é uma religião
abraâmica monoteísta articulada pelo Corão, um texto
considerado por seus seguidores como a palavra literal de Deus (emárabe: الله, Allāh), e pelos
ensinamentos e exemplos normativos (a chamadasuna, parte do hadith)
de Maomé, considerado
pelos fiéis como o último profeta de Deus.
Um adepto do islamismo é chamado de muçulmano.
Os muçulmanos
acreditam que Deus é único e incomparável e o propósito da existência é adorá-Lo.1 Eles
também acreditam que o islã é a versão completa e universal de uma fé
primordial que foi revelada em muitas épocas e lugares anteriores, incluindo
por meio de Abraão, Moisés e Jesus, que eles
consideramprofetas.2 Os
seguidores do islã afirmam que as mensagens e revelações anteriores foram
parcialmente alteradas
ou corrompidas ao
longo do tempo,3mas consideram o Alcorão como
uma versão inalterada da revelação final de Deus.4 Os
conceitos e as práticas religiosas incluem os cinco pilares do
islã, que são conceitos e atos básicos e obrigatórios
de culto, e a prática da lei islâmica,
que atinge praticamente todos os aspectos da vida e da sociedade, fornecendo
orientação sobre temas variados, como sistema bancário e bem-estar, à guerra e ao
meio ambiente.5 6
A maioria dos
muçulmanos pertencem a uma das duas principais denominações; com 80% a 90%
sendo sunitas e
10% a 20% sendo xiitas.7 Cerca
de 13% de muçulmanos vivem na Indonésia, o maior país
muçulmano do mundo.8 25%
vivem no Sul da Ásia,8 20%
no Oriente Médio,9 2%
na Ásia Central,
4% nos restantes países do Sudeste Asiático e 15% na África
Subsaariana. Comunidades islâmicas significativas também são
encontradas na China,
na Rússia e
em partes da Europa. Comunidades
convertidas e de imigrantes são encontradas em quase todas as partes do mundo
(veja: muçulmanos
por país). Com cerca de 1,41-1,57 bilhão de muçulmanos,
compreendendo cerca de 21-23% dapopulação
mundial,10 o
islã é a segunda
maior religião e
uma das que mais crescem no mundo.11 12
Índice
Este
artigo contém texto em árabe, escrito da direita para a
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Islão provem do árabe Islām,
que por sua vez deriva da quarta forma verbal da raiz slm, aslama,
e significa "submissão (a Deus)".13 Segundo
o arabista e filólogo José Pedro
Machado, a palavra "Islão" não teria surgido na língua
portuguesa antes
de1843, ano em que
aparece no capítulo IX da obra Eurico,
o Presbítero, de Alexandre
Herculano.14
O Islão é descrito
em árabe como um "diin", o que significa "modo de
vida" e/ou "religião" e possui uma relaçãoetimológica com outras
palavras árabes como Salaam ou Shalam,
que significam "paz".15
Muçulmano,
por sua vez, deriva da palavra árabe muslim (plural, muslimún), particípio activo do verbo aslama,
designando "aquele que se submete". O vocábulo pode ter penetrado no
português a partir do castelhano,
sendo provável que essa língua o tenha tomado do italiano ou
do francês, línguas nas
quais o vocábulo surge em 1619e 1657, respectivamente
(no primeiro caso como mossulmani,
na obra Viaggi,
de Pietro della
Valle, e no segundo como mousulmans,
na obra Voyages,
de Le Gouz de la Boullaye).16
Em textos mais
antigos, os muçulmanos eram conhecidos como "maometanos", este termo
tem vindo a cair em desuso porque implica, incorrectamente, que os muçulmanos
adoram Maomé (como,
durante alguns séculos, por completo desconhecimento, o Ocidente pensou),
o que torna o termo ofensivo para muitos muçulmanos. Durante a Idade Média e, por extensão,
nas lendas e narrativas populares cristãs, os muçulmanos eram também designados
como sarracenos e também por mouros (embora
este último termo designasse mais concretamente os muçulmanos naturais do Magrebe, que se
encontravam na Península
Ibérica).
Islão pode se referir
também ao conjunto de países que seguem esta religião (a jurisprudência islâmica utiliza
nesse caso a expressão Dar-al-Islam,
"casa do Islão").
O Islão ensina
seis crenças principais:
1.
a crença em um único Deus;
3.
a crença nos livros sagrados,
entre os quais se encontram a Torá, os Salmos e
o Evangelho. O Alcorão é
o principal e mais completo livro sagrado, constituindo a colectânea dos
ensinamentos revelados por Deus ao profeta Maomé;
5.
a crença no dia do Julgamento
Final, no qual as acções de cada pessoa serão avaliadas;
6.
a crença na predestinação:
Deus tudo sabe e possui o poder de decidir sobre o que acontece a cada pessoa.
A pedra basilar da
fé islâmica é a crença estrita no monoteísmo.
