“O
nazismo matou 4 milhões de pessoas, a Inquisição católica matou 9 milhões
de pessoas, ai cabe a pergunta, se deploramos o nazismo o que devemos dizer
para a Igreja?”
A SANTA INQUISIÇÃO CRISTÃ
"Não permitirás que viva uma feiticeira".
(Êxodo – Cap. XXII – Versículo XVIII)
No século IV, quando o Cristianismo se propagava, a Igreja Católica havia
tomado santuários e templos sagrados de povos pagãos, para implantar sua
religiosidade e erigir suas igrejas. Nos primórdios do Catolicismo, acreditavam
que os pagãos continuariam a freqüentar estes lugares sagrados para
reverenciarem seus Deuses. Mas com o passar do tempo, assimilariam o cristianismo
substituindo o paganismo, através da anulação.
Mesmo assim, por toda a parte, havia uma constante veneração às divindades
pagãs. Ao longo dos séculos, a estratégia da Igreja Católica não funcionou, e
através da Inquisição, de uma forma ensandecida e sádica, as autoridades
eclesiásticas tentaram apagar de uma vez por todas a figura da Grande Deusa
Mãe, como principal divindade cultuada sobre todos os extremos da Terra. O
Catolicismo medieval transformou o culto à Grande Deusa Mãe, num culto satânico,
promovendo uma campanha de que a adoração dos deuses pagãos era equivalente à
servidão a satã.
Inquisição é o ato
de inquirir, isto é, indagar, investigar, interrogar judicialmente. No caso da
Santa Inquisição, significa "questionar judicialmente aqueles que, de uma
forma ou de outra, se opõem aos preceitos da Igreja Católica". Dessa
forma, a Santa Inquisição, também conhecida como Santo Ofício, foi um tribunal
eclesiástico criado com a finalidade "oficial" de investigar e punir
os crimes contra a fé católica. Na prática, os pagãos representavam uma
constante ameaça à autoridade clerical e a Inquisição era um recurso para impor
à força a supremacia católica, exterminando todos que não aceitavam o
cristianismo nos padrões impostos pela Igreja. Posteriormente, a Santa
Inquisição passou a ser utilizada também como um meio de coação, de forma a
manipular as autoridades como meio de obter vantagens políticas.
A caça às bruxas
A Santa Inquisição teve seu início no ano de 1184, em Verona, com o Papa Lúcio
III. Em 1198, o Papa Inocêncio III já havia liderado uma cruzada contra os
albigenses (hereges do sul da França), promovendo execuções em massa. Em 1229,
sob a liderança do Papa Gregório IX, no Concílio de Tolouse, foi oficialmente
criada a Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício. Em 1252, o Papa Inocêncio IV
publicou o documento intitulado Ad Exstirpanda, que foi fundamental na execução
do plano de exterminar os hereges*. O Ad Exstirpanda foi renovado e
reforçado por vários papas nos anos seguintes. Em 1320, a Igreja (a pedido do
Papa João XXII) declarou oficialmente que a Bruxaria, e a Antiga Religião dos
pagãos constituíam um movimento e uma "ameaça hostil" ao
cristianismo.
*HEREGE: Que ou
aquele que professa uma heresia ou doutrina contrária aos dogmas da Igreja.
Tribunal Eclesiástico da Inquisição
Os inquisidores, cidadãos encarregados de investigar e denunciar os hereges,
eram doutores em Teologia, Direito Canônico e Civil. Inquisidores e informantes
eram muito bem pagos. Todos os que testemunhassem contra uma pessoa
supostamente herege, recebiam uma parte de suas propriedades e riquezas, caso a
vítima fosse condenada.
Os inquisidores deveriam ter no mínimo 40 anos de idade. Sua autoridade era
outorgada pelo Papa através de uma bula, que também podia incumbir o poder de
nomear os inquisidores a um Cardeal representante, bem como a padres e frades
franciscanos e dominicanos. As autoridades civis, sob a ameaça de excomunhão em
caso de recusa, eram ordenadas a queimar os hereges. Camponeses eram
incentivados (ludibriados com a promessa de ascenderem ao reino divino ou
através de recompensas financeiras) a cooperarem com os inquisidores. A caça às
Bruxas tornou-se muito lucrativa.
Geralmente as
vítimas não conheciam seus acusadores, que podiam ser homens, mulheres e até
crianças. O processo de acusação, julgamento e execução era rápido, sem
formalidades, sem direito à defesa. Ao réu, a única alternativa era confessar e
retratar-se, renunciar sua fé e aceitar o domínio e a autoridade da Igreja
Católica. Os direitos de liberdade e de livre escolha não eram respeitados. Os
acusados eram feitos prisioneiros e, sob tortura, obrigados a confessarem sua
condição herética. As mulheres, que eram a maioria, comumente eram vítimas de
estupro. A execução era realizada, geralmente, em praça pública sob os olhos de
todos os moradores. Punir publicamente era uma forma de coagir e intimidar a
população. A vítima podia ser enforcada, decapitada, ou, na maioria das vezes,
queimada.