Deus é considerado único e sem igual. Cada capítulo do Alcorão (com
a exceção de um) começa com a frase "Em nome de Deus, o beneficente, o
misericordioso". Uma das passagens do Alcorão frequentemente usadas
para ilustrar os atributos de Deus é a que se encontra no capítulo (sura) 59:
"Ele é Deus
e não há outro deus senão Ele, que conhece o invisível e o visível. Ele é o
Clemente, o Misericordioso!
Ele é Deus e não
há outro deus senão Ele. Ele é o Soberano, o Santo, a Paz, o Fiel, o Vigilante,
o Poderoso, o Forte, o Grande! Que Deus seja louvado acima dos que os homens
lhe associam!
Ele é Deus, o
Criador, o Inovador, o Formador! Para ele os epítetos mais belos"
(59, 22-24).
Os anjos são,
segundo o Islão, seres criados por Deus a partir da luz. Não possuem livre arbítrio,
dedicando-se apenas a obedecer a Deus e a louvar o seu nome. Maomé nada disse
sobre o sexo dos anjos, mas rejeitou a crença dos habitantes de Meca, de acordo com a
qual eles seriam os filhos de Deus.17 Desempenham
vários papéis, entre os quais o anúncio da revelação divina aos profetas;
protegem os seres humanos e registram todas as suas acções. O anjo mais famoso
é Gabriel,
que foi o intermediário entre Deus e o profeta.
Para além dos
anjos, o islamismo reconhece a existência dos jinnis,
espíritos que habitam o mundo natural e que podem influenciar os
acontecimentos. Ao contrário dos anjos, os jinnis possuem vontade
própria; alguns são bons, mas de uma forma geral são maus. Um desses espíritos
maus é Iblis (Azazel), também ele um jinn,
segundo a crença islâmica, que desobedeceu a Deus e dedica-se a praticar o mal.
Os muçulmanos
acreditam que Deus usou profetas para revelar escrituras aos homens. A
revelação dada aMoisés foi a Taura (Torá), a Davi foram
dados os Salmos e
a Jesus o Evangelho. Deus foi
revelando a sua mensagem em escrituras cada vez mais abrangentes que culminaram
com o Alcorão, o derradeiro
livro revelado a Muhammad.
O islamismo ensina
que Deus revelou a sua vontade à humanidade através de profetas.
Existem dois tipos de profeta: os que receberam de Deus a missão de dar a
conhecer aos homens a vontade divina (anbiya; singularnabi) e os
que para além dessa função lhes foi entregue uma escritura revelada (rusul;
singular rasul,
"mensageiro")
Cada profeta foi
encarregado de relembrar a uma comunidade a existência ou a unicidade de Deus,
esquecida pelos homens. Para os muçulmanos, a lista dos profetas inclui Adão, Abraão (Ibrahim), Moisés (Musa), Jesus (Isa) e Maomé (Muhammad),
todos eles pertencentes a uma sucessão de homens guiados por Deus. Maomé é
visto como o Último
Mensageiro, trazendo a mensagem final de Deus a toda a
humanidade sob a forma do Alcorão, sendo por isso designado como o "Selo
dos Profetas". Quando Maomé começou a revelar o Alcorão, ele não
acreditou que isso teria proporções mundiais, mas sim que somente reforçaria a
fé no Deus.
Esses profetas
eram humanos mortais comuns, o Islão exige que o crente aceite todos os profetas,
não fazendo distinção entre eles. No Alcorão, é feita menção a vinte e cinco
profetas específicos.
Os muçulmanos
acreditam que Maomé foi um homem leal, como todos os profetas, e que os
profetas são incapazes de acções erradas (ou mesmo testemunhar acções erradas
sem falar contra elas), por vontade de Deus.
Segundo as crenças
islâmicas, o dia do Julgamento Final (Yaum
al-Qiyamah) é o momento em que cada ser humano será ressuscitado e julgado
na presença de Deus pelas acções que praticou. Os seres humanos livres de pecado
serão enviados directamente para o Paraíso, enquanto que os
pecadores devem permanecer algum tempo no Inferno, antes de poderem
também entrar no Paraíso. As únicas pessoas que permanecerão para sempre no
Inferno são os hipócritas religiosos, isto é, aqueles que se diziam muçulmanos,
mas de facto nunca o foram.
Segundo a mesma
crença, a chegada do Julgamento Final será antecedida por vários sinais, como o
nascimento do Sol no poente, o som de uma trombeta e o aparecimento de uma
besta. De acordo com o Alcorão, o mundo não acabará verdadeiramente, mas
sofrerá antes uma alteração profunda.
Os muçulmanos
acreditam no quadar,
uma palavra geralmente traduzida como "predestinação",
mas cujo sentido mais preciso é "medir" ou "decidir quantidade
ou qualidade". Uma vez que, para o islamismo, Deus foi o criador de tudo,
incluindo dos seres humanos, e sendo uma das suas características a
omnisciência, ele já sabia, quando procedeu à criação, as características que
cada elemento da sua obra teria. Assim sendo, cada coisa que acontece a uma
pessoa foi determinada por Deus. Essa crença não implica a rejeição do livre
arbítrio, pois o ser humano foi criado por Deus com a faculdade da razão, pelo
que pode escolher entre praticar acções positivas ou negativas.
Os muçulmanos xiitas consideram
ainda três práticas como essenciais à religião islâmica: além da jihad, que também é
importante para os sunitas, há o Amr-Bil-Ma'rūf,
"exortar o bem", que convoca todos os muçulmanos a viver uma vida
virtuosa e encorajar os outros a fazer o mesmo; e o Nahi-Anil-Munkar,
"proibir o mal", que orienta os muçulmanos a se abster do vício e
das más ações, e também encorajar os outros a fazer o mesmo.19
Alguns grupos kharijitas existentes na Idade Média consideravam a jihad como
o "sexto pilar do Islão". Actualmente alguns grupos do xiismo ismaelita
entendem a "fidelidade ao Imam" como sexto
pilar do Islão.[carece de fontes]
A profissão de fé consiste numa
frase - que deve ser dita com a máxima sinceridade - através da qual cada
muçulmano atesta que "não há outro deus senão Deus e Maomé é seu servo e
mensageiro".20 No
entanto, os muçulmanos xiitas têm
por costume acrescentar "e Ali ibn Abi Talib é amigo de
Deus"[carece de fontes].
Essa frase também é dita quando se chama à oração (adhan).
De acordo com a
maioria das escolas islâmicas[carece de fontes],
para se converter ao Islão é necessário proclamar três vezes a chahada ("testemunho")
perante duas testemunhas: "Achadu ala ilaha ila Allah. Achadu ana
Mohammad Rassululah" ("Testemunho que não há outra divindade
senão Deus. Testemunho que Maomé é seu profeta mensageiro").
A oração no Islão
(conhecida como Salá) é composta por cinco
partes, todas espalhadas durante o dia e a noite, iniciando pela alvorada até à
noite. Considerada o ponto mais próximo que se pode chegar de Deus. No Islão,
não há obrigatoriamente hierarquia entre os adeptos, porém a comunidade,
conhecida como ummah, escolhe uma
pessoa com conhecimento suficiente para dirigir a adoração.21
Durante essas
orações, são recitadas suratas do Alcorão, geralmente ditas
em árabe, conduzidas pelo escolhido
entre a comunidade. Não existe restrição para que o crente reze fora da mesquita, tampouco isso é
uma desbonificação de sua oração, que pode ser feita em qualquer lugar, desde
que tenha feito antes suapurificação.18
A purificação é
realizada através da higiene especifica e detalhada, que consiste basicamente
em lavar as mãos, os antebraços, a boca, as narinas, a face; em passar água
pelas orelhas, pela nuca, pelo cabelo e pelos pés.21
Se um muçulmano se
encontrar numa área sem água ou numa área onde o uso da água não é aconselhável
(porque poderia causar uma doença), pode substituir as abluções pelo uso
simbólico de areia ou terra (tayammum).
A oração abre-se com a orientação do crente na direcção de Meca (qibla).21
O Islão estabelece
que cada muçulmano deve pagar anualmente uma certa quantia, calculada a partir
dos seus rendimentos, que será distribuída pelos pobres ou por outros
beneficiários definidos pelo Alcorão (prisioneiros,
viajantes, endividados…). Essa contribuição é encarada como uma forma de
purificação e de culto. A quantia corresponde a 2,5% do valor dos bens em
dinheiro, ouro e prata, mas o valor pode variar se se tratar, por exemplo, de
produtos agrícolas (nesse caso a contribuição pode chegar a 10% da colheita
agrícola).
Quem tiver possibilidades
pode ainda contribuir, de forma voluntária, com outras doações (sadaqa),
mas é importante que o faça em segredo e sem ser movido pela vaidade. O anúncio
dessas doações somente poderá ser feito se isso contribuir para que outras
pessoas sejam motivadas a fazer o mesmo (caso de personalidades e pessoas
proeminentes da sociedade), e esse ato deve ser sincero, mesmo que em público.
Durante o Ramadão (o
nono mês do calendário
islâmico), cada muçulmano adulto deve abster-se de alimento, debebida,
de fumar e
de ter relações sexuais,
desde o nascer até ao pôr-do-sol.
Os doentes, os idosos, os viajantes, as grávidas ou as mulheres lactantes estão
dispensados do jejum. Em compensação,
essas pessoas devem alimentar um pobre por cada dia que faltaram ao jejum ou
então realizá-lo noutra altura do ano. O jejum é interpretado como uma forma de
purificação, de aprendizagem do auto-controlo e de desenvolvimento da empatia
por aqueles que passam fome ou outras necessidades.