PROCISSÃO dos FLAGELANTES (Vítimas da Inquisição)
Malleus Maleficarum
Em 1486 foi publicado um livro chamado Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas)
escrito por dois monges dominicanos, Heinrich Kramer e James Sprenger. O
Malleus Maleficarum é uma espécie de manual que ensina os inquisidores a
reconhecerem as bruxas e seus disfarces, além de identificar seus supostos
malefícios, investigá-las e condená-las legalmente. Além disso, também continha
instruções detalhadas de como torturar os acusados de bruxaria para que
confessassem seus supostos crimes, e uma série de formalidades para a execução
dos condenados. Ainda, o tratado afirmava que as mulheres deveriam ser as mais
visadas, pois são naturalmente propensas à feitiçaria. O livro foi amplamente
usado por supostos "caçadores de bruxas" como uma forma de legitimar
suas práticas.
Alguns
itens contidos no Malleus Maleficarum que tornavam as pessoas vulneráveis à
ação da Santa Inquisição:
*Difamação notória por várias pessoas que afirmassem ser o acusado um Bruxo.
*Se um Bruxo desse testemunho de que o acusado também era Bruxo.
*Se o suspeito fosse filho, irmão, servo, amigo, vizinho ou antigo companheiro
de um Bruxo.
*Se fosse encontrada a suposta marca do Diabo no suspeito.
O inquisidor utilizava-se de diversos recursos para extrair confissões. Veja
alguns deles:
CREMAÇÃO ou FOGUEIRA: Queimados vivos na praça pública como forma de
coagir e intimidar a população. As mulheres eram vitimas de estrupo e totalmente
depiladas pelos torturadores que procuravam um suposto sinal de Satã, que podia
ser uma verruga, uma macha na pele, mamilo excessivamente enrugados era a prova
que era bruxa “amamentava” os demônios, etc.
Para garantir que
morresse queimada e não asfixiada pela fumaça, a vítima era vestida com uma
camisola embebida em enxofre.
Cremação ou Fogueira
Cremação ou Fogueira
Cremação ou Fogueira
Cremação ou Fogueira
PÊRA: O nome é dado pelo
formato da peça. É uma peça que expandia progressivamente as aberturas onde era
introduzida. Esse instrumento forçava a boca, o ânus ou a vagina da vítima. Era
usado pra punir adúlteros, homossexualidade, incesto ou “relação sexual com
Satã” e também para blasfêmias ou “hereges”.
Pera
CADEIRA INQUISITÓRIA: Uma cadeira de madeira com seus assentos cobertos de espinhos. O réu
sentava-se nu, e com o mínimo movimento, as costas, os braços, as pernas e os
pés da vítima eram penetrados por esses espinhos provocando efeitos terríveis.
Em outras versões, a cadeira apresentava assento de ferro, que podia se
aquecido até ficar em brasa. Essa peça foi usada na Alemanha até o séc. XIX, na
Itália e na Espanha até o final de 1700 e na França e outros países europeus,
de acordo com pesquisas realizadas, até o final de 1800.
Cadeira Inquisitória
Cadeira Inquisitória
1.606 pontas de madeira e 23 de ferro aproximadamente.
DESPERTADOR,
CANDELABRO ou BERÇO de JUDAS: Foi idealizado pelo italiano
Ippolito Marsili, e deveria marcar uma mudança decisiva na história da tortura.
Seria um sistema capaz de obter confissões sem infligir crueldade ao corpo
humano. Não se quebrava nenhuma vértebra, calcanhar ou junta da vítima.
Consistia o aparelho em deixar o condenado acordado o maior espaço de tempo
possível. Era, na verdade, o suplício do sono. O tormento do despertador,
definido no início como tortura não cruel, diante da Inquisição teve muitas
variações até chegar ao procedimento absurdo de se amarrar com cordas firmes a
vítima, suspendê-las e deixá-la cair com todo o peso do corpo contra o ânus e
as partes sexuais mais sensíveis sobre a ponta da pirâmide, esmagando os
testículos, o cóccix e, no caso de uma condenada, a vagina, causando dores
atrozes. Muitas vezes a vítima desmaiava de dor. Então era reanimada para se
repetir a operação. O despertador passou então a ser chamado "o Berço de
Judas".