O mês de Ramadão
termina com o dia de celebração conhecido como Eid ul-Fitr,
durante o qual os muçulmanos agradecem a Deus a força que lhes foi concedida
para levar a cabo o jejum. As casas são decoradas e é hábito visitar os
familiares. Essa comemoração serve também para o perdão e a reconciliação entre
pessoas desavindas.
Esse pilar
consiste na peregrinação a Meca, obrigatória pelo
menos uma vez na vida para todos os que gozem de saúde e disponham de meios
financeiros. Ocorre durante o décimo segundo mês do calendário islâmico.
Os muçulmanos
vestem-se com um traje especial todo branco, antes de chegar a Meca, para que
todos estejam igualmente vestidos e não haja distinção de classes. Durante toda
a peregrinação, não se preocupam com o seu aspecto físico. Depois de praticarem
sete voltas em torno da Kaaba, os peregrinos
correm entre as duas colinas de Safa e Marwa.
Na última parte do Hajj,
os muçulmanos devem passar uma tarde na planície de Arafat, onde Maomé disse
o seu "Último Sermão". Os rituais chegam ao fim com o sacrifício de
carneiros e bodes.
Os ensinamentos de Alá (Allah,
a palavra árabe para Deus) estão contidos no Alcorão (Qur'an,
"recitação"). Os muçulmanos acreditam que Maomé recebeu esses
ensinamentos de Deus por intermédio do anjo Gabriel (Jibrīl),
através de revelações que ocorreram entre 610 e 632 d.C. Maomé
recitou essas revelações aos seus companheiros, muitos dos quais se diz terem
memorizado e escrito no material que tinham à disposição (omoplatas de
camelo, folhas de palmeira, pedras…).
As revelações a
Maomé foram mais tarde reunidas em forma de livro. Considera-se que a
estruturação do Alcorão como livro ocorreu entre 650 e 656, durante o
califado de Otman.
O Alcorão está
estruturado em 114 capítulos chamados suras. Cada sura está
por sua vez subdividida em versículos chamados ayat.
Os capítulos possuem tamanho desigual (o menor possui apenas três versículos e
os mais longos 286 versículos) e a sua disposição não reflete a ordem da
revelação. Considera-se que 92 capítulos foram revelados em Meca e
22 em Medina. As suras são
identificadas por um nome, que é em geral uma palavra distintiva surgida no
começo do capítulo ("A Vaca", "A Abelha", "O
Figo").
Uma vez que os
muçulmanos acreditam que Maomé foi o último de uma longa linha de profetas,
eles tomam a sua mensagem como um depósito sagrado e tomam muito cuidado com
ela, assegurando que a mensagem tenha sido recolhida e transmitida de uma
maneira a não trair esse legado. Essa é a principal razão pela qual as
traduções do Alcorão para as línguas vernáculas são desencorajadas,
preferindo-se ler e recitar o Alcorão em árabe. Muitos muçulmanos memorizam uma
porção do Alcorão na sua língua original e aqueles que memorizaram o Alcorão
por inteiro são conhecidos como hafiz(literalmente
"guardião").
A mensagem
principal do Alcorão é a da existência de um único Deus, que deve ser adorado.
Contém também exortações éticas e morais, histórias relacionadas com os
profetas anteriores a Muhammad (que foram rejeitados pelos povos aos quais
foram enviados), avisos sobre a chegada do dia do Juízo Final,
bem como regras relacionadas com aspectos da vida diária, como o casamento e o
divórcio.
Além do Alcorão,
as crenças e práticas do Islão baseiam-se na literatura hadith,
que para os muçulmanos clarifica e explica os ensinamentos do profeta.
Não há uma
autoridade oficial que decide se uma pessoa é aceita ou excluída da comunidade
de crentes. O Islão é aberto a todos, independentemente de raça, idade, género
ou crenças prévias. É suficiente acreditar na doutrina central do islamismo,
acto formalizado pela recitação da chahada,
o enunciado de crença do Islão, sem o qual uma pessoa não pode ser considerada
um muçulmano.
Embora não exista
no islamismo uma estrutura clerical semelhante
à existente nas denominações
cristãs, existe contudo um grupo de pessoas reconhecidas
pelo seu conhecimento da religião e da lei islâmica, denominadasulemás. Os homens que se
destacam pelo seu grande conhecimento da lei islâmica podem receber o título demufti, sendo
responsáveis pela emissão de pareceres sobre determinada questão da lei islâmica;
em teoria esses pareceres (fatwas)
só devem ser seguidos pela pessoa que o solicitou.
Mapa do mundo muçulmano com as principais escolas
da lei islâmica (madhhab).
Há várias
denominações no Islão, cada uma com diferenças ao nível legal e teológico. Os
maiores ramos são o Islão sunita e o Islão xiita.
O profeta Maomé faleceu
em 632 sem
deixar claro quem deveria ser o seu sucessor na liderança da comunidade
muçulmana (a Umma). Abu Bakr, um dos primeiros
convertidos ao islamismo e companheiro do profeta, foi eleito como califa("representante"),
função que desempenhou durante dois anos. Depois da sua morte, a liderança
coube durante dez anos a Omar e
logo em seguida aOtman,
durante doze anos.
Quando Otman
faleceu, ocorreu uma disputa em torno de quem deveria ser o novo califa. Para
alguns essa honra deveria recair sobre Ali, primo de Maomé,
que era também casado com a sua filha Fátima.
Para outros, o califa deveria ser o primo de Otman, Muawiyah. Quando Ali é
eleito califa em 656, Muawiyah
contesta a sua eleição, o que origina uma guerra civil entre os partidários das
duas facções. Ali acabaria por ser assassinado em 661 e
Muawiyah conquista o poder para si e para a sua família, fundando o Califado Omíada.
Contudo, o conflito entre os dois campos continua e, em 680, Hussein, filho de Ali, é
massacrado pelas tropas de Yazid, filho de
Muawiyah.
Essas lutas estão
na origem dos dois principais ramos em que actualmente se divide o Islão. Os
partidários de Ali (shiat ali, ou seja, xiitas) acreditam que os três
primeiros califas foram usurpadores que retiraram a Ali o seu direito legítimo
à liderança. Essa crença é justificada em hadiths interpretados como
reveladores de que, quando Maomé se encontrava ausente, ele nomeava Ali como
líder momentâneo da comunidade.
O islamismo sunita
compreende actualmente cerca de 83% de todos os muçulmanos. Divide-se em quatro
escolas de jurisprudência (madhabs),
que interpretam a lei islâmica de forma
diferente. Essas escolas tomam o nome dos seus fundadores: maliquita (forte presença no Norte de África), shafiita (presente no Médio
Oriente,Indonésia, Malásia, Filipinas), hanefita (presente na Ásia Central e do Sul, Turquia) e hanbalita (dominante naArábia Saudita e Qatar).
O muçulmanos
xiitas acreditam que o líder da comunidade muçulmana - o imã -
deve ser um descendente de Ali e de sua esposa Fátima.
O Islão xiita
pode, por sua vez, ser subdividido em três ramos principais, de acordo com o
número de imãs que reconhecem: xiitas duodecimanos, ismailitas e zaiditas. Todos esses
grupos estão de acordo em relação à legitimidade dos quatro primeiros imãs.
Porém, discordam em relação ao quinto: a maioria do xiitas acredita que o neto
de Hussein, Muhammad
al-Baquir, era o imã legítimo, enquanto que outros seguem o
irmão de al-Baquir,Zayd
bin Ali (zaiditas).
Os xiitas que não
reconheceram Zayd como imã permaneceram unidos durante algum tempo. O sexto
imã, Jafar
al-Sadiq (702-765), foi um grande
erudito que é tido em consideração pelos teólogos sunitas. A principal escola
xiita de lei religiosa recebe o nome de jafarita por sua causa.
Após a morte de
Jafar al-Sadiq, ocorreu uma cisão no grupo: uns reconheciam como imã o filho
mais velho de al-Sadiq, Ismail bin Jafar (m. 765), enquanto que
para outros o imã era o filho mais novo, Musa
al-Kazim (m. 799). Este último
grupo continuou a seguir uma cadeia de imãs até ao décimo segundo, Muhammad al-Mahdi (falecido, ou de
acordo com a visão religiosa, desaparecido em 874 para
retornar no fim do mundo). Os primeiros ficaram conhecidos como ismailitas,
enquanto que os que seguiram uma cadeia de doze imãs ficaram conhecidos como os
xiitas duodecimanos; o termo "xiita" é geralmente usado hoje em dia
como um sinónimo dos xiitas duodecimanos, que são maioritários no Irão.
Para os
ismailitas, Ismail nomeou o seu filho Muhammad
ibn Ismael como
seu sucessor, tendo a linha sucessória dos imãs continuado com ele e os seus
descendentes. O ismailismo dividiu-se por sua
vez em vários grupos.
Outra denominação
que tem origem nos tempos históricos do Islão é a dos kharijitas.
Historicamente, consideravam que qualquer homem, independentemente da sua
origem familiar, poderia ser líder da comunidade islâmica, opondo-se às
polémicas de sucessão entre sunitas e xiitas. Os membros desse grupo hoje são
mais comumente conhecidos como muçulmanos ibaditas. Um grande número
de muçulmanos ibaditas vive hoje noOmã.
Um movimento
recente no Islão sunita é o dos wahhabitas,
assim denominados por ocidentais e por pessoas de fora dessa corrente
ideológica. O wahhabismo é um movimento fundado por Muhammad ibn Abd al Wahhab noséculo XVIII,
naquilo que hoje é a Arábia Saudita.
Os wahhabitas consideram-se sunitas e alguns afirmam seguir a escola hanbalita.
O wahhabismo tem uma grande influência no mundo islâmico pelo facto de o
governo sauditafinanciar muitas
mesquitas e escolas muçulmanas existentes em outros países.