Despertador, Candelabro ou Berço de Judas
ESMAGA-CABEÇA: Esse instrumento
esteve em uso, ao que parece, na Alemanha do Norte, e gozava de certa
preferência. O seu funcionamento é tão simples quanto cruel. Colocava-se a
cabeça do condenado com o queixo sobre a barra inferior, e com o rosqueamento a
cabeça ia sendo esmagada. Primeiro, despedaçava os alvéolos dentais, as
mandíbulas, e então a massa cerebral saía pela caixa craniana. Mas com o passar
do tempo esse instrumento perdeu a sua função de matar e assumiu o papel de
tortura do inquisidor. Ainda permanece em uso em países onde a polícia emprega
tortura para obter confissões, com a diferença de que são usados materiais
macios, para não deixar marcas.
Esmaga-cabeça
SERROTE: Usada principalmente para punir homossexuais, o serrote era uma das
formas mais cruéis de execução. Dois executores, cada um e uma extremidade do
serrote, literalmente, partiam ao meio o condenado, que preso pelos pés com as
pernas entreabertas e de cabeça para baixo, não tinha a menor possibilidade de
reação. Devido à posição invertida que garantia a oxigenação do cérebro e
continha o sangramento, era comum que a vítima perdesse a consciência apenas
quando a lâmina atingia a altura do umbigo.
Serrote
EMPALAMENTO: Essa punição
consistia em espetar uma estaca através do ânus até a boca do condenado até
levá-lo à morte deixando um carvão em brasa na ponta para mesmo que chegue até
a boca do condenado não morresse até algumas horas depois da hemorragia.
Usava-se também cravar a estaca pelo abdômen.
Empalamento
Empalador
GAIOLA DE
SUSPENSÃO: Pouco maiores que a própria vítima. Nela o condenado, nu ou seminu, era
confinado a gaiola suspensa em postes de vias públicas. A vítima morria de
inanição ou frio em tempos de inverno. O cadáver ficava exposto até que se
desintegrasse.
Gaiola de Suspensão
Gaiola de Suspensão
E esses são apenas alguns dos métodos praticados em nome do cristianismo pela
santa Igreja Católica Apostólica Romana. Atos inescrupulosos autorizados pelos
Papas da Idade Média. Se quiser ver na íntegra, acesse o site: http://santainquisicaocatolica.blogspot.com/2009/02/uma-visita-ao-tribunal-da-inquisicao.html
Hecatombe
Gradativamente, contando com o apoio e o interesse das monarquias européias, a
carnificina se espalhou por todo o continente. Para que se tenha uma idéia, em
Lavaur, em 1211, o governador foi enforcado e a esposa lançada num poço e
esmagada com pedras; além de quatrocentas pessoas que foram queimadas vivas. No
massacre de Merindol, quinhentas mulheres foram trancadas em um celeiro ao qual
atearam fogo. Os julgamentos em Toulouse, na França, em 1335, levaram diversas
pessoas à fogueira; setecentos feiticeiros foram queimados em Treves,
quinhentos em Bamberg. Com exceção da Inglaterra e dos EUA, os acusados eram
queimados em estacas. Na Itália e Espanha, as vítimas eram queimadas vivas. Na
França, Escócia e Alemanha, usavam madeiras verdes para prolongar o sofrimento
dos condenados. Ainda, a noite de 24 de agosto de 1572, que ficou conhecida
como "A noite de São Bartolomeu", é considerada "a mais horrível
entre as ações inquisidoras de todos os séculos". Com o consentimento do
Papa Gregório XIII, foram eliminados cerca de setenta mil pessoas em apenas
alguns dias.
Além
da Europa, a Inquisição também fez vítimas no continente americano. Em Cuba
iniciou-se em 1516 sob o comando de dom Juan de Quevedo, bispo de Cuba, que
eliminou setenta e cinco hereges. Em 1692, no povoado de Salem, Nova Inglaterra
(atual E.U.A.), dezenove pessoas foram enforcadas após uma histeria coletiva de
acusações. No Brasil há notícias de que a Inquisição atuou no século XVIII. No
período entre 1721 e 1777, cento e trinta e nove pessoas foram queimadas vivas.
No século XVIII chega ao fim as perseguições aos pagãos, sendo que a lei da
Inquisição permaneceu em vigor até meados do século XX, mesmo que teoricamente.
Na Escócia, a lei foi abolida em 1736, na França em 1772, e na Espanha em 1834.
O pesquisador Justine Glass afirma que cerca de nove milhões de pessoas foram
acusadas e mortas, entre os séculos que durou a perseguição.
Nazismo 4 milhões de mortos
Santa Inquisição 9 milhões...
Fontes: Artigonal / Santa Inquisição / Recanto das Letras
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