Às vezes visto
pelos fiéis muçulmanos comuns como um ramo separado do Islamismo,22 o sufismo é
antes uma forma de mística que
pretende alcançar um contacto directo com Deus através de uma série de práticas
que geralmente incluem o ascetismo, a meditação, os jejuns,
cantos e danças.
Desconhece-se de
onde deriva a palavra sufismo (em árabe: tasawwuf).
O termo poderá provir de sūf,
"lã", o que se
encontra relacionado com o facto de os primeiros sufis vestirem roupas feitas
com o material, imitando osascetas cristãos da Síria e
da Palestina. Outra teoria
procura relacionar sufismo com a palavra árabe safa,
que significa "pureza".23
O sufismo já
existia como movimento no primeiro século do Islão. Para os sufis, o próprio
profeta Maomé seria
um deles, já que levaria uma vida extremamente simples, tendo por hábito
retirar-se de Meca para
meditar numa caverna, tendo
estabelecido uma relação próxima com Deus. Um dos primeiros representantes do
sufismo foi al-Hasan
al-Basri (642-728),
que rejeitou o materialismo do mundo e criticou os soberanos omíadas.
Saliente-se ainda deste período inicial uma mulher, Rabi'ah al-Adawiyah (? -
801), cujo amor por Deus leva-a a excluir o apego ao mundo.
Desde os séculos
XII e XIII, os sufis organizam-se em ordens ou irmandades (tariqas), que
seguem os métodos de realização espiritual ensinados por determinados mestres
(os xeques ou pirs)."24 As
ordens sufis podem ser encontradas quer no sunismo, quer no xiismo. O sufismo
foi por vezes entendido pelas autoridades ortodoxas muçulmanas como uma ameaça,
tendo os seus líderes e adeptos sido alvo de perseguições. O sufismo tem sido
igualmente criticado devido ao facto de alguns dos seus mestres terem alcançado
um estatuto de santo, tendo sido erguidos santuários nos locais onde nasceram
ou faleceram, que se tornaram locais de peregrinações.
O calendário
islâmico (também
denominado calendário hegírico em função da sua origem remontar à Hégira ou
migração dos primeiros muçulmanos de Meca para Medina em 622 d.C.)
segue o ano lunar, que é cerca de onze dias mais curto que o solar.
Consequentemente, as comemorações muçulmanas acabam por circular por todas as
estações de ano.
As duas
comemorações do Islão são o Eid ul-Fitr,
que celebra o fim do jejum do Ramadão, e o Eid ul-Adha,
que marca o fim da peregrinação a Meca (Hajj).
O dia 10 do mês de Muharram (o primeiro mês do
calendário islâmico) é um dia de particular importância para os muçulmanos
xiitas. Neste dia, comemora-se o martírio do terceiro imã xiita, Hussein, morto
em Karbala, em680, por aqueles que
os xiitas consideram usurpadores da liderança da comunidade muçulmana. No
início deste mês, as pessoas envolvem-se em actividades como ouvir contadores
de histórias relatar o martírio de Hussein ou assistir a peças de teatro que
pretendem reconstituir os acontecimentos. O dia é marcado com procissões, que
incluem actos de autoflagelação como bater no peito ou cortar-se com uma lâmina
(os membros do clero xiita desencorajam essas práticas).
Outras comemorações
populares incluem o Mawlid,
que celebra o aniversário de Maomé (12 do mês de Rabi al-Awwal),
A Noite da Ascensão (Laylat al-Micraj, no dia 27 de Rajab),
quando se recorda o dia em que Maomé subiu ao céu para dialogar com Deus, e A
Noite do Poder (Laylat al-Qadr, na noite do 26 para 27 do mês do
Ramadão), que marca o aniversário da primeira revelação do Alcorão e durante a
qual muitos muçulmanos acreditam que Deus decide o que acontecerá durante o
ano.
A Caaba ("O
Cubo"), um edifício situado dentro da mesquita principal deMeca (Al Masjid
Al-Haram), na Arábia Saudita,
é o local mais sagrado do Islão. De acordo com o Alcorão, ela foi construída
por Abraão (Ibrahim)
para que todas as pessoas fossem ali celebrar os ritos da Hajj. No tempo do
profeta Maomé, o monoteísmo instituído por Abraão tinha sido corrompido pelo politeísmo e pela idolatria. Segundo o
islamismo, Maomé não procurou fundar uma nova religião, mas antes restabelecer
o culto monoteísta que existia no passado. Uma vez que o Islão se identifica
com a tradição religiosa do patriarca Abraão, é por isso classificado como uma religião
abraâmica. O islamismo não nega diretamente o judaísmo e
o cristianismo,
pelo contrário, considera uma versão antiga e perdida dessas religiões
monoteístas como parte da sua herança; as suas versões atuais teriam sido
alteradas, o próprio Islão considerando-se uma restauração da verdade divina.
O segundo local
sagrado do islamismo é Medina, cidade para a
qual Maomé e os primeiros muçulmanos fugiram (num movimento conhecido como Hégira), e onde se
encontra o seu túmulo.
A cidade de Jerusalém é
o terceiro local sagrado do Islão. Este estatuto advém da sua associação aos profetas anteriores a Maomé
e sobretudo pelo facto de os muçulmanos acreditarem que o profeta teria viajado
para esse local durante a noite, cavalgando um ser denominado Buraq, numa viagem
conhecida como Isra.
Uma vez em Jerusalém, ele teria ascendido ao céu (Mi’raj), onde dialogou
com Deus e outros profetas, entre os quais Moisés. No local de
Jerusalém onde se acredita que Maomé subiu ao céu, foi construída a Cúpula da Rocha,
em cerca de 690, sobre as ruínas
do antigo Templo de
Salomão dos judeus.
Os muçulmanos
xiitas consideram ainda como sagradas as cidades de Karbala e Najaf, ambas no Iraque. Na primeira,
ocorreu o martírio de Hussein (filho de Ali e
neto de Maomé) e dos seus companheiros, quando este contestava o Califado Omíada.
No Irão, devem também ser
salientadas duas cidades sagradas para os xiitas,Mashhad e Qom.
A lei islâmica
chama-se Xariá. O Alcorão é
a mais importante fonte da jurisprudência islâmica, sendo a
segunda aSuna ou
exemplos do profeta. A Suna é conhecida graças aos ahadith,
que são narrações acerca da vida do profeta ou o que ele aprovava, que chegaram
até nós graças a uma cadeia de transmissão oral a partir dosCompanheiros de Maomé.
A terceira fonte de jurisprudência é o ijtihad ("raciocínio
individual"), à qual se recorre quando não há resposta clara no Alcorão ou
na Suna sobre
um dado tema. Neste caso, o jurista pode raciocinar por analogia (qiyas)
para encontrar a solução.
A quarta e última
fonte de jurisprudência é o consenso da comunidade (ijma). Algumas práticas
também chamadas de "charia" têm também algumas raízes nos costumes
locais (Al-urf).
A jurisprudência
islâmica chama-se fiqh e
está dividida em duas partes: o estudo das fontes e metodologia (usul
al-fiqh, raízes da lei) e as regras práticas (furu' al-fiqh, ramos
da lei).
Percentagem de população muçulmana por país (quanto
mais escuro, maior a proporção de muçulmanos na população em geral).
O Islão é a
segunda religião com
maior número de fiéis, atrás apenas do cristianismo,
segundo o CIA
World Factbook de 2005.25 De
acordo com oWorld Network of Religious Futurists26 e
o U.S.
Center for World Mission27 ,
o islamismo estaria crescendo mais rapidamente em número de crentes que
qualquer outra religião.
O Islão reúne hoje
entre 1,5 a 1,8 bilhão de crentes.28 Apenas
18% dos muçulmanos vivem no mundo árabe, um quinto
encontra-se espalhado pela África
subsariana, cerca de 30% vivem noPaquistão, Índia e Bangladesh,
e a maior comunidade nacional encontra-se na Indonésia. Há significantes
populações islâmicas na China, Ásia Central e Rússia.
A Áustria foi
o primeiro país europeu a
reconhecer o Islão como uma religião oficial (191229 ),
enquanto que a França tem
actualmente a população mais elevada de muçulmanos da Europa Ocidental (entre 5
a 10%).30 31 32
Em Portugal, existe
igualmente uma comunidade muçulmana, que nada tem a ver com os muçulmanos que
viveram no país durante a Idade Média;
são na sua maioria naturais das antigas colónias portuguesas de Moçambique e Guiné-Bissau,
que se fixaram em Portugal após a independência desses territórios. O Islão
xiita ismailita também está presente em Portugal, tendo a sua sede no Centro
Ismaili de Lisboa, construído pela Fundação
Aga Khan. Estima-se que o número de muçulmanos em Portugal
ronde os 30 mil.33 Segundo
o censo de 2000, o Brasil registra
27.239 muçulmanos.34 Porém,
para a Federação Islâmica Brasileira, o número de muçulmanos no Brasil ronda o
1,5 milhão.35
A maioria dos
muçulmanos brasileiros vive nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul,
mas também existem comunidades significativas no Rio de Janeiro, Mato Grosso do
Sul e São Paulo. Grande parte
desses muçulmanos são descendentes de imigrantes sírios e libaneses que
se fixaram no Brasil durante a Primeira
Guerra Mundial.36
Na Guiné-Bissau,
o Islão penetrou na Idade Média,
tendo as ordens sufistas desempenhado um importante papel na sua difusão. Reúne
hoje cerca de 45% da população. Outro país africano de língua oficial portuguesa com um número
significativo de muçulmanos é Moçambique (17,8%).
O islamismo
contemporâneo é dominado pelo tradicionalismo, preocupado com a manutenção de
rituais e práticas antigas, como o uso do véu pelas mulheres. Existem ainda
correntes que pretendem conciliar o Islão com aspectos da modernidade, que são
principalmente activas nos Estados Unidos.
À semelhança do que acontece no judaísmo e
no cristianismo,
o islamismo é também marcado pela existência de movimentos ditos integristas ou fundamentalistas.
As tradições
islâmicas baseiam-se no Alcorão, nos ditos do profeta (hadith) e nas
interpretações dessas fontes pelos teólogos. Ao longo dos últimos séculos,
tem-se verificado uma tendência para o conservadorismo, com interpretações
novas vistas como indesejáveis.
A Xariá antiga
tinha um carácter muito mais flexível do que aquele hoje associado com a jurisprudência islâmica (fiqh),
muitos académicos muçulmanos islâmicos acreditam que ela deva ser renovada e
que os juristas clássicos
deveriam perder o seu estatuto especial. Isso implica a necessidade de formular
uma nova fiqh, que seja
praticável no mundo moderno, como proposto pelos defensores da islamização do conhecimento,
e que iria lidar com o contexto moderno. Esse movimento não pretende alterar os
pontos fundamentais do islamismo, mas sim evitar más interpretações e libertar
o caminho para a renovação do prévio estatuto do mundo islâmico como um centro
de pensamento moderno e de liberdade.37
O islamismo
reconhece elementos de verdade no judaísmo e
no cristianismo.
Todos os profetas do judaísmo são reconhecidos também como profetas no Islão,
assim como Jesus, que de acordo com
a perspectiva muçulmana teria anunciado a vinda de Maomé. Para os seguidores
dessas duas crenças, o Alcorão reservou a noção de "Povos do Livro" (Ahl
al-Kitab), estabelecendo que devem ser tolerados devido ao facto de
possuirem escrituras sagradas. À medida que os muçulmanos tomaram contacto com
outras religiões detentoras de revelações escritas, acabaram em alguns casos
por conceder-lhes também esse estatuto (caso do zoroastrismo).
Porém, se o Islão
reconhece o papel preparatório do judaísmo e do cristianismo, considera
igualmente que os seguidores dessas religiões acabaram por seguir caminhos
errados. Os judeus procederam mal ao adorarem o bezerro de ouro, tendo se
tornado idólatras. Os muçulmanos acreditam que os cristãos erraram ao
considerar Jesus como
filho de Deus e
ao defender doutrinas como a daSantíssima
Trindade, porém acreditam que Jesus é
uma criatura de Deus, assim como Adão. Tais erros,
segundo os muçulmanos, acarretaram a vinda de outro e último profeta enviado
por Deus, Maomé.
Correntes radicais do islamismo frequentemente são acusadas de atos terroristas, como os atentados às Torres Gêmeas, protagnonizados nos ataques de 11 de setembro de 2001 pela Al Qaeda. E a defesa intolerante da extinção do Estado de Israel defendida pelos grupos terroristas Hamas e Fatah. Em sua carta de fundação, por exemplo, o Hamas é claro na defesa da destruição do Estado Sionista 38 , sendo apoiado pela maioria do povopalestino.
Fundamentalistas também defendem a
submissão da mulher, a perseguição a cristãos e o assassinato de dissidentes em
países islâmicos 39 .
Estima-se que aproximadamente quatro milhões de cristãos libanesesemigraram de seu
país em conseqüência das pressões impostas pelos muçulmanos 40 .
A condição de vida
das mulheres também é precária em países fundamentalistas islâmicos, como a Arábia Saudita:
"Para o pensamento ortodoxo muçulmano, a mulher vale menos do que o
homem, explica Leila Ahmed, especialista em estudos da mulher e do Oriente
Próximo da Universidade
de Massachusetts, nos Estados
Unidos […]"41 .
Assim sendo, violências físicas e tratamentos desumanos, como o apedrejamento,
são constantes entre os países fundamentalistas: "Segundo a lei
islâmica denominada Sharia (Shari'ah ou
Charia), uma mulher considerada adúltera deve ser enterrada até o pescoço (ou
as axilas) e apedrejada até a morte […]".
A intolerância a
críticas também é alvo constante de respostas por parte da imprensa às
vertentes radicais do Islã. Recentemente, cartunistas dinamarqueses foram
ameaçados de morte por publicarem chargesconsideradas
insultosas para alguns muçulmanos 42 ,
algo comum no Ocidente e sua contraparte cristã. O Papatambém foi
ameaçado de morte por considerar o Islã uma religião violenta 43 .
O crítico Daniel Pipes cita uma cadeia
histórica de reações radicais a críticas e atos humorísticos por parte de
extremistas islâmicos, que vão de ameaças a mortes de dezenas de pessoas 43 .
Porém, o islamismo moderado mostra-se como vertente desejosa da paz, tanto
quanto o budismo, o cristianismo,
o judaísmo ou
qualquer outra grande religião 44 .
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